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Centro de Massae Momento Linear machos do carneiro montés (Ovis canadensis) lutam entre para atrair a atencao das fémeas. Dois machos arremetem epetidamente um contra 0 outro de cabeca baixa, fazendo os chifres colidirem, até que um desista. Esses combates podem ser cerigosos porque se um chifre quebrar o macho provavelmente morrerd ou ficaré gravemente ferido. Mesmo que os chifres jo quebrem, porém, a impressdo é de que os dois carneiros eriam sofrer uma concussao cerebral. A resposta esta neste capitulo. 217 Capitulo 9 | Centro de Massa ¢ Momento Linear _, fj \ & y FIG.9-1 (a) Uma bola arremessada para cima segue uma trajet6ria parabélica, (b) O centro de massa (ponto preto) de um taco de aarremessado para cima com um movimento de rotagio segue uma trajetéria parabstica, mas todos ‘5 outros pontos do taco seguem trajetérias curvas mais complicadas, Richard Megna/Fundamental hotographs) we pope eae Todo engenheiro mecanico contratado como perito para reconstituir um acidente de transito usa a fisica. Todo treinador que ensina uma bailarina a saltar usa a fisica Na verdade, para analisar qualquer tipo de movimento complicado é preciso recor rer a simplifieagdes que so possiveis apenas com um entendimento da fisica, Neste capitulo discutimos de que forma 0 movimento complicado de um sistema de obje~ tos, como um carro ou uma bailarina, pode ser simplificado se determinarmos um onto especial do sistema: 0 centro de massa Eis um exemplo: se vocé arremessa uma bola sem imprimir nela muita rotagdo (Fig. 9-1a),0 movimento é simples. A bola desereve uma trajetoria parabélica, como discutimos no Capitulo 4, e pode ser tratada como uma particula. Se. em vez disso, vocé arremessa um taco de beisebol (Fig. 9-15), 0 movimento é mais complicado. Como cada parte do taco segue uma trajet6ria diferente, nao é possivel representar © taco como uma particula. Entretanto,o taco passui um ponto especial, o centro de massa, que descreve uma trajet6ria parabolica simples; as outras partes do taco se movem em torno do centro de massa. (Para localizar 0 centro de massa, equilibre o taco em um dedo esticado: 0 ponto esta acima do dedo, no eixo central do taco.) E dificil fazer carreira arremessando tacos de beisebol, mas muitos treinadores ganham dinheiro ensinando atletas de salto em distancia ou dancarinos a saltar da forma correta, moyendo pernas e bragos ou girando o torso. O ponto de partida & sempre o centro de massa-da pessoa, porque é 0 ponto que se move de modo mais simples. 9-2 | O Centro de Massa Definimos o centro de massa (CM) de um sistema de particulas (uma pessoa, por exemplo) para podermos prever com facilidade 0 movimento do sistema Nesta seqdo discutimos a forma de determinar a localizagio do centro de massa de um sistema de particulas. Comecamos com um sistema de poucas particulas e, em seguida, consideramos sistemas com um ntimero muito grande de particulas (um corpo maciga, como um taco de beisebol). Mais adiante discutiremos como o centro de massa de um sistema se move quando o sistema & submetido a forcas externas. Sistemas de Particulas A Fig, 9-24 mostra duas particulas de massas m, ¢ Escolhemos arbitrariamente como or separadas por uma distancia d 1em do eixo.x a posigdo da particula de massa my Definimos a posigdo do centro de massa (CM) desse sistema de duas particulas come -t) m, +m Suponha, por exemplo, que m, = 0, Nesse aso, existe apenas uma particula, de massa 7m,e 0 centro de massa deve estar na posigiio dessa particula; & o que real mente acontece. jé que a Eq. 9-1 se reduz a xox; = 0, Se m, = 0,temos de novo ape: nas uma particula (de massa m,) e, como devia ser, Xeyy = d. Se m; = mis. 0 centro de massa deve estar a meio caminho entre as duas particulas; a Eq. 9-1 se reduz a cw = d/2, como seria de se esperar. Finalmente, de acordo com a Eq. 91, se ne nhuma das duas massas € nula xo 86 pode assumir valores entre 0 € d, ou seja, @ centro de massa deve estar em algum lugar entre as duas particulas A Fig, 9-2b mostra uma situagao mais geral na qual o sistema de coordenadas foi deslocado para a esquerda. A posi¢ao do centro de massa é agora definida como sg = Mets tM, oo a @2) Observe que se fizermos x, = 0, x) ficaré igual ad e a Eq. 9-2 se reduziré a Eq. 9-1, como seria de se esperar. Note também que, apesar do deslocamento da origem do sistema de coordenadas, o centro de massa continua & mesma distancia de cada par- ticula. Podemos escrever a Eq. 9-2 na forma myx, tm Xow M onde M é a massa total do sistema. (No exemplo que estamos discutindo, M = m, + ‘my,) Podemos estender esta equagio a uma situagio mais geral, na qual, x particu- las estdio posicionadas ao longo do eixo x. Nesse caso,a massa total é Mm +m + + m,,€a posicao do centro de massa & (9-3) mx, +m, tm xyt ot mx, M a M 4) Se as partfculas estio distribuidas em trés dimens6es, a posigdio do centro de massa deve ser especificada por trés coordenadas Por extensio da Eq. 9-4, essas co- ordenadas sdo dadas por 1 1 ii Foam ag Syn Yeu ag IMM Fou ag LIME (95) ‘Também podemos definir o centro de massa usando a linguagem dos vetores. Primeiro, lembre-se de que a posigao de uma particula de coordenadas x,y; € z; 6 dada por um vetor posigdo sit yj + ak (9-6) onde 0 indice idemtifica a particula,e i, j e & sdo vetores unitarios que apontam, res- pectivamente, no sentido positivo dos eixos x, y e z. Analogamente, a localizacao do centro de massa de um sistema de particulas é dada por um vetor posigao: Fou = Xeul + Youd + Zouk (9-7) As trés equagdes escalares da Eq. 9-5 podem ser substituidas, portanto, por uma uinica equagio vetorial, (8) onde M é de novo a massa total do sistema. E possivel confirmar que esta equagdo estd correta substituindo 7, e 7,4 por seus valores, dados pelas Eqs. 9-6 e 9-7, ¢ sepa- indo as componentes x, yz. O resultado sdo as relagdes escalares da Eq. 9- Corpos Macicos Um objeto comum, como um bastao de beisebol, contém tantas particulas (étomos) gue podemos aproximé-lo por uma distribuigtio continua de massa. As “particulas” esse caso se tornam elementos infinitesimais de massa dm, as somas da Eq. 9-5 se tornam integrais e as coordenadas do centro de massa s4o definidas através das equagoes 9.21 OCentrode Massa (EEE Re . cM @ a1 >} 7 T ae 0 FIG.9-2 (a) Duas particulas de massa; € m esto separadis por ‘uma distaneia d. 0 ponto marcado como CM mostra a posigaio do centro de massa,calculado usando a E4.91 (6) O mesmo que (a), exceto pelo fato de que a origem foi deslocada para a esquerda. A posigdo do centro de massa pode ser calculada usando Eq, 9-2.A localizagao do centro de ‘massa em relagdo as particulas é a ‘mesma nos dois casos

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