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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

23/11/2018

Número: 1003300-83.2018.4.01.4000
Classe: TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
Órgão julgador: 2ª Vara Federal Cível da SJPI
Última distribuição : 21/11/2018
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Eleições, Eleições Sindicais
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
GEORGIA FERREIRA MARTINS NUNES (REQUERENTE) ISABELLE MARQUES SOUSA (ADVOGADO)
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO PIAUÍ MAYARA VIEIRA DA SILVA (ADVOGADO)
(REQUERIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
21689 23/11/2018 12:37 Decisão Decisão
460
Seção Judiciária do Estado do Piauí
2ª Vara Federal Cível da SJPI

PROCESSO: 1003300-83.2018.4.01.4000
CLASSE: TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE (12135)
REQUERENTE: GEORGIA FERREIRA MARTINS NUNES
REQUERIDO: ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO PIAUÍ

DECISÃO

Sob análise, pedido de tutela de urgência em que a autora pretende a suspensão da realização das eleições
designadas para o dia 24 de Novembro de 2018, com a posterior intimação do Demandando para que designe
nova data para o pleito eleitoral, observando intervalo suficiente para o saneamento das irregularidades
apontadas, bem como defira a concessão do prazo de 15 dias para possível aditamento da petição inicial.

Alega, basicamente: irregularidades no processo eleitoral em curso, consubstanciadas na inobservância da


competência privativa da Diretoria do Conselho eleitoral para nomeação da Comissão Eleitoral Seccional;
nulidade em razão da inexistência de publicidade do ato de nomeação dos membros da comissão eleitoral e
afronta ao princípio da isonomia entre os candidatos.

É o relatório. DECIDO.

Para a concessão da medida pleiteada devem restar evidenciados os requisitos autorizadores desta, quais
sejam a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300 do
CPC).

A presente ação tem por objeto a suspensão da realização das eleições da OAB/PI designadas para o dia 24
de novembro de 2018.

De início, ressalto que é do conhecimento de todos que as disposições constantes do Edital, sem impugnação
tempestiva dos participantes, passam a ser lei entre as partes, devendo ser observadas todas as regras, não
competindo ao Judiciário apreciar e julgar o mérito dos atos administrativos, salvo em caso de flagrante
ilegalidade.

Segundo a autora, houve irregularidades na nomeação e funcionamento da comissão eleitoral desta Seccional,
razão pela qual deve ser suspendo o processo eleitoral, até que se corrijam as falhas.

Porém, não visualizo probabilidade do direito da requerente.

Conforme documento anexado aos autos (Id nº 21506467), as regras para o processo eleitoral, inclusive a
questão relativa à escolha dos membros da comissão eleitoral, foram objeto de deliberação na Seção
Ordinária realizada no dia 27 de setembro de 2018, quando aprovadas novas regras pela Diretoria e por todo
o conselho Seccional.

Assinado eletronicamente por: MARCIO BRAGA MAGALHAES - 23/11/2018 12:37:40 Num. 21689460 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18112309560620700000021578543
Número do documento: 18112309560620700000021578543
Plausíveis os argumentos da requerida no sentido de que “a forma de nomeação da Comissão se deu não por
concentração de poderes pela Presidência da OAB/PI, mas pela abertura democrática para que, além da
Diretoria, também pudessem apresentar membros todas as chapas concorrentes. Tudo conforme tem sido a
praxe nas últimas eleições da OAB/PI, cujo o edital foi assinado somente pelo então presidente Willian
Guimarães Santos de Carvalho. Naquela oportunidade, a requerente era tesoureira, ou seja, membro da
Diretoria e não questionou a suposta usurpação de poder, em razão da tradição que esta Seccional sempre
teve de ofertar que as chapas concorrentes ao pleito eleitoral indiquem os membros da comissão eleitoral”.

Neste contexto, não observo ilegalidade no ato praticado pelo Presidente da Ordem ao constituir a comissão
eleitoral, visto que tal competência foi deliberada pela própria Diretoria, e não houve impugnação quando
publicado o Edital.

Devo ressaltar que nenhuma das atribuições da comissão foram objeto de contestação, pois os atos praticados
possuem natureza meramente administrativas, como definição do dia da eleição; prazo para o registro das
chapas, na Secretaria do Conselho; modo de composição da chapa, incluindo o número de membros do
Conselho Seccional; prazo para impugnação das chapas; nominata dos membros da Comissão Eleitoral
escolhida pela Diretoria e outros do gênero.

Quanto ao argumento de nulidade em razão da inexistência de publicação do ato de nomeação dos membros
da comissão eleitora, em manifestação produzida nos autos pela OAB consta publicação no Diário Eletrônico
de Justiça do Piauí, do dia 20.11.2018, a atual composição de seus membros. Portanto, entendo superado o
questionamento.

Oportuno destacar a participação da requerente na 6ª e 7ª Reuniões Ordinárias da Comissão Eleitoral, em que


formula impugnações, o que demonstra que atuou não somente na indicação de membros, mas também do
decorrer dos trabalhos do referido órgão.

Também não observo que tenha havido afronta ao princípio da isonomia, como alega a requerente.
Percebe-se, até o momento, a inexistência de atos concretos que venham a beneficiar ou favorecer qualquer
um dos candidatos escritos, uma vez que na composição da comissão eleitoral a requerente teve ampla
participação, sem que houvesse demonstração de prejuízo sofrido em relação ao curso do processo eleitoral.

Conforme documentos anexados autos, não se percebe que comissão eleitoral tenha praticado atos e/ou
atuado para prejudicar a lisura do pleito. Formada a comissão definitiva, já devidamente registradas as chapas
e obedecidos os prazos de impugnação, não vejo impedimento que justifique a suspensão das eleições.

Do exposto, INDEFIRO O PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA.

Intimem-se, inclusive a autora para se manifestar sobre as informações apresentadas pela ré.

TERESINA, 24 de novembro de 2018.

MÁRCIO BRAGA MAGALHÃES

Juiz Federal da 2ª Vara

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