DEFINIÇÃO É a inflamação dos brônquios, que sofrem edema e estreitamento, ou seja, a passagem do ar fica mais difícil porque o tamanho interno dos brônquios fica diminuído. Ocorre este estreitamento por: • Edema da mucosa dos brônquios provocado pela inflamação; • Constrição da musculatura lisa que estão ao redor dos brônquios; • hipersecreção das células brônquicas, também provocadas pela inflamação. ETIOLOGIA As pessoas asmáticas reagem demais e facilmente ao contato com qualquer estímulo. Dentre estes, os mais comuns são: alterações climáticas, o contato com a poeira doméstica, mofo, pólen, cheiros fortes, pêlos de animais, gripes ou resfriados, fumaça, ingestão de alguns alimentos ou medicamentos. INCIDÊNCIA A incidência da asma difere de país para país devido às variações geográficas e demográficas. Geralmente é mais freqüente na criança que no adulto. O início da doença se dá, na maioria dos casos, antes dos cinco anos de idade, sendo que um terço dos casos antes dos dois anos de idade. Com relação ao sexo, a incidência maior é entre os meninos, sendo os mais afetados na relação 2:1 a 3:2. Os meninos além de apresentarem uma maior freqüência, são os que apresentam maior gravidade da doença. Na adolescência, as meninas são mais acometidas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Caracteristicamente, nesta doença os sintomas aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. Dentre os sinais e sintomas principais, estão: dispnéia expiratória, aperto no tórax, dor torácica difusa, chieira e tosse, que pode ou não estar acompanhada de alguma expectoração. Na maioria das vezes, não tem expectoração ou, se tem, é tipo "clara de ovo". Os sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente. No exame físico durante a crise asmática, evidenciam-se: Inspeção estática: tórax do tipo inspiratório (hiperdistendido). Inspeção dinâmica: dispnéia com expiração prolongada, acompanhada de ortopnéia, tiragem. Amplitude respiratória diminuída. Palpação: Amplitude respiratória diminuída. Frêmito torácico- vocal normal ou diminuído; presença de frêmito brônquico. Percussão: hipersonoridade. Auscultação: Murmúrio vesicular com inspiração diminuída de intensidade, expiração prolongada; presença de roncos, sibilos; no final da crise, estertores subcrepitantes. EXAMES COMPLEMENTARES O diagnóstico da asma pode ser confirmado quando as provas repetidas de espirometria, realizadas ao longo de várias horas ou dias, revelam que o estreitamento das vias aéreas diminuiu e, portanto, é reversível. Se as vias aéreas não estiveram estreitadas durante a primeira prova, o médico pode confirmar o diagnóstico através da realização de uma segunda prova, na qual o paciente inala broncoconstritores em aerossol, em doses suficientemente baixas que não afetam um indivíduo normal. Se ocorrer estreitamento das vias aéreas do paciente após a inalação, o diagnóstico da asma é confirmado. EXAMES COMPLEMENTARES Testes alérgicos cutâneos auxiliam a identificar alérgenos que podem desencadear sintomas da asma. Entretanto, uma resposta alérgica a um teste cutâneo não significa necessariamente que o alérgeno que está sendo testado seja o causador da asma. Por essa razão, o paciente deve observar se as crises ocorrem após a exposição a esse alérgeno. Se o médico suspeitar de um determinado alérgeno, ele poderá solicitar a dosagem dos anticorpos produzidos em resposta ao alérgeno para determinar o grau de sensibilidade. TRATAMENTO O tratamento consiste basicamente de duas coisas: medicamentos e higiene ambiental, que é o afastamento da pessoa de fatores que provocam a crise de asma, citados acima. Duas classes de medicamentos têm sido utilizadas para tratar a asma: Broncodilatadores Antiinflamatórios Broncodilatadores Todo asmático deverá utilizar um broncodilatador. É um medicamento, como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse. Existem broncodilatadores chamados beta2-agonistas - uns apresentam efeito curto e outros efeito prolongado (que dura até 12h). Os de efeito curto costumam ser utilizados conforme a necessidade. Se a pessoa está bem, sem sintomas, não precisará utilizá-los. Já aqueles de efeito prolongado costumam ser utilizados continuamente, a cada 12 horas, e são indicados para casos específicos de asma. Além dos beta2- agonistas, outros broncodilatadores, como teofilinas e anticolinérgicos, podem ser usados. Antiinflamatórios Os corticóides inalatórios são, atualmente, a melhor conduta para combater a inflamação, sendo utilizados em quase todos os asmáticos. Só não são usados pelos pacientes com asma leve intermitente (que têm sintomas esporádicos). Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença ou, pelo menos, minimizá-las e aumentar o tempo livre da doença entre uma crise e outra. Os antiinflamatórios devem ser utilizados de maneira contínua (todos os dias), já que combatem a inflamação crônica da mucosa brônquica, que é o substrato para os acontecimentos subseqüentes. Antiinflamatórios Existem outras possibilidades de tratamento, como o cromoglicato de sódio (bastante utilizado em crianças pequenas), o nedocromil, o cetotifeno e os anti-leucotrienos. Este último é relativamente novo e pode ser usado em casos específicos de asma ou associado aos corticóides. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOLDMAN, Lee; BENNETT, Claude J. (Ed.). Cecil:
tratado de medicina interna. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 1. 1266 p. KELLEY, Wuilliam N. Tratado de medicina interna. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 1605 p. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 1428 p.