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A Cultura do Melão

(Cucumis melo L.)

Fernando Maximiliano, Filippe Nunes, José Paulo de Sousa Jr., Helder


Ribeiro, Luana Brêtas, Marcos Viganô
Introdução
• Planta olerícola com flores hermafroditas e frutos tipo
baga.

• Maior produtor é a China (33,47%) seguido pela Turquia,


Irã, Estados Unidos e Espanha.

• Centro de Origem: África, mas a dispersão ocorreu na


Índia.
Introdução
• Ciclo de 95 a 145 dias.

• Pode ser cultivado a campo ou cultivo protegido.


Classificação Científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliopyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Cucurbitales
Família: Cucurbitaceae
Gênero: Cucumis
Espécie: Cucumis melo
Mercado Produtor
• Produção Brasileira é cerca de 264 mil frutos/ano em área de 14000
ha (quase tudo Melão Amarelo a campo).

• Todas regiões brasileiras produzem melão.


• 93,6% Nordeste, 4,8% Sul, 1,2% Sudeste e 0,4% no Norte e Centro-Oeste.

• Rio Grande do Norte (50%), Ceará (27%) e Bahia (11%) são os maiores
Estados produtores.

• Produtividade média de 1,86 frutos/m2, variando de 0,49 no Rio


Grande do Sul a 2,17 no Rio Grande do Norte.
Clima
• Quente e Seco.

• A combinação de alta temperatura com alta


luminosidade e baixa umidade relativa favorece ao
estabelecimento do meloeiro e ao aumento de
produtividade com maior número de frutos de qualidade
comercial.
Temperatura
• Faixa ótima entre 18°C e 33°C, porem tolera até 40°C.

• Germinação: 18°C a 45°C; Desenvolvimento: 25°C a 30°C;


Floração: 20°C a 23°C.

• Temperaturas acima de 35°C estimulam formação de flores


masculinas e acima de 37°C a 38°C ocasionam problemas na
maturação.

• Abaixo de 12°C o crescimento é paralisado e acima de 40°C


é prejudicial.
Preciptação
• Precipitação nas fases de maturação e colheita é
prejudicial, danificando os frutos e reduzindo a qualidade
e o teor de açúcar.

Umidade Relativa
• Faixa ótima entre 65% e 75%.

• Umidades acima de 75% promovem baixa qualidade e


doenças.
Radiação Solar
• Na faixa de 2000 horas luz/ano a 3000 horas luz/ ano.
Solo
• Solos profundos, bem drenados e arejados.

• Solos arenosos favorecem instalação da cultura pelo


rápido aquecimento.

• Tolera salinidade moderada.

• pH entre 6,0 e 7,5


Preparo do Solo
• Aração média, em torno de 30 cm de profundidade e
uma gradagem no sentido perpendicular.

• Covas 30 x 30 x 30 cm

• Em períodos chuvosos recomenda-se o levantamento de


canteiros 1,5 m de largura e 25 cm de altura.
Adubação
• Como adubação mineral, recomendam-se 40 kg/ha de N
(nitrogênio) e doses de P2O5 (fósforo) e K2O (potássio),
conforme a análise do solo, a serem aplicados em
fundação, antes do plantio.
Adubação
• Os fertilizantes minerais mais utilizados são as fórmulas
comerciais, como 06-24-12 e 10-10-10, o sulfato de
amônio (20% de N), a uréia (45% de N), o superfosfato
simples (18% de P2O5 ), o superfosfato triplo (42% de
P2O5), o cloreto de potássio (60% de K2O) e o sulfato de
potássio (50% de K2O).
Cultivares
• O primeiro passo a ser considerado pelo produtor é
avaliar os seguintes aspectos de cultivares de polinização
aberta ou de cultivares híbridos disponíveis no mercado,
tais como: potencial produtivo, duração dos estádios de
desenvolvimento (vegetativo, reprodutivo),
características do fruto (formato, peso médio, espessura
da polpa e da casca, sabor, aroma, conteúdo de sólidos
solúveis e textura).
Cultivares
• AF-682 – cultivar híbrido tipo “amarelo”, com boa tolerância ao vírus do
mosaico do mamoeiro, estirpe melancia (PRSV – W) e raça 1 de oídio. Os
frutos tem formato elíptico, casca amarelada levemente enrugada,
cavidade interna pequena, uniforme, peso médio de 1,5 kg, sabor
extremamente doce e precocidade de colheita em torno de 75 dias após a
semeadura.

• AF-646 - cultivar híbrido tipo “amarelo”, com boa tolerância ao vírus do


mosaico do mamoeiro, estirpe melancia (PRSV – W) e raça 1 de oídio. Os
frutos tem formato elíptico, casca amarelada levemente enrugada,
cavidade interna pequena, uniforme, peso médio de 1,4 kg, sabor
extremamente doce e precocidade de colheita.
Cultivares
• Gold Mine – Cultivar híbrido tipo “amarelo”, muito produtivo, tendo
apresentado boa tolerância em campo às raças 1 e 2 de oídio, 0, 1 e 2 de
fusarium e míldio. Os frutos tem formato redondo-ovalado, de cor
amarelo-dourada, casca levemente enrugada, muito firme, polpa creme-
esverdeada, grossa, crocante e doce, teor de açúcar médio de 10 °Brix,
pequena cavidade de sementes e peso variando de 1,5 a 2,0 kg. A colheita
precoce ocorre, em geral, aos 60-65 dias do plantio.

• Tendency – Cultivar híbrido Tipo Pele de sapo recém lançada, plantas


vigorosas e abundante cobertura foliar que protege os frutos de
queimaduras causadas pelo sol, além de alta produtividade. Apresenta alta
qualidade de frutos, sendo o formato redondo/ovalado, peso médio de 1,3
kg, casca enrugada, coloração verde com manchas verde-escuras e
amarelas, polpa espessa e crocante de coloração creme-verde-clara,
pequena cavidade de sementes, excelente sabor e alto brix. Precocidade de
colheita aos 55-60 dias
Cultivares
• Honeydew – Cultivar de polinização aberta (andromonóica), boa
conservação pós-colheita, recomendada para o mercado de exportação dos
Estados Unidos, principalmente. Colheita tardia entre 70 e 80 dias. Frutos
sem odor, casca bem lisa de coloração branco-creme brilhante, formato
globular, peso médio de 1,5 kg. Polpa esverdeada, suculenta, de textura
fina e doce. Uma característica do tipo honeydew é que o fruto não se
destaca da rama como em outros tipos necessitando o corte com tesoura.

• Hy-Mark – Cultivar híbrido, tipo Cantalupensis, muito produtivo, com alto


pegamento de frutos. Os frutos de formato levemente
ovalado/arredondado, peso entre 1,4-1,5 kg, com casca reticulada, sem
suturas e polpa de cor salmão muito forte, pequena cavidade de sementes,
sabor muito doce e muito aromático. Altamente resistente a oídio raça 1 e
tolerante a aplicação de enxofre. A maturação ocorre aos 62-67 dias,
aproximadamente, acompanhada do início de desprendimento do
pedúnculo
Propagação
• Geralmente é feita via seminífera.

• Vem crescendo uma iniciativa de melão enxertado, mas


no Brasil ainda é usada somente para pesquisa.
Plantio
• Pode ser plantado o ano todo desde que a temperatura
mínima do inverno não seja inferior a 14 °C e as máximas
no verão não ultrapassem 33 - 35 °C.

• Evitar locais com precipitação pluvial elevada.


Plantio
• Geralmente 1 a 2 sementes por cova, a 2 a 3 cm de
profundidade no caso de semeadura direta, que antecipa
o ciclo e diminui o custo final.

• Pode se produzir mudas em recipientes apropriados e


depois transplantar para o campo (15 dias após
semeadura).
Espaçamento
• Depende da característica genética do cultivar, do nível
tecnológico e exigência do mercado.

• Em pequenas áreas 2 m entre fileiras e 0,30 a 0,50 m


entre plantas (10.000 a 16.666 pl/ha).

• Em áreas extensas, 2 a 3 m entre fileiras e de 0,12 a 0,50


m entre plantas (2 a 8 plantas por metro linear).
Tratos Culturais
• São variáveis, dependendo do tipo de produção.

• Desbaste: o primeiro é feito na fase de uma a duas folhas


verdadeiras, deixando-se três plantas/cova e o segundo no
estádio de quatro folhas deixando-se uma planta/cova.

• Poda das Ramas: a planta pode ser conduzida com duas ou três
ramificações secundárias. Elimina-se o ponteiro (capação) na
fase de 4 e 5 folhas verdadeiras, deitando crescer duas a três
ramas vigorosas.
Tratos Culturais
• Raleio: dos frutos e das brotações. Eliminar os frutos até o
quarto ou quinto nó, permitindo frutificação do quinto ao
sétimo nós, quando escolhe um fruto perfeito por rama. No
caso em estufa, deve-se manter 1 a 2 frutos por planta.

• Cama palhosa: calçar os frutos para evitar contato direto com o


solo; girá-los periodicamente para adquirir coloração uniforme;
cobrí-los com papel ou palha para evitar queima no sol.

• Plantas daninhas: manter a cultura no limpo, livre de plantas


daninhas.
Tratos Culturais
• Irrigação: O consumo total de água durante o ciclo cultural gira
em torno de 4.000 m3/ha, dando preferência ao gotejamento
mas também podendo usar irrigação por sulco, aspersão
convencional ou pivô central.

• Polinização: As flores masculinas e femininas localizam-se


separadamente na mesma planta. Cada flor permanece aberta
apenas por um dia. A abertura ocorre de uma a duas horas
após o aparecimento do sol e o fechamento, à tarde. A
polinização é realizada por abelhas, normalmente pela manhã.
Doenças
• As principais doenças que comprometem a cultura do melão
brasileiro são:
• Cancro das hastes – (Didymella bryoniae);
• Podridão-do-colo – (Macrophomina sp.);
• Oídio –(Podosphaera xanthii.: fase perfeita; Oidium sp.: fase
imperfeita);
• Míldio – (Pseudoperonospora cubensis);
• Antracnose (Glomerella cingulata var. arbiculare): forma perfeita; –
(Colletotrichum lagenarium): forma imperfeita;
Doenças
• Murcha-de-fusarium (Fusarium oxysporum);
• Mancha Bacteriana ou Catapora (Pseudomonas);
• Galhas (Meloidogyne spp.);
• Virose (Watermelon mosaic vírus (WMV) 1 e 2, e - Cucumber mosaic
vírus (CMV)
• O controle das doenças é feito através de pulverizações com
fungicidas, oidicidas e nematicidas específicas para cada doença,
registradas para a cultura, pelo Ministério da Agricultura e do
Abastecimento.
Podridão do colo
Cancro das hastes

Oídio Mídio
Mancha Bacteriana ou Catapora Galhas

Antracnose Mancha de Fusarium


Pragas
• As principais pragas do melão no Brasil são: Mosca
Branca (Bemisia argentifolii), Pulgão (Aphis gossypii),
Mosca Minadora (Liriomyza sativae ou Liriomyza
huidobrensis), Tripes (Thrips palmi), Ácaros (Tetranychus
urticae), Vaquinha (Diabrotica speciosa) e Broca das
Cucurbitáceas (Diaphania nitidalis).

• O controle das pragas é feito através de pulverizações


com inseticidas ou acaricidas específicas para cada praga,
registradas para a cultura, pelo Ministério da Agricultura
e do Abastecimento
Ácaro Mosca Minadora Pulgão Vaquinha

Broca das Curcubitáceas Mosca Branca Tripes


Distúrbios Fisiológicos
• “Amarelão” do Meloeiro – A ocorrência desse distúrbio é
associada à deficiência de molibdênio, principalmente em
solos ácidos, solos de zonas semi-áridas com baixo teor
de matéria orgânica e solos de drenagem deficiente. Os
sintomas do distúrbio, surge com um amarelecimento
das folhas de plantas jovens que evolui causando o
secamento dos bordos e, consequentemente, afetando o
desenvolvimento da planta. O controle é feito,
pulverizando com molibdato de amônio ou molibdato de
sódio 0,05 % (10 g produto/20 litros de água) via foliar
quando do aparecimento dos primeiros sintomas.
Distúrbios Fisiológicos
• Crescimento irregular do ovário – ocorre pela deposição
deficiente ou de pólen inativo nos lóbulos estigmáticos
promovendo o crescimento irregular do ovário e ocasionando
má formação de frutos, que em consequência, não atingem
classificação comercial. Como medida de controle, deve-se
espalhar cinco colmeias/ha, a fim de tornar a polinização mais
eficiente e mais eficaz.

• Desequilíbrio hídrico - esse distúrbio ocorre na fase inicial de


crescimento do fruto, ocasionando um afinamento na região
próxima ao pedúnculo, conhecido, vulgarmente, como fruto
“cabacinha”.
Distúrbios Fisiológicos
• Deterioração Precoce de Frutos - Liberação precoce de
sementes, sua manifestação é atribuída à ocorrência de
queda temporária de temperatura na fase final de
maturação. Frutos fisiologicamente maduros não
apresentam a coloração característica, mascarando o
ponto de colheita. A ocorrência desse distúrbio pode
estar associado à desequilíbrios nutricionais.

• Rachadura dos frutos – está relacionada com o excesso


de umidade disponível à planta, e temperatura elevada
(acima de 35oC) principalmente na fase de maturação.
Distúrbios Fisiológicos
• Frutos deformados e queda de frutos - estão relacionados
com deficiência de polinização.

• Podridão apical – é causada por condições adversas do meio


ambiente. Ocorre na parte apical do fruto, desenvolvendo
uma coloração escura que pode progredir, provocando o
apodrecimento da região afetada. Esse distúrbio fisiológico
está associado com deficiências de cálcio e alternâncias de
períodos úmidos e secos. Ainda, danos no sistema radicular
da planta pode induzir o aparecimento desta desordem.
Contudo, os efeitos desse distúrbio podem ser minimizados
pela cobertura do solo com o intuito de manter constante
aumidade do solo, bem como pela aplicação de fertilizantes
contendo cálcio e mantendo-se baixos os níveis de nitrogênio.
Colheita
• Manual e com o melão maduro.

• Momento de colheita indicado pelo aparecimento de


uma ferida na região peduncular ou a secagem de uma
folha próxima ao fruto.

• Ao ar livre irrigado: 20-25 ton/ha ou sequeiro: 15 ton/ha


Em estufa: 40 ton/ha
Mercado
• Mercado Interno – em nível de mercado interno o melão
é comercializado nos mercados local, regional e nacional.

• Mercado externo – o melão é o produto que ampliou sua


participação nas exportações brasileiras de frutas nos
últimos anos, passando de 7 mil toneladas, em 1985,
para 50 mil toneladas em 1999.
Classificação
Classificação
Defeitos Graves:
Comercialização
• Os frutos padrão para exportação são os de tipo 6, 7 e 9
ou seja, uma caixa de 10 kg deve conter de 6 a 9
melões respectivamente. Para consumo interno, existe
preferência pelos tipos 6 e 8 e a caixa de 14 kg.
Comercialização
Muito Obrigado!
Referências
• CASTILHOS, Lisiane Fernanda Fabro de. Cultivo de melão e melancia. 2012. Disponível em:
<http://respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTY5Nw==>. Acesso em: 29 out. 2015

• COSTA, Nivaldo Duarte. O Cultivo do Melão. 2005. Disponível em:


<http://www.hortibrasil.org.br/jnw/images/stories/Melao/m.69.pdf>. Acesso em: 29 out. 2015.

• MOREIRA, S.R.; MELO, A.M.T. de; PURQUERIO, L.F.V.; TRANI, P.E.; NARITA, N. Melão (Cucumis melo L.). 2009. Artigo
em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_3/melao/index.htm>. Acesso
em: 29/10/2015

• PROGRAMA BRASILEIRO PARA A MODERNIZAÇÃO DA HORTICULTURA, Normas e Classificação de Melão. São Paulo:
CEAGESP, Centro de Qualidade em Horticultura, 2004, 6p (CQH. Documentos, 27).

• RESENDE€ , Geraldo Milanez de; COSTA, Nivaldo Duarte; SEMIÁRIDO, Embrapa (Org.). Sistema de Produção de
Melão. 2010. Disponível em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Melao/SistemaProducaoMelao/socioeconomia.html>
. Acesso em: 29 out. 2015.

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