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Desodorantes

e
Antitranspirantes
FISIOLOGIA DA SUDORESE
GLÂNDULA SUDORÍPARA

• Localização:
Abaixo da epiderme

• Classificação:
Apócrinas e écrinas.
GLÂNDULA SUDORÍPARA APÓCRINA
• Deriva do folículo piloso, se desenvolve nas regiões genitais
e axilares;
• As células perdem parte do citoplasma na sua secreção que
é pouco abundante, de aspecto oleoso e inodoro;
• Ativada pela puberdade;
• Número menor;
• Maior tamanho em mulheres;
• pH alcalino;
GLÂNDULA SUDORÍPARA APÓCRINA
• Não são inervadas(não são ativadas por estímulos
emocionais ou nervosos);
• Controle hormonal;
• Responsável pelo odor;
• Testa , axila, mão, pé, couro cabeludo, peito, costas.
GLÂNDULA SUDORÍPARA ÉCRINA
• Está espalhada por todo o corpo

• Tem como principal função a termorregulação, estando sob


controle do hipotálamo.

• Sua secreção desemboca diretamente na superfície da pele


e é límpida e hipotônica.
GLÂNDULA SUDORÍPARA ÉCRINA
• Envolvida por uma rede nervosa simpática (menor grau,
drogas simpatomiméticas inibem)

• Sensíveis a estímulos parassimpáticos( EX: drogas


parassimpáticas)

• Sudação térmica

• Sudação psiquica

• pH 3,8-5,6
SUOR
• Produzido pelas glândulas sudoríparas, pH
entre 4 e 6,8

• Distribuído principalmente na fonte, axilas,


palmas das mãos e plantas dos pés,

• Conduzem o suor até a superfície da pele


pelos ductos sudoríparos.

• Composição do suor: água, ácido úrico, uréia,


cloreto de sódio,ácido láctico, ácidos graxos,
glicoproteínas e mucopolissacarídeos.
SUOR
• Funções: eliminação de excretas e manutenção da
temperatura do corpo (exercícios físicos e excesso de calor)

• Ele é secretado para a superfície cutânea para reduzir o pH


da pele para prevenir o crescimento bacteriano.
MAU CHEIRO
• Inicialmente o suor não apresenta odor, ou seja, é inodoro.

• Mas é a partir da ação de bactérias, naturalmente presentes


na pele, sobre os componentes do suor apócrino que são
produzidas as substâncias fétidas.

• O mau odor varia de pessoa para pessoa, mas os


responsáveis pelo odor são iguais para todos: OS ÁCIDOS
ISOVALÉRICO, ACÉTICO, LÁCTICO, PROPIÔNICO,
BUTÍRICO, CAPROICO E CAPRÍLICO.
MAU CHEIRO
COMO PREVENIR O MAU CHEIRO
(PERFUME, ANTIMICROBIANO,ANTITRANSPIRANTE)

Maneiras principais de se obter esse resultado:


(1)controlar a transpiração;
(2) controlar a proliferação de bactérias;
(3) mascarar ou reduzir o odor formado
MECANISMOS DE CONTROLE DO ODOR
• Havendo formação de odor, pode-se ainda mascará-lo
ou reduzi-lo através de perfumes ou substâncias que
absorvam ou reajam com as moléculas fétidas
produzidas.

• Remoção no banho – momentânea, mas necessária.

• A remoção total da flora bacteriana residente na pele


é quase impossível.
DESODORANTES
X
ANTITRANSPIRANTES
ANTITRANSPIRANTES

• Inseridos no mercado no séc.


XX;

• Hoje representam um dos


maiores segmentos da indústria
global em personal care.
ANTITRANSPIRANTES
ANTITRANSPIRANTES
• Desodorantes:

Têm a função de mascarar o odor desagradável do suor;

Geralmente possuem um ingrediente antibacteriano que


elimina as bactérias que causam o mau odor presentes no
suor.
DESODORANTES
• Capazes de criar condições desfavoráveis às zonas de
suor – ação direta;

• Inibem o crescimento microbiano na região em que


atuam;

• Mascaram subst. odoríferas presentes no suor.


DESODORANTES
• O perfume utilizado é importante,
- mas o principal é inibir degradações fermentativas ou
- deter a proliferação da flora bacteriana.

• Empregam-se substâncias antissépticas como:


-triclosan ou irgasan
-clorhexidine

• Podem ser usados diariamente.


DESODORANTES
• Principais ativos:

• Etanol (no máximo 60%)

• e Triclosan (no máximo 0,3%).

• Clorhexidine 0,12%

• Óleos essenciais

• Outros componentes: Bicarbonato de sódio/potássio


ANTIPERSPIRANTES

•Antiperspirantes – diminuem a liberação do fluxo


de suor nas axilas – ação indireta;

•Restringem a quantidade de secreção das


glândulas sudoríparas na zona tratada.
ANTIPERSPIRANTES
• Quando um antiperspirante é aplicado na superfície
da pele, seus ingredientes ativos, normalmente sais
de alumínio, se dissolvem no suor ou na umidade
presente na superfície da pele das axilas.
• A substância dissolvida forma um gel, que cria um
pequeno “tampão” temporário próximo à parte
superior das glândulas sudoríparas, reduzindo
significativamente a quantidade de suor que é
secretada na superfície da pele.
ANTIPERSPIRANTES
• Banho e lavagem removerão o gel antiperspirantes.

• Antiperspirantes reduzem a transpiração nas axilas, mas


não afetam a capacidade natural do corpo de controlar
sua temperatura (termorregulação)
ANTIPERSPIRANTES
Efeitos adversos

Eventualmente, o uso diário de antiperspirantes pode irritar

a pele, provocando sensações de queimadura e ardor.

•O início da irritação pode acontecer imediatamente ou

após dias ou semanas de uso.

•No entanto, a cura começa a ser observada em até três

dias após a remoção total do produto irritante.


MECANISMO DE AÇÃO
ANTITRANSPIRANTES
Antitranspirantes:

Contêm ingredientes ativos que têm a função de diminuir a


transpiração, garantindo proteção contra o suor.

A ação antitranspirante deve-se ao fato do produto agir


formando uma película bloqueadora que impede a saída do
suor, além de possuir uma ação antibacteriana eliminando as
bactérias que causam o mau odor.
ANTITRASPIRANTES
• Eles reduzem a secreção das glândulas sudoríparas
écrinas e apócrinas ao bloquearem os ductos de
passagem do líquido para o meio externo.

• Podem ser associados a ingredientes desodorantes e


outros aditivos que melhorem ou corroborem com sua
ação.
ANTITRASPIRANTES
• Contém sais de alumínio e zircônio, capazes de contrair
os poros e diminuir a produção das glândulas sudoríparas.

•A transpiração normal recomeça logo após a


descontinuação do uso do produto.
ANTITRASPIRANTES
• Principais ativos:

- Complexos de alumínio e zircônio

- Cloridróxido de alumínio

- Dicloridrato de alumínio

- e sesquicloridrato de alumínio.
ALTERNATIVAS PARA CONTROLAR O ODOR
DAS AXILAS EM PRODUTOS NATURAIS OU
ORGÂNICOS:
ALGUMAS MATÉRIAS-PRIMAS DISPONÍVEIS COMO
ALTERNATIVA NO CONTROLE DO ODOR SEM AÇÃO
ANTITRANSPIRANTE:
CÂNCER DE MAMA
Há diversos boatos de que o uso de antitranspirantes ou
antiperspirantes causa câncer de mama, devido à concentração
de compostos de alumínio, porém a Anvisa não confirmou tal
relação.

Ao final desta Apresentação temos o Parecer Técnico sobre o


Uso de Antitranspirantes e sua Relação com Câncer de Mama,
de 04/07/2001 da Anvisa.
MANCHAS NAS AXILAS
e ROUPAS
As manchas nas axilas são causadas por resíduos das
formulações e predisposição do indivíduo.

Basta suspender o uso que elas somem.


MANCHAS NAS AXILAS e ROUPAS

Resíduos do produto ficam impregnados no tecido e a


decomposição dos ingredientes da formulação formados pelas
altas temperaturas do ferro de passar deixam a característica
mancha amarelada nas roupas brancas.

Alterações do pH local por sais de alumínio também mancham a


roupa.
LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO
• RDC Nº07, 10 de Fevereiro de 2015
• Dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de produtos
de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências.
• Fornece subsídios para classificar os produtos como grau I e II.

• Hoje os desodorantes estão classificados como grau de risco II


(simplificado)
• Antitranspirante grau II
LEGISLAÇÃO
• Também estabelece normas de rotulagem de produtos:
- Capítulo II: deve ser acrescido em caráter obrigatório
Aerossóis: “Evite a inalação deste produto”
- Anexo XI: Requisito técnico sobre rotulagem específica
Aerossóis: 1. Inflamável. Não pulverizar perto de fogo
2. Não Perfurar, nem incinerar
3. Não expor ao sol nem a temperaturas superiores a 50º C
4. Proteger os olhos durante a aplicação
5. Manter fora de alcance de crianças
LEGISLAÇÃO
g) Produtos Antiperspirantes/Antitranspirantes
1) Usar somente nas áreas indicadas
2) Não usar se a pele estiver irritada ou lesionada
3) Caso ocorra irritação e/ou prurido no local da aplicação,
suspender o uso imediatamente.
LEGISLAÇÃO
• RDC Nº03 de 20 de janeiro de 2012
– Regulamento técnico, “LISTA DE SUBSTÂNCIAS QUE OS
PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES
NÃO DEVEM CONTER EXCETO NAS CONDIÇÕES E COM AS
RESTRIÇÕES ESTABELECIDAS”
- Essa resolução trata de informar quais produtos podem ser
utilizados para antitranspirantes e as concentrações máximas e
seus limites.
- Revoga a Lei - RDC nº 215, de 25 de julho de 2006
LEGISLAÇÃO
PRINCÍPIOS ATIVOS
CLORIDROXIDO DICLORIDRATO DE ALUMÍNIO
DE AL

COMPLEXOS AZG
Complexo alumínio-
zircônio- efeito sinérgico
Indicado para roll-on e
gel
SESQUICLORIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO

CLORETO DE ALUMÍNIO
ATIVOS EM ANTITRASPIRANTES
• ALUMÍNIO
• O alumínio é um dos elementos químicos mais presentes na
natureza.
Apesar disso, a toxicidade da exposição frequente às diversas fontes
de alumínio ainda é desconhecida.

DERIVADOS DE ALUMÍNIO
O cloreto de alumínio (aluminum chloride) foi o primeiro ativo
antiperspirante e antitranspirante utilizado com boa eficácia.
• No entanto, tem o inconveniente de causar irritação da pele,
manchas e danos aos tecidos, devido ao pH das soluções aquosas
desta substância.
ATIVOS EM ANTITRASPIRANTES
• Os cloridratos ou cloridróxidos de alumínio surgiram
para minimizar os inconvenientes do cloreto de alumínio.

• Suas soluções apresentam pH mais próximo ao da pele


e provocam menos danos aos tecidos.
ATIVOS EM ANTITRASPIRANTES

• O sesquicloridróxido de alumínio (aluminum


sesquichlorohydrate) também apresenta baixo grau de
irritação, sendo portanto indicado para produtos
hipoalergênicos, bem como o dicloridrato de alumínio
(aluminum dichlorohydrate).
PRINCÍPIOS ATIVOS
Igarsan DP 300 (Brasquim):
– INCI Name: triclosan
– Concentração de uso: 0,05 a 0,2% para produtos que permanecem na
pele 0,1 a 2,0% e para produtos enxaguáveis.
– Aparência: Pó branco, com odor fraco, ligeiramente aromático.
– Solubilidade: Insolúvel em água; solúvel em etanol, propilenoglicol, éter e
clorofórmio.
- Mecanismo de Ação: Ativo bacteriostático com amplo espectro de atividade
Gram(+) e maior parte das Gram(-) e menor atuação contra leveduras e
fungos
PRINCÍPIOS ATIVOS
Chlorhydrol®:
– INCI: Aluminium Chlorhydrate Complexo de alumínio na razão 2:1(Al:Cl)
– Concentração de uso: Até 25% em base anidra.
– Aparência: Solução clara e incolor, com 50% de componente ativo.
– Solubilidade: Solúvel em água e etanol.
PRINCÍPIOS ATIVOS
Chlorhydrol®:
–– Mecanismo de Ação:
Deposita e funde na pele formando uma película protetora em forma de gel e
temporariamente reduz a quantidade de suor liberado.
Molécula padronizada não entope válvula de aerossol ,
Estável apenas em fórmulas com pH ácido (4,0),
Pode ser utilizado em diferentes apresentações cosméticas.
PRINCÍPIOS ATIVOS
Cloreto de benzalcônio:
- INCI Name: Cloreto de Alquil Dimetil Benzil Amônio
- Concentração de uso: 1,0% ( O uso a partir de 5,00% pode
causar irritação moderada à pele e aos olhos).
- Mecanismo de Ação: é um composto de amônio quaternário,
tem ação antisséptica e atua em bactérias Gram (+) e (-).
Também pode agir por inibição de enzimas. - *Mais indicado
para uso em talco.
FORMAS
FARMACÊUTICAS
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Pós:

• Pés e pescoço
• Axilas: secar a região
• Superficial
• Direta ou indireta
• 85% talco
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Loções:

• Axilas, pés e mãos


FORMAS
FARMACÊUTICAS
Géis transparentes

• A/O ou A/S
• Vantagem: não deixam resíduos sobre a pele
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Sticks ou bastões

• Práticas
• Veículos Alcoólicos ou não
• Soluções, Emulsões ou Suspensões
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Cremes

• O/A
• Pés, mãos e axilas
• Ação mais duradoura
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Aerossóis

• Mais prática
• Formas mais secas e mais líquidas
• Sensação de frescor
• Pó em óleo ou silicone.
• Não pegajoso
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Squeeze

• Alta concentração de álcool


• Irritante
• Álcool ajuda na remoção e eliminação da flora
microbiana
• Forma rápida e imediata
• Desvantagem: não apresenta efeito prolongado
FORMAS
FARMACÊUTICAS
Roll-on

• Emulsões ou suspensões
• Fácil aplicação
• Excelente sensorial
• Desvantagem: secagem rápida e viscosidade
adequada
Parecer Técnico sobre o Uso de
Antitranspirantes e sua Relação com
Câncer de Mama, de 04/07/2001 da
Anvisa.
Brasília, 4 de julho de 2001
Parecer Técnico sobre o Uso de Antitranspirantes e sua Relação
com Câncer de Mama

Com o objetivo de trazer informações à população, pautadas em dados,


à luz dos conhecimentos científicos atuais a Anvisa - Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - através da Gerência-Geral de Cosméticos,
constituiu subcomissão de trabalho, composta por membros da Catec -
Câmara Técnica de Cosméticos, para avaliação das informações acima
referidas, e posterior emissão de parecer técnico-cientifico.

II) Definição e Legislação Brasileira


Segundo o Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de 1977, antiperspirantes
são produtos "destinados a inibir ou diminuir a transpiração, podendo ser
coloridos e/ou perfumados, apresentados em formas e veículos
apropriados, bem como, associados aos desodorantes". Os diferentes
ativos preconizados para uso como antiperspirantes e suas
recomendações de uso são regulamentados através da Resolução RDC
nº 79, de 28 de agosto de 2000 - Anvisa - item V.
III) Fisiologia da transpiração e mecanismo de ação dos
antitranspirantes
Antecedendo a discussão a respeito da fisiologia da transpiração e
mecanismos de ação dos antitranspirantes, a título de melhor
entendimento do presente parecer, deve ser abordado aspectos
pertinentes à absorção de sais de alumínio através da pele, conforme
enfocado por Anane e col. Segundo Covington, os sais de chumbo são
solúveis em água, a mesma propriedade físico-química atribuída aos sais
de zircônio.

O mecanismo de absorção através da pele está sujeito à distintos fatores


tais como: solubilidade do ativo, formulação, concentração, tempo de
exposição, condições fisiopatológicas da pele, etc. Com o objetivo de
tentar esclarecer a absorção dos sais de alumínio presentes nas
formulações de antiperspirantes, Flarend e col. desenvolveram trabalho
experimental onde indivíduos do sexo masculino e feminino foram
expostos à soluções de cloridróxido de alumínio (Al2 (OH)5.Cl.2 H2O) a
21%, contendo alumínio radioativo. Para tanto, 0,4 mL da solução acima
referida, foram transferidas para seringas e, aplicada nas axilas dos
voluntários e, em seguida, espalhadas com algodão (swab).
Os autores observaram todos os cuidados necessários para a
realização do experimento. A avaliação da absorção do alumínio,
utilizando-se da molécula radioativa foi determinada nas amostras de
sangue e urina. As aplicações desta solução e as coletas de amostras
de sangue e urina foram realizadas segundo o delineamento do
protocolo previamente elaborado. A absorção, quer através das
análises realizadas nas amostras de sangue e/ou de urina, ficou
plenamente caracterizada.

Entretanto, segundo os autores, as concentrações de alumínio


radioativo eram tão baixas que tornavam os resultados não confiáveis.
Finalizando, os autores sugeriram que uma simples aplicação nas
axilas da solução de cloridróxido de alumínio, na concentração
referida, não aumentou significativamente a carga de alumínio
corpóreo. Entretanto, os autores salientaram que estudos mais
detalhados tornar-se-ão necessários para esclarecer a absorção do
alumínio através da pele.
A transpiração assume importante ação no mecanismo fisiológico
relativo aos processos de regulação da temperatura corpórea
(homeostase) ou seja, procurando manter o estado de equilíbrio entre
as variações de temperatura corpórea e a do meio ambiente. No suor,
como principais constituintes, foram determinadas elevadas
concentrações das seguintes substâncias químicas: ácido láctico,
uréia, aminoácidos e cloreto de sódio, às quais tem sido atribuídas
propriedades no processo de hidratação natural (NMF),
conseqüentemente, participando na elaboração de um filme
hidrolipídico de superfície, que mantém a umidade da camada córnea
da pele.
Ainda, como fator natural de hidratação das axilas cerca de 25.000 glândulas
écrinas são capazes de produzirem grandes quantidades de agentes
perspiratórios, em resposta ao calor e aos estímulos emocionais. Papa e col.,
propuseram que, dentre os compostos químicos mais utilizados para reduzir a
perspiração os sais de alumínio e seus complexos (cloridroxido) têm sido referidos
como os mais freqüentes, opinião da qual participa Exley. Papa e col. propuseram
ainda que alguns sais inorgânicos atuavam nos ductos das glândulas sudoríparas
promovendo danos na difusão do suor secretado para o espaço intersticial. Eles
se retrataram em sua teoria.

Shelley e col. propuseram que alguns sais metálicos se combinam às fibrilas de


queratinas intraductais causando fechamentos dos ductos écrinos e a formação de
uma "rolha" córnea e assim, obstruindo o fluxo de suor para a superfície da pele.
Papa e col. apresentaram evidências de que os antiperspirantes contendo sais de
alumínio podem alterar o estado fisiológico do ducto sudoríparo, através da
formação de um molde de alumínio no seu interior, ou seja, devido a formação de
um bloqueio físico prevenindo, dessa forma, o fluxo do suor existente. Presumiu-
se, ainda, que a secreção pudesse ser reabsorvida pelo ducto. Segundo os
referidos autores, a alteração acima referida não causa danos à saúde em razão
da grande quantidade de outras glândulas écrinas às quais asseguram os
processos envolvidos na termorregulação.
Conclusão
Segundo Pasqualete, membro do corpo clínico do CEPEM - Centro de
Estudos e Pesquisa da Mulher, a notícia divulgada na Internet "quase todos os
casos de câncer de mama acontecem no quadrante superior da área do peito,
justamente onde os nódulos linfáticos estão localizados e que, mu-lheres que
passam antiperspirantes, logo depois de raspar as axilas , aumentam o risco
de incidência de câncer" pode ser esclarecida. Continuou o Dr. Pasqualete:
"De fato, a incidência de câncer observada neste quadrante é um pouco
maior, mas a explicação é simples.
É justamente ali que encontramos a maior quantidade de tecido mamário e,
portanto, é uma área com maior possibilidade para desenvolvimento da
doença. É importante lembrar que, a drenagem linfática da mama não ocorre
apenas na axila, mas em outros locais, como mediastino e peritônio (áreas no
tórax)".
Segundo dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Câncer dos
Estados Unidos também não foram mencionadas pesquisas que
pudessem evidenciar, até a presente data, tal correlação. Ainda,
segundo o Food and Drug Administration (FDA), orgão que
regulamenta, entre outros, o setor de produtos cosméticos, também
não foram relatados, até o momento, dados que pudessem evidenciar
qualquer suporte à teoria de que os ativos presentes em formulações
de antitranspirantes ou desodorantes pudessem causar câncer,
conseqüentemente, segundo o FDA, parece não haver embasamento
científico para esta preocupação.
Após avaliação dos dados apresentados na literatura cientifica,
de divulgação e orgãos de regulamentação, podemos inferir que
até o presente momento não foram apresentados dados capazes
de inferir a relação sais de alumínio / incidência de câncer de
mama, embora a abordagem absorção de sais de alumínio deva
continuar na mira dos pesquisadores da área.
Este é, s.m.j. o nosso parecer.
V) Referências Bibliográficas
1- Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de 1977, regulamentando a Lei n.º 6.360, de 23 de setembro de 1976.

2- Resolução nº 79, de 28 de agosto de 2000, publicada em DOU de 31 de agosto de 2000.

3- DRAELOS, Z. D. Cosméticos em Dermatologia. 2.a ed., 1999. Editora Revinter, Rio de Janeiro.

4- ANANE, R., M. Bonini, J. M. Bergstein and D. J. Sherrard.. New Engl. J. Med. 1984, 310:1079.

5- COVINGTON, T. R.. Handbook of Nonprescription Drugs, 11 ed., 1996, American Pharmaceutical Asso-ciation, Washington DC.

6- FLAREND, R., BIN, T., ELMORE, D. HEM, S. L. Food Chem. Toxicol., 2001, 39, 163-168.

7- DRAELOS, Zoe Diana. Aspectos da Transpiração. Cosmetics & Toiletries, 2001, Vol. 13, jan/fev, pág 36-42.

8- PAPA, C. M. and KLIGMAN, A. M. Mechanisms of eccrine anhidrosis: II. The antiperspirant effect of aluminun salts. J. Invest.
Dermatol, 1967, 49:139.

9- EXLEY, C. Does antiperspirant use increase the risk of aluminium-relates disease including Alzhei-mer's disease? Molec. Med.
Today, 1998, 4, 107-109.

10- SHELLEY, W. B., HURLEY, H. J., Jr. Studies on topical antiperspirant control of axillary hyperhidrosis. Acta Dermatol. Venereol., 1975,
55, 241.

11- PASQUALETE, H. A. Afastado elo entre desodorante e tumor. Entrevista ao Jornal O Globo de 5 de janeiro de 2000.

VI) Subcomissão
Dermeval de Carvalho - Prof. Titular aposentado de Toxicologia da Universidade de São Paulo e Coordenador do Curso de Ciências
Farmacêuticas da Universidade de Ribeirão Preto
Elisabete Pereira dos Santos - Profª. Adjunto/Faculdade de Farmácia - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Octavio Augusto França Presgrave - Tecnologista - Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/FIOCRUZ - RJ.
Lúcia Helena Fávaro de Arruda - Dermatologista (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e Prof. da Faculdade de Medicina
de Jundiaí.
Ana Lúcia Pereira - Farmacêutica/MsC. Bioquímica - Gerência-Geral de Cosméticos/ Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.

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