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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU

A Infecção pelo Vírus Epstein Barr Como Fator de Risco Para o


Desenvolvimento de Desordens Linfoproliferativas

Graduando: Raudnei Menezes da Silva


Orientadora: Dra. Rúbia Suely Costa

Salvador
2017
Introdução
Grupo: Grupo I (dsDNA)

Família: Herpesviridae

Gênero: Lymphocryptovirus

Espécie: Human herpesvirus 4 (HHV-4)

Obs: Codifica aproximadamente 100


proteínas que são importantes para a
regulação de genes virais, para formar a
estrutura do vírion e para modular a
resposta imune nos hospedeiros (WANG, R.
C. et al, 2014; CARBONE, A., 2008)
O vírus Epstein Barr (EBV) é denominado como o principal agente etiológico da
mononucleose infecciosa, porém a infecção pelo EBV também pode estar
associada a uma série de lesões benignas e malignas incluindo os linfomas de
Hodgkin e não Hodgkin, os transtornos linfoproliferativos pós transplantes, o
carcinoma nasofaríngeo e carcinoma gástrico (SWINNEN, L. J., 1999).
O ciclo da Infecção pelo EBV
Epidemiologia

• Percentual de infectados a nível mundial: 90-95%


• Sintomatologia: infecção assintomática na maioria dos casos
• Taxa de endemicidade: extremamente elevada no norte da África e
extremamente baixa no norte da Europa, sendo o Brasil considerado um país de
endemicidade intermediária entre essas duas regiões .
• Sorotipos virais: EBV1 e EBV2

CALLAN, M. F., 2004; CRAWFORD, D. H., 2001; HURT, C.; TAMARO, D., 2007; FIGUEIREDO, L. T. M., 2009
Objetivos
• Objetivo geral
Evidenciar através da literatura os mecanismos utilizados pelo vírus Epstein Barr durante a fase de
latência da infecção que podem favorecer o surgimento de desordens linfoproliferativas.

• Objetivos específicos
-Buscar as principais alterações linfoproliferativas relacionadas ao vírus Epstein Barr.
-Explorar o papel dos genes virais como facilitadores da manutenção da infecção viral.
-Descrever a ação das proteínas latentes de membrana como peças chaves nas desordens
Metodologia
• Revisão descritiva da literatura
Lilacs, PubMed, Scielo

Descritores Combinações

Epstein-Barr virus AND lymphoma


Epstein-Barr vírus
Herpes virus 4 AND cancer
Linfoma 2.786
Mononucleose
73.006 Critérios de inclusão Critérios de exclusão

Estudos realizados com humanos Estudos realizados com animais - 532


Mec. Infecção e Desordens Divergência com o tema - 740
Fase de latência e interação com o Tempo de publicação - 626
organismo Idioma - 241
Disponibilidade - 212
40
Artigos Duplicata - 395
Resultados
A importância Genes ligados ao
desenvolvimento de desordens
linfoproliferativas associadas a
infecção pelo EBV
EBNA 1
(LEIGHT, E. R.; SUGDEN, B., 2000)
• Importante regulador transcricional
• Não é reconhecida por linfócitos T na forma endógena

EBNA 2
(ZIMBER-STROBL, U.; STROBL, L. J., 2001)
• Regulador chave de alguns genes e proteínas
• Modula a atividade transcricional de genes celulares (CD23) e do protooncogenes (c-fgr e c-myc)

Família EBNA 3
(SHAH, K.; YOUNG, L., 2009)
• Induzem a expressão de proteínas virais (LMP-1) e genes celulares (CD21)
• Favorecem a transformação celular através de sua ligação com proteína Rb
A ação das proteínas latente de membrana
como facilitadoras do estabelecimento de
desordens linfoproliferativas
LMP1 LMP2A e 2B
(DOLCETTI, R. et al, 2005) (CALDWELL, R. G. et al, 2000)

• Atua como receptor constitucional. • Proteínas hidrofóbicas não


essenciais para a transformações
• Induz a expressão de NF-kB de células B.
associado ao receptor do fator de
necrose tumoral.

• Ativa moléculas que afetam outras


cascatas de sinalização
comportando-se como um
oncogene pleiotópico.
A importância dos EBER’s no processo de
infecção pelo EBV
EBER 1 e 2
(IWAKIRI, D. et al, 2003)

• Conferem resistência a apoptose induzida por interferon


• Induzem a expressão de IL-10
• Contribuem para a transformação de células epiteliais
Desordens linfoproliferativas associadas a
infecção pelo EBV
Mononucleose Infecciosa

Caracteristicas
(MEDOVIC, R. et al, 2016; YOUNG, L. S. et al, 2000)

• Doença aguda do sistema reticuloendotelial e linfático


• Afeta pessoas na adolescência e na infância
• Princpal agente etiológico: vírus Epstein-Barr
• Variantes: : faríngea, glandular, tifoide, séptica e nervosa
• O diagnóstico da MI é feito de acordo com os sinais clínicos característicos
• O auxílio no diagnóstico é fornecido pelo exame ultrassonográfico do abdômen e
confirmado através de testes sorológicos de IgM para antígenos de capsídeo do
EBV.
Linfoma de Burkitt

Caracteristicas
(KELLY, G. L. et al, 2006)

• tumor de células B altamente proliferativo


• Variantes: endêmica e esporádica
• A ativação do oncogene c-myc é claramente definida como o fator chave para a
oncogênese desta patologia
Carcinoma Gástrico
Caracteristicas
(WU, M. S. et al, 2000)

• Variantes: carcinomas gástricos linfoepiteliais e adenocarcinomas gástricos.


• Ainda não está clara a relação do EBV com esta patologia.
• propõe-se que no carcinoma gástrico do tipo linfoepitelioma o EBV se espalhe da
nasofaringe para o estômago.
• Em relação aos adenocarcinomas gástricos, o EBV pode penetrar o epitélio gástrico
sem a utilização de um receptor.
• Sugeriu-se que isso seja realizado pela ligação do anticorpo IgA com partículas do EBV
derivadas de linfócitos B e a absorção dessas partículas por células epiteliais gástricas.
Linfoma de Hodgkin Clássico

Caracteristicas
(SPACEK, M. et al, 2011; YOUNG, K. H. et al, 2008;SIDAWY, M.; SYED, A., 2007 )

• O vírus foi encontrado em cerca de 40% dos casos de LH.


• O diagnóstico histológico difere de outros linfomas porque apresenta células
mononucleares e suas variantes multinucleares (células de Reed Sternberg).
• O LH clássico é caracterizado pela presença de células de Reed-Sternberg e suas
variantes em um quadro inflamatório. As células inflamatórias de fundo consistem
em numerosos linfócitos pequenos, células plasmáticas, neutrófilos, eosinófilos e
macrófagos, incluindo histiocitos.
Linfoma de Células T/NK

Caracteristicas
(CARBONE, A. et al, 2008; WK, N. G. et al, 2003).

• O EBV é associado a várias doenças linfoproliferativas de células T, linfoma de


células T angioimunoblásticas, linfoma de células T/NK extranodal nasal e etc.
• Esses linfomas geralmente envolvem a cavidade nasal e causam destruição da face
média, palato e órbita.
• Podem também acometem a pele, tecidos moles, testículos e o trato
gastrointestinal, podendo em casos de disseminação da doença envolver os
gânglios linfáticos
Carcinoma Nasofaríngeo

Caracteristicas
(CHANG, A. R. et al, 2001; CHAN, J. K. C. et al, 2005)

• Variantes: O carcinoma de células escamosas queratinizado e não queratinizado;


histológico e o carcinoma de células escamosas basaloides
• Inicialmente os aspirados nasofaríngeos foram empregados para fazer o
diagnóstico.
• Devido a baixa sensibilidade dos aspirados emprega-se com maior frequência a
biópsia de tecido.
Distúrbios Linfoproliferativo Pós Transplante

Caracteristicas
(GOTTSCHALK, S. et al, 2005; CAPELLO, D. et al, 2005)

• Os DLPT’s são entidades clinico patológicas que englobam um grupo heterogêneo


de transtornos que seguem transplante de órgãos sólidos ou aloenxertos de
medula óssea como consequência da imunossupressão
• O mecanismo pelo qual o EBV contribui com a patogênese dos DLPT’S é
semelhante ao seu papel presumido no linfoma de Hodgkin.
• Como cerca de 50% dos casos de DLPT’s são derivados de células B
• Acredita-se que o EBV auxilia no resgate dessas células de uma iminente morte
celular programada.
Considerações Finais
A relação entre o EBV e as desordens ainda não está completamente elucidada. No
entanto a sua importância na oncogênese é indicada através dos efeitos observado
em experimentos realizados in vitro. Sendo assim mais estudos devem ser
conduzidos afim de elucidar os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nessas
condições e assim apoiar a busca por novas estratégias de prevenção e tratamento.
Agradecimentos

Rubia Suely Costa Deus


Pedro Paulo Oliveira Carneiro Meus pais
Ana Clara Silva Brandão Minha irmã
Roberta Leobino
Maria da Conceição
Elisvaldo santos
OBRIGADO!

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