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BIOMECÂNICA DA

CORRIDA

PROF
ADRIANA
 A corrida pode ser considerada, dentro de
uma visão simplista, uma série de
pequenos saltos de um pé para o outro
que se repete por alguns metros a vários
kilômetros.
 A velocidade de corrida de um depende da combinação
de dois fatores: (1) amplitude da passada; (2)
freqüência da passada. A amplitude da passada
corresponde à soma de três distâncias: distância de
impulsão, distância de vôo e distância de chegada ao
solo. A freqüência de passada corresponde ao número
de passadas executadas em um determinado tempo.
 Essa freqüência está diretamente relacionada ao tempo
gasto para completar uma passada completa, o qual
corresponde à soma do tempo em que o atleta está no
solo com o tempo de vôo (HAY, 1981).
 FREQUÊNCIA DA PASSADA = ESFORÇO
MUSCULAR
 Durante cada aterrissagem do pé no solo
o corredor fica exposto a forças de
impacto repetidas estimadas em duas a
três vezes o seu próprio peso corporal.
Aplicando este fato a um corredor de 70
kg de peso, que realiza durante a corrida
uma média de 250 aterrissagens por pé
por kilômetro percorrido, durante um
kilômetro cada pé irá suportar 38 a 57
toneladas de força.
 Corredores com média de 60 a 120
km/sem podem expor seu corpo à
aproximadamente 16.000 a 32.000
impactos por perna por semana, o
equivalente a 2.400 a 7.200 toneladas de
força.
Tipos de Pisadas

a) Neutra: Inicia o contato com o solo do lado externo do calcanhar e,


então, ocorre uma rotação moderada para dentro, terminando a
passada no centro da planta do pé. Calçado ideal, entre
amortecimento e estabilidade
b) Supinada: A pisada inicia no calcanhar do lado externo e se
mantém o contato do pé com o solo do lado externo, terminando a
pisada entre o 4º e 5º metatarso (dedinho do pé). Pé supinado é, em
geral, muito rígido. Calçado ideal, aumento do amortecimento e da
flexibilidade.
c) Pronada: Aquela em que a pisada também se inicia do lado externo
do calcanhar, ou algumas vezes um pouco mais para a parte interna,
para então ocorrer uma rotação acentuada do pé para dentro,
terminando a passada perto do hálux (dedão do pé). A pronação é um
problema de hipermobilidade. Calçado ideal, menos flexível, mais
estabilidade, e controle do movimento (retropé).
Evolução Cronológica dos Calçados Esportivos
1866 - Produção do primeiro calçado com sola de borracha;
1873 - Surge o termo "Sneaker" (Tênis - Calçado);
1890 - Josefh William Foster produz os primeiros calçados com "tachas/pinos/travas" na sola (mais tarde a sua companhia torna-se a
Reebok);
1892 - Fundação d a "Us Rubber Company";
1897 - O catálogo "Sear's" apresenta "sneaks" de lona branca a um dólar;
1908 - Marquis M Converse funda a sua indústria;
1909 - Surgem os calçados para basquetebol em couro;
1915 - A Marinha americana encomenda os primeiros "Sneaks" para os soldados "1ª Guerra Mundial";
1917 - Aparecem os Keds e os Converse "All Star";
1920 - O Duque de Windsor lança a moda dos tênis brancos na sua visita aos Estados Unidos;
1925 - É fundada a "Dassler Sport Shoes" (mais tarde daria origem à Puma e a Adidas);
1929 - A Spalding apresenta o apoio para a Arcada e a Keds solas coloridas;
1934 - A Keds apresenta os calçados de lona colorida;
1935 - Os calçados de lona azul são aceitos nos campos de tênis;
1942 - Desenvolvimento da borracha sintética;
1948 - Adi Dassler funda a Adidas e Rudolph Dassler funda a Puma;
1949 - Onitsuka Tiger fabrica os primeiros calçados esportivos no Japão (ASICS);
1950 - Surgem os ilhoses nas laterais dos tênis para a transpiração;
1961 - A New Balance apresenta o "Trackster", o primeiro calçado esportivo disponível em diferentes larguras;
1968 - O "Boom" dos calçados esportivos;
1971 - Phil Knight e Paul Bowerman fundam a Nike;
1972 - A sola "Waffle" revoluciona os tênis para corrida;
1979 - Paul Fireman compra os direitos da Reebok;
1981 - A Reebok apresenta o primeiro tênis para atividades aeróbicas para senhoras;
1989 - A Reebok lança o Pump por 175 dólares;
1992 - A Nike introduz a tecnologia Huarache (tênis com uma meia embutida em neoprene);
2000 - A Nike introduz um conceito novo: O shox (tênis com sistema de amortecimento em forma de molas);
2004 - A Adidas lança o primeiro calçado com chip na sola intermédia (A1), que adapta o sistema de amortecimento conforme as
condições do solo;
2006 - A Adidas em parceria com o fabricante de monitores de freqüência cardíaca, apresenta o primeiro calçado capaz de aceitar um
sensor de velocidade e distância, fazendo parte de um conjunto calçado/têxtil monitor de freqüência cardíaca, capazes de comunicar
com o relógio do usuário;
2006 - A Nike lança o tênis Air 360, tornando-se assim, a primeira empresa a fabricar um par de calçado esportivo, cujo amortecimento
da sola intermédia é totalmente não baseada em espuma de PU;
2007 - Isaac Daniel lança uma linha de calçado esportivo com GPS incorporado, este calçado permite ao usuário utilizar um botão de
"pânico" caso esteja em situações de perigo;
2008 - A Brooks lança a tecnologia BioMogo, um composto da sola intermédia 100% biodegradável em apenas 20 anos, em lugar dos
1000 que tarda uma sola convencional;
Futuro - A indústria do calçado desportivo é uma indústria de materiais.
CALÇADO DESPORTIVO
 Todo praticante de atividade física,
desportistas e atletas, que façam da
corrida ou caminhada seu instrumento de
condicionamento, devem se preocupar
com o uso correto do tênis. Correm riscos
de lesões se algumas questões não forem
observadas adequadamente.
 Faz-se necessário, porém, apontar algumas
características fundamentais para às quais o
atleta/desportista deve estar atento.
 1) Biomecânica: É comum que as lesões por sobrecarga
sejam provocadas por uma combinação de fatores
intrínsecos e extrínsecos.
 Dentre os fatores intrínsecos, posso destacar:
desalinhamento do pé (pé plano, hiperpronação, pé
cavo, tíbia vara, geno valgum, geno varum, patela alta,
anteversão da cabeça femoral); discrepância de
comprimento dos membros inferiores; fraqueza
muscular; flexibilidade reduzida; composição e tamanho
corporal; sexo e tipo de pé.
 O fator extrínseco mais considerável é à força de
reação do solo (FRS). No caso da corrida, o
contato do pé com o solo, produz uma elevação
muito aguda das forças verticais de reação que
certamente se constituem, no fator mais
importante para as lesões por sobrecarga. Neste
sentido, os tênis para treinamento/atividade
física são construídos objetivando dar suporte
funcional ao pé, evitar movimentos rotacionais
excessivos e evitar forças excessivas em geral
 Assim são observados alguns princípios:
Limitar as forças de impacto durante o
apoio (amortecimento), dar suporte ao pé
durante o apoio médio (estabilização) e
conduzir o pé durante a fase final de apoio
(orientação). Podemos afirmar que os
principais objetivos em relação à
biomecânica do calçado são, de maximizar
o rendimento, prevenir lesões e controlar
sobrecarga no aparelho locomotor.
 Como usar o tênis adequadamente: A indústria
utiliza principalmente, EVA (acetato vinil
etileno), P.U(poliuretano), MoGo (uma liga
plástica), SPEVA, SOLYTE e o X10(carbono),
entre outros, na confecção da entressola do
tênis. Este material é deformado de acordo com
as pressões exercidas na marcha e na corrida. E
necessita-se de pelo menos 24 horas para este
material se “recuperar” das pressões exercidas,
devendo assim considerar, quem corre todos os
dias, a relevância da aquisição de um segundo
modelo. Um modelo para treino longo, outro
para treino de intensidade, por exemplo.
 ESTABILIDADE a característica mais
importante na escolha do tênis para o
treinamento ou atividade física, no que se
refere à prevenção de lesões,
funcionamento biomecânico correto dos
membros inferiores e a performance. E
assim, deve ser dada preferência se o
indivíduo não for um supinador excessivo
ou um pronador excessivo, usar tênis da
categoria ESTABILIDADE.
 a) Controle do Movimento (pronadores excessivos): São
os mais rígidos. Geralmente, são mais pesados, mas
muito duráveis, e têm solado plano para oferecer maior
estabilidade e suporte. Você deve preferir este tipo de
tênis caso tenha um grau de pronação muito acentuada.
b) Estabilidade (pronadores leves a moderados,
corredores neutros e supinadores leves a moderados
podem optar por tênis desta categoria): Estes tênis
possuem uma boa estabilidade, sem deixar de lado o
amortecimento. Apresentam solado semi-curvo. Em
geral a grande maioria de atletas e ou desportistas vão
se enquadrar nesta categoria.
 c) Amortecimento. (Supinadores moderados a
severos): Tem como principal objetivo
amortecer o impacto com o solo. Os
supinadores, que normalmente têm o pé mais
rígido, encontrarão aqui os modelos mais
adequados. Solado curvo ou semicurvo para
estimular os movimentos dos pés.
d) Performance (competição): são tênis mais
leves indicados para as competições ou até
mesmo treino de intensidade.
e) Trilha: Tracking, caminhadas em montanhas,
terrenos arenosos e entre outros.
 Bom amortecimento prevenindo assim as
lesões, dependendo do modelo, entre 500
e 800 km de uso.
COMO ESCOLHER O TÊNIS
IDEAL?
 Em primeiro lugar, é preciso entender que
os tênis de corrida, em geral, são
agrupados em cinco categorias:
estabilidade, controle de movimento,
amortecimento, performance e trilha. O
que de fato vai nos interessar são as três
primeiras categorias.
CONTROLE DO MOVIMENTO
 São os mais rígidos.
 Geralmente, são mais pesados, mas
muito duráveis, e têm solado plano para
oferecer maior estabilidade e suporte.
ESTABILIDADE
- Estes tênis possuem uma boa
estabilidade, mas não deixam totalmente
de lado o amortecimento. Amortecem o
impacto, pelo menos no calcanhar, e sua
estrutura procura minimizar o movimento
de pronação , estabilizando o pé após seu
contato com o solo.
AMORTECIMENTO
 Amortecimento: está do outro lado do
espectro em relação à categoria Controle
de Movimento.
 Tem como principal objetivo amortecer o
impacto com o solo.
 Lesões por Supinação excessiva
 - Entorses por inversão do tornozelo.
 - Síndrome do estresse tibial medial
 - Tendinite dos fibulares .
 - Síndrome do atrito no trato iliotibial.
 - Bursite trocantérica.
 - Fratura por estresse do 5º metatarso
(fratura de Jones)
 Lesões por Pronação excessiva
 - Fratura por estresse do navicular.
 - Fratura por estresse do 2º metatarso (
fratura de March).
 - Joanete.
 - Fasciíte plantar.
 - Tendinite do tibial posterior .
 - Tendinite do tendão de aquiles.
 - Síndrome do estresse tibial medial (sóleo
e tibial posterior).
 - Dor na parte medial do joelho.
 - Neuroma de morton.
 - Subluxação do cubóide.
 - Síndrome do túnel do tarso.
estabilidade
amortecimento
trilha

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