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HABILIDADES

TERAPÊUTICAS
II
Profa. Dra. Carolina C. Pacca Mazaro
A nota final será composta da média de duas avaliações durante o
semestre, com testes de múltipla escolha e/ou questões discursivas,
elaborados com base nos conceitos introduzidos pelo professor da
disciplina. Os conteúdos têm caráter acumulativo, assim na última prova
será cobrado TODO CONTEÚDO do semestre.
Os alunos que não atingirem a média estipulada pela instituição
(7,0), ficando com conceito maior que 3,0, serão submetidos a uma nova
avaliação para recuperação da nota de prova (prova de aceleração),
podendo recuperar os 70% da nota de prova (nota máxima de 7,0).
Durante este semestre haverá APENAS UMA prova de aceleração ao
término do semestre.
Caso o aluno ainda não atinja a nota (7,0), ele será submetido ao
exame final com todo o conteúdo do semestre, no qual deverá atingir a
média esperada, pré-definida pela instituição, para esta etapa da
avaliação. Deverá realizar exame final o aluno que obtiver nota final maior
ou igual a 3,0 e menor que 7,0, além de 75% de frequência nas aulas.
A aprovação será alcançada quando a nota final for maior ou igual
a 7,0. Caso não tenha atingido tal média, o aluno será reprovado nesta
disciplina.
Data Assunto
10/08/2018 Apresentação da disciplina e Casos Clínicos; - Revisão Farmacocinética e
Farmacodinâmica; - Interações Medicamentosas
17/08/2018 - Farmacoterapia Constipação Intestinal, Náuseas, Vômitos e Diarreia
24/08/2018 - Farmacoterapia da Dor (Crônica e Aguda); Dra. Natássia Alberici Anselmo
31/08/2018 - Farmacoterapia Distúrbios da Tireoide; - Farmacoterapia Osteoporose
07/09/2018 FERIADO
14/09/2018 Farmacoterapia Hipertensão Arterial
21/09/2018 AVALIAÇÃO 1
28/09/2018 - Feedback; - Farmacoterapia Obesidade; - Farmacoterapia Dislipidemias
05/10/2018 Farmacoterapia Diabetes Mellitus
12/10/2018 FERIADO
26/10/2018- - Farmacoterapia Doenças Infecciosas (Antifúngico e Antiviral) ; Prof. MSc. Renato
Manhã Ferneda
26/10/2018 Tarde Farmacoterapia Ansiedade e Depressão - Profa. Ester Franco

02/11/2018 FERIADO
09/11/2018 Farmacoterapia Doenças Infecciosas (Antimicrobianos)
16/11/2018 FERIADO
23/11/2018 AVALIAÇÃO 2
30/11/2018 - Feedback
07/12/2018 ACELERAÇÃO
12/12/2018 EXAME FINAL
FARMACOLOGIA
Conceito & Definição

Pharmakon + Logos

É o estudo das substâncias que interagem com


sistemas vivos por meio de processos Químicos.

Farmacologia engloba o conhecimento da história, origem, propriedades físico-químicas,


associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos relacionado aos medicamentos.

Fonte: Katzung, 2003.


FARMACOLOGIA

DEFINIÇÕES

Droga : substância química capaz de modificar


a função dos organismos vivos, com
finalidades medicamentosa ou sanitária.

Fármaco: designa uma substância química


conhecida e de estrutura química definida
dotada de propriedade farmacológica.

Medicamento: produto farmacêutico,


tecnicamente obtido ou elaborado, com
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para
fins de diagnóstico.

Fonte: Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973.


FARMACOLOGIA

FASES FARMACOLÓGICAS (RESUMO)

Fase Farmacêutica

Fase Farmacocinética Fase Farmacodinâmica

Vias de Administração
Absorção Efeitos Fisiológicos
Distribuição Efeitos Bioquímicos
Biotransformação Mecanismo de Ação
Eliminação

Concentração no local do receptor


FASE FARMACÊUTICA

Investigação Farmacológica

Fase pré-clínica Estudos em animais

Fase clínica

Fase I Voluntários sadios (Humanos)


(Dose, Avaliação, Efeitos Adversos)

Fase II Dosagem mais segura e eficaz

Fase III Triagem clínica

Eficácia terapêutica e segurança


Indicação Clínica / Regulamentação

Vigilância Pós-comercialização
CONCEITOS BÁSICOS

Biodisponibilidade

Corresponde à fração do fármaco administrada que alcança a circulação sistêmica,


incluindo a sua curva de concentração e tempo na circulação sistêmica.

– aquele que contém os mesmos princípios ativos,


apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e
indicação. Identificado: nome comercial ou marca.

– medicamento apresentando em sua composição


ao menos um fármaco ativo que tenha sido objeto de patente.

– medicamento inovador registrado


(ANVISA) cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovados cientificamente.

(intercambiável) geralmente produzido após a


expiração ou renuncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade,
comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. Designado pela (DCB) ou, na sua
ausência, pela (DCI).
Resolução n0 391 de 09/08/99
1
0 IDENTIFICAÇÃO DAS DROGAS

1. NOME QUÍMICO:
N - ( 4-HIDROXIFENIL ) ACETAMIDA

2. NOME GENÉRICO:
ACETAMINOFEN

3. NOME DE MARCA OU FANTASIA ( ® )


TYLENOL
REFERÊNCIA/MARCA
GENÉRICOS SIMILARES
é desenvolvido pelo
é idêntico ao remédio é uma cópia do remédio
laboratório

Resolução n0 391 de 09/08/99


FASE FARMACOCINÉTICA

Definição

Considera o caminho que o medicamento faz no organismo

Movimento do fármaco “in vivo”


FARMACOCINÉTICA CLÍNICA

Produto Farmacêutico Forma farmacêutica


Industria Farmacêutica

Liberação (Desintegração)

Dissolução (Dispersão Molecular)

Lei n0 9787/99
ANVISA Biodisponibilidade
Interação Fármaco / Organismo
Genéricos

Concentração Plasmática
Fonte: http://www.fotosearch.com
FISSURA DO COMPRIMIDO
FRACIONAMENTO DE COMPRIMIDOS
Uma prática não muito aconselhada
DROGA

PLASMA EXTRA INTRA

RECEPTOR
LIGADA LIGADA LIGADA
ABSORÇÃO

LIVRE LIVRE LIVRE

METABOL. METABOL. METABOL.

EXCRETADA
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

 Método de introdução do fármaco no organismo


 Ideal - aplicação direta no local
 Influência velocidade e extensão da absorção

Observar:
 Tipo de ação;
 Rapidez de ação;
 Natureza do fármaco.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
PRINCIPAIS
 DIGESTIVAS (ENTERAIS)
 PARENTERAIS
TÓPICA

MUCOSA

MEIO
INTERNO

PELE

SANGUE
VIA ORAL
Sub
lingual

veia porta
oral
fígado
bile

linfáticos
retal
SANGUE
VIA
VANTAGENS: ORAL
 Conveniente, econômica e segura
 Administrações diárias e/ou por longo período
 Autoadministração

DESVANTAGENS:
 Velocidade de esvaziamento T.G.I.
 pH, complexação com alimentos
 Ação irritante, enzimas digestivas, sabor
desagradável
 Vômito e inconsciência
 Efeito de “ primeira passagem ”
VIA ORAL
ESTÔMAGO
 Drogas com caráter ácido
 Pequena área de absorção e pouca
vascularização
 Muco

INTESTINO DELGADO
 Drogas com pKa de 3 a 8
 Grande área de absorção (200m2)
 Vascularização
VIA SUB-LINGUAL
 Evita sistema porta e enzimas digestivas
e complexação com alimentos
 Vascularização pelas veias tributárias da jugular
interna e maxilar interna

VIA RETAL
VANTAGENS:
 Evita sistema porta e enzimas digestivas
 Via oral impedida, inconsciência

DESVANTAGENS:
 Incapacidade de retenção no TGI
 Absorção irregular e incompleta
 Irritação da mucosa retal
 Diarréia
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
VIAS PARENTERAIS
 INTRADÉRMICA
 SUB-CUTÂNEA
 INTRAMUSCULAR
 INTRAVENOSA
 INTRAARTERIAL
 INTRAPERITONEAL
 INTRACARDÍACA
VIA SUBCUTÂNEA
Volume : 0,3 a 1 ml

VANTAGENS:
 Absorção lenta
 Ação prolongada

DESVANTAGENS:
 Irritação, dor
 Pequenos volumes (1 ml)

* injetores à pressão: peed-o-jet


VIA INTRAMUSCULAR
 Deposição da droga na massa muscular
 Grande vascularização e pouca inervação por
fibras sensitivas
 Boa absorção e indolor
 Formas farmacêuticas: soluções aquosas,
oleosas, suspensões
VIA INTRAMUSCULAR
VANTAGENS:
 Absorção rápida
 Preparações de depósito (suspensão)

DESVANTAGENS:
 Grandes volumes
 Processos inflamatórios, endurações
 Parestesia, endovenosa acidental
 Substâncias irritantes ou pH
 Pirogênios
VIA
VANTAGENS:INTRAVENOSA
 Efeito rápido
 Administração de grandes volumes (injeção ou
gota-a-gota) e substâncias irritantes

DESVANTAGENS:
 Reações anafiláticas, embolia
 Sobrecarga circulatória
 Irritação do endotélio vascular
 Superdosagem relativa, bacteremia
 Extravasamento de sangue
VIA
 Derme TÓPICA
 Mucosa oral (via sublingual)
 Mucosa retal (via retal)
 Mucosa vaginal e uretral
 Mucosa nasal
 Mucosa orofaringe (bucal)
 Ouvido (auricular)
 Conjuntivas (ocular)
VIA TÓPICA

VANTAGENS:
 Efeitos locais (tópicos) e/ou sistêmicos
 Fácil absorção de drogas lipossolúveis
em mucosas (folículos pilosos ou gl.sebáceas)

DESVANTAGENS:
 Pele íntegra X Pele alterada
 Níveis sanguíneos
TRATO RESPIRATÓRIO

VIA NASAL

 Mucosa nasal (AÇÃO TÓPICA)


 Uso: vasoconstritores (coriza),
anestésicos locais, etc.
TRATO RESPIRATÓRIO

VIA PULMONAR
Mucosa traqueal e brônquica
 Alvéolos pulmonares
- Inalatórios
- Aerossóis ou Spray

VANTAGEM:
 Absorção rápida e quase completa
 Ausência de efeito de primeira passagem
 Aplicação local
DESVANTAGENS:
 Dose adequada difícil, irritação do epitélio
pulmonar
Vias deAdministração e Concentrações plasmáticas
alcançadas por cada uma
Ex: Via Intramuscular, Subcutânea, Endovenosa e oral
DROGA

PLASMA EXTRA INTRA

RECEPTOR
LIGADA LIGADA LIGADA
ABSORÇÃO

LIVRE LIVRE LIVRE

METABOL. METABOL. METABOL.

EXCRETADA
Absorção
LOCAL DE ADMINISTRAÇÃO
DA DROGA

CORRENTE SANGUÍNEA

Obedece leis de difusão


MEMBRANA CELULAR

 Espessura aproximada de 100 nm


 Folheto bimolecular de lipídeos permeado
por proteínas
Absorção
Transporte de drogas através de membranas biológicas
 Difusão através dos lipídeos
 Difusão através dos poros aquosos
 Através de transportadores
 Endocitose
DIFUSÃO PELA MEMBRANA

PASSIVA - Propriedades físico-químicas ( coeficiente de


partição lipídeo/água, tamanho da molécula e
pKa da droga ) e pH

FACILITADA - carreadores
- favor gradiente de concentração

ATIVO - gasto de energia


- contra gradiente de concentração

ENDOCITOSE - absorção de compostos de alto


peso molecular
- pinocitose e exocitose
absorção membrana

Não eletrólitos

DIFUSÃO lipossolúvel
Ác. fraco + hidrossolúvel
Base fraca -
FILTRAÇÃO
PINOCITOSE

PAR DE ÍONS - + - +
ATIVO OU
FACILITADO
DIFUSÃO PELA MEMBRANA
PASSIVA

C C C C C CC CC
C C C C C C C C
C C CC
C C C C
C C C CC C
C C C

MEMBRANA
DISTRIBUIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
 Movimento de fármacos pelo organismo
após absorção
 Dependem de fatores tais como:
 Propriedades físico-químicas da droga
 Ligação às proteínas plasmáticas
 Reservatórios teciduais
 Barreiras orgânicas
 pH do local da absorção
 Redistribuição
DISTRIBUIÇÃO

Distribuição pelo corpo desigual


Volume de distribuição

PLASMÁTICO (3 L)

INTERSTICIAL (9 L)

INTRACELULAR (29 L)
DISTRIBUIÇÃO
TECIDO
 Diminui velocidade de eliminação
 Especificidade droga-tecido

ARMAZENAMENTO
 Aumenta duração de ação
 Osso e tecido adiposo

REDISTRIBUIÇÃO
 Diminui potência de ação
DISTRIBUIÇÃO

 LIGAÇÃO E ARMAZENAMENTO
 PLASMA
 Proteínas - ligação
 Lei da ação das massas
 D+P complexo DP
 Locais de ligação
 Reservatório da droga
LIGAÇÃO À
PROTEÍNAS
PLASMÁTICAS
FÁRMACO
Forma Ligada Forma Livre

Alfa- Lipoproteínas e
Glicoproteína
ALBUMINA
Proteínas das Membranas
Ácida

Eritrócitos Leucócitos Plaquetas


Fármaco
Livre + Proteína Complexo
Fármaco-Proteína

Com ação Farmacologicamente


farmacológica Inerte
Local de
Administração

Absorção

Tecidos Ação
Sangue (Receptores)

Fármaco ligado
Fármaco Fígado Metabolismo
às proteínas
Livre
plasmáticas

Rins Excreção
DISTRIBUIÇÃO
 Transferência placentária
 Velocidade pequena de transferência
 Vasos fetais (trofoblastos)
 Difusão passiva
 Perfusão tecidual diferente
 Absorção extremamente limitada de
fármacos hidrossoluveis
 Acúmulo em doses múltiplas
 Equilíbrio mãe/feto - 10-15 min
BIOTRANSFORMAÇÃO

 Transformação química da droga por processo


enzimático
 Substâncias inativas a partir de ativas
 Substâncias ativas a partir de parcialmente
ativas ou inativas
 Reação enzimática (fase I) e reação de
conjugação (fase II)
BIOTRANSFORMAÇÃO
ESTRUTURAS RESPONSÁVEIS
 Microssomas hepáticos
 Plasma
 Células sanguíneas
 Rins
 Pulmões
 Paredes intestinais
 Secreções digestivas
BIOTRANSFORMAÇÃO
BIOTRANSFORMAÇÃO

NÃO HEPÁTICA
 RINS
 Sistema microssomal desenvolvido
e abundante suprimento de sangue

 PULMÃO
 Primário para metabolização de
substâncias no sangue
IMPACTO NUTRICIONAL
Os alimentos, fármacos e fígado

 Biotransformados pelas mesmas enzimas


 Meia vida do fármaco pode ser reduzida em
dietas predominantemente protéicas
 Meia vida do fármaco pode ser aumentada
em dietas ricas em açucares e gorduras

AMINOÁCIDOS AUMENTAM A ATUAÇÃO DO


CITOCROMO P450
GLÍCIDIOS E ÁCIDOS GRAXOS NÃO EXIGEM A
ATUAÇÃO DO CITOCROMO P450
EXCREÇÃO
Pode ocorrer por:
 URINA
 BILE
 SUOR
 SALIVA
 PULMONAR
 LÁGRIMAS
 LEITE
EXCREÇÃO
RENAL
 Grau de ligação à proteína plasmática e
coeficiente de partição lipídio/água
 Filtração glomerular (drogas livres, baixo PM)
 Secreção tubular (drogas livres e na forma
ionizada, hidrossolúveis)
 Reabsorção tubular (íons, glicose, aa, uréia,
drogas lipossolúveis e forma molecular)

 pH urinário varia de 4,5 a 8,0


EXCREÇÃO
BILIAR:

Fígado Bile Intestino

 Reabsorção no intestino (ciclo entero-


hepático)
 Substâncias aniônicas e catiônicas com P.M.
acima de 500
 Contra gradiente de concentração
EXCREÇÃO
PULMONAR:
 Gases e substâncias voláteis

LEITE
 Lipossolubilidade
 Risco para o lactente
 Ingestão de leite animal
(Veterinária)
• É definida como a fração da droga inalterada

que chega a circulação sistêmica após a

administração por qualquer via.


A biodisponibilidade mede a velocidade e extensão com as quais um fármaco
atinge a circulação sistêmica sob sua forma inalterada.

Cmax Via oral Parâmetros analisados:

• Cmax (concentração
plasmática máxima)

• Tmax (tempo para atingir


Cmax)
• Área Sob a Curva
ASC

Tmax Tempo
CONCENTRAÇÃO TERAPÊUTICA

Concentrações de efeito mínimo eficaz (limite mínimo) e


efeito tóxico (concentração máxima tolerada, limite
máximo).

“Janela Terapêutica"
Faixa de Concentração IT: Índice Terapêutico

Eficácia/Toxicidade

INSUFICIENTE Descartado erroneamente

Sítio de Ação - Receptores


Dose & Intervalo de ADEQUADO Efeito Desejável
Administração [ ] terapêutica
I.T.
EXCESSO Toxicidade

Amitriptilina – Faixa Estreita (I.T.< 5)


 O EFEITO DEPENDE:
- Da concentração plasmática
- Da faixa terapêutica do fármaco

CTM
Faixa
Intensidade terapêutica
CEM
Duração

Tempo de Tempo
latência
RELAÇÃO DOSE-EFEITO
Dose eficaz média (DE50) – dose em que 50% da população
apresenta um efeito quantal especificado.
Depende da medida de eficiência usada: DE50 da AAS para dor de cabeça
≠ DE50 da AAS como anti-reumático.

Dose tóxica média (DT50) – dose necessária para produzir um


efeito tóxico específico em 50% da população de animais
testados.

Dose letal 50% (DL50) – dose capaz de matar 50% da população


de animais testados.

Índice terapêutico = DL50 / DE50


Confere razoável segurança quando o valor é superior a 10.
Dose terapêutica

• É a dose administrada ao paciente com a

intenção de obter seus efeitos terapêuticos.


• Dose letal é a dose que se administrada leva à
morte.

• Dose máxima é o máximo que um organismo


pode suportar sem apresentar um quadro de
intoxicação.

• Dose mínima é a quantidade mínima de um


determinado medicamento, capaz de
produzir a ação farmacológica esperada.
• Está relacionado às doses que serão
administradas ao paciente, com sua posologia
determinada e calculada previamente, a fim
de manter a concentração plasmática do
fármaco constante para uma melhor eficiencia
no tratamento.
• Está relacionado a uma dose que será

administrada numa concentração superior a

terapêutica, podendo levar o paciente a um


quadro de intoxicação.
• Corresponde à uma dose numa concentração
superior ao que é normalmente administrado
com a finalidade de obter uma resposta mais
rápida, seguida posteriormente de doses com
concentrações inferiores à de ataque.
SISTEMAS TERAPÊUTICOS

 1. ESPECÍFICO

 2. SUPORTE

 3. PLACEBO

 4. EMPÍRICO

 5.TESTE
NO EMPREGO RACIONAL DE UM FÁRMACO

OS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE DEVEM
SEMPRE TENTAR
CHEGAR AO
DIAGNÓSTICO

E ASSIM PODER
EMPREGAR SE POSSÍVEL O
REGIME TERAPÊUTICO
ESPECÍFICO
EMPREGO RACIONAL DE UM FÁRMACO

OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DEVEM:

 CONHECER O FÁRMACO

 SEUS EFEITOS:
 PRIMÁRIOS
SECUNDÁRIOS
COLATERIAS
RISCOS ACEITÁVEIS
Probabilidade de que um efeito ou dano seja tolerado por
um organismo. Ou seja, que o benefício real trazido pelo uso
da substância seja maior do que o risco.
FARMACOLOGIA Profª. Carolina Pacca

FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA
 Efeito bioquímicos e fisiológicos produzidos pela droga em dado
sistema

Mecanismo de ação das drogas

 Identificação de sua ação primária

 Delineamento das interações químicas ou físicas da droga e a

célula

 Eventos intracelulares até evento biológico observável

OBS: A droga não gera, apenas altera funções pré-existentes no organismo.


RECEPTORES
Conceito

Droga componentes macromoleculares  Evento biológico

 Macroléculas onde substâncias endógenas e exógenas conhecidas podem

interagir (proteína, enzima, canal iônico, DNA)

 Complexos (droga-receptor)  evento biológico observável


MODO DE AÇÃO DA DROGAS
Drogas de ações inespecíficas

 Não possuem sítios de interação específicos (receptores)


 Propriedades físico-químicas (solubilidade, pKa, adsorção...)
 Altas concentrações
ex: Anestésicos gerais, hipnóticos, anti-sépticos

Drogas de ações específicas


 Sítios específicos de interação (receptores)  ESPECIFICIDADE
 Estrutura química (tamanho, forma molecular, estereoquímica...)
 Baixas concentrações
ex: Drogas colinérgicas, adrenérgicas
PRINCÍPIOS DA FARMACODINÂMICA (o que o fármaco faz ao organismo)

Ligação droga – receptor


Alterações bioquímicas ou fisiológicas que modificam as
funções celulares.

Específica: combate diretamente a causa das doenças (ex. antibióticos)


AÇÃO
Inespecífica: somente alivia as manifestações (ex. analgésicos)

EFEITO Conseqüência da ação, clinicamente observável ou mensurável.


AÇÃO

Sítios de ação
Local de atuação de determinado fármaco.

Receptores farmacológicos
“Qualquer componente biológico que interage, especificamente, com uma
molécula de droga, produzindo um efeito.”
FORÇAS DE INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR

Forças Fracas

Pontes de H, Van der Waals, Ligações Eletromagnéticas, etc.

Reversibilidade dos efeitos do fármaco, após rompimento do complexo FR.


Ideal para fármacos que atuem nos receptores do nosso organismo.
FORÇAS DE INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR

Forças Relativamente mais Fortes

Ligações Covalentes

Exercem ação tóxica


(prolongada) contra organismos patogênicos e
outras células estranhas ao nosso organismo.

QUIMIOTERÁPICOS
Teoria de Ariëns (1954) – Teoria da atividade intrínseca
Para produzir efeito não é necessária somente a formação do complexo F-R.

O efeito farmacológico é proporcional à:


 Afinidade do fármaco pelo receptor para formar o complexo F-R (CLARK)
 Atividade intrínseca ( ) é uma medida da capacidade do fármaco em produzir
um efeito farmacológico quando ligada ao seu receptor.
A tendência de um fármaco se ligar a um receptor é determinada pela
sua afinidade, enquanto a tendência, uma vez ligada, de ativar o
receptor é indicada pela sua eficácia
Hiperpolarização
Mudança na Fosforilação
ou
protéica
Despolarização excitabilidade

Liberação de Fosforilação Outro


Ca+2 protéica Síntese protéica
Drogas agonistas

Quando a droga ativa ou estimula seus receptores, disparando uma resposta

que aumenta ou diminui a função celular.

Possuem as duas propriedades: AFINIDADE (devem ligar-se efetivamente aos

seus receptores) e ATIVIDADE INTRÍNSECA (complexo F-R deve ser capaz de

produzir uma resposta no sistema-alvo).


Agonistas Totais
Têm afinidade pelo receptor
Produzem efeito máximo ( = 1)
Podem produzir efeito máximo ocupando pequeno número de receptores.
Mesmo em pequenas doses podem produzir resposta máxima (de acordo com sua
eficácia)

Agonistas Parciais
Têm afinidade pelo receptor
NÃO produzem efeito máximo (0< <1)
Também são denominados antagonistas parciais,
porque impedem que um agonista total se ligue
ao receptor desencadeando seu efeito máximo.
INTERAÇÃO ENTRE DROGAS

Interação entre drogas   ou  do efeito farmacológico

Aumento do efeito das drogas

Sinergismo

Ação no mesmo sentido

Adição

Ex: Cefalosporinas (1ª geração)


+
Penicilinas  Infecções trato respiratório
Drogas antagonistas

Quando a droga se liga ao receptor, bloqueia o acesso ou a ligação dos agonistas a


seus receptores. São utilizados principalmente no bloqueio ou diminuição das
respostas celulares aos agonistas (comumente neurotransmissores) normalmente
presentes no corpo.
Ex. agonista dos receptores adrenérgicos albuterol (relaxa os músculos lisos dos
bronquíolos) - antagonista dos receptores colinérgicos ipratrópio (bloqueia o efeito
broncoconstritor da acetilcolina).
Apresenta AFINIDADE.
Pouca ou nenhuma ATIVIDADE INTRÍNSECA (sua função consiste em impedir a
interação das moléculas agonistas com seus receptores).
INTERAÇÃO ENTRE DROGAS

Antagonismo
Diminuição dos efeitos das drogas

Antagonismo químico
Interação entre substâncias  quelato  inativação
CH2-SH CH2-S
Hg + 2 H+
CH2-SH + Hg+2 CH2-S

CH2-OH CH2-OH

Ex: dimercaprol e mercúrio


INTERAÇÃO ENTRE DROGAS

Antagonismo fisiológico

Sistemas de receptores diferentes


Efeitos contrabalançados

Exemplo:

Acetilcolina  coração  diminuição freqüência cardíaca

Adrenalina  coração  aumento da freqüência cardíaca


INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR
INTERAÇÃO FÁRMACO – RECEPTOR
ANTAGONISMO ENTRE DROGAS

Antagonismo farmacológico
Antagonismo competitivo reversível

 Ocupação do mesmo receptor


 Revertido pelo aumento da dose do agonista
 “Deslocamento da curva à direita sem depressão da resposta”

ANTAGONISTAS
COMPETITIVOS
ANTAGONISMO ENTRE DROGAS

Antagonismo competitivo irreversível


Ligação covalente ao receptor
Não revertido pelo aumento da dose do agonista
Depressão da resposta máxima

ANTAGONISTAS
COMPETITIVOS
Agonista e antagonista competem pelo mesmo local de ligação, no
entanto apenas um deles se ligará e este será aquele que estiver em
maior concentração.
ANTAGONISMO ENTRE DROGAS

Antagonismo não competitivo

Ligação a um sítio incomum ao agonista


Não revertido pelo aumento da dose do agonista
Depressão da resposta máxima

LIGAÇÃO
ALOSTÉRICA

ANTAGONISTAS
NÃO-COMPETITIVOS
Antagonismo não competitivo ou alostérico. Na presença de um antagonista não
competitivo o desempenho do agonista total é prejudicado. Em uma curva dose-
resposta observa-se diminuição da eficácia em razão da diminuição da afinidade.
Potência
Refere-se à quantidade de medicamento (expressa em mg) necessária para produzir
um efeito, como o alívio da dor ou a redução da pressão sangüínea.
Ex. 5mg da droga B alivia a dor com a mesma eficiência que 10mg da droga A.

Eficácia
Refere-se à resposta terapêutica máxima potencial que um medicamento pode
produzir.
Ex. Diurético Furosemida elimina muito mais sal e água por meio da urina, que o
diurético Clorotiazida.
 A eficácia de uma droga é estimada a partir da altura da curva.
 O slope (inclinação) indica o índice terapêutico. Drogas que produzem curvas
com inclinação acentuada possuem baixo índice de terapêutico.
 A potência é uma medida comparativa entre drogas distintas com mesmo
mecanismo de ação.
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA

É O FENÔMENO FARMACOLÓGICO

ONDE OS EFEITOS DE UM FÁRMACO PODEM

SER MODIFICADOS PELA ADMINISTRAÇÃO

ANTERIOR OU CONCOMITANTE A OUTRO.

(McInnes et al, 1988)


A IMPORTÂNCIA DE UMA
INTERAÇÃO DEVE SER ANALISADA
CASO A CASO LEVANDO-SE EM
CONTA SUAS CONSEQÜÊNCIAS
CLÍNICAS, ISTO É, A RELAÇÃO
RISCO-BENEFÍCIO PARA O
PACIENTE.
AS INTERAÇÕES OCORREM COM MAIS

FREQÜÊNCIA EM PACIENTES QUE FAZEM

USO DE MEDICAÇÃO CONTÍNUA PARA

DOENÇAS CRÔNICAS.
 Dose
 Duração
 Esquema posológico
 Vias de administração
 Formas farmacêuticas
1.FARMACOTÉCNICA

2.FARMACOCINÉTICA

3.FARMACODINÂMICA
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

FARMACOTÉCNICA

Quando os fármacos interagem


na própria forma farmacêutica
(reação físico-química)
implicando em inativação de
um ou todos eles.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

FARMACOCINÉTICA
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

FARMACODINÂMICA
DISTRIBUIÇÃO

ABSORÇÃO EXCREÇÃO

BIOTRANSFORMAÇÃO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

ABSORÇÃO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

DISTRIBUIÇÃO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Droga A Droga A
90% de ligação 80% de ligação

Droga B
90% de ligação

Droga A Droga A
10% livre 20% livre
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

BIOTRANSFORMAÇÃO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Philip D. Hansten
SCIENCE & MEDICINE – JANUARY/FEBRUARY 1998
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

EXCREÇÃO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

SINERGISMO = EFEITOS SEMELHANTES


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

ANTAGONISMO = EFEITOS OPOSTOS


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Índice de risco C: Os dados demostraram que os agentes especificados PODEM interagir


entre si de maneira clinicamente significativa. O uso concomitante destes dois
medicamentos geralmente apresenta benefício compensando o risco. Ajustes nas doses de
pelo menos um dos interagentes PODE ser necessário. Monitorizar a terapia.

Índice de risco D: Os dados demostraram que os agentes especificados PODEM interagir


entre si de maneira clinicamente significativa.Uma avaliação detalhada do paciente se faz
necessária para mensurar a relação entre risco e benefício. Ajustes nas doses de pelo
menos um dos interagentes PODE ser necessário. Considerar a modificação da
prescrição de um dos interagentes ou monitorizar a terapia com rigor.

Índice de risco X: Os dados demostraram que os agentes especificados PODEM interagir


entre si de maneira clinicamente significativa. Nesta classificação os riscos raramente
compensam o benefício. Ajustes nas doses de pelo menos um dos interagentes PODE ser
necessário. Evitar a prescrição de um dos interagentes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Gravidade moderada: Intervenção médica necessária para

tratar os efeitos.

Gravidade maior: Intervenção médica necessária para tratar

os efeitos. A amplitude do evento pode variar desde o

fracasso terapêutico, lesão permanente, hospitalização e/ou

fatalidade.
Joana, 55 anos, com histórico de diabetes e hipertensão, vem em consulta
médica de rotina saber se os medicamentos que está fazendo uso são mesmo
necessários.
Atualmente faz uso de:

Fluconazol, 150mg/semana, indicado pelo farmacêutico, para


onicomicose;
Metformina XR, 750mg/ dia;
Sinvastatina, 40mg/dia;
Ranitidina, 150mg/ dia;
AAS, 100mg/ dia;
Propranolol, 40mg/dia.

Fazer análise das interações medicamentosas

Sites de interesse:

DrugBank: https://www.drugbank.ca
Drugs: https://www.drugs.com/
Super Cyp: http://bioinformatics.charite.de/supercyp/

Aplicativos: Medscape

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