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TECNOLOGIA E PRODUÇÃO DE SEMENTES

1. INTRODUÇÃO
Conceito: semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação,
que contém embrião, reservas nutritivas e tegumento. A
Legislação Brasileira (Lei nº 10711, de 5 de agosto de 2003)
apresenta um conceito mais amplo, definindo semente como
o material de reprodução vegetal de qualquer gênero,
espécie ou cultivar, proveniente de reprodução sexuada ou
assexuada, que tenha finalidade específica de semeadura.
• Novas tecnologias  sementes geneticamente modificadas
• Mercado de sementes  aproximadamente 40% do mercado
de semente de soja é informal, enquanto o milho, apresenta
um mercado de sementes informal de aproximadamente
20%.
•, o mercado informal de semente de feijão continua alto, em
torno de 87%. Na cultura do algodão a taxa de utilização de Na
cultura do feijão, a redução de área cultivada na primeira safra
foi de 4,5%, em relação à safra anterior sementes oficiais é de
44%. Na cultura do arroz a taxa de utilização de sementes
oficiais está em 50%.

2. HISTORICO
cerca de 10 mil anos

Mulheres agricultura
Sementes seleção massal sementes melhoradas
produtividade e produção uso de agrotóxicos
Redução no uso de sementes locais Erosão genética.
Sementes locais  sustetabilidade
3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E PESPECTIVAS DAS SEMENTES

As sementes melhoradas teve um papel fundamental no


aumento da produtividade das espécies cultivadas, não
esquecendo de preservar as sementes das variedades originais
afim de preservar a variabilidade genética.

A ABRASEM (2009) mostra a evolução da produção de


sementes, o valor da produção e as principais culturas.
O mercado de sementes sofre muito com a pirataria e o
contrabando. O custo da semente na composição do custo total
da produção das diferentes culturas varia de acordo com o
sistema de produção e a tecnologia adotada.

Segundo dados da Secretaria da Agricultura do Estado do


Paraná (SEAB/DERAL, 2007), o custo da semente da soja
representou 6% do custo total no cultivo convencional e 10%
em plantio direto. No caso do milho representou na safra de
2006 3,5% no custo total da produção.
4. ESTRUTURA E FISIOLOGIA DA SEMENTE
4.1. FORMAÇÃO DA SEMENTE
A semente é formada a partir da flor que após ocorrer a
polinização o estigma fica cheio de grãos de pólen.
Cada um desenvolve um tubo polínico, onde se formam
dois gametas masculinos.
O tubo polínico atravessa o estilete até atingir o óvulo, o
qual contém o gameta feminino. Um dos gametas masculinos
junta-se ao gameta feminino e origina o ovo ou zigoto.
O outro gameta masculino junta-se a outra célula do
óvulo, formando uma célula que, posteriormente, produz
substâncias de reserva.
Ao embrião mais as substâncias de reserva envolvidos
por um tegumento chama-se semente.

4.2. ESTRUTURA DA SEMENTE

ENDOSPERMA

 O endosperma ou albumen é um tecido de reserva que


tem como função nutrir o embrião durante o seu crescimento.
O endosperma é absorvido durante o desenvolvimento
Muitas espécies florestais não possuem mais endosperma
quando a semente amadurece, como os eucalyptus, as
leguminosas, como por exemplo, a Caesalpinia echinata, Pau
Brasil; Caesalpinia ferrea, Pau ferro; Dalbergia nigra, Jacarandá
Caviúna; Mimosa scrabella, Bracatinga; Leucaena leucocephalla,
Leucena; Cassia fistula, Cassia; Cordia trichotoma, Louro e
outras.
Nestas espécies, o endosperma foi totalmente consumido pelo
embrião, restando em alguns casos apenas resquícios do tecido
de reserva.

As reservas podem ser:

Amido (feijão)
Óleo (amendoim)
Proteína (soja)
Semente de dicotiledonea
Semente de monocotiledônea
 O embrião é a planta rudimentar.
 Primeiros estágios da embriogênese até o estágio de pró-
embrião, são semelhantes nas monoedicotiledoneas.
 Diferenciação; o embrião das dicotiledôneas desenvolve dois
cotilédones em posição lateral (tornando-se aproximadamente
cordiforme), o embrião das monocotiledôneas permanece
cilíndrico, formando um cotilédone apenas.

C. TEGUMENTO

 Constituído de duas partes, uma externa a testa e o tegmen


interno. Sua principal função é protetora, regulando a
penetração de água e gases.

 O tegumento é formado por camadas celulares originárias dos


tegumentos do ovulo e o pericarpo é originário da parede do
ovário.

 Algumas espécies apresentam tegumento impermeável à água,


necessitando o uso de tratamentos químicos ou mecânicos que
visem facilitar a sua penetração nos tecidos.
O tegumento também é importante na estrutura da semente
no que se refere a sua atuação na dispersão. Espécies como Ipê
(Tabebuia sp.) e o Mogno (Swietenia macrophylla) e o Pinus
(Pinus sp.), possuem expansões alares no tegumento que
permitem a sua dispersão pelo vento.

5. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTE


Variável
Divisão:
Ricas em carboidratos maioria dos cereais
Ricas em lipídios
Composição quantitativa  definida geneticamente
 variação em função da espécie
 função da cultivar
 função da posição da semente em relação ao fruto e a
inflorescência  influência nutricional  que é função da
fisiologia do florescimento e da frutificação (girassol)
Composição química (%) de sementes de algumas espécies
Espécie Água Proteín Lipídio Carboidratos Cinzas
as s Total Fibras
Feijão branco 10,9 22,3 1,6 61,3 4,3 3,9
Feijão vermelho 10,4 22,5 1,5 61,9 4,2 3,7
Feijão preto e castanho 11,2 22,3 1,5 61,2 4,4 3,8
Milho 13,8 8,9 3,9 72,2 2,0 1,2
Amendoim 5,6 26,0 47,5 18,6 2,4 2,3
Arroz (não brunido) 12,0 7,5 1,9 77,4 0,9 1,2
Centeio 11,0 12,1 1,7 73,4 2,0 1,8
Açafrão 5,0 19,1 59,5 12,4 - 4,0
Gergelim 5,4 18,6 49,1 21,6 6,3 5,3
Sorgo 11,0 11,0 3,3 73,0 1,7 1,7
Soja 10,0 38,0 19,0 23,5 4,0 5,0
Girassol 4,8 24,0 47,3 19,9 3,8 4,0
Trigo
Duro vermelho de 13,0 14,0 2,2 69,1 2,3 1,7
primavera
Duro vermelho de 12,5 12,3 1,8 71,7 2,3 1,7
inverno
FATORES QUE AFETAM A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS SEMENTES

•Genótipo

Diferentes materiais selecionados com composição química


específica para alimentação humana, animal ou indústria.

Exemplo: carência de aminoácidos essenciais (triptofano e


lisina) para animais monogástricos.

Seleção para aumentar o teor de proteína ou óleo em soja.

Apresenta correlação negativa entre teores de


proteínas e produção de sementes e positiva entre produção de
proteínas e o potencial fisiológico.

Variações na composição química podem influenciar o


desempenho das sementes.
•Posição da semente em relação à inflorescência ou ao fruto

O início do florescimento aliado a época de em que ocorre


a polinização e as condições climáticas predominam durante a
maturação afetando diretamente a uniformidade do processo e a
composição química da semente.

Exemplo: sementes de girassol formadas na região


mediana e na periferia do capítulo possuem maiores teores de
óleo e proteína em relação a região central pois são
malformadas devido a nutrição deficiente.

•Condições Climáticas

Água (Dados experimentais)

Deficiência hídrica acelera a senescência foliar e reduz o


período de acúmulo de reservas reduzindo o desenvolvimento da
Semente.

Flores fecundadas em épocas distintas apresentam


diferenças na sua composição química;

Alta precipitação pluvial ou irrigação mal controlada


reduz o teor de proteínas e de nitrogênio em trigo, aveia, sorgo e
cevada. Nesse caso pode haver elevação nos teores de cálcio,
fósforo e magnésio, pois são menos solúveis em água.

Sementes de feijão, trigo, milho e soja submetidas a baixa


disponibilidade hídrica podem produzir sementes com teores
mais altos de proteína
Temperatura

Dados experimentais mostram que soja em temperaturas


mais elevadas no período de maturação apresentam maior teor
de óleo e menor de proteína.

Em arroz altas temperaturas apresentam sementes


gessadas.

•Estádio de maturação

•Sementes mais vigorosas e com maior teor de reservas.


Exemplo:  óleo na soja.

Idade
Sementes mais velhas apresentam alterações em
substâncias de reserva, da taxa respiratória, da síntese e
atividade de enzimas.
•Fertilidade do solo e Nutrição da Planta-mãe

Refletem no tamanho e peso da semente;

•Práticas culturais

Época de semeadura, espaçamento e a população por


unidade de área podem influenciar na proporção de reservas
armazenadas na semente;

Época de colheita:

Antecipação  paralisação do fluxo de reservas


para a semente;

Atraso e a permanência no campo: predispõem


alterações da composição química das sementes provocas pela
deterioração prematura, além da exposição a fatores bióticos e
abióticos.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CONSERVAÇÃO DAS SEMENTES

 Sementes de diferentes espécies se comportam de


maneira distinta mantidas em um mesmo ambiente.

Exemplos: Sementes de amendoim mantêm teor de


água de 7,2%, em equilíbrio com 60% de umidade relativa a uma
temperatura de 22ºC.

Milho: umidade 12,7% na mesma situação;

 Significa que sementes ricas em lipídios tem grau de


umidade inferior às ricas em amido. Isso ocorre porque os
lipídios são hidrófobos e o amido se combina com a água num
mesmo ambiente.As proteínas também se combinam coma a
água.
 Importância desse informações: fundamentam os
procedimentos básicos para a secagem e o armazenamento das
sementes.
6. GERMINAÇÃO DAS SEMENTES

Sementes em estado de latência ou criptobiose.


Germinação é uma sucessão de etapas que determinam em uma
semente quiescente e com baixo teor de água, a retomada de
atividade s metabólicas e o início da formação de uma plântula,
a partir do embrião.

É avaliada mediante testes de germinação. A dormência pode


interferir na germinação.
O caulículo forma um eixo dividido em duas partes: uma, que
fica abaixo do ponto no qual os cotilédones se fixam,
denominada hipocótilo e outra, colocada acima deste ponto,
denominada epicótilo.

A extremidade do epicótilo é a gêmula, que vai dar origem ao


meristema apical do caule.
Condições para a germinação das sementes

Condições intrínsecas - são condições internas, da própria


semente, necessárias para a germinação.

São elas: Maturidade - a semente deve estar completamente


desenvolvida e madura.

Condições extínsecas - são as condições do ambiente necessária


à germinação, tais como:
Água - geralmente é o fator que desencadeia o processo, pois as
sementes, antes de germinar, necessitam passar por um
processo de embebição, que vai permitir a hidrólise do amido e o
ínicio da respiração.

Ar - o solo deve ser devidamente arejado para que, com o início


do processo respiratório, se inicie a germinação. Calor - todos os
processos biológicos são condicionados pela temperatura e cada
espécie tem uma temperatura ideal para que suas semente
germinem.

Luz - algumas sementes tem a sua germinação influenciada pela


presença ou ausência de luz. Este fenômeno é denominado de
fotoblastismo.
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

A velocidade, a percentagem e a uniformidade de germinação de


uma população de sementes são influenciadas por uma série de
condições internas, por fatores ambientais e por práticas de
manejo durante e após a colheita.

Fatores Intrínsicos

Vitalidade e viabilidade

Vitalidade estado do organismo que tem vida;

Viabilidade estado em que a semente está viva e com


estrutura completamente desenvolvida, sob o ponto de vista
morfológico e fisiológico sem interferência de bloqueio à
germinação.
Longevidade e viabilidade das sementes:

1 a 2 anos – milho, cebola, pimenta.


3 a 4 anos – feijão, cenoura, tomate.
5 a 6 anos – abóbora, alface, melão, espinafre.

Grau de Maturidade

A maioria das espécies tem capacidade de germinar muito


antes de atingir a maturidade fisiológica, entretanto, os valores
máximos ocorrem próxima ao acúmulo de matéria seca.

Há espécies que exigem um período pré-maturidade para


alcançar o máximo poder germinativo.
Dormência

Sanidade

Genótipo

Fatores do Meio Ambiente

Água:

Permeabilidade do tegumento.
Disponibilidade de água.
Composição química das reservas.
Período de armazenamento
Espécie
Potencial fisiológico
Temperatura
Temperatura

 As variações da temperatura afetam a velocidade, a


percentagem e a uniformidade de germinação.
 Temperatura ideal para a maioria das espécies cultivadas 20
a 30ºC.

Gases [O2]
Superior a 10% de O2

Luz

Fotoperíodo.
Qualidade da luz.
Classificação das sementes:

Fotoblásticas positivas (alface e gramíneas forrageiras) se


beneficiam de grande intensidade de luz;
Fotoblásticas negativas (mamona)  baixa concentração de
luz;
Fotoblásticas neutras (feijão)maioria das espécies
cultivadas.
O responsável pela fotorreação controlando a germinação é um
pigmento denominado fitocromo.
A influência da luz diminui com a idade da semente
Nutrição mineral

Morfologia
Tegumento
Tamanho da semente
Desempenho germinativo

PQ sementes de algumas espécies não germinam, mesmo em


condições adequadas de U e T?
1º Processo avançado de deterioração 1°caso absorvem água,
mas não completam as atividades metabólicas.

2º DORMENTES
Dormência - é a incapacidade que algumas sementes têm de
germinar, causada por fatores internos, como a demora na
maturação ou pela presença de produtos inibidores que
desaparecem com o passar do tempo.
Induz atraso na germinação.

Incapacidade de germinar mmo em cond. ambientais favoráveis.

VANTAGENS:

tempo p/ dispersão da semente.


 sobrevivência das plântulas pq inibe germinação em condições
desfavoráveis.
Causas da dormência:

-Tegumento impermeável: as sementes com estas


características, são chamados de sementes com casca dura, por
não conseguirem absorver água e/ou oxigênio.

-Embrião fisiologicamente imaturo ou rudimentar: no processo


de maturidade da semente o embrião não está totalmente
formado, sendo necessário dar condições favoráveis para o seu
desenvolvimento.
-Substâncias inibidoras: são substâncias existentes nos
sementes que podem impedir a sua germinação.
-Embrião dormente: o próprio embrião se encontra em estado de
dormência, geralmente nesse caso a dormência é superada com
choque térmico ou luz.
-Combinação de causas: necessariamente as sementes não
apresentam somente um tipo de dormência, podendo haver na
mesma espécie mais de uma causa de dormência

Quiescência - é a incapacidade que todas as sementes têm de


germinar quando os fatores externos sejam desfavoráveis.
Sementes podem ter:
Dormência 1ária: liberadas da planta mãe dormentes (efeito
genético).
Exemplo: sementes de várias gramíneas e leguminosas
forrageiras, frutíferas, cultivares de trigo e cevada, de alface.

Dormência 2ária: liberadas em estado não dormente, em


condições desfavoráveis p/ germinação, tornam-se dormentes.

Ex. sementes de aveia em T° > que o máximo p/ germinação


tornam-se dormentes.
Sementes de sorgo e de arroz submetidas a secagem
acima de 42ºC até atingirem umidade inferior a11% passa haver
interferência do pericarpo sobre trocas gasosas com o ambiente
ou a entrada de água, respectivamente.

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