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Chrysthian Chrisley – Cynthia Ferreira

Flávia Calmon – Gabriela Macedo


Até o século XVIII
 Surdez dos filhos como castigo aos pais
 Por não possuírem linguagem, os surdos não
eram capazes de raciocinar
 Casamento entre surdos como propagador da
surdez

A partir do século XVIII


 Primeira escola para surdos - França, Charles
Michel de L’Épée
 Reconhecimento da língua de sinais
 Educação para surdos com alcance mundial
 Gestual X Oralidade
 Ferrenhodefensor do oralismo e pior inimigo
dos surdos americanos.

 Paraele, a surdez era uma doença que não


podia ser curada mas podia ser aliviada,
reprimindo os sinais e integrando os surdos
no mundo ouvinte.

 Monolinguismo:a educação deveria integrar


o surdo com a comunidade ouvinte.
 Temia a formação de uma categoria política
e social de indivíduos diferentes.

 Inferioridadeda língua de sinais: a fala como


única língua perfeita e completa.

 Participação na British Royal Comission: a


criança deve ser introduzida à oralidade e,
se falhar, é então encaminhada para um
trabalho com Sinais.
 Crescem as pressões para que a oralidade
tenha prioridade na educação dos surdos.

 Fundação de instituições de ensino com o


objetivo de propagar o método oral.

 Organizaçãode encontros como tentativa de


favorecimento do oralismo.
6 a 11 de setembro de 1880

 Oralismopuro como melhor abordagem para


a educação dos surdos.

 Filosófica: superioridade das línguas orais.

 Religiosa:língua em que se fundamenta a


doutrina cristã.

 Política: meio de afirmação identitária.


 Línguade sinais banida e professores surdos
afastados da docência.

 Surdez como patologia: caracterização do


surdo como deficiente, anormal e sujeito a
ser tratado/curado.

 Infantilização
dos jovens surdos: desde que
considerado um caso médico, ele se torna
paciente e deve aceitar as determinações.
 Aqueles que sabiam Língua de Sinais eram
considerados inferiores diante da
sociedade;
 O oralismo visa alfabetizar e oralizar
surdos para que eles possam ser inseridos
a sociedade e contribuir na unificação de
uma nação.
 Esse motivo foi usado na Itália logo após a formação
de um estado único;
 Já para as ciências humanas e pedagógicas, o oralismo
respeitava as filosofias Aristotélicas.
 “O oralismo se baseou em muitas técnicas, que
foram se desenvolvendo com o avanço da
tecnologia (eletroacústica: aparelhos de
amplificação sonora individual e coletivo, para
um maior aproveitamento dos restos auditivos),
das investigações na reabilitação da afasia e dos
trabalhos na clínica foniátrica (Sánchez, 1990).
Todos se baseavam na necessidade de oralizar o
Surdo, não permitindo a utilização de sinais.”
O Surdo: Caminhos
Para Uma Nova Identidade. P. 52
 Métodos descritos por Northern and Downs:

 Quatro técnicas visando sempre:


 Inserir o Surdo na sociedade ouvinte através
da fala e da leitura orofacial.
 A leitura orofacial visa estimular, no Surdo, a

habilidade de compreender o interlocutor por


meio da visualização do movimento dos
lábios e de suas expressões faciais. Nós
também a conhecemos como leitura labial.
 Métodos descritos por Northern and Downs:
 Oralismo Puro e Estimulação Auditiva
 Começa com o treinamento para a leitura orofacial e
em seguida inclui elementos sonoros até chegar a fala;
 O trabalho deve ser continuado, pela família da
criança, em casa.
 Método Multissensorial/Unidade Silábica
 É utilizado quando a técnica anterior não surte o
efeito esperado;
 Acrescenta-se a leitura e a escrita;
 Além da audição são utilizadas a visão e o tato
 Métodos descritos por Northern and Downs:

 Método da Linguagem por Associação de


Elementos ou Método da “Língua Natural”
 A criança deveria aprender através da atividade, tudo
é baseado na linguagem;
 Os professores estimulam, em excesso, as crianças a
interagirem apenas através da fala;
 Também é treinado o uso da leitura orofacial.
 Métodos descritos por Northern and Downs:

 Alguns educadores não utilizam apenas um


desses métodos, mas uma combinação deles;
 Muitos se opõem a abordagem oralista devido ao
uso da leitura orofacial, pois relacionam a
ineficiência do método a falta de treinamento e
de habilidade da pessoa para desenvolvê-lo.
 Assim é desenvolvido um quarto método:
 Métodos descritos por Northern and Downs:
 Método Unissensorial ou Abordagem Aural
 Estimula o treinamento auditivo e a comunicação visual,
sem o ensino formal da leitura orofacial;
 Esta abordagem ocorre junto à família, defende o uso de
aparelho de amplificação sonora o mais cedo possível e a
exposição à linguagem normal;
 O Surdo é visto pelo que lhe falta e deve ser corrigido
para que possa se adaptar a “normalidade”, e não pelas
suas possibilidades e diferenças dentro da sua realidade.
 “o sistema educacional baseado numa
abordagem oralista força as pessoas Surdas a
adaptarem-se a uma imagem do que as pessoas
ouvintes pensam que elas deveriam ser.”
 “Segundo Mindel e Veernon (1971), o sistema
educacional baseado numa abordagem
oralista força as pessoas Surdas a adaptarem-
se a uma imagem do que as pessoas ouvintes
pensam que elas deveriam ser.”
O Surdo: Caminhos
Para Uma Nova Identidade. P. 55
 Causas:
 Idade;
 Fatores Genéticos (hereditariedade);
 Fatores ambientais (pré e pós-natal);
 Infecções (ex.: rubéola)
 Toxinas (ex.: estreptomicina)
 Traumas (ex.: dano físico)
 Surdez:
 O surdo – o indivíduo que se encontra na
faixa de perda auditiva severa a profunda e
profunda;
 Perda auditiva
 O limiar auditivo: a faixa de sons em dB que o surdo
não consegue ouvir.
 Leva a uma menor intensidade sonora que por vez
diminui a capacidade de fala.
 Quanto maior a perda, maior o limiar
O limiar auditivo e o impacto no
desenvolvimento da fala:
 Leve: 20-25 a 40 dB – faixa da fala em condições
normais – fala levemente prejudicada;
 Moderado: 40-45 a 60-70 dB – faixa de gritos,
choros e eletrodomésticos pequenos – atraso no
desenvolvimento da fala / omissão de consoantes;
 Severo: 65-70 a 80-90 dB – faixa dos instrumentos
musicais / latido de cachorros / eletrodomésticos
grandes – raramente há o desenvolvimento da fala
sem ajuda do fonoaudiólogo;
 Profundo: 85-90 dB – faixa dos meios de transporte
/ maquinário pesado – quando há fala apresentam
linguagem pobre e defeituosa.
 Aparelhos auditivos – amplificam o som
aumentando a intensidade. Esse aumento
não é suficiente para perdas severas e
profundas.
 A relação entre surdez e a aquisição da
fala:
 Antes: pré-linguística.
 Durante: peri-linguística.
 Depois: pós-linguística.
 Ponto de vista da comunidade ouvinte;
 Foca na condição audiológica;
 Enxerga a surdez como uma deficiência;
 Tende à normalização – o surdo se adaptar
à comunidade ouvinte
 Tornar o surdo ouvinte;
 Compensar o déficit auditivo com treinos
(áudio, fala, leitura labial) e intervenções
(próteses, cirurgias, implantes)
É baseada na crença que a manifestação
natural da linguagem humana se dá por meio
da fala (oralidade); crença esta desmentida
pela linguística
 Associam eficiência oral e desenvolvimento
cognitivo
 O surdo é definido pela fala, pela proficiência na
língua estrangeira (português);
 O surdo é visto como deficiente (a quem falta algo)
de uma capacidade da comunidade ouvinte;
 Educação de surdos:
 Foca no treino da audição e fala;
 A escola é vista como uma clínica e o alunos como
pacientes.
A visão socioantropológica da surdez:

 Ponto de vista da comunidade surda;

 Não considera o grau de perda auditiva;

 Aborda as diferenças linguísticas, culturais e


identitárias;
A visão socioantropológica da surdez:
 Naturaliza a surdez
 Enxerga a comunidade como uma minoria
linguística e não como deficientes;

 Educação para surdos:


 Foca no desenvolvimento acadêmico;
 Não tenta moldar o aluno para a comunidade
ouvinte;
 A escola é escola e os alunos são alunos.
 Cura do problema auditivo.

 Baseado em intervenções clínicas, o oralismo


visa curar ou corrigir a surdez.

 Correção de defeitos da fala.

 Correção dos defeitos da fala por meio da


aprendizagem da língua oral.
 Treinamento de habilidades, como a leitura
dos lábios.
 Só é útil quando o interlocutor formula as
palavras de frente, com clareza e devagar.

 Articulação das palavras.

 Integração do surdo na comunidade ouvinte.


 Queda no nível educacional dos estudantes
surdos, já que nem todo surdo consegue
desenvolver a fala.
 Grau da perda auditiva.
 Momento da vida: Antes ou depois da fala.

 Poucos conseguem desenvolver a fala:


 25% dos surdos (15 – 16 anos) apresentavam uma fala
inteligível.
 30% analfabetos | 10% nível satisfatório.
 Dificuldade na leitura labial.
 Eficaz em crianças que têm pequena capacidade
auditiva.
 COSTA, Juliana Pellegrinelli Barbosa. O surdo e as posições sujeito ontem e hoje: falta,
excesso ou diferença / Juliana Pellegrinelli Barbosa Costa. -- Campinas, SP : [s.n.],
2009

 MOURA, M. C. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro:


Revinter/Fapesp, 2000, p. 44-57

 GOLDFELD, Márcia. A Criança Surda. Linguagem e Cognição Numa Perspectiva Sócio-


Interacionista. São Paulo: Plexus Editora, 2001.

 ALBRES, Neiva de Aquino. Surdos & inclusão educacional. Rio de janeiro: Arara Azul,
2010, p.25-29

 CAPOVILLA, Fernando César. O implante coclear em questão: benefícios e problemas,


promessas e riscos. In: CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W De. Dicionário enciclopédico
ilustrado trilíngue: Língua de Sinais Brasileira. 3. Ed. São Paulo: Edusp, 2008, p. 1.519-
1.546

 SKLIAR, C. B. Educação & Educação, Abordagens Sócio-Antropológicas em Educação


Especial. In: SKLIAR, C. B. (Org.). Uma perspectiva sócio-histórica sobre a psicologia e
a educação de surdos. Porto Alegre: Mediação, 2001.

 XAVIER, André. Visões sobre a surdez: Visão Clínica versus visão socioantropológica.
In:Vídeo-aula 05 do Curso de Libras da Universidade Virtual do Estado de São Paulo
(UNIVESP). São Paulo: UNIVESP, 2016. Acesso em 16/05/2019
 História dos Surdos. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_Surdos
>. Acesso em: 11 mai. 2019.

 EIJI, Hugo. Congresso de Milão. Disponível em:


<https://culturasurda.net/congresso-de-milao/>. Acesso
em: 10 mai. 2019.

 MOURA, M. C. O surdo: caminhos para uma nova


identidade. Rio de Janeiro: Revinter/Fapesp, 2000.

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