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Euclides Julio

Varia acepções da palavra Estado


 A palavra Estado tem varias acepções, das quais as mais importantes são a
acepção internacional, a acepção constitucional e a acepção administrativa.
 Na primeira – acepção internacional – trata se do Estado soberano titular de
direitos e obrigações na esfera internacional.
 Na segunda - acepção constitucional – surge no Estado como comunidade de
cidadãos que, nos termos do poder constituinte que a si próprio se atribui,
assume uma determinada forma política para prosseguir os seus fins nacionais;
 Na terceira – acepção administrativa -, o Estado é a pessoa colectiva pública
que, no seio da comunidade nacional, desempenha, sob a direcção do governo,
a actividade administrativa.
 Por seu turno, na configuração do Estado como entidade jurídico –
administrativa, são de todo irreverentes, ou quase, os aspectos ligados a
capacidade internacional ou a forma política interna do Estado. O que mais
revela, no plano administrativo, é a orientação superior do conjunto da
administração pública pelo governo (CRP, art. 199⁰, alínea d), e a distribuição
das competências pelos deferentes órgãos centrais e locais, e ‘e a separação
entre o estado e as demais pessoas colectivas públicas – regiões autónomas,
autarquias locais, institutos públicos, empresa públicas, associações públicas.
O Estado como pessoa colectiva
 Para efeito do direito administrativo, basta acentuar aqui que o Estado,
Estado administração, é uma pessoa colectiva pública autónoma, não
confundível com os governantes que o dirigem, nem com os
funcionários que os servem, nem com outras entidades autónomas que
integram a administração, nem com os cidadãos que eles entram em
relação.
 Não se confunde estado e governantes: o Estado é uma governação
permanente, os governantes são os indivíduos que transitoriamente
desempenham as funções dirigentes dessa organização.
 Não se confunde Estado e funcionários: o Estado ‘e uma pessoa
colectiva, com património próprio; os funcionários são indivíduos que
actuam ao serviço do estado, mas que mantém a sua individualidade
humana e jurídica.
 Não se confunde estado e outras entidades administrativas: o interesse
prático maior do recorte da figura do estado – administração reside,
justamente, na possibilidade assim aberta de separação o Estado de
outras pessoas colectivas públicas que integram a administração.
Espécies de administração do Estado
 Primeiro, temos de saber distinguir entre a administração central do
Estado e administração local do Estado.
 Nem todos os órgãos e serviços do Estado exercem competência
extensiva a todo o território nacional; todos são países órgãos e serviços
centrais. Há também órgãos e serviços locais, instalados em diversos
pontos do território nacional e com competência limitada a certas áreas
(circunscrições).
 Mas atenção; é imperioso não deixar de dizer administração local do
estado porque há outras formas de administração local que não
pertence ao estado – como é o caso da administração regional e da
administração autárquica.
 O mesmo se diga dos serviços. O Estado inúmeros serviços locais seus;
repartição de finanças, direcções regionais de educação, circunscrições
florestais etc. Mas estes serviços do Estado nada têm a ver com os
serviços (locais) das autarquias locais; serviços de obras, de limpeza, de
água, de gás, de electricidade etc.
Administração directa e indirecta do Estado
 Compre destacar agora os principais caracteres específicos do Estado e da
sua administração directa. São os seguintes:
 Unidade o Estado é a única espécie deste género, enquanto ao conceito de
autarquia local corresponde alguns milhares de entes autárquicos, ao
conceito do estado pertence um ente – próprio Estado;
 Carácter originário: todas as outras pessoas colectivas públicas são sempre
criadas ou reconhecidas por lei ou nos termos de lei. O Estado não; a pessoa
colectiva o estado não criado pelo poder constituído. Tem natureza originária,
não derivada. Por isso mesmo vários dos seus órgãos - designadamente o
governo – são órgãos de soberania;
 Territorialidade: o Estado é uma pessoa colectiva cuja natureza faz parte
um certo território, o território nacional, o Estado é a primeira, e a mais
importante, das chamadas pessoas colectivas de população e território. Todas
as parcelas territoriais, mesmo que afecta outras entidades – como regiões,
autarquias locais, administrações territoriais diversas estão sujeitas ao poder
do estado. Todos os indivíduos residentes no território nacional, mesmo que
estrangeiros ou apátridas, estão submetidos aos poderes administração.
 Multiplicidade de atribuições: o Estado é uma pessoa
colectiva de fins múltiplos, podendo e devendo prosseguir
diversas e variadas atribuições. Nisto se distingue de algumas
outras pessoas colectivas públicas, que só podem prosseguir
singulares;
 Pluralismo de órgãos e serviços: são numerosos os órgãos
do Estado, bem como os serviços públicos que auxiliam esses
órgãos. O governo, os membros do governo individualmente
considerados, os directores gerais, os governadores civis, os
chefes das repartições de finanças – e tantos outros – são
órgãos do estado. Os ministérios, as secretarias do estado, as
direcções gerais, os governos civis as repartições de finanças e
tantas outras são serviços públicos do estado;
 Organização em ministérios: os órgãos e serviços do Estado
administração, a nível central, estão estruturados em
departamentos, organizado por assuntos ou matérias, aos
quais se denomina ministério. O mesmo não sucede nas
autarquias locais ou nos institutos
Administração Periférica
 É o conjunto de órgãos e serviços de pessoas colectivas públicas que dispõem de
competências limitadas a uma área territorial restrita e funcionam sob a
direcção dos correspondentes órgãos centrais.
 Características:
 É constituída por um conjunto de órgãos e serviços quer locais e exteriores.
 Esses órgãos e serviços pertencem ao Estado, ou a pessoas colectivas públicas
de tipo institucional ou associações.
 A competência de tais órgãos é limitada em função do território, não abrange
nunca a totalidade do território nacional.
 Órgãos e serviços da administração periférica funcionam sempre na
dependência hierárquica dos órgãos centrais da pessoa colectiva pública a
quem pertence.
Administração indirecta do Estado

 Até aqui falamos, neste curso, da administração directa do Estado.


Entes de passarmos ao terreno da administração autónoma, temos de
tomar conhecimento da administração estadual indirecta tem ainda
algo a ver com Estado, mas sob uma forma indirecta ou mediata.
Vejamos em que consiste.
 Já sabemos que o estado prossegue uma grande multiplicidade de fins;
tem uma grande variedade de atribuições e seu cargo. E também, já
sabemos que esses fins ou atribuições tem tido tendências a tornar se
cada vez mais numerosos, vez mais complexos e cada vez mais
diversificados.
 Ora, a maior parte dos fins ou atribuições do Estado são prosseguidos
de forma directa e indirecta. De forma directa: quer dizer, pela pessoa
colectiva a que chamamos estado. E de forma indirecta: quer dizer, sob
a direcção do governo, na sua dependência hierárquica, e por tanto sem
autonomia.
 Nestes casos (e muitos outros há), estamos perante uma situação em
que os fins do Estado são prosseguidos por outras entidades que não o
Estado: o Estado confia a outros sujeitos de direito a realização dos seus
próprios fins. É isto que se chama administração indirecta do Estado,
ou administração estadual indirecta: administração estadual, porque se
trata de prosseguir fins do estado; indirecta, porque não é realizada
pelo próprio estado, mas sim por outras entidades, que ele cria para
esse efeito na sua dependência.
 O que fica dito já permite agora ensaiar uma definição do conceito de
administração estadual indirecta.
 De um ponto de vista objectivo ou material, a administração estadual
indirecta é uma actividade administrativa da Estado, realizada, para a
prossecução dos fins deste, entidades públicas datadas de
personalidade jurídica própria e de autonomia administrativa ou
administrativa e financeira.
Atribuições do Estado
 Para falar das atribuições do estado é preciso destacar os
fins ou objectivos que estado se propõe a atingir o que
acontece mornamente que são centenas ou milhares de
atribuições que estado se propõe a prosseguir e os mesmos
emanam de diplomas legais.
 Estado moderno é impensável a existência de atribuições
sem critérios claros legalmente estabelecidos e para tal a lei
é o fundamento, o critério e o limite de toda acção
administrativa. Um dado curioso é que existe uma
dispersão legislativa que confere as tais atribuições do
estado e para melhor esclarecimento é estabelecida alguma
classificação das atribuições do estado segundo Bernard
Gournay estabelece alguns critérios de classificação de
atribuição do estado em três espécies ou modalidades.
 Atribuições principais do Estado, que se agrupam em quatro 4:
 Atribuições de soberania – defesa nacional, relações externas policiam prisões
e outras
 Atribuições económicas credito, imposto, comércio interno, agricultura, pesca
transporte e comunicações, etc.
 Atribuições sociais – saúde segurança social habitação urbanismo ambiente,
etc.
 Atribuições educativas e culturais – ensino, investigação cientifica desporto,
fomento da cultura etc.
 Atribuições auxiliares.
 Gestão do pessoal
 Gestão da matéria
 Gestão financeira
 Funções jurídicas e de contencioso
 Função de arquivo e documentação
 Atribuições do comando
 Estudos e planeamento
 Previsão
 Organização
 Controlo
 Relações públicas
 Os critérios usados nesta classificação não são exactamente os acabados o que devemos
nos apegar é a forma como a constituição procura esquematizar os seus objectivos e
ainda devemos subsidiar com alguns objectivos do estado plasmados em outras leis
ordenarias, leis orgânicas regulamentos ministeriais etc.
 Órgãos do Estado
 O estado como pessoa colectiva pública dispõe de seus órgãos para tomarem decisões em
nome do Estado
 A existência de tais órgãos vem plasmado na constituição que podemos destacar PRM,
ARM, o Governo, os tribunais e C.C. vide artigo.133 da CRM. No entanto, é importante
destacar que órgão precisamente administrativo é o governo como passaremos a destacar.
 Maior parte dos órgãos que destacamos não são órgãos administrativos do estado mas
órgãos com outros poderes do estado como é caso dos tribunais que pertencem ao poder
jurisdicional a assembleia da república que pertence ao poder legislativo, por definição
estes não integram na administração pública muito menos fazem parte do poder
executivo.
 O Governo é um órgão administrativo a título principal, permanente e direito, assim
como pode se dizer que o governo é o principal órgão permanente e directo do Estado
com carácter administrativo.
Bibliografia
 AMARAL, Diogo Freitas- curso de direito
Administrativo - 3ª ed. Vol. 1, Livraria
Almedina, Coimbra 2009.
 CAETANO, Marcelo, Manual de direito
administrativo, 10ª ed. Vol. 1, Livraria
Almedina, Coimbra 2007

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