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Contabilidade Avançada:

Contabilidade de Receitas,
Contingências e Grupos Empresariais

Almir Carvalho dos Reis


almir.cdosreis@fgvmail.br
almir.cdosreis@gmail.com
UD 1: Orientação Acadêmica
1. Objetivo da Disciplina

2. Plano das Aulas

3. Bibliografia

4. Metodologia de Avaliação

5. Adequação das Normas Internacionais

2
1.1 OBJETIVO DA DISCIPLINA
Possibilitar aos
estudantes o Empresa A
conhecimento
essencial sobre Onde A é a empresa
como a adquirente
(Investidora) e B a
contabilidade empresa adquirida
reconhece, avalia e (Investida)

evidencia os
investimentos em
Empresa B
participações
societárias.
3
1.2 PLANO DAS AULAS
UD ITEM AULA CPC NI

1 Orientação Acadêmica 1

2 Classificação das 1 18/2010 (R2) IAS 28


Participações Societárias 19/2010 (R2) IFRS 11

3 Métodos de Avaliação de 2 18/2010 (R2) IAS 28


Investimentos 38,39 e 40(R1) IAS 39 e 32
IFRS 7
4 Destinação dos Lucros 2 Estrutura Conceitual IAS 1
Lei 6.404/76

5 Ágio e Deságio 3 15/2010 (R1) IFRS 3

6 Lucros Não Realizados 4 18/2010 (R2) IAS 28

7 Consolidação de BP e DRE 4 36/2010 (R3) IAS 37

Sites para baixar o material: www.cpc.org.br/pronunciamentos e www.cvm.gov.br


4
1.3 BIBLIGRAFIA BÁSICA
1. Cardoso, Ricardo Lopes e outros. Contabilização de Ativos Financeiros em
Participações Societárias. FGV Editora, RJ, reimpressão 2013.
2. Perez Junior, José Hernandez e Oliveira, Luís Martins. Contabilidade Avançada:
Texto e Testes com as Respostas. Editora Atlas, SP, 2010.
3. FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societária: Aplicável a todas as Sociedades
de Acordo com as Normas Internacionais e do CPC. Editora Atlas, SP, 2010.
4. Almeida, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da Lei
Societária. Editora Atlas, SP, 2010.
5. Schmidt, Paulo. Contabilidade Internacional Avançada. Editora Atlas, SP, 2010, 3a
Edição.
6. Stickney, Clyde P; Weil, Roman L.. Financial Accounting: an introduction to
concepts, methods, and uses. Harcourt Brace College Publishers, New York, 1977.
7. Hendriksen, Eldon S.; Van Breda, Michel F. Teoria da Contabilidade. Editora Atlas,
SP, 1999.
8. Ernest & Young e FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais de Contabilidade.
Editora Atlas, 2ª Edição, SP, 2010.
9. Lei 6.404/76 - Versão Consolidada pelas Leis 10.303/01, Lei 11.638/07 e Lei
11.941/09.
10. Damodaran, Aswath. Avaliação de Empresas . Pearson Prentice Hall, SP, 2007, 2ª
Edição.
11. Nyama, Jorge Katsumi. Contabilidade Internacional. Ed. Atlas, SP, 2010.
12. CPCs: Estrutura Conceitual, 15 (R1), 18 (R2), 19 (R2), 36 (R3) , 38, 39, 40 (R1) e 46

5
1.4 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO
1. A prova é individual, sem consulta, valendo 7 pontos e poderá ser
realizada com o uso de calculadora desde que não seja função de
equipamentos eletrônicos com acesso à internet, celular ou arquivos;

2. A prova não conterá questões da FGV;

3. As atividades em sala de aula valem até 3 pontos;

4. Os estudantes que faltarem as atividades em sala deverão realizar


atividades de reposição;

5. Como fonte mínima de estudos para a avaliação, o estudante deverá


usar a apostila, os CPCS de referência e a bibliografia recomendada da
disciplina.

6
1.4.1 Slide para controle de pontuação
Nome do Estudante:______________

Aula/ATV Conteúdo das Atividades Pontuação Visto


Professor

1/4 Classificação das Participações Societárias 0,75

2/4 Avaliação de Participações Societárias 0,75


Destinação do Lucro e DMO
Evidenciação no Balanço Patrimonial e na
Demonstração de Resultado das Participações
Societárias
3/4 Cálculo e evidenciação do Ágio/Deságio 0,75

4/4 Cálculo dos Lucros Não Realizados 0,75

7
1.4.2 NO CASO DE AUSÊNCIA DO
ESTUDANTE
Tarefa:
Elaborar um caso real sobre a aquisição, classificação, reconhecimento e
avaliação de participação societária permanente, conforme
demonstrações contábeis publicadas no último ITR da investidora.
Desenvolver o texto no corpo do e-mail.

Escopo:
Empresa Adquirente. Empresa Adquirida. Objetivo da Aquisição. Data
Base. Classificação. Avaliação. Reconhecimento Contábil. Fonte de
informação (DFPs).

Prazo:
Para os estudantes que perderam o primeiro encontro (turmas
quinzenais), entregar até o segundo encontro. Para os estudantes que
perderam o segundo encontro ou turmas mensais, enviar para o e-mail do
professor até a data da prova (almir.cdosreis@gmail.com)

8
1.5 Por quê normas internacionais?
1. A Contabilidade não é ciência exata!

2. A Contabilidade é interpretada em cada


país à luz de suas peculiaridades locais.
Contudo, há uma convergência mundial
para um conjunto comum de normas
contábeis.

3. Para reflexão: Quanto vale uma vaca na


Índia? 9
1.5.1 - Algumas das Causas das
Diferenças Internacionais
Sistema Legal. Fonte de Captação de Recursos. Influência

Governamental. Influência e Formação dos Profissionais.

Nível de Desenvolvimento da Teoria da Contabilidade.

Eventos Históricos. Idioma. Inflação. Dependência

Econômica e Política. Estrutura das Empresas. Colonização.

Cultura. Tributação. Sistema Político. Nível de

Desenvolvimento Econômico. Geografia. Religião.

10
1.5.2 Entidades Reguladoras

Entidade Desde Pronunciamento


IASC-International 1973 IAS-International
Accounting Standards Accounting
Committee Standards

IASB-International 2001 IFRS -International


Accounting Standards Financial Reporting
Board Standards

Comitê de Pronunciamento 2005 NBC-Normas


Contábil Brasileiras de
Contabilidade

11
1.5.3 Obrigatoriedade da Adoção

A obrigatoriedade da adoção das NBCs


(CPCs) é desde 2010 e é extensiva a toda
e qualquer empresa, independente de sua
natureza jurídica, social ou porte. Os
CPCs Full devem ser adotados pelas S/A e
EGP e o CPC PME pelas as PMEs.

12
1.5.4 – E concluindo ...
“A compreensão de regras internacionais é muito difícil
porque as regras têm diferentes significados: na Alemanha,
tudo é proibido a menos que esteja explicitamente permitido
na lei, enquanto que na Inglaterra tudo é permitido a menos
que esteja explicitamente proibido na lei. No Irã, por outro
lado, tudo é proibido mesmo que esteja permitido na lei
enquanto que na Itália tudo é permitido, especialmente se é
proibido.”

Walton 2003, citação de Nyama, 2010, pág 21


13
AULA 1/4

UD 2: Classificação das
Participações Societárias

14
UD 2: Classificação dos
Investimentos em Participações
Societárias
1. Definição

2. Reconhecimento Contábil

3. Critérios para Classificação das Participações


Societárias

4. Exemplos Práticos

5. Resumo
15
2.1 DEFINIÇÃO
“Participações Societárias representam
aplicações de uma empresa em outra.
Uma empresa adquire direito de
participação residual nos ativos líquidos
de uma entidade mediante a compra de
ações ou cotas. A investidora participa
no capital social da investida, sendo,
portanto, uma de suas acionistas ou
cotistas.”

Cardoso e Outros, 2011, pág. 17


16
2.2 RECONHECIMENTO CONTÁBIL
Uma participação societária poderá ser:

• Permanente - Quando a adquirente não tem,


na data da aquisição ou na data base da
avaliação, intenção de venda da participação
adquirida.

• Temporária – Quando a adquirente tem, na


data da aquisição ou na data base da avaliação,
intenção de venda da participação adquirida.

17
2.2.1 PARTICIPAÇÕES PERMANENTES

Segundo o inciso III CPCs:


do artigo 179 da Lei
6.404/76, as participações 18(R2)
permanentes deverão ser
classificadas no Ativo, Grupo
19(R2)
Ativo Não Circulante, Sub
36(R3)
Grupo Investimentos.

18
2.2.2 PARTICIPAÇÕES TEMPORÁRIAS
As participações
CPC:
temporárias são classificadas
como INSTRUMENTOS 38
FINANCEIROS e, segundo o
inciso I do artigo 183 da Lei 39
6.404/76, estes ativos deverão
40(R1)
ser classificadas no Ativo,
Circulante ou no Realizável a
Longo Prazo.
19
2.2.3 BALANÇO PATRIMONIAL
Lei 6.404/76/ Lei 11.638/07 / Lei 11.941/09/ CPC 26 (R1)

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
-Disponível - Empréstimos e Financiamentos
-Clientes - Debêntures
-Outros Créditos - Fornecedores
-Investimentos Temporários - Obrigações Fiscais
- Instrumentos Financeiros - Obrigações Trabalhistas
-Estoques - Outras Obrigações
-Ativos Especiais TEMPORÁRIO Passivo Não Circulante
-Despesas Antecipadas - Obrigações de longo prazo
Ativo Não Circulante Patrimônio Líquido
-Ativo Realizável a Longo Prazo - Capital Social
- Instrumentos Financeiros - Reservas de Capital
- Reservas de Lucros
- Investimentos PERMANÊNCIA - Ajustes de Avaliação Patrimonial
- Imobilizado - (-) Ações em Tesouraria
- Intangível - (-) Prejuízos Acumulados

20
2.2.3.1 INSTRUMENTOS FINANCEIROS
CPC 38, 39 e 40 / IAS 39 e 32
- Conceito -

“Um instrumento financeiro pode ser


definido, de maneira geral, como um
contrato que dá origem a um ativo
financeiro de uma determinada entidade
e a um passivo financeiro ou
instrumento de patrimônio de outra
entidade.”

Ernest & Young, p. 291

21
INSTRUMENTOS FINANCEIROS
- Classificação -
1. Mantidos até o vencimento

2. Mantidos para negociação (curto


prazo)

3. Empréstimos e Recebíveis

4. Disponíveis para a venda (longo


prazo

22
2.2.3.2 SUB GRUPO INVESTIMENTOS
- Participações Permanentes -

1. CONTROLADAS

2. CONTROLADAS EM CONJUNTO

3. COLIGADAS

4. OUTRAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS

23
24
FORMAÇÃO DE GRUPOS EMPRESARIAL
(DE FATO)

Conforme o artigo 265 da Lei 6.404/76,


os grupos empresariais são formados
pelas controladoras (investidora) e
suas controladas (investida).

25
CONSTITUIÇÃO DE GRUPO LEI 6.404/76
O grupo de sociedades será constituído por convenção aprovada pelas
sociedades que o componham, a qual deverá conter:
• I - a designação do grupo;
• II - a indicação da sociedade de comando e das filiadas;
• III - as condições de participação das diversas sociedades;
• IV - o prazo de duração, se houver, e as condições de extinção;
• V - as condições para admissão de outras sociedades e para a
retirada das que o componham;
• VI - os órgãos e cargos da administração do grupo, suas atribuições e
as relações entre a estrutura administrativa do grupo e as das
sociedades que o componham;
• VII - a declaração da nacionalidade do controle do grupo;
• VIII - as condições para alteração da convenção.
Artigo 269 da Lei 6.404/76

26
1 CONTROLADA
- Conceito Legal das Sociedades por Ações -

“Considera-se controlada a sociedade na qual a


controladora, diretamente ou através de outras
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores.”

Parágrafo 2, do Artigo 243 da Lei 6.404/76 e Artigo 116 da Lei 6.404/76

27
TIPOS DE CONTROLE
TIPO CARACTERÍSTICA CONSOLIDA

ISOLADO O controlador detém isoladamente o poder de decidir SIM


e de nomear a maioria dos administradores. Pode
ocorrer pela detenção da maioria dos votos ou da
maior concentração dos votos. Neste último caso,
deve haver acordo de acionista.
CONJUNTO O controlador detém de forma compartilhada com NÃO
outros controladores o poder de decidir ou nomear a
maioria dos administradores. Necessita de acordo de
acionista.

INDIVIDUAL O controlador detém 100% das ações da investida. SIM

28
Posição Acionária*

CASO DE CONTROLE ISOLADO


GERDAU S/A
Fonte: Bovespa – DB: 30/06/13

Nome %ON %PN %Total

Metalúrgica Gerdau S.A. 76,60 22,10 40,30

Bndes Participações S.A. - Bndespar 6,60 1,90 3,40

Blackrock. Inc. 0,00 5,00 3,40

Outros 16,50 69,50 51,80

Ações Tesouraria 0,30 1,50 1,10

Total 100,00 100,00 100,00


29
Posição Acionária*

CASO DE CONTROLE COMPARTILHADO/CONJUNTO


NATURA COSMÉTICOS S/A
Fonte: Bovespa – DB: 29/05/13
Nome %ON %PN %Total
Lisis Participações S.A. 22,25 0,00 22,25
Utopia Participações S.A. 21,23 0,00 21,23
Passos Participações S.A 5,24 0,00 5,24
Antonio Luiz Da Cunha Seabra 0,84 0,00 0,84
Guilherme Peirão Leal 0,80 0,00 0,80
Pedro Luiz Barreiros Passos 0,20 0,00 0,20
Anizio Pinotti 0,20 0,00 0,20
Ronuel Macedo de Mattos 0,14 0,00 0,14
Anp Participações S.A. 5,24 0,00 5,24
Rm Futura Participações S.A. 3,69 0,00 3,69
Outros 39,72 0,00 39,72
Ações Tesouraria 0,45 0,00 0,45
Total 100,00 0,00 100,00
30
Posição Acionária*

CASO DE CONTROLE INDIVIDUAL


TELEFÔNICA BRASIL S/A
Fonte: Site corporativo – DB: 30/06/13

31
2 CONTROLADAS EM CONJUNTO
“Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente
convencionado, do controle de negócio, que existe somente
quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o
consentimento unânime das partes que compartilham o
controle.

Em negócio em conjunto, nenhuma parte integrante


controla individualmente o negócio. A parte integrante
que detém o controle conjunto do negócio pode impedir que
qualquer das outras partes integrantes, ou grupo de partes
integrantes, controle o negócio.”

NBC 19, P 7 e 10
32
3 COLIGADA
Conceito Legal
“São coligadas as sociedades nas quais a investidora
tenha influência significativa. Considera-se que há
influência significativa quando a investidora detém ou
exerce o poder de participar nas decisões das políticas
financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. É
presumida influência significativa quando a investidora for
titular de vinte por cento ou mais do capital votante
da investida, sem controlá-la."

Art. 243 da 6.404/76, alterado pela Lei 11.941/09

33
INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA SUBJETIVA

(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da


investida;

(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em


decisões sobre dividendos e outras distribuições;

(c) operações materiais entre o investidor e a investida;

(d) intercâmbio de diretores ou gerentes;

(e) fornecimento de informação técnica essencial;

(f) potenciais direitos a votos; ou

(g) dependência financeira (inclusa pelo professor)

Parágrafo 7 – CPC 18 – Pag. 4/2009


34
Influência Significativa
“Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por
exemplo, por meio de controladas) vinte por cento ou mais do
poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência
significativa. A menos que possa ser claramente demonstrado o
contrário. Por outro lado, se o investidor detém, direta ou
indiretamente ... Menos de vinte por cento de voto da investida,
presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos
que essa influencia possa ser claramente demonstrada. A
propriedade substancial ou majoritária da investida por outro
investidor não necessariamente impede que o investidor
minoritário tenha influência significativa."
Parágrafo 6 – CPC 18 – Pag. 4/2009
35
Posição Acionária*

CASO DE COLIGADA
VIGOR ALIMENTOS S/A
Fonte: Site corporativo – DB: 12/08/13

36
4 OUTRAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS

Conceitualmente, o que determina o reconhecimento de um

investimento no Ativo Não Circulante/Investimentos é a

intenção de permanência. Em decorrência, havendo uma

participação societária COM INTENÇÃO DE PERMANÊNCIA

que não se classifique como CONTROLADA, CONTROLE

CONJUNTO OU COLIGADA esta deve ser classificada como

OUTRAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS.

37
2.3 RESUMO DE CLASSIFICAÇAO
CONTROLE ISOLADO OU
Participação c/Permanência? SIM INDIVIDUAL?

Societária CPC 18 (R2)


e 36(R1) CONTROLADA SIM
INSTRUMENTO NÃO
FINANCEIRO
CPC CONTROLE
CONTROLE
NÃO
19(R2)
SIM COMPARTILHADO
CPC 38,39 e CONJUNTO
40(R1)
CPC =>20%
18(R2)
COLIGADA SIM
VOTO?

SIM INFLUENCIA SUBJETIVA? NÃO

OUTRAS PARTICIPAÇÕES
LEI 6.404/76
SOCIETÁRIAS
Atividades de Fixação 1 e 2
Objetivo: Fixar a classificação
dos tipos de participações
societárias

39
AULA 2/4

UD 3: Métodos de Avaliação de
Investimentos

UD 4: Destinação dos Lucros

40
UD 3: MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
DE INVESTIMENTOS

1.Método de Equivalência Patrimonial

2.Método de Custo

3.Método do Valor Justo

41
3.1 MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA
PATRIMONIAL

PL IDA INVEST DORA

PL IDA INVEST DORA

42
3.1.1 MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA
PATRIMONIAL
- Conceito Normativo -

“É o método de contabilização por meio do qual o


investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a
partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-
aquisição na participação do investidor sobre os ativos
líquidos da investida. As receitas ou as despesas do
investidor incluem sua participação nos lucros ou
prejuízos da investida, e os outros resultados abrangentes
do investidor incluem a sua participação em outros
resultados abrangentes da investida.”
Parágrafo 3 – CPC 18 (R2), 2012

43
3.1.1.1 RESULTADO ABRANGENTE
Consideremos que uma Empresa iniciou um exercício social
com o Patrimônio Líquido de $100.000,00. Durante o ano,
em seu PL transitou as seguintes operações:

(=) Saldo Inicial do PL – $100.000,00

1. (+) Lucro no Período - $40.000,00

2. (+) Aumento de Capital Social, em dinheiro - $30.000,00

3. (+) Ajuste de Avaliação Patrimonial - $10.000,00

(=) Saldo Final do PL - $180.000,00

Assim temos:

44
3.1.1.1 RESULTADO ABRANGENTE
VARIAÇÃO TOTAL DO PL:

$180.000,00 - $100.000,00 =
$80.000,00
Mutações NÃO
Mutações gerada pelos geradas pelos sócios
Sócios $50.000,00
30.000,00 =
RESULTADO
ABRANGENTE TOTAL

GERADO PELA EMPRESA GERADO POR


= LUCRO $40.000,00 FATORES EXTERNOS
RESULTADO = $10.000,00
ABRANGENTE OUTROS RA45
3.1.1.2 EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO
MEP
A Empresa A adquiriu, no final do ano 2012, 50% das ações
da Empresa B. O valor do PL de B, na data da aquisição, era
de $300.000,00. Logo, o valor do investimento, após
aplicado o MEP, era de $150.000,00.

Suponhamos que em 2013 a empresa B tenha auferido um


lucro de R$60.000,00 e, portanto, evoluído seu PL para
$360.000,00. Neste caso, o valor do investimento de A
deverá ser ajustado, considerando o Método da Equivalência
Patrimonial, para $180.000,00. A seguir, compararemos os
Balanços de Investida e Investidora para os dois exercícios.
46
EVIDENCIAÇÃO DA
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Onde DORA participa em 50% na IDA
Balanço de IDA 2012 Balanço de Dora 2012
Ativos
Circulantes
Passivos 200 Passivos
Ativos 400 Ativos 400
Não Circulantes
700 PL PPOE PL
300 150 600
IMOB
650

47
EVIDENCIAÇÃO DA
EQUIVALÊNCIA
Onde DORA participa em 50% de IDA
Balanço de IDA 2013 Balanço de Dora 2013
Ativos
Circulantes
Passivos 200 Passivos
Ativos 400 Ativos 400
Não Circulantes
760 PL PPOE PL
360 180 630
IMOB
650

48
Cálculo da Equivalência Patrimonial com base
no exemplo anterior

PL IDA % Part. Equivalência Histórico


Patrimonial
300 50% 150 Saldos Iniciais

60 50% 30 Lucro na IDA / Ganho


de Equivalência na
DORA
360 50% 180 Saldos Finais

49
Cálculo da Equivalência Patrimonial com base
no exemplo anterior, considerando distribuição
de 60% do Lucro para os investidores
PL IDA % Part. Equivalência Histórico:
Patrimonial IDA/DORA
300 50% 150 Saldos Iniciais

60 50% 30 Lucro na IDA / Ganho


de Equivalência na
DORA
(36) 50% (18) Dividendos a Pagar na
IDA/Dividendos a
Receber na DORA
324 50% 162 Saldos Finais
50
Cálculo da Equivalência Patrimonial com base no
exemplo anterior, considerando distribuição de 60%
do Lucro para os investidores e Ajuste de AP de 20
PL IDA % Part. Equivalência Histórico:
Patrimonial IDA/DORA
300 50% 150 Saldos Iniciais
60 50% 30 Lucro na IDA / Ganho
de Equivalência na
DORA
(36) 50% (18) Dividendos a Pagar na
IDA/Dividendos a
Receber na DORA
20 50% 10 Ajuste de AP na IDA e
na DORA (PL)
344 50% 172 Saldos Finais
51
3.1.1.3 Quem deve aplicar o MEP?
- Determinação Legal -

“No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em


coligadas ou em controladas e em outras sociedades que
façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle
comum serão avaliados pelo método da equivalência
patrimonial.”

(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 248 da Lei 6.404/76 / 11.941/09

52
3.1.1.4 Como avaliar quando não
indicado ao MEP?
- Determinação Normativa –

“Os investimentos que não estiverem classificados como


Coligada, Controladas, Controle Conjunto e Controle
Comum devem ser contabilizados em conformidade com
os requisitos da NBC TG 31 e 38 – Ativo Não Circulante
Mantido para Venda e Operação Descontinuada. (Método
de Custo ou Valor Justo).”

CPC 19 , P 18

53
3.1.2 MÉTODO DE CUSTO
Este método de avaliação mantém o
investimento pelo valor da aquisição, sofrendo
apenas ajustes para reconhecimento de provisão para
perdas. Deve ser aplicado para avaliação de
Participações Permanentes não classificadas como
Controladas, Coligadas e Controle Conjunto e de
Participações Temporárias quando não for possível
adotar o Modelo do Valor Justo.

54
3.1.2.1 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO DE CUSTO

1. O investimento é reconhecido no Ativo da


investidora inicialmente pelo custo, inclusive os
custos da transação.

2. Os dividendos são reconhecidos na DRE da


investidora como receita e não como redução do
investimento;

3. Deve ser reconhecida a perda por


irrecuperabilidade na DRE da investidora sempre
que houver indícios desta ocorrência.
55
3.1.3 VALOR JUSTO
“Segundo o modelo do valor justo, os instrumentos
financeiros são por ele avaliados periodicamente (na
data da demonstração contábil). A variação do valor
justo... são normalmente reconhecidos no resultado do
período ou, excepcionalmente, reconhecidos
diretamente no patrimônio líquido (mediante outros
resultados abrangentes).”

Livro texto, p.37

56
3.1.3.1 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO DO
VALOR JUSTO
1. O investimento é reconhecido no Ativo da investidora
inicialmente pelo preço da transação, exclusive os custos
da transação.

2. Os dividendos são reconhecidos como redução do


investimento;

3. Não há reconhecimento de Impairment, já que o valor do


investimento já está a valor justo;

4. A variação do investimento é reconhecida na DRE ou no


PL da Dora;

5. O valor justo segue uma hierarquia, como segue:


57
3.1.3.2 HIERARQUIA DO VALOR JUSTO
1. Preço de cotação corrente do ativo idêntico em mercado
ativo;

2. Preço de cotação recente desde que não tenha havida


alteração significativa;

3. Estimativa de preço numa transação com terceiros


independentes e conhecedoras do negócio... mediante
técnicas de avaliação de ativos.

Livro Texto, p.38

58
3.1.3.3 EXEMPLO VALOR JUSTO
Considere que uma empresa A adquiriu 1.000
ações de uma empresa B, sendo esta uma S/A de
Capital Aberto. A empresa investidora pagou a
cotação de mercado de $10,00 por ação, ou seja, um
total de $10.000,00. No final do período, esta ação
estava cotada a $12,00, logo, o investimento, foi
ajustado, a valor justo, para $12.000,00. Neste caso,
a diferença de $2.000,00 é computada na DRE da
adquirente como receita.
59
3.1.4 RESUMO DA MENSURAÇÃO
CONTROLADA

CONTROLE CONJUNTO
MÉTODO DE
EQUIVALÊNCIA
COLIGADA
PATRIMONIAL

CONTROLE COMUM

INSTRUMENTOS FINANCEIROS E OUTRAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS


MÉTODO DE PERMANENTES QUANDO NÃO FOR POSSÍVEL IDENTIFICAR O VALOR
CUSTO JUSTO.

INSTRUMENTOS FINANCEIROS E OUTRAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS


MÉTODO DO PERMANENTES QUANDO FOR POSSÍVEL IDENTIFICAR O VALOR JUSTO,
VALOR JUSTO SEGUNDO A HIERARQUIA PARA ESTA AVALIAÇÃO.

NO CASO DAS CONTROLADAS, CONTROLE CONJUNTO E COLIGADA PODE


SER ADOTADO O MEP, CUSTO OU VALOR JUSTO DE FORMA OPCIONAL
IFRS FOR PELA INVESTIDORA.
SMEs/CPC PME NO CASO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS OU OUTRAS
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS PERMANENTES, DEVEM SER ADOTADOS OS
MESMOS CRITÉRIOS PARA O CPC FULL.

60
Atividades de Fixação 3 e 4
Objetivo: Identificar a
metodologia de avaliação e
aplicar o MEP.

61
UD 4: Destinação de Lucros e
Cálculo do DMO

1. Destinação Obrigatória dos Lucros

2. Cálculo do DMO – Dividendo Mínimo


Obrigatório

3. Constituição das Reservas de Lucros

62
4.1 Destinação dos Lucros
O artigo 178-d da lei ressalta que: “O
patrimônio líquido, dividido em capital social,
reserva de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.”

A destinação do lucro ocorre pela


determinação, por ocasião do encerramento do
BP, das parcelas destinada à retenção para a
empresa e para dividendos.

63
4.2 CÁLCULO DO DMO CONFORME ARTIGO
202 DA LEI 6.404/76

Lucro do Período...................................... R$10.000,00


(-) Reservas Obrigatórias * ...................... R$ 2.000,00
(=) Base para o Dividendo Obrigatório........R$ 8.000,00

Estatuto
Estatuto Omisso Estatuto Alterado
Declarado %
50 % (Mínimo) 25 % (Mínimo)
Ex. 60%
DMO = 4.800,00
DMO = 4.000,00 DMO = 2.000,00
Mínimo de 25%

64
4.3 RESERVAS DE LUCROS

Reserva Lei 6.404/76 Obrigatória Diminui


DMO*
LEGAL Art .193 SIM 5% SIM

CONTINGENCIAL Art .195 NÃO* SIM

INCENTIVOS FISCAIS Art .195-A NÃO* SIM

ORÇAMENTÁRIA Art .196 NÃO NÃO

ESTATUTÁRIA Art .194 NÃO NÃO

A REALIZAR Art .197 NÃO POST

ESPECIAL Art .202 -5º SIM DMO

* DMO – Dividendo Mínimo Obrigatório 65


4.3.1 EXEMPLO CÁLCULO DE DESTINAÇÃO DO LUCRO

EVENTO VALOR REF MEMO

LUCRO DO PERÍODO EM 2013 10.000,00 A

(-) RESERVA DE LUCRO LEGAL - 5% -500,00 B B=A*5%

(-) RESERVA DE LUCRO CONTINGENCIAL -2.000,00 C DETERMINADO POR ÓRGAO REGULADOR

(-) RESERVA PARA INCENTIVOS FISCAIS -3.000,00 D VALOR TOTAL DA SUBVENÇÃO GOV

(=) BASE PARA O DMO 4.500,00 E E=A-B-C-D

(-) DMO - 60% -2.000,00 F F=E*60% (LIMITADO OPCIONALMENTE NO J)

(-) RESERVA DE LUCRO A REALIZAR -700,00 K

(-) ESTATUTÁRIA -600,00 G DEFINIDO EM ESTATUTO

(-) ORÇAMENTÁRIA -1.200,00 H BASEADO EM ORÇAMENTO

(=) SALDO DO LUCRO 0,00

RECEITA A REALIZAR EM 2015 8.000,00 I RECEITA DE LONGO PRAZO NA DRE

LUCRO REALIZADO 2.000,00 J J=A-I

DIVIDENDO MÍNIMO OBRIGATÓRIO 2.700,00 F F=E*60%

RESERVA DE LUCRO A REALIZAT 700,00 K K=F-J


66
Atividades de Fixação 5
Objetivo: Reconhecer
investimentos avaliados pelo MEP
no BP e na DRE

67
AULA 3/4

UD 5: Reconhecimento, Mensuração e
Evidenciação do Ágio e do Deságio

68
UD 5: Ágio / Deságio

1. Conceito de Ágio e Deságio

2. Conceito de Valor Justo

3. Reconhecimento e Evidenciação Contábil do Ágio

4. Reconhecimento e Evidenciação do Deságio

5. Teste de Impairment

69
5.1 Conceito do Ágio

O Ágio, segundo o CPC 15,

refere-se à diferença para mais entre o

valor da contraprestação e o valor justo

do investimento quando adquirido em

uma Combinação de Negócios.

70
5.1.1 EXEMPLO DE ÁGIO
Considere que uma empresa investidora
(independente) adquiriu, em janeiro de 2013, 60% de
uma empresa investida tornando-se sua controladora. O
valor da aquisição foi de R$900.000,00. Foram
apresentados os seguintes valores da investida: (a) seu
valor patrimonial (VP) com base na auditoria
independente das suas demonstrações contábeis e (b)
seu valor justo (VJ) com base na avaliação dos seus
Ativos Líquidos Identificáveis.

71
Dados da Aquisição
EVENTO INVESTIDA INVESTIDORA

VALOR PATRIMONIAL(VP) 1.000.000,00 600.000,00

VALOR JUSTO (VJ) 1.200.000,00 720.000,00

VALOR CONTRAPRESTAÇÃO (VC) 900.000,00

DIFERENÇA ENTRE VC E VP VC - VP 300.000,00

MAIS VALIA VJ - VP 120.000,00


(Ativos Líquidos Identificáveis)

ÁGIO VC - VJ 180.000,00
(Ativos Líquidos Não
Identificáveis – Goodwill)
72
5.1.2 Conceito de Valor Justo

“É o valor pelo qual um ativo pode ser


negociado, ou um passivo liquidado, entre partes
interessadas, conhecedoras do negócio e
independentes entre si, com ausência de fatores
que pressionem para a liquidação da transação ou
que caracterizem uma transação compulsória.”

CPC 15

73
HIERARQUIA DO VALOR JUSTO
- Adaptado do Manual de Normas Internacionais de Contabilidade, p.285 -

ATIVOS LÍQUIDOS
IDENTIFICÁVEIS

DE USO DE TROCA

NÍVEL 1 – Cotação Específica


Menor valor
entre o
Contábil e o maior
valor entre
(mercado e VPL FLcx)
NÍVEL 2 – Cotação Similar

NÍVEL 3 – Fluxo de Caixa


74
Termo Definição Fonte
Avaliação do O adquirente deve reconhecer o ágio (...), na data da CPC 15, parágrafo 32,
Ágio ou aquisição, mensurado pela contraprestação e o valor página 10 e 11
Deságio líquido dos ativos adquiridos identificáveis (VN – VJ) em
uma combinação de negócios.
Definição de É um ativo que representa .benefícios econômicos CPC 15, Apêndice A,
Ágio futuros resultantes de outros ativos adquiridos os quais pág. 21
(Goodwill) não são individualmente identificados e separadamente
reconhecidos.
Avaliação dos O adquirente deve mensurar os ativos identificáveis CPC 15, parágrafo 18,
Ativos adquiridos e os passivos assumidos pelos respectivos pág. 7
Líquidos valores justos da data da aquisição.
Identificáveis
Valor Justo É o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um CPC 15, Apêndice A,
passivo liquidado, entre partes interessadas, pág. 21
conhecedoras do negócio e independentes entre si, com
ausência de fatores que pressionem para a liquidação
da transação ou que caracterizem uma transação
compulsória.
Presunção do “A mensuração do “valor” justo presume o maior e Manual de Normas
Valor Justo melhor uso do ativo pelos participantes do mercado, Internacionais de
considerando o uso do ativo que seja fisicamente Contabilidade, Ernest
possível, legalmente permitido e financeiramente viável Young e Fipecafi, pág.
na data da mensuração.” O maior e melhor valor pode 284
ser pelo uso ou pela troca. 75
Termo Definição Fonte

Valor em Uso É o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, Manual Prático de
que devem resultar do uso de um ativo ou de uma Interpretação Contábil
unidade geradora de caixa. da Lei Societária,
. Marcelo Cavalcanti,
pág. 78

Valor em É determinado com base no preço que seria recebido Manual de Normas
Troca para vender um ativo separadamente (valor de Internacionais de
mercado). Contabilidade, Ernest
Young e Fipecafi, pág.
284

Perda por É reconhecida quando o valor contábil de ativo excede Manual Prático de
Impairment seu valor recuperável. Interpretação Contábil
da Lei Societária,
Marcelo Cavalcanti,
pág. 78

Valor É o maior valor entre o valor líquido de venda de um Manual Prático de


Recuperável ativo (valor de mercado) e seu valor em uso (fluxo de Interpretação Contábil
caixa). da Lei Societária,
Marcelo Cavalcanti,
pág. 78
76
5.1.3 Reconhecimento Contábil do Ágio
DÉBITO PARTICIPAÇÃO EM CONTROLADA A 600.000,00

INVESTIMENTOS
DÉBITO MAIS VALIA EM CONTROLADA A 120.000,00

DÉBITO ÁGIO POR EXPECTATIVA FUTURA 180.000,00


CONTROLADA A

CRÉDITO CONTRAPRESTAÇÃO 900.000,00

DISP
77
EVIDENCIAÇÃO DO ÁGIO NO BP DA
INVESTIDORA

ATIVO NÃO CIRCULANTE


INVESTIMENTOS
Participação na Controlada A.....................$600.000,00
(+) Mais Valia Controlada A .....................$120.000,00
(+) Ágio Controlada A ............................$180.000,00
Total Sub Grupo Investimento .................$900.000,00

78
5.2 Conceito de Deságio

O Deságio (Compra Vantajosa) é o


excesso dos valores justos da empresa
sobre os valores pagos e, neste caso, este
excesso é reconhecido como um ganho para o
adquirente. Um adquirente pode realizar uma
compra vantajosa, por exemplo, em combinação
de negócios que resulte de uma venda forçada,
na qual o vendedor foi movido por algum tipo de
compulsão.

79
5.2.1 EXEMPLO DE DESÁGIO

Considere que uma empresa investidora adquiriu,


em janeiro de 2013, 40% de uma empresa investida
tornando-se sua coligada. O valor da aquisição foi de
R$300.000,00. Foram apresentados os seguintes
valores da investida: (a) seu valor patrimonial (VP)
com base na auditoria independente das suas
demonstrações contábeis e (b) seu valor justo (VJ) com
base na avaliação dos seus Ativos Líquidos
Identificáveis.

80
Dados da Aquisição
EVENTO INVESTIDA INVESTIDORA

VALOR PATRIMONIAL(VP) 1.000.000,00 400.000,00

VALOR JUSTO (VJ) 1.200.000,00 480.000,00

VALOR CONTRAPRESTAÇÃO (VC) 300.000,00

MAIS VALIA VJ - VP 80.000,00


(Ativos Líquidos Identificáveis)
DESÁGIO VC - VJ 180.000,00
(Compra Vantajosa)

81
5.2.2 Reconhecimento Contábil - Deságio
DÉBITO PARTICIPAÇÃO 400.000,00

INVESTIMENTOS
COLIGADA A

DÉBITO MAIS VALIA 80.000,00


COLIGADA A

CRÉDITO DESÁGIO 180.000,00

RECEITA
CRÉDITO CONTRAPRESTAÇÃO 300.000,00

DISP
82
EVIDENCIAÇÃO DO DESÁGIO

ATIVO NÃO CIRCULANTE


INVESTIMENTOS

Participação Permanente Empresa A....$400.000,00


Mais Valia Empresa A.........................$ 80.000,00

Total do Sub Grupo Investimento........$480.000,00

83
5.3 TESTE DE IMPAIRMENT
- Conceito Normativo -

O IAS 36 define o Teste do Impairment como uma metodologia a


ser aplicada por uma companhia para assegurar que seus ativos
de longo prazo não estão registrados contabilmente por um valor
superior àquele passível de recuperação por uso nas operações
da companhia ou por meio de sua venda.

Manual de Normas Internacionais de Contabilidade, FIPECAFI e Ernest Young, 2010, p.


347

84
OBRIGATORIEDADE DO TESTE
- Conceito Normativo -

Deverão ser testados pelo menos anualmente:

1. Ativos Intangíveis de vida útil indefinida;

2. Ativos Intangíveis ainda não disponíveis para uso;

3. Ágio (goodwill) gerado por combinação de negócios.

Os demais ativos não tem obrigatoriedade, contudo, a


empresa deve avaliar e documentar a existência ou não de
indicativos de impairment a cada data de encerramento de
exercício ou período contábil.
Manual de Normas Internacionais de Contabilidade, FIPECAFI e Ernest Young, 2010, p. 347
85
APLICAÇÃO DO IMPAIRMENT
SOBRE O MEP

“Após a aplicação do método de equivalência


patrimonial, incluindo o reconhecimento dos prejuízos da coligada
em conformidade com o disposto no item 29, o investidor deve
aplicar os requisitos da NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração para determinar a necessidade de
reconhecer alguma perda adicional por redução ao valor
recuperável do investimento líquido total desse investidor na
coligada.”
CPC 18, Parágrafo 31, p.10

86
Atividades de Fixação 6
Objetivo: Calcular o Ágio e o
Deságio

87
AULA 4/4

UD 6: Lucro Não Realizado


UD 7: Consolidação do BP e da DRE

88
UD 6: Lucros Não Realizados

1. O que são Lucros Não Realizados?

2. Como se calcula?

3. Qual o impacto dos Lucros Não Realizados na


Equivalência Patrimonial?

89
6.1 Lucros Não Realizados
O Termo Lucros não Realizados é
utilizado em um contexto de grupo, ou seja, um
LUCRO é NÃO REALIZADO quando é oriundo de
operações de venda de ativos entre empresas
que apliquem o MEP e que não tenham sido
vendidos para terceiros pela empresa
compradora até a data do encerramento das
Demonstrações Contábeis.
90
O Expurgo dos Lucros Não Realizados é um
procedimento contábil que consiste em eliminar o valor dos
lucros apurados pela vendedora que, do ponto de vista
consolidado, ainda não foram realizados por estarem
contidos em ativos da empresa compradora. Isto ocorre,
quando:

1. A transação é realizada entre empresas que serão


consolidadas ou avaliadas pelo MEP;

2. Tenha sido embutido lucro na venda;

3. O ativo permaneceu, total ou parcialmente, no Balanço


Patrimonial da empresa compradora.

91
GRUPO ABCD

Resultado Não
Realizado

HOLDING A Resultado
Realizado

CONTROL B CONTROL C

CONTROL D

92
6.1.1 TIPOS DE OPERAÇÕES INTRAGRUPO

DOWNSTREAM UPSTREAM

INVESTIDORA INVESTIDORA

VENDE PARA COMPRA DAS

INVESTIDAS INVESTIDAS

93
6.1.2 Como eliminamos o LNR?

Tipo de Percentual a eliminar


Investimento

Controlada isolada ou individual 100%


(Casos em que ocorre a
Consolidação)

Coligada e Controle Conjunto Proporcional


(Casos em que não ocorre a ao investimento
Consolidação)

94
Exemplo de Cálculo de LNR em
operação UPSTREAM com participação
de 20% em Coligada
I – Definição da Margem Bruta de Lucro

(=) Preço de Venda de IDA para DORA = $160.000 (a)

(-) Custo de Venda de IDA = ($120.000) (b)

(=) Lucro Bruto de IDA = $ 40.000 (a)-(b) = (c)

Margem Bruta Percentual (LB/PV) = 25% (c) / (a)

95
II – Definição do Lucro Bruto nos Estoques,
considerando que DORA vendeu 37,50% dos estoques

(=) Estoque de DORA = $160.000 (a)

(-) Vendido a terceiros = $ 60.000 (b)

(=) Saldo do estoque = $100.000 (a) – (b) = (c)

(*) Margem Percentual (LB/PV) = 25% (d)

(=) Lucro Bruto nos Estoques = $ 25.000 (c) * (d) = (e)

OBS: Se o saldo do estoque fosse zero, não haveria LNR.

96
III – Definição do Lucro Líquido Não Realizado

(=) Lucro interno contido no estoque = $25.000 (a)

(*) Percentual Hipotético do IRPJ/CSLL = 34% (b)

(=) IRPJ / CSLL = ($ 8.500) (a) * (b) = (c)

(=) Lucro Líquido contido estoques = $16.500 = (d)

(*) Percentual a eliminar..................... 20% = (f)

(=) Lucro Líquido Não Realizado......... $3.300 = (d) * (f) = (g)

OBS: Se fosse uma Controlada, seria eliminado 100% do LNR


97
IV – Determinação da Equivalência Patrimonial após
expurgo do Lucro Líquido Não Realizado

(=) PL da Coligada no início do Período ....$100.000

(+) Lucro da Coligada no Período...............$10.000

(=) PL da Coligada no final do Período.......$110.00 (a)

(*) Percentagem de Participação 20% (b)

(=) EP antes do LNR................................$22.000 (a)*(b)=(c)

(-) LNR..................................................$3.300 (d)

(=) EP depois do LNR...............................$18.700 (c) – (d)

98
V – Determinação do Resultado da EP após expurgo do
Lucro Líquido Não Realizado

(=) Lucro da Coligada............................$10.000

(*) Percentagem de Participação 20% (b)

(=) REP antes do LNR.............................$2.000 (a)*(b)=(c)

(-) LNR..................................................$3.300 (d)

(=) REP depois do LNR.............................($1.300) (c) – (d)

99
Atividades de Fixação 7
Objetivo: Cálculo dos Lucros Não
Realizados

100
UD 7: Consolidação do BP e
da DRE
1. O que é consolidação das
Demonstrações Contábeis?

2. Quem é obrigado a elaborar/publicar?

3. Como devemos fazer?

101
7.1 DEFINIÇÕES
- Demonstrações Consolidadas -

“São as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo


econômico), apresentada como se fossem as de uma única entidade
econômica.”

“Grupo econômico é a controladora e todas as suas controladas.”

CPC 36, parágrafo 4, p.3

102
Objetivo das Demonstrações
Contábeis Consolidadas
“É apresentar aos usuários da informação contábil,
principalmente acionistas e credores, os resultados
das operações e a posição financeira da sociedade
controladora e de suas controladas, como se o
grupo econômico fosse uma única entidade.”

Manual de Contabilidade Societária, Fipecafi, 2010, p. 649

103
7.2 Obrigatoriedade para Elaborar
Demonstrações Consolidadas
“A controladora, companhia aberta ou mesmo não na forma de

sociedade por ações, exceto aquela descrita no item 10, deve

apresentar as demonstrações contábeis consolidadas nas quais

os investimentos em controladas são consolidados de acordo

com o requerido na presente Norma.”

CPC 36, parágrafo 9, p.4

104
Dispensa de Elaborar
Demonstrações Consolidadas
CPC 36, item 10

“A controladora pode deixar de apresentar as demonstrações contábeis


consolidadas se e somente se, além de permitido legalmente: (a) a
controladora é ela própria uma controlada (integral ou parcial) de
outra entidade, a qual, em conjunto com os demais proprietários,
incluindo aqueles sem direito a voto, foram consultados e não fizeram
objeção quanto à não apresentação das demonstrações contábeis
consolidadas pela controladora; (b) os instrumentos de dívida ou
patrimoniais da controladora não são negociados publicamente e © a
controladora não arquivou e não está em processo de arquivamento
de suas demonstrações contábeis na CVM (...)’
105
RELATÓRIOS QUE DEVEM SER
CONSOLIDADOS

1. Balanço Patrimonial

2. Demonstração do Resultado do Exercício

3. Demonstração do Resultado Abrangente

4. Demonstração dos Fluxos de Caixa

5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

6. Demonstração do Valor Adicionado

7. Complemento em Notas Explicativas

106
7.3 PROCEDIMENTOS A SEREM
ADOTADOS:
1. Uniformidade de Políticas e Critérios Contábeis

2. Uniformidade Quando Adotado Período de Defasagem

3. Controle das Transações Intragrupo

4. Conciliação Periódica dos saldo Intragrupo

5. Controles extra-contábeis para fundamentar e evidenciar os


papéis de trabalho de consolidação

107
PAPÉIS DE TRABALHO
1. Abrir um papel de trabalho para cada demonstração contábil
separando: Contas do Ativo, Contas do Passivos e do Patrimônio
Líquido, Contas de Resultado, Contas do Fluxo de Caixa e Contas
do Valor Adicionado.

2. Os Papéis de Trabalho, exceto a DMPL, devem ser compostos de


colunas que representarão: (a) saldos de cada rubrica da
controladora, (b) saldos de cada rubrica para cada controlada, (c)
saldo de cada rubrica do total das controladas, (d) total dos saldos
de cada rubrica da controladora somados ao total de suas
controladas, (f) ajustes a débito, (g) ajustes a crédito, (h)
referências para identificar as partidas de ajustes e (i) saldo
consolidado.

3. Para efeito de publicação, apenas as colunas: (a) controladora, (d)


total das controladas e (i) consolidado são divulgados. 108
AJUSTES E RECLASSIFICAÇÕES
1. Eliminação do saldo do investimento em controladas contra o
Patrimônio Líquido da Investida e inclusão da Participação de Acionistas
Não Controladores (exceto no caso de subsidiária integral);

2. Eliminação dos lucros não realizados no ativo respectivo contra


investimento;

3. Reclassificação do Ágio e da Mais Valia/Menos Valia para,


respectivamente, Goodwill no Intangível e ativos e/ou passivos na
controlada que originaram o ajuste;

4. Eliminação dos saldos patrimoniais intragrupo como: dividendos a


pagar/receber; empréstimos a pagar/a receber e fornecedores/clientes;

5. Eliminação dos saldos na DRE da receitas e despesas intragrupo,


inclusive o resultado da equivalência patrimonial;

109
Atividades de Fixação 8
Objetivo: Elaboração do BP e
da DRE consolidados

110

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