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Atualização em Imunização

Enfermeira Sanitarista Roberta Pantoja Lobo


DVS- CAP 5.1
Rio de Janeiro, maio de 2018
Conceitos
 Imunizar: “ Tornar NÃO suscetível a uma determinada
doença.”

 Vacina: produto farmacológico que contém agentes


imunizantes capazes de induzir a imunização ativa.
Imunização
Ativa:
Modo Natural: resposta imunológica com a produção de anticorpos específicos por
infecção natural.

Modo artificial: a partir de administração de vacinas que estimulam a produção de


anticorpos específicos.

Passiva: imediata, porém transitória. Não ativa células de memória.


Via natural: amamentação
Via Artificial: administração de soros, imunoglobulinas, anticorpos.
* É utilizada quando não se pode aguardar a produção de anticorpos em quantidade
adequada.
Imunidade celular e Imunidade humoral

 A imunidade celular é aquela mediada pelos linfócitos


T8 ativados em células assassinas.

 A imunidade humoral é aquela mediada pelos


linfócitos B ativados em plasmócitos e está
relacionada à produção de anticorpos contra
determinado antígeno.
História do PNI
 O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola na
década dos anos sessenta, mostrou que a vacinação em
massa tinha o poder de erradicar a doença. O último
caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no
mundo em 1977 na Somália.
 Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de
Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da
Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de
imunizações.
História do PNI
 Em 1975 foi institucionalizado o PNI que passou a coordenar, assim, as atividades de imunizações
desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços.

 Em seguimento à erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a 1ª CAMPANHA NACIONAL DE


VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELITE, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos
em um só dia. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989.

 Em setembro de 1994 o Brasil junto com os demais países da região das américas, recebeu da
Comissão Internacional para a Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus
Selvagem nas Américas, o Certificado que a doença e o vírus foram eliminados de nosso
continente.

 Ao longo do tempo, a atuação do PNI, ao consolidar uma estratégia de âmbito nacional. As metas
mais recentes contemplam erradicação do sarampo e a eliminação tétano neonatal. A essas, se
soma o controle de outras doenças imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano acidental,
Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubéola e Caxumba em
alguns Estados, bem como, a manutenção da erradicação da Poliomielite.
Metas do PNI- Coberturas Vacinais de Rotina
Vacinas de Rotina do calendário da
criança até 1 ano:
- BCG, Penta, Polio, Pneumo 10,
Meningo C, Tríplice Viral, Hepatite A,
Febre Amarela – 95% das crianças até 1
ano vacinadas com esquema completo.
- Rotavírus – 90% das crianças até 1
ano vacinadas com esquema completo
Proteção Coletiva
Cobertura de Rebanho
Calendário da Criança
Ao nascer: BCG e hepatite B
BCG: pode ser realizada até 4 anos, 11 meses e 29 dias
Hepatite B mopnovalente : pode ser realizada até 30 dias de vida da criança.

Aos 2 meses de vida: D1 de Penta, Polio Inatiavada (VIP), Pneumo 10 e Rotavírus. A Penta poderá ser
administrada até menores de 7 anos.
Polio e pneumo: até menores de 5 anos.

Aos 3 meses de vida: D1 de meningo C. Pode ser administrada até até menores de 5 anos.

•Aos 4 meses de vida: D2 de Penta, Polio Inativada (VIP), Pneumo 10 e Rotavírus.

ATENÇÃO AOS PRAZOS DA ROTAVÍRUS :


D1 – AOS 2 MESES ATÉ 3 MESES E 15 DIAS DE VIDA
D2 - AOS 4 MESES ATÉ 7 MESES E 29 DIAS.
QUANDO A CRIANÇA NÃO REALIZA D1 , NÃO É POSSÍVEL REALIZAR DOSE SEQUENCIAL

Aos 5 meses de vida: D2 de meningo C



Calendário do Criança
Aos 6 meses: D3 de penta e Polio Inativada (VIP).

Aos 9 meses: Febre Amarela (DOSE PADRÃO). Esta vacina está prevista para população até 59
anos de idade.

Aos 12 meses : D1 de tríplice viral e REFORÇO de pneumo 10 e meningo C. A vacina tríplice viral está
prevista para população até 49 anos de idade.

Aos 15 meses: Dose única de hepatite A, 1º Reforço com DTP, Tetraviral e 1º Reforço com Polio Oral
(VOP). A DTP pode ser realizada em crianças < 7 anos. Polio Oral , Tetraviral e Hepatite A -< 5 anos.

Aos 4 anos :2º Reforço de DTP , Polio Oral (VOP) e Reforço Varicela Monovalente.

ATENÇÃO: CRIANÇAS MENORES 2 ANOS DE VIDA PRIMOVACINADAS, REALIZAR F.A. E APÓS NO MÍNIMO 30 DIAS ,
REALIZAR TRIVIRAL/TETRAVIRAL . NESTE CASO, OBRIGATORIAMENTE, A CRIANÇA DEVERÁ RECEBER F.A. SEPARADA DE
TRIVIRAL/TETRAVIRAL A Varicela monovalente: pode ser realizada na idade entre 5 a < 7 anos . Duas doses com
intervalo de 30 dias.
Calendário do Adolescente- Considerar História Vacinal
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo anterior= NÃO REVACINAR

HPV quadrivalente* (inativada): 2 doses , intervalo de 6 meses


*meninas de 9 a 14 anos
*meninos de 11 a 14 anos

Dupla adulto (toxoide): 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo anterior=
NÃO REVACINAR. Reforço de 10 em 10 anos.

Meningocócica C (inativada) : dose única ou Reforço.* meninos e meninas de 11 a 14 anos

Tríplice viral - SCR (atenuada). Esquema completo anterior com 2 doses= NÃO REVACINAR

*A vacina HPV está indicada em 3 doses (esquema 0, 2 e 6) para quem vive com HIV na faixa etária
de 09 a 26 anos de idade, necessitando de prescrição médica para ser vacinado.
Calendário do Adulto- Considerar História Vacinal
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo na infância = NÃO REVACINAR

Dupla adulto (toxoóde): 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo
anterior = NÃO REVACINAR. Reforço de 10 em 10 anos.

Tríplice viral - SCR (atenuada). Esquema completo anterior = NÃO REVACINAR.


Até 29 anos: 2 doses com intervalo de 30 dias
De 30 a 49 anos: Dose única
Profissional de Saúde 2 doses com intervalo de 30 dias

Febre Amarela: Dose Fracionada (campanha) ou Dose Padrão, depende da condição clínica . Esta
vacina pode ser administrada de 9 meses de vida até 59 anos de idade.
Calendário da Gestante
Hepatite B; 3 doses – 0, 1 e 6 meses. Esquema completo na infância = NÃO REVACINAR

Dupla adulto : 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses. Esquema completo anterior > 5
ANOS=FAZER RFORÇO COM DTPa

DTPa: Como dose que completa esquema de Dt ou dose única devido à gestação. O ideal é
que esta vacina seja administrada entre a 20ª e 36ª semana de gestação.

A vacinação contra a Influenza é sazonal = Período de Campanha Nacional entre os meses de abril
e maio = vacinação trivalente (cepa vigente devido à possível mutação viral).
Vacinas Atenuadas
 Vacinas atenuadas:

- BCG, Rotavírus , Polio Oral, Triviral, Febre Amarela,


Tetraviral, Varicela monovalente.

As demais vacinas são consideradas inativadas.


Vias de Administração
 Intradérmica: BCG
 Subcutânea: Triviral, Febre Amarela, Tetraviral e Varicela
monovalente;
 Intramuscular: Hepatite B, penta, pneumo10, Polio
inativada, meningo, Hepatite A, HPV, Influenza, DTP, Dupla
Adulto (dt), DTPa adulto.
 Oral: Polio oral e Rotavírus.
Padronização dos Locais de Aplicação
*Diretriz:
- Calendário em dia x criança em atraso;

- Plano de Imunização do Indivíduo;

- Avaliação e responsabilidade do aplicador: estrutura física do usuário, oferta


de massa muscular no sítio de aplicação, via de administração;

- Recomendação para vacinação com via intramuscular:


- vasto lateral em < 2 anos de idade;
- deltóide a partir de 2 anos de idade.
Importante
 O glúteo não é mais um local de aplicação
recomendado pelo PNI, desde o ano 2001 !

 Esta recomendação se fundamenta:


- Risco de lesão do nervo ciático;
- Oferta de massa muscular x tecido adiposo em crianças =
pode ocorrer absorção inadequada de algumas vacinas.
O intervalo entre as Vacinas!!!!!!!!

Inativado /Inativado- nenhum

Atenuado/Inativado- nenhum

Atenuado/Atenuado: mínimo
15 dias/ideal 30 dias
Vacinação Simultânea
Conceito: É a aplicação de 2 ou mais vacinas em diferentes
sítios anatômicos. Não intensifica a ocorrência de
eventos adversos pós-vacinais e não prejudica a
resposta imunológica.

 As vacinas podem ser administradas simultaneamente ,


exceto a vacina febre amarela e tríplice viral em crianças
< 2 anos. Neste caso, estas vacinas devem ser
administradas com intervalo mínimo de 30 dias.
MOTIVOS PARA ADIAR VACINAÇÃO
Presença de febre moderada à grave - evitar associação
de um possível EAPV ;

Uso de corticóide : superior a 2 semanas com dose maior


ou igual 2mg/kg/dia em crianças com peso menor de 10
kg ou acima de 20mg/dia em crianças com peso acima
de 10kg e adultos – aguardar 1 mês após o término da
corticoterapia.
Intervalo entre hemotransfusão e vacinas
atenuadas injetáveis
Uso de Antitérmico Profilático
 Estudos comprovaram que o uso do paracetamol
profilático desencadeia uma redução do título de
anticorpos das vacinas administradas.

 O uso desta medicação deverá ocorrer mediante


orientação médica e atrelada à história familiar de
convulsão e /ou ocorrência de Eventos Adversos Pós-
vacinais associados à ocorrência de febre moderada
/grave.
CONTRAINDICAÇÕES

FALSAS ! Doenças
infecciosas ou Desnutrição
Diarrréia
leve/moderada
Prematuridade
/baixo peso
(exceto a BCG-
alérgicas –
trato
peso mínimo
respiratório 2000g)- idade
superior cronológica;
(tosse,coriza);

Corticóide em doses
Doenças de História familiar Uso de
diárias não elevadas
pele (impetigo de convulsão ou antibióticos
durante < 1 semana/
uso prolongado com , escabiose) morte súbita
baixas doses / em dias
Reação local a
alternados /
dose anterior
corticóides inalatórios

Aleitamento
Alergias não Tratamento Histórico
materno exceto
relacionadas antirrábico pregressa de
vacina contra a
aos em curso doença
Febre Amarela
componentes imunoprevenível
das vacinas
CONTRAINDICAÇÕES PARA VACINAS DE VÍRUS ATENUADOS

Verdadeiras!
Gravidez
Altas doses
de corticóide
por mais de
15 dias

Neoplasia
maligna Quimioterapia
/ Radioterapia
OS 12 PASSOS CERTOS EM IMUNIZAÇÃO

VACINAÇÃO SEGURA
Conferi se a câmara e a
caixa térmica estão com
temperaturas adequadas (entre
2 a 8 °C)?
1- Conferi o nome
completo do usuário?

2- Conferi registros
vacinais! (avaliação da
caderneta/cartão)

3- Realizei anamnese individualizada?


(estado de saúde, febre, EAPVs anteriores
, uso de medicações *corticóide*, alergias
a componentes específicos?
Idade certa:
Conferi a data de
nascimento? Calculei a
idade?
Vacina certa: Conferi o rótulo certificando
o nome de cada vacina por no
mínimo TRÊS VEZES?

Conferi o rótulo certificando a validade


do lote em uso no mínimo TRÊS
Validade Certa: VEZES? (e do diluente em caso de
reconstituição!)
Dose certa:
Conferi se a dose é
D1, D2, D3 ou
reforço?
Insumo certo: Conferi a compatibilidade
entre seringa agulhada e via de
administração?

Conferi se o volume aspirado está de


acordo com o preconizado pelo
Volume Certo: PNI considerando também faixa
etária do usuário?
Via de administração
certa: Conferi a via de
admnistração? (oral,
intradérmica, subcutânea
e intramuscular)
Conferi se o sítio de
aplicação está de acordo
com a padronização
preconizada pela CPI?

Conferi se o ângulo está de acordo


com a técnica de via de
administração?
Ângulo Certo:
Vigilância de Eventos Adversos e Erros de
Imunização
 O preenchimento pleno e correto do formulário de
investigação de EAPV pelo profissional favorece com que
a investigação possa ser qualificada e que possa traçar
uma conduta adequada e eficaz, proporciona
acompanhamento e encerramento com mínimo
encerramento por perda de seguimento.

 O tempo de notificação interfere diretamente na


intervenção/conduta diante da sintomatologia
apresentada.
OPORTUNIDADE NOTIFICAÇÃO
/INVESTIGAÇÃO
 Notificação via sistema nacional SIEAPV , considerando
OPORTUNO o período de:
24 horas nos EAPVs GRAVES – ligar
IMEDIATAMENTE PARA A DVS/SVS DE
REFERÊNCIA!
07 dias para os EAPVs NÃO GRAVEs;

SUSPEITOU (SEGUNDO CRITÉRIOS CLÍNICOS E


CRONOLOGIA – PNI)= NOTIFICOU!
EAPV GRAVE EAPV NÃO GRAVE
(EAG) (EANG)
Hospitalização no Eventos sistêmicos ou
mínimo de 24 ou locais (moderados ou
prolongamento. intensos)

Causa de disfunção Quando necessita ou


significativa ou não de uma tratamento
incapacidade persistente médico ambulatorial e
exames
Causa risco morte ou complementares
morte.
Que não esteja nos
(ex:Anafilaxia) critérios de EAG.

Dentre outras
gravidades
CRIEs
CRIE ROCHA MAIA - Encaminhar crianças até 12 anos de idade para consulta
pré-agendada.
Contatos : 2295-2295, ramal 203 e e-mail criesmsdc@gmail.com
End: Rua General Severiano, 91 – Botafogo, no Hospital Municipal Rocha Maia

CRIE IPEC/FIOCRUZ – Encaminhar a partir de 13 anos de idade para consulta pré-


agendada.
Contatos : 3865-9124/9125 ou e-mail crie.agenda@ipec.fiocruz.br
End: Av. Brasil, s/n – Manguinhos, no Hospital Evandro Chagas

OBS: Fornecer ao paciente guia de referência contendo resumo do caso e história


vacinal e orientar o paciente a levar os comprovantes de vacinação.
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
CHOQUE ANAFILÁTICO: depois de minutos até 2 hs após a vacinação;

Sinais e Sintomas:
- diminuição ou abolição do tônus muscular;
- palidez;
- cianose;
- resposta diminuída ou ausente aos estímulos;
- depressão ou perda da consciência;
- hipotensão ou choque;
- algumas vezes parada cardíaca associada ou não às alterações respiratórias e manifestações
cutâneas.

TODA SALA DEVE ESTAR MUNIDA DE UM KIT DE EMERGÊNCIA

-AMPOLA DE ADRENALINA 1:1000;


-HIDROCORTISONA DE 100mg;
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
EMERGÊNCIA NA SALA DE VACINAS
“FAKE NEWS”/ ANTIVACINISMO
* Diversas notícias falsas dificultam a adesão da população à vacinação. Notícias
falsas são um tipo de imprensa que consiste na distribuição deliberada
de desinformação ou boatos via jornalimpresso, televisão, rádio, ou ainda online,
como nas mídias sociais.

adesão da população às Campanhas de Vacinação e as coberturas de vacinação


de rotina

Risco de reinserção de doenças


imunopreveníveis no ambiente !
Coordenação do Programa de Imunizações/SVS/SUBPAV/S
Referências Bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças


Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação/ Ministério da Saúde. Secretaria
de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis- Brasília. Ministério da Saúde,
2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças


Transmissíveis. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós- vacinação/ Ministério
da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento das Doenças Transmissíveis-3. ed.
Brasília. Ministério da Saúde, 2014.

Levi.Guido. Controvérsias em imunizações: 2013/Guido Levi. Heloisa Ihle Giamberardino, Renato Kfouri- São
Paulo: Segmento Farma, 2014.

CPISMS-RJ. Guia Prático de Normas e Procedimentos de Imunização. Rio de Janeiro. 2016.


Obrigada!
Tel.: 3357-6526
dvscap51@gmail.com

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