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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA
DISCIPLINA: ARQUEOLOGIA CLÁSSICA

Em torno da ânfora:
a terminologia latina dos vasos recipientes
Pedro Paulo Abreu Funari

Alunos:
Anderson Luiz
Rodrigo Nunes
André Laurentino
Sob orientação do Prof. Dr. Renato Pinto

Recife
- 2016 -
SUMÁRIO

• Objetivo
• Introdução
• História e uso das ânforas e dos recipientes em geral;
• A Terminologia latina dos vasos recipientes;
• Diferenças de termos para recipientes cerâmicos;
• Campo semântico e atuação dos vocábulos (Círculo de Euler);
• Conclusões
• Bibliografia
OBJETIVO

Entender os diferentes termos usados pelos autores clássicos para designar os recipientes,
através da análise das áreas de atuação do vocabulário técnico antigo, de suas particularidades
e confrontações com outros termos, trazendo melhor compreensão do estudo das tecnologias
de recipientes na antiguidade e a sua relevância para a compreensão da economia antiga.

http://www.hellenicaworld.com/Greece/WS/images/PithosBody.jpg
INTRODUÇÃO

As ânforas são vasos antigos de origem grega, com aspecto ovóide e algumas com alças;

Geralmente confeccionadas em barro ou terracota, e quando possuíam alças, eram simétricas;

Eram utilizadas pelos gregos e romanos para armazenamento de


líquidos, especialmente o vinho. Também serviam para conter
azeite, frutos secos, mel, derivados do vinho, cereais
ou mesmo água;
HISTÓRIA E USO DAS ÂNFORAS E RECIPIENTES

A palavra "ânfora" vem do latim amphora, que por sua vez é derivada do grego
αμφορεύς (amphoreus), uma abreviação de αμφιφορεύς (amphiphoreus), uma
palavra composta combinando amphi ("nos dois lados", "duplo") e phoreus
("carregador"), do verbo pherein ("carregar").

https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82nfora#/media/File:Anforagrega-atenas.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

O principal foco do estudo arqueológico são as terminologias latinas empregadas na


denominação destes artefatos e dos seus principais usos;

Devido a enorme quantidade destes objetos localizados e recuperados, nas mais diversas
modalidades de prospecções arqueológicas e que são denominados pelos arqueólogos de
ânforas;

Surgem dois questionamentos:


1) Qual a ligação entre a denominação arqueológica com a latina?
2) Qual seria a participação na esfera social do objeto “amphora”, denominado pelos
latinos?
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Para que se respondam tais questionamentos, estuda-se a abrangência dos


principais termos latinos utilizados para recipientes cerâmicos, cada um com suas
particularidades e especificidades: dolium, calpar, situla, orca, gastra, diota, cadus
e amphora.

http://etc.usf.edu/clipart/4300/4374/amphora_1_lg.gif
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Dolium

Vasos de forma globular que se estreitavam na parte


inferior. Sem alças, abertura mais estreita do que o
diâmetro máximo do vaso. Não era destinados ao
transporte, mas a conservação de alimentos, ou seja, era
fixo.

http://jars.terracotta-artenova.com/wpcontent/uploads/2014/09/Dolium.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Calpar

Antiga denominação para Dolium, podendo


ser classificado como um sinônimo
derivado do grego.

http://bennetdictionary.com/wp-
content/uploads/2015/05/fig226_578.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Situla

Tratava-se de um vaso de boca larga e sem alça para


transporte de água. O termo, em latim, tem o sentido de balde.

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/eb/09/9b/eb099b34e2cf7f578f0628b1fc4c6991.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Orca

Vasos de grandes dimensões, diferenciando-se do Dolium pela forma.


Seu vocábulo designava a baleia e, por semelhança aos vasos
robustos, foi assimilado o termo grego que chegou ao latim através do
etrusco.

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/3b/66/be/3b66be97a476ceef9d74b6a19086e8a1.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

• Usados para armazenamento e conservação de


figos. Alguns autores relatam também seu uso
para armazenamento de vinho.

https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/ac/39/8b/ac398bd71b3faa457fd42615d1082307.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Gastra

Vaso de pança larga, sem especificar


a existência ou forma das alças.
Relatado em textos como as panças,
as parte salientes das ânforas
quebradas.

http://kopiaste.org/wp-content/uploads/2009/07/jugs1.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Diota

Termo grego, equivalente ao latim ânfora,


pela duplicidade da alça desta, parecendo
uma imitação de orelhas.

https://www.oneonta.edu/faculty/farberas/arth/Images/ARTH209images/Vases/orientalizing/Nessos_amphora.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Cadus

• do hebraico kad, que quer dizer barrigudo e, por extensão, vaso barrigudo, pançudo.
• Larga abrangência do termo
• Quase sempre utilizados para líquidos ou sólidos,
segundo relatos bíblicos.

https://farm3.static.flickr.com/2914/14761489106_89b5944214_m.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Ânfora (amphora)

• Maior variedade de produtos

• Inscrições nos recipientes

• Produção abundante

• Predominância da Argila

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/77/Amphorae_stacking.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

https://archivohistoricourosariodotorg.files.wordpress.com/2013/07/anfora-panatenaica.jpg

http://lealuciaarte.blogspot.com.br/2012/01/arte-grega.jpg
A TERMINOLOGIA LATINA DOS VASOS RECIPIENTES

Corte esquemático de uma amphora

1 – Aro (ou boca);


2 – Pescoço;
3 – Alça;
4 – “Ombro”;
5 – Corpo;
6 – Pé

https://simple.wikipedia.org/wiki/Amphora
CAMPO SEMÂNTICO E APLICAÇÃO DOS VOCÁBULOS
(CÍRCULO DE EULER)

Dentro da análise arqueológica dos recipientes, a análise do termo ânfora com os outros termos
relacionados ainda não é totalmente completa;

Esta lacuna ocorre por dois motivos:


a) Os termos antigos não são exatos e precisos e
b) A área de atuação semiológica do momento usual dos recipientes;

Desta forma, os vocábulos devem ser vistos dentro de um sistema inter-relacionado e inserido no uas,
com a presença de círculos específicos.

Por conta desta inter-relação entre os vocábulos, utiliza-se o Círculo de Euler, que pode definir um
sistema no qual certas intersecções não são possíveis ou consideradas
CAMPO SEMÂNTICO E APLICAÇÃO DOS VOCÁBULOS
(CÍRCULO DE EULER)

Modelo do Círculo de Euler utilizado (Desenho baseado no texto)


CONCLUSÕES

• Interrelacionamento específico esclarece o campo de atuação semântica de


cada um;
• Deve-se levar em consideração para o funcionamento do vocabulário
técnico deste universo:
• Área de abrangência do significado do vocábulo;
• As relações de sinonímia;
• Registro de emprego.
CONCLUSÕES

O estudo da terminologia técnica antiga pode ser aprofundado através


da compreensão dos princípios de estruturação de universos semânticos
específicos. Isto permitirá (...) uma utilização mais fértil da tradição
textual na interpretação (...)
FUNARI, Pedro Paulo Abreu.
BIBLIOGRAFIA

• Funari, P. P. A.Em torno da ânfora: a terminologia latina dos vasos recipientes, in


Neiva Ferreira Pinto & Jacyntho Lins Brandão (orgs), Cultura Clássica em Debate, Belo
Horizonte, UFMG/CNPq/SBEC, 1987, pp. 51-61.
BIBLIOGRAFIA

• COLONNA, Giovanni. Nomi etruschi di vasi. Archeologia Clássica, 25-6, 1973-4, p. 132-151.

• Cf. T. BETTANINI. Spazio i Scienze Umane. Florença, 1976, p. 93.

• CAPOGROSSI-COLOGNESI, Luigi. Il campo semântico della schiavitù nella cultura latina del terzo e del secondo secolo
a.C, Studi Storici, 4, 1978, p. 717-733.

• Cf. P. CHANTRAINE. Dictionnaire étymologique da la langue grecque. Paris, Klincksieck, 1980, s.u.

• A. MOLES. Théorie des Objets. Paris, 1972, p. 194.

• L.M.P. LOBATO; A.M. LOFFLER-LAURAIN; A.M. VIDAL. A análise Sêmica na aprendizagem de uma língua estrangeira,
Análises Linguísticas, São Paulo, Vozes, 1975, p. 148-194.

• L.T. HJELMSLEV. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. São Paulo, Abril, 1975, p. 204.

• LAZZARINI, Maria Letízia. I nomi dei vasi greci nelle iscrizioni dei vasi stessi. Archeologia Clássica, 26, 1973-74, p. 341-375.

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