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1ª Parte: Analisar a interdependência para as diferentes disciplinas, se
trabalhamos da mesma maneira, se há condições nas diferentes
propostas para haver trabalho de grupo.
sta tendência já tinha sido profetizada por Leavitt, em 1975, quando afirmou que o grupo
de trabalho se iria constituir como uma unidade básica do trabalho nas organizações, dado
ser a único capaz de responder aos desafios culturais que iriam emergir nos anos
vindouros.
e facto, o grupo surge como uma estruturação do trabalho extremamente eficaz, sendo
igualmente eficaz no óptica da empresa, pois produz resultados tangíveis ao nível da
qualidade, da eficiência e da eficácia do mesmo, como a nível das pessoas pois permite
tornar a empresa numa ³fonte´ da satisfação dos objectivos individuais dos seus
colaboradores, ao nível de ser, de estar, de saber e de ter, obtendo ganhos ao nível do
envolvimento e da motivação dos mesmos.
estudo dos grupos e das inâmicas grupais tem-se constituído como actividade de
investigação desde o início do século passado, havendo duas linhas da mesma:
ste sistema é constituído por diferentes pessoas que interagem entre si, criando um
conjunto de restrições, de constrangimentos que fazem com que as constribuições
individuais se esbatam tendo em conta o sistema grupal. e facto, estas restrições que
falamos podem ser efectuados por um dos membros em relação aos outros, pelos
membros em relação ao grupo ou ainda pelo grupo em relação aos seus membros.
Podemos, então, afirmar que um grupo como um todo é mais do que a soma das partes e
apenas pelo resultado de todas as interacções entre os diversos membros grupais se pode
constatar a existência do mesmo enquanto sistema, não podendo o grupo ser visto apenas
como um conjunto de experiências individuais que se somam, havendo muitos casos até
em que elas se subtraem. Por outro lado, pode-se considerar que um grupo é,
simultaneamente, mais (ou menos...) e diferente do que a soma das experiências
individuais que o constituem pois estas podem acrescentar valor (ou subtrai-lo), sendo
sempre diferentes se consideradas individualmente, sendo o comportamento do mesmo
resultado das diferentes relações entre os seus membros e destes com a estrutura grupal.
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Para além disso, um grupo não é uma estrutura fechada, influencia e é influenciado pelos
sistemas que o rodeiam, sendo construído tanto de dentro para fora como de forma inversa.
A forma como este vai operar depende de diversos factores, como sejam o seu nível de
desenvolvimento, a sua estrutura, os seus processos de comunicação e a sua cultura,
embora também estes sejam influenciados pelas variáveis externas.
facto de o termo equipa não remeter para a Psicologia Social mas sim para a literatura
específica da Psicologia das rganizações é muito importante para a preponderância que o
mesmo adquiriu, para o que também contribuiu o facto do mesmo estar também associado
ao desporto, à competitividade e ao sucesso, conceitos muito em voga no mundo
empresarial.
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onjunto de pessoas que interagem entre si, que partilham determinadas normas e
empenham-se na realização de objectivos:
l ompetências complementares
l ompromisso em relação ao objectivo comum
l Responsabilização colectiva perante metas de desempenho a atingir
o âmbito do MBA xecutivo 2010/2011, a avaliação das diferentes disciplinas pressupôs,
para além dos trabalhos individuais, trabalhos de grupo cujo objectivo é facilitar a
aprendizagem de todos com menor esforço individual e maior enriquecimento.
s grupos são definidos pela coordenação do curso que tem a preocupação de incluir os
alunos com diferentes formações académicas e experiências profissionais, sendo o sexo e
a idade factores igualmente considerados.
l Finanças (F ): ois trabalhos finais de grupo mais um exame final escrito;
l Marketing (MKT): Após cada aula, tínhamos de escrever os Key Learning Points,
existindo também um trabalho de grupo e um exame escrito final;
l Gestão de Pessoas (GP): Trabalhos em aula e um exame final escrito;
l Técnicas de omunicação (T): Uma apresentação oral individual;
l Sistemas de nformação (S): Um exame final escrito;
l Produção e Gestão de perações (PG): Todas as semanas havia que fazer
relatórios de estudos de caso, houve um trabalho final de grupo e um exame escrito
final.
o início dos trabalhos, ponderámos qual a melhor forma de os realizar de acordo com os
prazos, os recursos e a experiência de ex- colegas de MBA. o início, não estávamos todos
de acordo mas conseguimos chegar a um consenso e, de facto, a decisão que tomámos
(alocando diferentes recursos a cada trabalho) foi a melhor pois foi aquela que nos permitiu
rentabilizar ao máximo as capacidades de cada um, aumentando a eficácia e a eficiência
dos mesmos.
A análise sobre que recursos a alocar a cada trabalho foi feita em vários momentos,
consoante eles iam surgindo no planeamento do grupo, tendo o mesmo reunido para decidir
essa alocação, tendo em conta as responsabilidades mais nucleares, decorrentes quer da
sua experiência e conhecimento quer do seu interesse em desenvolver alguma disciplina
específica.
Todos os trabalhos foram exigentes no seu conteúdo e todos quisemos dar o nosso melhor
contributo, pelo que, apesar do facto da divisão do grupo por tarefas/trabalhos, esse facto
não impediu que se fizesse, em determinados momentos de partilha, a reflexão e a
discussão de ideias em conjunto por todos os elementos do grupo. esta fase, nunca se
sentiu tensão por terem sido uns a construir o trabalho e os outros estarem a colocar
questões, tendo-se sentido, isso sim, um sentimento de abertura e mesmo de confiança
entre todos, em que ouvíamos com atenção e procurávamos sempre ter em conta as
opiniões de todos. Quando não havia possibilidade de o trabalho conter todas as diferentes
visões individuais, tentávamos chegar a um consenso sobre o que deveria constar e o que
não deveria, o que se conseguiu sempre. ndependentemente de tudo isso, todos os
trabalhos foram apresentados e discutidos no seio do grupo antes de se finalizarem e
entregarem, o que garantiu que o trabalho reflectia o todo e não as partes.
este trabalho notámos dificuldade em integrar os conteúdos porque como tinham sido
desenvolvidos em separado nem sempre estavam coerentes entre si e foi necessário muito
trabalho de articulação na recta final quando pensávamos já estar quase tudo finalizado, o
que originou algumas discussões entre os membros do grupo mas que nunca pôs em
causa, ainda que minimamente, a coesão e a amizade existente entre todos os membros
do grupo.
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Um grupo não é estático, é uma realidade inâmica e mutável que vai ganhando ³formas´
diferentes ao longo da sua existência, adaptando-se ao contexto e operando de formas
diversas.
grupo pode ser comparado com o Homem, nascendo, crescendo, atingindo a maturidade
e morrendo quando deixa de ter objectivos comuns para atingir ou quando deixam de se
percepcionar e de ser percepcionados como tal.
Ainda que seja possível para uma organização ³matar´ um grupo, os laços sócio afectivos
que os seus membros criaram levarão a que este perdure no tempo, ainda que apenas na
componente referida.
Um grupo é, ao mesmo tempo, diferente e igual a si próprio pois está em contínua mudanda
mas cria e mantém uma certa estabilidade na estrutura e na cultura que lhe permite manter
uma marca que o distinga.
s modelos de desenvolvimento grupal têm como foco a forma como vão evoluindo, ao
longo do tempo, as relações, as tarefas e as estruturas grupais, marcando, desta forma, a
evolução do grupo temporalmente. ste desenvolvimento é relatado como uma sucessão
ordenada de fases ou estádios que se vão desenvolvendo sucessivamente, segundo um
modelo pré-definido que tem como linha de objectivo a maturidade grupal.
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Segundo Miguez e Lourenço, pode-se dizer que o grupo é algo intersubjectivo que tem
como base dois subsistemas que estão na sua base, o socioafectivo e o de tarefa, que
surge por consequência de um determinado conjunto de condições (as forças
impulsionadoras de base) que se baseiam num alvo comum que mobiliza os seus
membros, numa interdependência e em relações interpessoais para que se consigam
atingir os objectivos propostos.
Tendo como base estes autores, podemos afirmar que o desenvolvimento grupal passa por
quatro estádios sequenciais no seu caminho para a maturidade, desde a dependência da
liderança até à clareza da interdependência, havendo também uma clara fase de contra-
dependência. stes quatro estádios são:
1) struturação;
2) Reenquadramento;
3) Reestruturação;
4) Realização.
stes quatro estádios são passíveis de ser englobados em dois ciclos diferentes
(integrando dois estádios cada um), caracterizados pela intensidade (ainda que não
exclusividade) com que este sistema se centra no sistema afectivo (sendo este o ciclo que
integra os dois primeiros estádios) ou no sistema tarefa (o ciclo dois correspondente ao
terceiro e quarto estádios).
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estádio da struturação foca-se numa elevada dependência dos membros grupais em
relação ao líder do grupo, situação esta que é uma novidade e de uma enorme incerteza,
procurando que esta pessoa responda às suas dúvidas e inseguranças.
esta fase existem algumas questões que se colocam aos membros grupais e que criam
alguma ansiedade dentro do grupo, como sejam:
urante esta fase, a principal preocupação dos membros é garantir a sua inclusão grupal,
desenvolvendo todos os esforços para conseguirem agradar ao líder e aos restantes
membros, seguindo quase incondicionalmente o líder, figura da qual têm uma elevada
dependência, procurando conhecer de forma tímida e reservada os seus companheiros.
ado o elevado receio de ser excluído, existe nesta fase um grande consenso e
conformidade entre todos os participantes, havendo muito cuidado na comunicação (ainda
que na maior parte dos casos seja muito superficial) e uma elevada cordialidade.
ependendo das pessoas, é normal que poucos membros participem activamente nas
conversas e/ou reuniões do grupo enquanto que outros, a sua maioria, se mantêm mais ou
menos silenciosos.
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este estádio, o conflito é algo a ser evitado (na mente das pessoas) pois poderá pôr em
causa a estabilidade e a continuidade grupal, havendo, por esse motivo, um clima de
harmonia que pode conduzir a alguma euforia, dado que todos os membros se sentem
como iguais.
stes conflitos são não apenas inevitáveis como também necessários para que se possa
desenrolar de forma saudável a confiança e a criação de um clima em que as pessoas se
sintam confortáveis e à vontade para discordar umas das outras, sendo que a resolução
destes problemas e conflitos é condição essencial para o grupo per evoluir para o estádio
seguinte.
A comunicação entre todos os membros atinge um nível profundo, o que torna mais fácil a
realização das actividades do grupo. Geralmente, todos participam de forma activa, as
informações e as ideias fluem dentro do grupo, sendo frequente que expressem a forma
como percepcionam o desempenho grupal e individual.
entro do grupo podem surgir esporadicamente subgrupos que são colaborativos entre si e
que tornam mais fácil a vida do grupo no caminho a percorrer em direcção aos objectivos a
que se propôs. tempo é correctamente gerido, não deixando o grupo que a execução das
tarefas interfira com as relações interpessoais ou com diversos assuntos de capital
importância para o mesmo.
a nossa opinião, a fase 2 aconteceu com o trabalho de PG e Finanças , pois nesta
etapa ainda não nos conhecíamos muito bem e estávamos a trabalhar em separado mas,
no final, todos fomos tentando perceber se o trabalho estava a correr bem, se era
necessário mais ajuda e como poderíamos ajudar para que o trabalho ficasse ainda mais
perfeito.
Para que os trabalhos fossem sendo adiantados convenientemente e que não houvesse
uma derrapagem nos prazos, concordámos reunirmo-nos às sextas-feiras da parte da tarde
e aos sábados, tentando garantir desta forma que os trabalhos eram completados no prazo
estipulado e com a qualidade exigida.
Podemos afirmar que o nosso grupo se encontra nesta fase pois entre todos nós há um
forte sentimento de pertença ao grupo e de interdependência entre todos nós, sabendo que
não havia problema se não pudéssemos estar presentes nas reuniões por causa de um
determinado trabalho pois isso apenas iria ter reflexos ao nível de que iríamos ter de
compensar o grupo e os seus membros no(s) trabalho(s) seguinte(s).
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Por outro lado, embora cada um de nós tivesse objectivos pessoais bem definidos,
sabíamos que o grupo dependia da forma como nós nos interligávamos e da
interdependência do nosso trabalho para conseguirmos atingir (e, se possível, ultrapassar)
os objectivos grupais a que nos tínhamos propostos.
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Pouco tenho à acrescentar ao muito que aqui já se escreveu, no entanto tenho que
ressalvar mais uma vez a utilidade que o modelo de desenvolvimento grupal me ajudou a
conseguir interpretar no mundo pratico os diversos comportamentos em grupo e a sua
respectivas evoluções.
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Um grupo deve identificar claramente a fase em que se encontra pois isso é de capital
importância para o sucesso do mesmo, havendo, neste campo, duas forças que são
altamente contraditórias, uma delas impulsora (que tende para a coesão) e outra restritiva
(que tende para a desintegração do grupo).
este trabalho, tentou-se definir vários conceitos sobre os grupos e sobre a sua importância
para as organizações e polivalência (de funções e de nomes) dentro das mesmas, explicou-
se quais as condições para a emergência dos grupos e qual a sua natureza, falou-se sobre
a diferença entre um grupo e uma equipa, tendo, por último, abordado uma dimensão
temporal dos grupos, utilizando como base de teoria o Modelo de esenvolvimento
ntegrado Grupal elaborado pelos autores Miguez e Lourenço datado de 2001.
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Miguez, José ± iapositivos
Alves, Marta Pereira, Lourenço, Paulo Renato, Miguez José - Redes sociais nas equipas de
trabalho: Afectos e tarefas em diferentes momentos da vida grupal, 2010
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