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Defesa do Vereador Renato

Freitas
Fatos
• Um protesto contra a morte do imigrante congolês
Moïse Kabamgabe, realizado neste ú ltimo sá bado, 5 de
fevereiro, em Curitiba, terminou com a ocupaçã o
da Igreja Nossa Senhora do Rosá rio de Sã o Benedito,
no bairro Sã o Francisco. Kabamgabe, foi espancado
até a morte em um quiosque na Zona Oeste do Rio de
Janeiro no dia 24 de janeiro.

• Em Curitiba, o ato começou em torno das 17 horas e,


de acordo com os manifestantes,  um pouco depois do
início, o padre da Igreja teria começado a empurrar os
manifestantes que estavam na escadaria da igreja.
Esclarecimento do Vereador
•Na tarde do último sábado (5), nos reunimos no Largo da Ordem, em frente a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito, em um ato organizado pelo Coletivo
Núcleo Periférico, contra o racismo, a xenofobia e pela valorização da vida.
•O local do ato foi escolhido pela relação histórica do local com a população negra curitibana. A Igreja, inaugurada em 1737, foi construída por e para pessoas
escravizadas, uma vez que negros e negras não poderiam entrar em outras igrejas de nossa cidade.
•A manifestação foi realizada em memória e por justiça para Moïse Kabagambe (24) e Durval Teófilo Filho (38), dois homens negros brutalmente assassinados nos
últimos dias. O ato contou com a participação de representantes do movimento negro, movimento de mulheres e diversos imigrantes que residem em Curitiba e
relataram violências racistas nesta cidade.
•Durante o ato, um diácono responsável pela igreja, solicitou que os manifestantes fossem para outro local, sob a justificativa de que o ato não deveria coincidir com a
saída dos religiosos da missa que havia se encerrado.
•Como parte simbólica da manifestação, entramos juntos na Igreja que estava vazia, de forma pacífica, relembrando que nenhum preceito religioso supera o amor e a
valorização da vida.
•Pacificamente, assim como entramos na igreja, saímos e seguimos com a manifestação, reivindicando políticas públicas para imigrantes e de combate ao racismo na
cidade.
•Nos surpreende perceber que exaltar o amor e a valorização da vida em uma igreja causa mais indignação mais que o assassinato brutal de dois seres humanos negros
no Brasil.
•Mandato do Vereador Renato Freitas (PT)
Embasamento Jurídico
•O Ministério Pú blico da Comarca de Curitiba, no dia 10 (Dez)
de Fevereiro de 2022, ofereceu denú ncia contra o Acusado,
por ter este, em tese, cometido os crimes descritos no s
artigos 208, do Código Penal e 5°, VI da Constituição
Federal de 1988.
•Consta da denú ncia que, no dia 05 (cinco) de Fevereiro de
2022, por volta das 17h00min, houve uma manifestaçã o
em frente a Igreja de Nossa Senhora do Rosá rio de Sã o
Benedito (Mitra Arquidiocese de Curitiba), tal
manifestaçã o teve o intú ito de protestar contra a morte de
um cidadã o congolês e, em outro caso, a morte de um
brasileiro afrodescendente, além de protestar contra o
racismo, a xenofobia e pela valorizaçã o da vida.
Embasamento Jurídico
• Excelência, temos que a conduta narrada na exordial acusató ria é •O protesto ocorria de forma pacifica, em praça pú blica frente à
manifestamente atípica, isto porque, no dia dos fatos, o acusado igreja Nossa Senhora do Rosá rio dos Pretos de Sã o Benedito,
Renato Freitas até entã o Vereador de Curitiba, capital do Paraná , Centro Histó rico de Curitiba. Apó s o termino da missa as 17h00min
filiado ao Partido dos trabalhadores (PT), liderava a manifestaçã o quando a igreja ja se encontrava vazia e de portas abertas, os
que teve como palta o protesto, consientizaçã o e repú dio aos manifestantes adentraram e assim como relata em á udio, o padre
assassinatos do imigrante congolês Moïse Kabagambe, o qual foi teria dito que nao destruiram nada e nao sujaram, sendo assim nã o
cruelmente espancado até a morte, e també m de Durval Teó filo houve o Crime previsto no artigo 208 do Có digo Penal “Escarnecer
Filho, morto a tiros apó s ser confundido com um ladrã o.  de alguém publicamente, por motivo de crença ou funçã o religiosa;
impedir ou perturbar cerimô nia ou prá tica de culto religioso;
• A fim de comprovar a imputabilidade do crime relatado, vale vilipendiar ato ou objeto de culto religioso”.
ressaltar que estava sendo exercido o direito de manifestaçã o,  
sendo este inerente à cidadania é garantida no artigo 5º, inciso • Observa-se, que essa manifestaçã o só ocorreu em frente à igreja
XVI da Constituiçã o Fedreal de 1988 “Todos podem reunir-se por ser um local que contém uma marca histó rica onde escravos
trabalharam para edifica-la, sendo esta, a igreja Nossa Senhora do
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pú blico, Rosá rio dos Pretos de Sã o Benedito. Tendo em vista essa marca
independentemente de autorizaçã o, desde que nã o frustrem histó rica pela igreja, se tornando um lugar ideal para se
outra reuniã o anteriormente convocada para o mesmo local, manifestar em favor da valorizaçã o da vida, face ao Principio
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana.
Pedido

•Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente, à Vossa Excelência:


a) Que seja extinta a punibilidade do Acusado, face a ocorrência da prescriçã o da pretensã o
punitiva do Estado, nos termos do art. 397, inciso IV, do CPP;
b) Que seja absolvido sumariamente o Acusado, face a conduta manifestamente atípica, nos
termos do artigo 397, inciso III, do CPP.
c) Caso nã o acatada nenhuma das teses anteriores, requer-se a designaçã o de Audiência de
Instruçã o e Julgamento, nos termos dos artigos 399 e 400 do Có digo de Processo Penal, para
que se possa comprovar a inocência do Acusado.
d) No mais, requer-se a produçã o de todas as provas em Direito admitidas e que se fizerem
necessá rias, bem como a das testemunhas abaixo indicadas, requerendo sejam intimadas para
prestarem depoimento em Juízo.

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