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Equipamentos de Protecção

Individual
versus Amianto

TRABALHO DO MODULO “EQUIPAMENTOS DE


PROTECÇÃO INDIVIDUAL” DO PROF.
DOUTOR SANTIAGO ALFAGEME DIÉZ
DO 4º PROGRAMA DE DOUTORAMENTO EM
HIGIENE SAÚDE E SEGURANÇA NO
TRABALHO

Trabalho da doutoranda:
Maria José dos Santos Leitão de Lima Santos
Introdução

O trabalho proposto pelo professor tem como “key word”


EPI, algo que tentei fazer, cruzando-a com uma outra
“key word”, amianto. A abordagem que adoptei para fazer
o trabalho, foi a de descrever os tipos de trabalho que
possam envolver amianto, e quais os EPIs que estarão
envolvidos nos mesmos.
Tentei também enquadrar: as definições; a legislação; e
as normas que nos possibilitam fazer a escolha adequada.
Definições

 Os equipamentos de protecção individual são dispositivos ou meios destinados a


ser envergados ou manejados com vista a proteger o utilizador contra riscos
susceptíveis de constituir uma ameaça à sua saúde ou à sua segurança.
Para eficazmente preservarem a saúde e garantirem a segurança de pessoas e
bens, os equipamentos de protecção individual terão de satisfazer, na sua
concepção e fabrico, exigências essenciais de segurança e respeitarem os
procedimentos adequados à certificação e controlo da sua conformidade com as
exigências essenciais aplicáveis.
Tais exigências e procedimentos derivam da Directiva 89/686 CEE, de 21 de
Dezembro de 1989, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros
respeitantes aos equipamentos de protecção individual, a que importa dar
cumprimento.
 O Decreto-Lei nº 128/93, de 22 de Abril
 Alterado pelo Decreto-Lei n.º 139/95, de 14 de Junho e pelo Decreto-Lei n.º 374/98, de 24
de Novembro.
 Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva 89/689 CEE, de 21 de Dezembro relativa
aos equipamentos de protecção individual
Selecção
 Para uma melhor percepção do risco associado ao manuseamento do amianto, temos que o enquadrar
mas sem nunca esquecer que a protecção colectiva é prioritária; os equipamentos de protecção
individual (EPI) quando são a última defesa contra os riscos, são obrigatórios !! !
 Os EPI são escolhidos de acordo com o tipo de riscos existentes :

Riscos físicos
• Mecânicos(quedas, choques, vibrações, etc.)
• Térmicos
• Eléctricos
• Radiações
• Ruído
Riscos químicos
• Aerossóis (poeiras, fumos)
• Líquidos (imersões, salpicos)
• Gases e vapores
Riscos biológicos
• Bactérias e vírus patogénicos
• Fungos
Selecção
Sempre que a eliminação dos riscos com recurso à protecção colectiva não seja total ou
parcialmente possível, torna-se necessário recorrer a medidas de protecção individual.

Neste sentido, os EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL devem ser:


 Conformes com as normas aplicáveis à sua concepção e fabrico em matéria de segurança e saúde
(garantidos pela marcação CE e declaração de Conformidade)
 Utilizados só quando os riscos existentes não puderem ser evitados ou suficientemente limitados por
meios técnicos de protecção colectiva ou por medidas, métodos ou processos de organização do
trabalho.
 Adequados ao seu utilizador e de uso pessoal.
 Adequados à prevenção dos riscos que visam evitar e às condições existentes no local de trabalho, sem
implicar por si próprios um aumento de risco.
 Cómodos, robustos e leves;
 Adaptáveis, sempre que possam ser usados por mais do que um trabalhador;
 Fiáveis, ao longo de toda a sua vida e de fácil manutenção;

Os EPI devem ter obrigatoriamente:


 Marcação CE
 Declaração de conformidade
 Manual de informações
 Exame CE de tipo (alguns)
Classificação (como agente cancerígeno)
“International Agency for Research on Câncer” (IARC), da
Enquadramento Organização Mundial de Saúde

para o amianto O amianto é um agente do grupo 1


Grupo 1 - O agente ou mistura é carcinogênico para o
Para se falar de EPIs em homem. Para a inclusão neste grupo, deve haver evidência
relação ao amianto temos que suficiente do agente ser cancerígeno em seres humanos.
enquadra-lo de varias formas
Excepcionalmente, um agente ou mistura é classificado
. quando a evidência em seres humanos não é suficiente,
Em termos legislativos tem
mas existe evidência experimental suficiente em animais e
uma directiva própria forte evidência em seres humanos expostos, de que o
(Directiva nº 2003/18/CE) agente actua através de relevantes mecanismos de
transportada para o direito
interno pelo Decreto-Lei nº
carcinogênese. A evidência aqui referida é aceite quando
266/2007 de 24 de Julho. comprovada através de estudos epidemiológicos.

Em termos de escolha de EPIs,


Vias de exposição
temos que ter em conta a sua  Inalatória - Cav.nasais; pulmão; tracto
classificação como agente
cancerígeno e as principais
respiratório
vias de exposição pois são  Digestiva - Oral; tracto digestivo
essas que vamos proteger
 Dérmica
preferencialmente tendo em
conta o tipo risco envolvido.  Ocular
Enquadramento legal

Existem profissões que pela sua natureza podem acarretar o risco de entrar em contacto com o
amianto como, mecânicos, trabalhadores da construção civil ou da manutenção e/ou limpeza de
edifícios, mas se em qualquer outra actividade ocorrer esse risco o enquadramento legal é-nos
dado pelo Decreto-Lei nº 266/2007 , do qual retirei o Artigo 1º.

Objecto e Âmbito (art.1º)

Aplica-se a todos as actividades em que os trabalhadores estão ou podem estar expostos a poeiras do
amianto ou de matérias que contenham amianto como:
a) Demolição de construções em que existe amianto ou materiais que contenham amianto;
b) Desmontagem de máquinas ou ferramentas em que existe amianto ou materiais que contenham
amianto;
c) Remoção do amianto ou de materiais que contenham amianto de instalações, estruturas, edifícios ou
equipamentos, bem como aeronaves, material circulante ferroviário, navios ou veículos;
d) Manutenção e reparação de materiais que contenham amianto existentes em instalações, estruturas,
edifícios ou equipamentos, bem como em aeronaves, carruagens de comboios, navios ou veículos;
e) Transporte, tratamento e eliminação de resíduos que contenham amianto;
f) Aterros autorizados para resíduos de amianto.
O presente Decreto-lei é aplicável aos sectores: privado; cooperativo e social; na administração pública
central; regional e local e trabalhadores independentes que desenvolvam actividades relacionadas com o
amianto.
Orientações

Se for empregador ou supervisionador de pessoas cujo trabalho implique a


possibilidade de encontrar materiais que contenham amianto, deve de se fazer o
seguinte:

 Ministrar formação adequada para que os trabalhadores possam reconhecer os materiais


susceptíveis de conter amianto e saibam como agir no caso de se depararem com esses
materiais;
 Reunir informação fiável e de qualidade sobre a presença ou ausência de materiais que
contenham amianto baseada, por exemplo, em planos de construção e/ou obtida por parte dos
arquitectos (alguns Estados-Membros exigem que a pessoa responsável elabore um inventário
dos materiais com amianto presentes num edifício);
 Garantir a elaboração de registos adequados dos materiais para os quais se confirmou a
presença ou ausência de amianto (p. ex. ao nível interno da empresa ou pelo dono da obra);
 Afixar no estaleiro informação escrita relativa à presença de materiais relativamente aos quais
há a certeza de que contêm amianto, inclusive um inventário do amianto e os sinais de aviso
necessários;
 Dar instruções escritas sobre os procedimentos a seguir no caso de serem encontrados
inesperadamente materiais que contenham amianto.
Informação

Relativamente a quaisquer actividades de trabalho em que os trabalhadores


sejam ou possam ser expostos a poeiras provenientes de materiais que contenham
amianto, a Directiva 83/477/CEE relativa à protecção dos trabalhadores contra o
amianto, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2003/18/CE,
exige que os trabalhadores e os seus representantes recebam informação adequada
sobre:

os riscos potenciais para a saúde devidos a uma exposição às poeiras provenientes do
amianto ou dos materiais que contenham amianto;
a existência de valores-limite regulamentares e a necessidade da vigilância do ar;
prescrições relativas às medidas de higiene, incluindo a necessidade de não fumar;
as precauções a tomar no uso dos equipamentos e do vestuário de protecção;
as precauções especiais destinadas a minimizar a exposição ao amianto.

Embora todas estas questões estejam incluídas no conteúdo da formação atrás


recomendada, a informação sobre estas matérias deve estar imediatamente
disponível no local de trabalho, nos formatos adequados (p. ex., cartazes, fichas ou
folhetos).
Decisões
Uma vez sabido que contém amianto, existem perguntas obrigatórias para se apurar se o material:

 Está em boas condições ou;


 Não pode ser reparado com facilidade;
 É de fácil acesso (potencialmente susceptível de sofrer estragos acidentais ou deliberados, enquanto
da remoção);
 Sofreu danos que não podem ser considerados menores ou superficiais (tornando a reparação pouco
fiável);
 Sofreu danos graves (ou seja, danos generalizados que inviabilizam o confinar das partes
danificadas);
 Não se presta à selagem nem ao isolamento (por quaisquer outras razões).

 Para se poder tomar decisões tem de haver um processo coerente que passa por, determinar se é mais
sensato deixar ficar os materiais que contêm amianto (em condições de segurança satisfatórias e sob
controlo e gestão adequados) ou prever a sua remoção, ou ainda decidir se certos trabalhos de
manutenção podem ser executados com um risco suficientemente baixo de exposição ao amianto
para que caiam no âmbito das «tarefas de exposição esporádica e de fraca intensidade» susceptíveis
de ser empreendidas sem notificação prévia da autoridade responsável.

 Como é evidente, se o material não estiver em boas condições, não puder ser reparado com facilidade,
não for de fácil acesso (e, por isso, vulnerável a mais danos e estragos), apresentar danos
generalizados e não for possível selá-lo nem confiná-lo, o material tem de ser removido. Isto aplica-se
a qualquer tipo de material que contenha amianto.
Decisões
Para se poder tomar decisões tem de haver um processo coerente que
passa por, determinar se é mais sensato deixar ficar os materiais que
contêm amianto (em condições de segurança satisfatórias e sob
controlo e gestão adequados) ou prever a sua remoção, ou ainda
decidir se certos trabalhos de manutenção podem ser executados com
um risco suficientemente baixo de exposição ao amianto para que
caiam no âmbito das «tarefas de exposição esporádica e de fraca
intensidade» susceptíveis de ser empreendidas sem notificação
prévia da autoridade responsável.

Como é evidente, se o material não estiver em boas condições, não


puder ser reparado com facilidade, não for de fácil acesso (e, por isso,
vulnerável a mais danos e estragos), apresentar danos generalizados
e não for possível selá-lo nem confiná-lo, o material tem de ser
removido. Isto aplica-se a qualquer tipo de material que contenha
amianto.
Trabalhos de baixo risco

Em termos gerais, o trabalho situa-se no âmbito do presente capítulo se a


exposição do trabalhador for «esporádica e de fraca intensidade», e se os
Resultados da avaliação dos riscos indicarem que a exposição é inferior ao
limite de exposição profissional para o amianto (uma média ponderada no
tempo de 0,1 fibras/ml para um período de 8 horas [ou 1 hora ou 4 horas em
alguns Estados-Membros]). Entre os eventuais exemplos de trabalhos
susceptíveis de comportar um baixo risco (e que podem não ter de ser
notificados em função da legislação nacional) incluem-se os trabalhos com
materiais não friáveis e não danificados que contenham amianto, a remoção
por inteiro de materiais com amianto não danificados e ainda a
encapsulagem/selagem de alguns materiais que contenham amianto e se
Encontrem em boas condições. O manuseamento de materiais que
contenham amianto intactos e não friáveis é susceptível de dar origem a uma
exposição de fraca intensidade.
Equipamentos para
trabalhos de baixo risco

Para trabalhos de baixo risco envolvendo o amianto (trabalhos que não são notificáveis), o equipamento
necessário inclui:

materiais para vedar e delimitar a zona de trabalho (fitas, barreiras, rótulos, sinalização);
materiais de protecção contra a propagação da contaminação (polietileno resistente com uma espessura de
125 e 250 μm [também conhecido por polietileno de calibre 500 e 1000] sustentado por bastidores de
madeira, plástico ou metal);
ensaio de fumo para verificar a estanquidade das pequenas zonas confinadas;
Aspirador de tipo H, ou seja, um aspirador com filtros de partículas de alta eficiência (HEPA) fabricados
segundo as especificações internacionais relativas à utilização com amianto;
Equipamento de supressão de poeiras, por exemplo ventilação por aspiração local ligada ao aspirador de tipo
H para recolher poeiras de brocagem, etc.;
contentor adequado para resíduos de amianto (p. ex., sacos de plástico correctamente rotulados).
equipamento de limpeza e produtos descartáveis (panos de limpeza húmidos, panos de captação de poeiras,
micro pulverizador de água sem ar);
armazenagem segura para as quantidades de resíduos em causa;
instalações sanitárias para descontaminação pessoal (lavabos e, se possível, chuveiros) que devem incluir
armários para o vestuário de trabalho e o vestuário de protecção independentes dos da roupa de rua (ver
secção 8.1.2 no que se refere às instalações de descontaminação pessoal necessárias para os trabalhos com
amianto notificáveis);
artigos de descontaminação pessoal (gel de banho, escovas de unhas, toalhas);
equipamento de filtração de água.
Equipamentos para
trabalhos de baixo risco

Para trabalhos de baixo risco envolvendo o amianto (trabalhos que não


são notificáveis)

Equipamento de protecção individual :

 fatos-macacos descartáveis;
 botas laváveis;
 luvas descartáveis;
 equipamento de protecção respiratória (p.ex., protecções respiratórias
descartáveis recomendadas para o amianto EN 149 Tipo FFP3, ou meias-
máscaras EN405 com o ensaio de ajuste facial, tendo em vista a adaptação
individual, e substituição regular dos filtros sujos);

P.S.
Como este trabalho é sobre EPIs a descrição visual que se segue sobre os trabalhos não
notificáveis e notificáveis, é só para os equipamentos de protecção individual.
Fato-macaco
descartáveis
Botas laváveis

As botas são
preferíveis ao uso
de capas
descartáveis,
devido ao risco de
escorregar.
Usar luvas descartáveis sem pó,
depois de usadas retira-las
como os como os cirurgiões, e
coloca-las no saco de luvas, que
Luvas
é tratado da mesma maneira do
descartáveis desperdício de amianto.

Luvas Esterilizadas
em Látex sem pó

Luvas esterilizadas em
látex, sem pó. Conforme
as normas AQL 1.5 CE
Class I Medical Grade
Standard

EN 420:2003
Equipamento de
protecção
respiratória
Usar EPR com factor de
protecção 20 ou + :

Semi-máscaras
filtrantes de partículas
EN149:2001(tipo FFP3)

Semi-máscaras e
quartos de máscara
EN140:1998 c/ filtros P3;

Semi-máscaras filtrantes
com válvula de Gases ou
gases e partículas
EN405:2001 c0m filtros
P3.

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