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Espírito

Livro dos Espíritos

LIVRO SEGUNDO – MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

Cap. 1 – DOS ESPÍRITOS

Temas que abiordaremos:

✔ Origem, natureza, forma;


✔ Escala espírita;
✔ Atributos;
✔ Progressão dos Espíritos;
✔ Anjos e Demônios;
✔ Destinação dos Espíritos;
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23. Que é espírito?

— O princípio inteligente do universo.

23 – a)Qual é a sua natureza íntima?

— Não é fácil analisar o espírito na vossa


linguagem. Para vós, ele não é nada, porque não
é coisa palpável; mas. para nós, é alguma coisa.
Ficai sabendo: nenhuma coisa é o nada e o nada
não existe.
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76. Como podemos definir os Espíritos?

— Podemos dizer que os Espíritos são os


seres inteligentes da criação. Eles povoam o
Universo, além do mundo material.

Comentário de Kardec: Nota. — A palavra


Espírito é aqui empregada para designar os seres
extra- corpóreos e não mais o elemento
inteligente universal
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77. Os Espíritos são seres distintos da


Divindade, ou não seriam mais do que
emanações ou porções da Divindade, por essa
razão chamados filhos de Deus?

– Meu Deus! São sua obra, precisamente como


acontece com um homem que faz uma maquina;
esta é obra do homem e não ele mesmo. Sabes
que o homem, quando faz uma coisa bela e útil,
chama-a sua filha, sua criação Pois bem, dá-se o
mesmo com Deus: nós somos seus filhos, porque
somos sua obra.
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78. Os Espíritos tiveram princípio ou existem de toda


a eternidade, como Deus?

– Se os espíritos não tivessem tido princípio, seriam


iguais a Deus;

mas, pelo contrário, são sua criação, submetidos à


sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, isso
é incontestável; mas quando e como ele nos criou
não o sabemos. Podes dizer que não tivemos
princípio, se com isso entendes que Deus, sendo
eterno, deva ter criado sem cessar; mas quando e
como cada um de nós foi feito, eu te repito, ninguém
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80. A criação dos Espíritos é permanente ou


verificou-se apenas na origem dos tempos?

— E permanente, o que quer dizer que Deus


jamais cessou de criar.
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81. Os Espíritos se formam espontaneamente


ou procedem uns dos outros?

— Deus os criou, como a todas as outras


criaturas, pela sua vontade; mas repito ainda uma
vez que a sua origem é um mistério.
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82. É certo dizer que os Espíritos são


imateriais?

— Como podemos definir uma coisa, quando


não dispomos dos termos de comparação e
usamos uma linguagem insuficiente? Um cego de
nascença pode definir a luz? Imaterial não é o
termo apropriado; incorpóreo, seria mais exalo;
pois deves compreender que, sendo uma criação,
o Espírito deve ser alguma coisa. É uma matéria
quintessenciada, para a qual não dispondes de
analogias, e tão eterizada que não pode ser
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Comentário de Kadec: Dizemos que os Espíritos


são imateriais, porque a sua essência difere de tudo
o que conhecemos pelo nome de matéria. Um povo
de cegos não teria palavras para exprimir a luz e os
seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as
percepções pelo ouvido, o olfato. o paladar e o tato;
não compreende as idéias que lhe seriam dadas
pelo sentido que lhe falta. Da mesma maneira, no
tocante à essência dos seres super-humanos. somos
como verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a
não ser por meio de comparações sempre
imperfeitas ou por um esforço da imaginação
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96. Os Espíritos são iguais, ou existe


entre eles alguma hierarquia?

— São de diferentes ordens, segundo o


grau de perfeição a que tenham chegado.
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97. Há um número determinado de ordens ou de


graus de perfeição entre os Espíritos?

— É ilimitado o número dessas ordens, pois não


há entre elas uma linha de demarcação traçada
como barreira, de maneira que se podem
multiplicar ou restringir as divisões, à vontade.
Não obstante, se considerarmos os caracteres
gerais, poderemos reduzi-las a três ordens
principais.
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Comentário de Kardec: Na primeira ordem,


podemos colocar os que já chegaram à perfeição:
os Espíritos puros. Na segunda, estão os que
chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é
a sua preocupação. Na terceira, os que estão
ainda na base da escala: os Espíritos imperfeitos,
que se caracterizam pela ignorância, o desejo do
mal e todas as mais paixões que lhes retardam o
desenvolvimento.
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98. Os Espíritos da segunda ordem só têm o


desejo do bem; terão também o poder de o
fazer?

— Eles têm esse poder, de acordo com o grau


de sua perfeição: uns possuem a ciência; outros,
a sabedoria e a bondade. Todos, entretanto,
ainda têm provas a sofrer.
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99. Os Espíritos da terceira ordem são todos


essencialmente maus?

—Não; uns não fazem bem nem. mal; outros, ao


contrário, se comprazem no mal e ficam
satisfeitos quando encontram ocasião de praticá-
lo. Há ainda Espíritos levianos ou estouvados,
mais travessos do que malignos, que se
comprazem mais na malícia do que na maldade,
encontrando prazer em mistificar e causar
pequenas contrariedades, das quais se riem.
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VI – Escala Espírita

Questão 100
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A classificação dos Espíritos funda-se no seu


grau de desenvolvimento, nas qualidades por
eles adquiridas e nas imperfeições de que ainda
não se livraram. Esta classificação nada tem de
absoluta: nenhuma categoria apresenta caráter
bem definido, a não ser no conjunto: de um grau
a outro, a transição é insensível, pois, nos limites,
as diferenças se apagam, como nos reinos da
Natureza, nas cores do arco-íris ou ainda nos
diferentes períodos da vida humana.
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Pode-se, portanto, formar um número maior ou menor de


classes, de acordo com a maneira por que se considerar o
assunto. Acontece nisto como em todos os sistemas de
classificação científica: os sistemas podem ser mais ou
menos completos, mais ou menos racionais, mais ou
menos cômodos para a inteligência; mas, seja como for,
nada alteram quanto à substância da Ciência. Os Espíritos,
interpelados sobre isto, puderam, pois, variar quanto ao
número das categorias, sem maiores conseqüências.
Houve quem se apegasse a esta contradição aparente,
sem refletir que eles não dão nenhuma importância ao que
é puramente convencional. Para eles, o pensamento é
tudo: deixam-nos os problemas da forma, da escolha dos
termos, das classificações, em uma palavra, dos sistemas.
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128. Os seres que chamamos anjos, arcanjos, serafins


formam uma categoria especial, de natureza diferente da
dos outros Espíritos?

— Não; são Espíritos puros: estão no mais alto grau da


escala e reúnem em si todas as perfeições.

129. Os anjos também percorreram todos os graus?

— Percorreram todos. Mas, como já dissemos: uns


aceitaram a sua missão sem lamentar e chegaram mais
depressa; outros empregaram maior ou menor tempo para
chegar à perfeição.
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131. Há demônios, no sentido que se dá a essa


palavra?

—Se houvesse demônios, eles seriam obra de


Deus. E Deus seria justo e bom, criando seres
infelizes, eternamente voltados ao mal? Se há
demônios, e no teu mundo inferior e em outros
semelhantes que eles residem: são esses
homens hipócritas que fazem de um Deus justo
um Deus mau e vingativo, e que pensam lhe ser
agradáveis pelas abominações que cometem, em
seu nome.

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