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04 - Padrões Motores
04 - Padrões Motores
Rui Matos
rui.matos@ipleiria.pt
Padrão Motor
• Estrutura de movimentos básicos indispensáveis à realização de uma tarefa
específica, sem considerar a qualidade de execução.
• As sucessões das suas formas imaturas até ao produto final são consequência de
três processos: Maturação, Crescimento e Aprendizagem.
Inicial Elementar
Maturo
Observam-se as primeiras É um período de transição,
intenções de realização da Tem lugar uma boa
no qual já se nota uma
habilidade motora. O coordenação entre os
melhor fluidez dos
desempenho é caracterizado diferentes grupos musculares
movimentos. Os diferentes
pelo pouco ou excessivo uso e consequentemente uma
movimentos já revelam
do corpo. Ritmo e boa fluidez de movimentos,
alguma interligação, apesar
coordenação pobres. havendo também uma boa
de se notar ainda alguma
Tipicamente, as crianças adaptação a diferentes
descoordenação entre os
atingem este padrão por condições de realização. É o
grupos musculares que
volta dos dois anos. desempenho ótimo da
contribuem para execução
habilidade motora. Com
da habilidade motora.
exceção das habilidades
Normalmente as crianças
manipulativas, atinge-se este
atingem este padrão ao 3/4
padrão aos 5/6 anos.
anos.
Desenvolvimento dos padrões motores
de movimentos fundamentais
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação (cf. Haywood
& Getchell, 2001)
Ação do
Sim – Estádio 3
segmento
Sim – Estádio 2
Sim
ou 3
Questão Não – Estádio
observacional? 2
Não Estádio 1
Desenvolvimento do andar
1) A identificação de estádios
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Oscilação dos braços inibida ou exagerada; Braços cruzam a
linha média do corpo; Colocação inadequada do pé; Inclinação exagerada do
tronco para a frente; Oscilação dos braços pouco natural; Falta de fluidez; Apoio
do pé inteiro no solo; Pés virados para dentro ou para fora.
Desenvolvimento do andar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do andar
Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do correr
Sistematização segundo Seefeldt, Reuschlein e Vogel (1972)
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Oscilação dos braços inibida ou exagerada; Braços cruzam a linha
média do corpo; Colocação inadequada do pé; Inclinação exagerada do tronco para a frente;
Oscilação dos braços pouco natural; Falta de fluidez; Apoio do pé inteiro no solo; Pés virados
para dentro ou para fora.
Desenvolvimento do correr
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do correr
Ação das pernas
Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do saltar
Alguns marcos evolutivos do andar em crianças em idade pré-escolar (Wickstrom, 1977)
Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do salto vertical
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Inicial: Perna livre fletida 90º ou menos; Anca livre mais ou menos paralela à superfície de
contacto; Corpo direito; Braços dobrados pelos cotovelos e ligeiramente afastados para o lado; Pouca
altura ou distância conseguida num único salto; Perda fácil do equilíbrio.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Elementar: Perna livre fletida; Coxa livre a formar um ângulo de 45º com a superfície de
contacto; Leve inclinação para a frente, com o tronco fletido pela anca; Coxa livre fletida e estendida à
altura da anca para fazer mais força; A força é absorvida na receção pela flexão da anca e pelo joelho de
apoio; Os braços movem-se para cima e para baixo vigorosamente e bilateralmente; Falta de controlo no
equilíbrio; Geralmente limitado no nº de saltos consecutivos executados.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Maturo: Perna livre fletida a 90º ou menos; A coxa livre eleva-se com um impulso vertical do
pé de apoio; Maior inclinação do corpo; Ação rítmica da perna livre (movimento de pêndulo ajuda a gerar
a força necessária); Os braços movem-se em conjunto ritmicamente, elevando-se quando o pé de apoio
perde contato com a superfície; Os braços não são precisos para manter o equilíbrio, mas sim para fazer
mais força.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Erros comuns: Saltitar com apoio de todo o pé; Movimento exagerado dos braços; Movimento
exagerado da perna livre; Inclinação exagerada para a frente; Incapacidade para manter o equilíbrio quer
no pé esquerdo, quer no pé direito; Incapacidade para alternar os pés no saltitar de forma suave e
contínua; Ficar com um braço preso a um os lados do corpo.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Inicial: Um pé à frente no arranque; Fase de voo inexistente; O pé da frente entra em contacto
com a superfície inferior antes de o pé de trás deixar a superfície superior; Uso exagerado dos braços para
manter o equilíbrio.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Elementar: Arranque com os dois pés com um pé à frente; Fase de voo, mas sem controlo;
Uso ineficaz dos braços para manter o equilíbrio; Receção com um pé seguida imediatamente do pé que
vem atrás; Flexão inibida ou exagerada dos joelhos e ancas na receção.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Maturo: Arranque com os dois pés; Fase de voo, controlada; Uso eficaz de ambos os braços,
estendendo-os para fora e para os lados para controlar o equilíbrio conforme as necessidades; Os pés
entram simultaneamente em contacto com a superfície inferior com os dedos dos pés em primeiro lugar;
Os pés aterram afastados à largura dos ombros; Flexão dos joelhos e ancas congruente com a altura do
salto.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Erros comuns: Não iniciar o salto com os dois pés; Torcer o corpo para um dos lados no arranque;
Inclinação inibida ou exagerada do corpo; Não coordenar o uso dos dois braços no ar; Ficar com um braço
colado ao corpo enquanto usa o outro; Não aterrar simultaneamente nos dois pés; Receção com todo o pé;
Não fletir os joelhos o suficiente para absorver o impacto na receção; Receção descontrolada.
Desenvolvimento do lançar
Progressão em quatro fases (Wild, 1938)
Fase II Entre os 3.5 e os 5 anos; Deslocamento ainda com pouca amplitude; Discreta
torção do tronco para o lado do braço ativo; No movimento preparatório a mão
termina atrás da cabeça; Ligeira flexão do joelho e tornozelo no m. i. homolateral.
Fase III Entre os 5 e os 6 anos; A ação deixa de estar limitada ao m. s.; Ligeira inclinação
do tronco à retaguarda na fase preparatória; Ação equilibradora e sinérgica do m.s.
contralateral; Adiantamento do m.i. homolateral; Inclinação do tronco à frente.
Fase IV Crianças com mais de 6.5 anos de idade; Instalação do padrão de maturidade;
Movimentos nos planos sagital e transversal mas, numa fase inicial desta fase, não
se verificam movimentos no plano frontal; Equilíbrio dinâmico conferido pelos
membros superior e inferior contralaterais.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: A ação é feita a partir do cotovelo que se mantém à frente do corpo; O braço que lança
a bola parece apenas empurrá-la; Os dedos separam-se ao largar a bola; Acompanhamento da bola para a
frente e para baixo; O tronco mantém-se perpendicular ao alvo apenas com uma pequena rotação no
momento do lançamento; O peso do corpo move-se um pouco para trás para manter o equilíbrio; Os pés
permanecem parados, movendo-se por vezes na fase de preparação, mas de forma que não contribui para a
eficácia do lançamento.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Na preparação o braço move-se para cima, para o lado e para trás; O cotovelo é
fletido e a bola colocada atrás da cabeça; O braço move-se para a frente bem acima do ombro; Na ação
preparatória o tronco roda para trás, para o lado da mão lançadora e os ombros rodam para o mesmo lado;
O tronco flete para a frente com o movimento do braço lançador; No lançamento há uma transferência do
peso do corpo para a frente; Passo à frente com a perna do lado do braço que lança.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Braço inclinado para trás na preparação; Cotovelo contralateral é elevado para manter
o equilíbrio na ação preparatória; O movimento para a frente do braço que lança inicia-se pelo avanço do
ombro, seguido pelo cotovelo e mão. O tronco roda para o lado da mão lançadora durante a ação
preparatória; Durante o lançamento há rotação das pernas, bacia, tronco e ombros; O peso é mantido no pé
de trás durante o movimento preparatório, sendo transferido para a frente no momento do lançamento e
acompanhado de um passo à frente com o pé contralateral à mão lançadora.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Colocação do pé homolateral à frente durante o lançamento; Movimentos
limitados na fase de armação do braço e sem rotação do tronco; Falta de fluidez do movimento;
Dificuldades em libertar a bola no momento correto; Perda de equilíbrio durante o lançamento; Rotação
para a frente do braço.
Desenvolvimento do lançar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do lançar
Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do lançar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do lançar
Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do agarrar
Sequência de desenvolvimento do agarrar com duas mãos segundo Haywood e Getchell (2001): ação dos braços adaptada de
Haubenstricker e colegas (1983), ação de mãos e corpo adaptada de Strohmeyer e colaboradores (1991).
Nível 1 Fraca resposta. Braços em extensão com pouco movimento de adaptação à trajetória da bola; a bola é geralmente
“encurralada” contra o peito.
Nível 2 Abraçar (Hugging). Braços estendidos lateralmente para abraçar a bola; a bola é “encurralada” contra o peito.
Nível 3 Escavar (Scooping). Braços estendidos para a frente, ficando por baixo da bola; a bola é “encurralada” contra o
peito.
Nível 4 Os braços cedem (Give). Os braços estendem-se de modo a que o contacto seja feito com as mãos; braços e
tronco acompanham o movimento da bola amortecendo a sua energia.
Nível 1 Palmas para cima. As palmas das mãos estão viradas para cima.
Nível 2 Palmas para dentro. As palmas das mãos estão viradas uma para a outra.
Nível 3 Palmas ajustadas. As palmas das mãos são ajustadas ao tamanho e à trajetória do objeto.
Nível 2 Ajustamento estranho. Os braços e o corpo começam a mover-se em relação à trajetória da bola, mas a cabeça
mantém-se vertical, criando um ajustamento estranho, parecendo que a manutenção do equilíbrio pode estar
comprometida.
Nível 3 Ajustamento correto. Os pés, tronco e braços movem-se de forma a ajustar-se à trajetória da bola.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Fuga com cabeça, fechar os olhos. Braços estendidos e mantidos à frente do corpo;
Ação limitada a braços e antebraços; Agarrar assistido pelo tronco e antebraços; Palmas das mãos
mantidas para cima; Erros de antecipação (movimento limitado até ao contacto); Insucesso frequente.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Reação de desvio limitada a fechar os olhos no momento de contacto; Mãos
elevadas em antecipação; Cotovelos mantidos junto ao tronco e fletidos a cerca de 90º; Contacto com as
mãos frequentemente mal sucedido; Orientação do tronco para a bola; Inclinação do tronco;
Desequilíbrios; Base de apoio rígida.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Não há reação de fuga; Os olhos seguem a bola até às mãos; Braços ajustam-se à
trajetória da bola; Amortecimento do impacto da bola; Mãos e dedos agarram a bola; Agarrar prepara
ações posteriores; Adoção de técnicas de agarrar variáveis; Apoios participam ativamente na receção.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Não acompanhamento da trajetória da bola; Fecho dos olhos no momento do
contacto; Dedos rígidos e virados para a bola; Fecho das mãos fora do tempo (antes ou depois); Posição
desajustada provocando perdas de equilíbrio na receção; Dificuldades em adaptar o padrão de receção a
bolas com características diferentes e com diferentes velocidades e trajetórias.
Desenvolvimento do agarrar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do agarrar
• Padrão Elementar: Tende a passar com a mesma mão e o mesmo pé; Suporta
o peso do corpo com bom equilíbrio; Inicia a ação com o pé preferido; usa o MS
homolateral e ação do MI.
• Padrão Inicial: Cabeça contacta com a superfície na sua parte superior e não com a
testa; Corpo “encaracola” e perde posição curva (engrupada); Incapacidade de
coordenar o uso dos MS; Incapacidade de rolar para a retaguarda e para os lados;
Ao concluir o rolamento perde a posição engrupada.
Desenvolvimento do rolamento
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Maturo: Boa posição de contacto com a superfície de apoio; Bom controlo
do pescoço e da cabeça; Bom sentido “cinestésico” na localização das partes
corporais; Bom controlo do corpo; Mantém posição de apoio invertido a 2 ou 3
apoios durante 2 ou 3 segundos; Sai da postura estática (invertida) com controlo.
Desenvolvimento de outros padrões
Largar e pontapear
Desenvolvimento de outros padrões
Driblar
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Movimento de trás para a frente; Os pés ficam estacionários; O tronco vira-se na
direção da bola arremessada; Cotovelo(s) completamente fletido(s); Nenhuma rotação do tronco; A força
provém da extensão das articulações fletidas num plano descendente.
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Tronco virado para o lado em antecipação da bola arremessada; O peso é
transferido para o pé da frente antes do contacto com a bola; Rotação combinada do tronco e das coxas;
Cotovelo(s) fletido(s) num ângulo menos agudo; A força vem da extensão das articulações fletidas. A
rotação do tronco e o movimento para a frente processam-se num plano oblíquo.
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: O tronco vira-se para o lado em antecipação da bola arremessada; O peso é
transferido para o pé de trás; A bacia roda; A transferência do peso assume um padrão contralateral; A
transferência do peso para o pé da frente dá-se enquanto o objeto ainda vai a mover-se para trás; O
batimento ocorre em forma de arco pleno e alongado e num movimento horizontal; O peso é transferido
para o pé da frente no momento do contacto.
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Não focar a bola e não acompanhar o movimento da bola; O taco está mal
agarrado; Não virar a parte lateral do corpo na direção da trajetória pretendida; Incapacidade par executar
a sequência de movimentos numa sucessão rápida e de forma coordenada; Balanço para trás deficiente;
Balanço “golpeado”.
Desenvolvimento de outros padrões
Batimento com raqueta