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DESENVOLVIMENTO MOTOR – PADRÕES

MOTORES: CLASSIFICAÇÃO, AQUISIÇÃO E


DESENVOLVIMENTO
Ano Letivo 2020/21

Rui Matos
rui.matos@ipleiria.pt
Padrão Motor
• Estrutura de movimentos básicos indispensáveis à realização de uma tarefa
específica, sem considerar a qualidade de execução.

• As sucessões das suas formas imaturas até ao produto final são consequência de
três processos: Maturação, Crescimento e Aprendizagem.

• A definição e estabelecimento de um padrão motor pressupõe:


• Coordenação intersegmentar
• Amplitude (existência de movimentos preparatórios)
• Consistência (um indicador de maturidade)
• Velocidade de execução
• Economia (rentabilização do movimento, não há contrações parasitas)
• Precisão (capacidade de controlo do erro)
Desenvolvimento dos padrões motores
de movimentos fundamentais

• Informação qualitativa, centrando-se na análise total do movimento por estádios


de desenvolvimento (e.g., Gallahue & Ozmun, 2002; Seefeldt & Haubenstricker,
1982)

• Análise por componentes (e.g., Robertson, 1978), avaliando as ações de


componentes corporais de forma separada. Pode também ser feita de acordo
com um plano de observação (cf. Haywood & Getchell, 2001), apresentando
uma análise dicotómica para cada componente, e possibilitando determinar o
nível de desenvolvimento do movimento fundamental.
Desenvolvimento dos padrões motores
de movimentos fundamentais
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)

Inicial Elementar
Maturo
Observam-se as primeiras É um período de transição,
intenções de realização da Tem lugar uma boa
no qual já se nota uma
habilidade motora. O coordenação entre os
melhor fluidez dos
desempenho é caracterizado diferentes grupos musculares
movimentos. Os diferentes
pelo pouco ou excessivo uso e consequentemente uma
movimentos já revelam
do corpo. Ritmo e boa fluidez de movimentos,
alguma interligação, apesar
coordenação pobres. havendo também uma boa
de se notar ainda alguma
Tipicamente, as crianças adaptação a diferentes
descoordenação entre os
atingem este padrão por condições de realização. É o
grupos musculares que
volta dos dois anos. desempenho ótimo da
contribuem para execução
habilidade motora. Com
da habilidade motora.
exceção das habilidades
Normalmente as crianças
manipulativas, atinge-se este
atingem este padrão ao 3/4
padrão aos 5/6 anos.
anos.
Desenvolvimento dos padrões motores
de movimentos fundamentais
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação (cf. Haywood
& Getchell, 2001)

Ação do
Sim – Estádio 3
segmento
Sim – Estádio 2
Sim
ou 3
Questão Não – Estádio
observacional? 2
Não Estádio 1
Desenvolvimento do andar

O estudo do desenvolvimento da locomoção tem sido conduzido a partir de


três vetores principais:

1) A identificação de estádios

2) O estudo da evolução dentro de cada estádio

3) A identificação dos fatores determinantes do tempo de aparecimento ou


da duração de cada fase (Espenschade & Eckert, 1980)
Desenvolvimento do andar
Método Neuromuscular (McGraw, 1945)
As fases A, B, C e D requerem que a criança receba
apoio na posição ereta.
A – Reflexo do recém-nascido (ocorre antes das 15 S).
B – Fase de Inibição ou Estática (15 a 20 S): controlo de equilíbrio
da cabeça e diminuição da ação de “passos”.
C – Fase de Transição (20 a 30 S): saltos para baixo e cima com os
dois pés, bater com um pé, maior controlo do tronco e cabeça.
D – ação deliberada de dar passos (30 a 35 S): “andar” voluntário.
E – ação Independente de dar passadas (35 a 60 S): andar sozinho
com membros superiores em extensão, joelhos elevados e uso
de toda a planta do pé.
F – ação Calcanhar- Dedos do pé (+ de 18 M): melhor coordenação
dos movimentos, receção no solo pelo calcanhar para
propulsão dos dedos dos pés, aumento da amplitude da
passada, menos atenção “consciente” na locomoção.
G – Integração ou Maturidade da Locomoção Ereta (+- 2 anos e
meio): coordenação dos movimentos oscilatórios dos membros
superiores com os membros inferiores.
Desenvolvimento do andar
Transformações de ordem motora e morfológica (Wickstrom, 1977; Espenschade & Eckert,
1980)
1. Aumento da passada conseguido pelo aumento da capacidade de equilíbrio e também dependente do
aumento do comprimento do MI (28 cm aos 13 meses, 32 cm aos 2 anos, 36 cm aos 3 anos, e 41 cm
aos 4 anos;
2. Aquisição de um desenrolar do pé de impulsão que se sucede a uma fase inicial de movimento do pé
em que não existe transferência do peso do calcanhar para a ponta do pé;
3. Extensão do joelho na fase de impulsão, reduzindo-se a flexão do mesmo na retomada de contacto com
o solo;
4. Redução da amplitude do afastamento lateral dos apoios e orientação dos mesmos no sentido do
deslocamento;
5. Redução da inclinação do tronco à frente, tendendo para uma posição vertical do tronco;
6. Aumento da rotação pélvica proporcionando as bases do movimento alternado dos MS e MI.
Desenvolvimento do andar
Alguns marcos evolutivos do andar

13.8 meses Rotação pélvica


16.3 meses Flexão/extensão do joelho na fase de apoio
17.0 meses Apoios na projeção do tronco. Redução do
afastamento lateral dos apoios, proporcionando a
verticalidade dos membros inferiores
18.0 meses Sincronismo no movimento de oscilação dos braços
18.5 meses Desenrolar do pé, do calcanhar até aos dedos
Entre 1.0 e 2.5 Tempo de apoio aumenta
anos
Desenvolvimento do andar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Dificuldades em manter a postura ereta; Perda de equilíbrio; Pernas rígidas; Tronco
inclinado à frente; Passos curtos (pequeno comprimento da passada); Base de apoio larga (grande largura
da passada); Pé inteiro em contacto com o solo; Rotação externa dos apoios; Braços em “guarda alta”.
Desenvolvimento do andar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Suavização do padrão; Aumento do comprimento da passada; Contato calcanhar-
dedo; Braços laterais, oscilação limitada; Redução da base de apoio e rotação externa dos pés; Balanço
pélvico melhorado.
Desenvolvimento do andar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Oscilação “automática” dos braços em oposição às pernas; Base de apoio reduzida
(menor largura da passada); Maior comprimento da passada; Elevação vertical mínima; Contacto
calcanhar-dedo definido; O calcanhar da perna de swing (balanço) entra em contacto com o solo quando o
calcanhar da perna de stance (apoio) se eleva, havendo uma fase de duplo apoio.
Desenvolvimento do andar

Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)

• Erros mais comuns: Oscilação dos braços inibida ou exagerada; Braços cruzam a
linha média do corpo; Colocação inadequada do pé; Inclinação exagerada do
tronco para a frente; Oscilação dos braços pouco natural; Falta de fluidez; Apoio
do pé inteiro no solo; Pés virados para dentro ou para fora.
Desenvolvimento do andar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do andar

Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do correr
Sistematização segundo Seefeldt, Reuschlein e Vogel (1972)

Fase 1 Braços elevados em “guarda alta”, contacto completo do pé,


passada curta com reduzida flexão do joelho
Fase 2 Braços em “guarda média” à altura da cintura, aumento do
comprimento da passada, da flexão do joelho e da fase de
não-suporte
Fase 3 Contacto com o solo iniciado pelo calcanhar, aumento do
comprimento da passada, ação mais vigorosa dos braços,
perna de swing já pode fletir a 90º
Fase 4 Contacto com o solo iniciado pelo calcanhar em velocidades
reduzidas mas com a extremidade anterior do pé em sprint,
oposição dos braços e coordenação com os apoios, perna de
swing pode fletir a mais de 90º durante a fase de recuperação.
Desenvolvimento do correr
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Balança da perna curto e limitado; Passos largos, irregulares, rígidos; Fase aérea não
observável; Extensão incompleta da perna de apoio; Balanço reduzido horizontal dos braços com variação
dos graus de flexão do cotovelo; Braços tendem a balançar para fora e horizontalmente; Grande base de
apoio (afastamento e rotação externa dos pés).
Desenvolvimento do correr
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Aumento do comprimento da passada, do balanço dos braços e velocidade; Fase
aérea limitada mas observável; Extensão mais completa da perna de apoio; Aumento da oscilação do
braço; Redução do balanço horizontal do braço; Cruzamento do pé sobre a linha média do corpo.
Desenvolvimento do correr
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Máximo comprimento da passada; Velocidade rápida; Fase aérea definida; Extensão
completa da perna de apoio; Recuperação paralela ao solo; Oscilação vertical dos braços em oposição às
pernas; Braços dobrados a cerca de 90º; Mínima rotação do pé e da perna de trás.
Desenvolvimento do correr

Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)

• Erros mais comuns: Oscilação dos braços inibida ou exagerada; Braços cruzam a linha
média do corpo; Colocação inadequada do pé; Inclinação exagerada do tronco para a frente;
Oscilação dos braços pouco natural; Falta de fluidez; Apoio do pé inteiro no solo; Pés virados
para dentro ou para fora.
Desenvolvimento do correr
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do correr
Ação das pernas

Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do saltar
Alguns marcos evolutivos do andar em crianças em idade pré-escolar (Wickstrom, 1977)

24 meses Saltar de uma altura de 30 cm – num pé


28 meses Saltar do chão – dois pés
31 meses Saltar de uma altura de 45 cm – num pé
32 meses Saltar de 25 cm – dois pés
37 meses Saltar de 45 cm – dois pés
37 meses Saltar de 30 cm – dois pés – para a frente (35 cm)
38 meses Saltitar sobre dois pés três vezes
42 meses Saltar sobre uma corda a 20 cm de altura – dois pés
43 meses Saltitar sobre um pé três vezes
Desenvolvimento do saltar (horizontal a pés juntos)
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Movimento limitado; Braços não iniciam a ação do salto; Durante o voo os braços
movem-se para os lados e para baixo, ou para trás e para cima, para manter o equilíbrio; Tronco move-se
na vertical; Pouco comprimento de salto; Movimento preparatório inconsistente em termos de flexão de
pernas; Dificuldade em usar ambos os pés; Extensão limitada das articulações do membro inferior na
impulsão; Peso do corpo para trás na receção.
Desenvolvimento do saltar (horizontal a pés juntos)
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Braços iniciam a ação do salto e mantêm-se à frente do corpo durante o
movimento preparatório; Durante o voo os braços estão laterais para manter o equilíbrio; Movimento
preparatório mais amplo e consistente; Extensão mais completa dos joelhos e bacia na impulsão; Bacia e
coxas fletidas durante o voo.
Desenvolvimento do saltar (horizontal a pés juntos)
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Os braços movem-se pra cima e para trás no movimento preparatório; Durante o
impulso dos braços sobem para a frente com velocidade e mantêm-se altos durante o salto; Tronco
inclinado a cerca de 45º na saída do solo; Maior distância horizontal; Movimento preparatório amplo e
consistente; Extensão completa dos joelhos, tornozelos e bacia na impulsão; As coxas mantêm-se
paralelas ao solo durante o voo e as pernas pendem na vertical; Transposição do peso do corpo para a
frente na receção.
Desenvolvimento do saltar (horizontal a pés juntos)
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Uso desadequado dos braços; Dificuldade em executar o impulso a dois pés;
Agachamento preparatório insuficiente; Movimentos limitados de braços e pernas; Ângulo de saída
demasiado próximo da vertical; Dificuldade na extensão dos joelhos no momento de saída; Pernas não
avançam antes da receção; Queda (geralmente de costas) na receção.
Desenvolvimento do saltar (horizontal a pés juntos)
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do saltar

Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do salto vertical
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Inicial: Inclinação preparatória “inconsciente”; Dificuldade de “sair com os pés


do solo; Reduzida extensão do corpo na saída do solo; Reduzida ou nula elevação
da cabeça; Pouca elevação alcançada pelo salto.
Desenvolvimento do salto vertical
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Elementar: Flexão dos MI na inclinação preparatória excede 90º; Exagerado e


improdutivo deslocamento frontal durante a inclinação preparatória; Saída do solo
com os dois pés; Parcial extensão do corpo durante a fase de voo; MS ajudam na
fase de voo e equilíbrio.
Desenvolvimento do salto vertical
Análise global por estádios do movimento (adaptado de
MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Maturo: Flexão dos MI na inclinação
preparatória (60 a 90º); Extensão total dos MI ( coxa,
joelho e tornozelo); Coordenação simultânea da
extensão dos MI do MS de elevação dirigida para
cima; Cabeça dirigida para cima com os olhos
fixados no alvo; Extensão do corpo “perfeita”;
Recepção ao solo (ao ponto de partida controlada)
Desenvolvimento do equilíbrio unipedal
Análise global por estádios do movimento (adaptado de
MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Inicial: Pés permanecem paralelos com a
superfície de contacto apesar das tentativas de
elevação do MI livre; Compensações dos MS (MS
em “moinho de vento”); Preferência inconsciente do
MI; Equilíbrio com suporte exterior (“ajuda”);
Equilíbrio sem suporte exterior momentâneo.
Desenvolvimento do equilíbrio unipedal
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC
Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Elementar: Dificuldade em elevar MI livre;
Incapacidade em manter equilíbrio com olhos fechados;
Uso dos MS para equilibrar-se mas mantendo um MS ao
lado do corpo; Melhor execução com MI dominante em
posição livre e MI fletido.
Desenvolvimento do equilíbrio unipedal
Análise global por estádios do movimento (adaptado de
MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Maturo: Capacidade em manter o equilíbrio
com os olhos fechados; Uso dos MS e do tronco
sempre que necessário para se equilibrar; MI livre
em elevação; Focaliza o envolvimento enquanto
balança; Muda o MI não dominante sem perder o
equilíbrio.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Inicial: Perna livre fletida 90º ou menos; Anca livre mais ou menos paralela à superfície de
contacto; Corpo direito; Braços dobrados pelos cotovelos e ligeiramente afastados para o lado; Pouca
altura ou distância conseguida num único salto; Perda fácil do equilíbrio.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Elementar: Perna livre fletida; Coxa livre a formar um ângulo de 45º com a superfície de
contacto; Leve inclinação para a frente, com o tronco fletido pela anca; Coxa livre fletida e estendida à
altura da anca para fazer mais força; A força é absorvida na receção pela flexão da anca e pelo joelho de
apoio; Os braços movem-se para cima e para baixo vigorosamente e bilateralmente; Falta de controlo no
equilíbrio; Geralmente limitado no nº de saltos consecutivos executados.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Maturo: Perna livre fletida a 90º ou menos; A coxa livre eleva-se com um impulso vertical do
pé de apoio; Maior inclinação do corpo; Ação rítmica da perna livre (movimento de pêndulo ajuda a gerar
a força necessária); Os braços movem-se em conjunto ritmicamente, elevando-se quando o pé de apoio
perde contato com a superfície; Os braços não são precisos para manter o equilíbrio, mas sim para fazer
mais força.
Desenvolvimento do saltitar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Erros comuns: Saltitar com apoio de todo o pé; Movimento exagerado dos braços; Movimento
exagerado da perna livre; Inclinação exagerada para a frente; Incapacidade para manter o equilíbrio quer
no pé esquerdo, quer no pé direito; Incapacidade para alternar os pés no saltitar de forma suave e
contínua; Ficar com um braço preso a um os lados do corpo.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Inicial: Um pé à frente no arranque; Fase de voo inexistente; O pé da frente entra em contacto
com a superfície inferior antes de o pé de trás deixar a superfície superior; Uso exagerado dos braços para
manter o equilíbrio.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Elementar: Arranque com os dois pés com um pé à frente; Fase de voo, mas sem controlo;
Uso ineficaz dos braços para manter o equilíbrio; Receção com um pé seguida imediatamente do pé que
vem atrás; Flexão inibida ou exagerada dos joelhos e ancas na receção.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Maturo: Arranque com os dois pés; Fase de voo, controlada; Uso eficaz de ambos os braços,
estendendo-os para fora e para os lados para controlar o equilíbrio conforme as necessidades; Os pés
entram simultaneamente em contacto com a superfície inferior com os dedos dos pés em primeiro lugar;
Os pés aterram afastados à largura dos ombros; Flexão dos joelhos e ancas congruente com a altura do
salto.
Desenvolvimento do salto de um ponto elevado
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Erros comuns: Não iniciar o salto com os dois pés; Torcer o corpo para um dos lados no arranque;
Inclinação inibida ou exagerada do corpo; Não coordenar o uso dos dois braços no ar; Ficar com um braço
colado ao corpo enquanto usa o outro; Não aterrar simultaneamente nos dois pés; Receção com todo o pé;
Não fletir os joelhos o suficiente para absorver o impacto na receção; Receção descontrolada.
Desenvolvimento do lançar
Progressão em quatro fases (Wild, 1938)

Fase I Entre os 2 e os 3 anos; Consiste, quase que exclusivamente, em mover os braços no


plano sagital; Mão à altura do ombro; O corpo mantêm-se estático; Os pés não se
movimentam.

Fase II Entre os 3.5 e os 5 anos; Deslocamento ainda com pouca amplitude; Discreta
torção do tronco para o lado do braço ativo; No movimento preparatório a mão
termina atrás da cabeça; Ligeira flexão do joelho e tornozelo no m. i. homolateral.

Fase III Entre os 5 e os 6 anos; A ação deixa de estar limitada ao m. s.; Ligeira inclinação
do tronco à retaguarda na fase preparatória; Ação equilibradora e sinérgica do m.s.
contralateral; Adiantamento do m.i. homolateral; Inclinação do tronco à frente.

Fase IV Crianças com mais de 6.5 anos de idade; Instalação do padrão de maturidade;
Movimentos nos planos sagital e transversal mas, numa fase inicial desta fase, não
se verificam movimentos no plano frontal; Equilíbrio dinâmico conferido pelos
membros superior e inferior contralaterais.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: A ação é feita a partir do cotovelo que se mantém à frente do corpo; O braço que lança
a bola parece apenas empurrá-la; Os dedos separam-se ao largar a bola; Acompanhamento da bola para a
frente e para baixo; O tronco mantém-se perpendicular ao alvo apenas com uma pequena rotação no
momento do lançamento; O peso do corpo move-se um pouco para trás para manter o equilíbrio; Os pés
permanecem parados, movendo-se por vezes na fase de preparação, mas de forma que não contribui para a
eficácia do lançamento.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Na preparação o braço move-se para cima, para o lado e para trás; O cotovelo é
fletido e a bola colocada atrás da cabeça; O braço move-se para a frente bem acima do ombro; Na ação
preparatória o tronco roda para trás, para o lado da mão lançadora e os ombros rodam para o mesmo lado;
O tronco flete para a frente com o movimento do braço lançador; No lançamento há uma transferência do
peso do corpo para a frente; Passo à frente com a perna do lado do braço que lança.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Braço inclinado para trás na preparação; Cotovelo contralateral é elevado para manter
o equilíbrio na ação preparatória; O movimento para a frente do braço que lança inicia-se pelo avanço do
ombro, seguido pelo cotovelo e mão. O tronco roda para o lado da mão lançadora durante a ação
preparatória; Durante o lançamento há rotação das pernas, bacia, tronco e ombros; O peso é mantido no pé
de trás durante o movimento preparatório, sendo transferido para a frente no momento do lançamento e
acompanhado de um passo à frente com o pé contralateral à mão lançadora.
Desenvolvimento do lançar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Colocação do pé homolateral à frente durante o lançamento; Movimentos
limitados na fase de armação do braço e sem rotação do tronco; Falta de fluidez do movimento;
Dificuldades em libertar a bola no momento correto; Perda de equilíbrio durante o lançamento; Rotação
para a frente do braço.
Desenvolvimento do lançar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do lançar

Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do lançar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do lançar

Retirado de Rita
Cordovil e João
Barreiros, 2014
Desenvolvimento do agarrar
Sequência de desenvolvimento do agarrar com duas mãos segundo Haywood e Getchell (2001): ação dos braços adaptada de
Haubenstricker e colegas (1983), ação de mãos e corpo adaptada de Strohmeyer e colaboradores (1991).

Componente da ação de braços

Nível 1 Fraca resposta. Braços em extensão com pouco movimento de adaptação à trajetória da bola; a bola é geralmente
“encurralada” contra o peito.

Nível 2 Abraçar (Hugging). Braços estendidos lateralmente para abraçar a bola; a bola é “encurralada” contra o peito.

Nível 3 Escavar (Scooping). Braços estendidos para a frente, ficando por baixo da bola; a bola é “encurralada” contra o
peito.

Nível 4 Os braços cedem (Give). Os braços estendem-se de modo a que o contacto seja feito com as mãos; braços e
tronco acompanham o movimento da bola amortecendo a sua energia.

Componente da ação das mãos

Nível 1 Palmas para cima. As palmas das mãos estão viradas para cima.

Nível 2 Palmas para dentro. As palmas das mãos estão viradas uma para a outra.

Nível 3 Palmas ajustadas. As palmas das mãos são ajustadas ao tamanho e à trajetória do objeto.

Componente da ação do corpo

Nível 1 Sem ajustamento. Não há ajustamento do corpo à trajetória da bola.

Nível 2 Ajustamento estranho. Os braços e o corpo começam a mover-se em relação à trajetória da bola, mas a cabeça
mantém-se vertical, criando um ajustamento estranho, parecendo que a manutenção do equilíbrio pode estar
comprometida.

Nível 3 Ajustamento correto. Os pés, tronco e braços movem-se de forma a ajustar-se à trajetória da bola.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Fuga com cabeça, fechar os olhos. Braços estendidos e mantidos à frente do corpo;
Ação limitada a braços e antebraços; Agarrar assistido pelo tronco e antebraços; Palmas das mãos
mantidas para cima; Erros de antecipação (movimento limitado até ao contacto); Insucesso frequente.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Reação de desvio limitada a fechar os olhos no momento de contacto; Mãos
elevadas em antecipação; Cotovelos mantidos junto ao tronco e fletidos a cerca de 90º; Contacto com as
mãos frequentemente mal sucedido; Orientação do tronco para a bola; Inclinação do tronco;
Desequilíbrios; Base de apoio rígida.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Não há reação de fuga; Os olhos seguem a bola até às mãos; Braços ajustam-se à
trajetória da bola; Amortecimento do impacto da bola; Mãos e dedos agarram a bola; Agarrar prepara
ações posteriores; Adoção de técnicas de agarrar variáveis; Apoios participam ativamente na receção.
Desenvolvimento do agarrar
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Não acompanhamento da trajetória da bola; Fecho dos olhos no momento do
contacto; Dedos rígidos e virados para a bola; Fecho das mãos fora do tempo (antes ou depois); Posição
desajustada provocando perdas de equilíbrio na receção; Dificuldades em adaptar o padrão de receção a
bolas com características diferentes e com diferentes velocidades e trajetórias.
Desenvolvimento do agarrar
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do agarrar

Retirado de Rita Cordovil e


João Barreiros, 2014
Desenvolvimento do pontapear
Estádios de desenvolvimento descritos por Deach (1950, citado por Wickstrom, 1977)

Estádio 1 A ação é circunscrita à perna de remate, com muito pouca participação


do tronco e braços. A perna faz um movimento mínimo essencialmente
para a frente e para cima, mantendo-se relativamente direita durante
todo o movimento.

Estádio 2 A perna de remate flete, realizando um movimento preparatório para trás


e para cima. A participação dos braços e tronco é ainda diminuta mas
mais nítida que na fase anterior.
Estádio 3 Extensão da coxa na fase preparatória, aumento da ação da perna e um
movimento compensatório do braço contralateral.
Estádio 4 Extensão efetiva da coxa e flexão da perna na fase preparatória, ação de
pontapear mais forte implicando maiores movimentos compensatórios
do tronco e braços.
Desenvolvimento do pontapear
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Movimentos restritos durante o ato de pontapear, frequentemente limitados à ação da
perna; O tronco permanece direito; Os braços são usados para manter o equilíbrio; A perna que pontapeia
tem um movimento para trás limitado; A criança empurra mais do que pontapeia a bola.
Desenvolvimento do pontapear
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: O movimento preparatório para trás é centrado no joelho; A perna que pontapeia
tende a manter-se em flexão; O acompanhamento da bola é limitado ao movimento do joelho para a
frente; A criança dá um ou mais passos na direção da bola.
Desenvolvimento do pontapear
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: Os braços deslocam-se em oposição um ao outro durante o pontapear; O movimento
da perna que pontapeia começa na coxa; A coxa avança e a perna estende antes do contacto com a bola;
Há uma ligeira flexão da perna de apoio no momento do contacto; Há uma flexão do tronco durante o
acompanhamento; Depois do contacto com a bola o movimento da perna continua, fazendo com que o pé
de suporte se apoie apenas sobre os dedos ou perca o contacto co o solo; A aproximação à bola é feita em
corrida ou com um salto.
Desenvolvimento do pontapear
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Fase preparatória com movimentos atrás limitados; Ausência de passo co a perna
de apoio; Tendência para perder o equilíbrio; Falha no contacto com a bola; Dificuldade em pontapear
com qualquer dos pés; Dificuldade em alterar a velocidade transmitida à bola; Dificuldade em continuar o
movimento após o contacto; Oposição de braços e pernas insuficiente; Falta de fluidez do movimento;
Dificuldade de posicionamento à distância adequada da bola.
Desenvolvimento do pontapear
Análise por componentes e de acordo com um plano de observação do pontapear

Retirado de Rita Cordovil e


João Barreiros, 2014
Desenvolvimento do trepar
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan
& Gallahue, 1985)
• Padrão Inicial: Encosta o peso do corpo para a frente da superfície para criar
segurança de equilíbrio; Começa a ação com os pés; Realiza primeiro o passo (pé)
e de seguida a mão (pega).

• Padrão Elementar: Tende a passar com a mesma mão e o mesmo pé; Suporta
o peso do corpo com bom equilíbrio; Inicia a ação com o pé preferido; usa o MS
homolateral e ação do MI.

• Padrão Maturo: Bom equilíbrio e controlo corporal; Pode passar com


qualquer mão ou pé; Suavidade, fluidez e mudança rápida dos apoios; Uso da
ação MS/MI contralateral.
Desenvolvimento do rolamento
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Inicial: Cabeça contacta com a superfície na sua parte superior e não com a
testa; Corpo “encaracola” e perde posição curva (engrupada); Incapacidade de
coordenar o uso dos MS; Incapacidade de rolar para a retaguarda e para os lados;
Ao concluir o rolamento perde a posição engrupada.
Desenvolvimento do rolamento
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Elementar: Ações segmentadas após enrolar; A parte superior da cabeça


ainda toca na superfície; Corpo engrupado no início do movimento; Completa o
movimento com corpo na posição de “L” sentado; Mãos e MS ajudam a ação de
enrolar de forma ligeira; Realiza apenas um rolamento de cada vez; A parte anterior
da cabeça toca ligeiramente a superfície.
Desenvolvimento do rolamento
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Maturo: A cabeça guia a ação; A cabeça toca a superfície levemente; O


corpo permanece engrupado durante o movimento; Os MS ajudam “produzindo
força”; Consegue voltar à posição inicial; Capacidade de executar com controlo
rolamentos consecutivos.
Desenvolvimento dos movimentos axiais
Análise global por estádios do movimento
(adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Inicial: Exagerada base de sustentação;
Momentânea perda de equilíbrio; Visualização do
corpo sempre que possível; Movimentos
combinados bruscos e segmentados; Ausência
de transição fluída para um nível ou de um plano
para outro; Realização apenas de uma ou duas
ações ao mesmo tempo.
Desenvolvimento dos movimentos axiais
Análise global por estádios do
movimento (adaptado de MC Clenagnan &
Gallahue, 1985)
• Padrão Elementar: Bom equilíbrio; Base
de suporte apropriada; Requer modelo
visual; Não tem necessidade de
visualizar o corpo; Boa coordenação
de movimentos similares; Pobre
transição em movimentos diferentes
ou assimilares; Realização de duas ou
três ações ao mesmo tempo.
Desenvolvimento dos movimentos axiais
Análise global por estádios do movimento
(adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)
• Padrão Maturo: Movimentos suaves e ritmados;
Sequências de movimentos com lentidão; A visão não é
primordial para a correta realização do movimento;
Movimento com controlo aparente; Realização de três ou mais
ações com movimento fluido.
Desenvolvimento do suporte invertido
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Inicial: Incapacidade em manter a posição triangular (mãos e cabeça);


Incapacidade em assumir qualquer posição invertida; Sentido “cinestésico” pobre
para “situar” as partes do corpo; Reduzido controlo na coordenação de movimentos.
Desenvolvimento do suporte invertido
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Elementar: Mantém posição triangular com a superfície (ex: solo);


Capacidade de manter equilíbrio por três ou mais segundos com frequente perda de
equilíbrio; Capacidade gradual no domínio das partes corporais.
Desenvolvimento do suporte invertido
Análise global por estádios do movimento (adaptado de MC Clenagnan & Gallahue, 1985)

• Padrão Maturo: Boa posição de contacto com a superfície de apoio; Bom controlo
do pescoço e da cabeça; Bom sentido “cinestésico” na localização das partes
corporais; Bom controlo do corpo; Mantém posição de apoio invertido a 2 ou 3
apoios durante 2 ou 3 segundos; Sai da postura estática (invertida) com controlo.
Desenvolvimento de outros padrões
Largar e pontapear
Desenvolvimento de outros padrões
Driblar
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Inicial: Movimento de trás para a frente; Os pés ficam estacionários; O tronco vira-se na
direção da bola arremessada; Cotovelo(s) completamente fletido(s); Nenhuma rotação do tronco; A força
provém da extensão das articulações fletidas num plano descendente.
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Elementar: Tronco virado para o lado em antecipação da bola arremessada; O peso é
transferido para o pé da frente antes do contacto com a bola; Rotação combinada do tronco e das coxas;
Cotovelo(s) fletido(s) num ângulo menos agudo; A força vem da extensão das articulações fletidas. A
rotação do tronco e o movimento para a frente processam-se num plano oblíquo.
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Estádio Maturo: O tronco vira-se para o lado em antecipação da bola arremessada; O peso é
transferido para o pé de trás; A bacia roda; A transferência do peso assume um padrão contralateral; A
transferência do peso para o pé da frente dá-se enquanto o objeto ainda vai a mover-se para trás; O
batimento ocorre em forma de arco pleno e alongado e num movimento horizontal; O peso é transferido
para o pé da frente no momento do contacto.
Desenvolvimento do bater
Análise global por estádios do movimento (cf. Gallahue & Ozmun, 2002)
• Erros mais comuns: Não focar a bola e não acompanhar o movimento da bola; O taco está mal
agarrado; Não virar a parte lateral do corpo na direção da trajetória pretendida; Incapacidade par executar
a sequência de movimentos numa sucessão rápida e de forma coordenada; Balanço para trás deficiente;
Balanço “golpeado”.
Desenvolvimento de outros padrões
Batimento com raqueta

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