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BOVINOCULTURA-

FORRAGICULTURA
ASPECTOS DE INTERAÇÕES ALIMENTARES PARA BOVINOS EM LACTAÇÃO
PROF. MSc. Henrique Starick
ASPECTOS GERAIS DA METODOLOGIA BOVINA LEITEIRA
 As primíparas tendem a continuar seu desenvolvimento corporal até a segunda lactação, o
fornecimento de alimentos em quantidades superiores àquelas que deveriam estar recebendo em função
da produção de leite, onde tem com necessidades nutricionais muito elevadas. Assim, recomenda-se que
aos requerimentos de mantença sejam adicionados 20% a mais para novilhas de primeira cria e 10%
para vacas de segunda cria.

 Recomenda-se alimentar as vacas primíparas separadas das vacas mais velhas. Este procedimento evita
a dominância, aumentando o consumo de matéria seca.

 As vacas não devem parir nem excessivamente magras nem gordas. Vacas que ganham muito peso
antes do parto apresentam apetite reduzido, menores produções de leite e distúrbios metabólicos como
cetose, fígado gorduroso e deslocamento do abomaso, além de baixa resistência aos agentes de doenças.

 As vacas, nas primeiras semanas após o parto, não conseguem consumir alimentos em quantidades
suficientes para sustentar a produção crescente de leite neste período, até atingir o pico, o que ocorre
em torno de cinco a sete semanas após o parto. O pico de consumo de alimentos só será atingido
posteriormente, em torno de nove a dez semanas pós-parto. Por isso, é importante que recebam uma
dieta que possa permitir a maior ingestão de nutrientes possível, evitando que percam muito peso e
tenham sua vida reprodutiva comprometida.
 As vacas, nas primeiras semanas após o parto, não conseguem consumir alimentos em quantidades
suficientes para sustentar a produção crescente de leite neste período, até atingir o pico, o que ocorre
em torno de cinco a sete semanas após o parto. O pico de consumo de alimentos só será atingido
posteriormente, em torno de nove a dez semanas pós-parto. Por isso, é importante que recebam uma
dieta que possa permitir a maior ingestão de nutrientes possível, evitando que percam muito peso e
tenham sua vida reprodutiva comprometida.

 Devem ser manejadas em pastagens de excelente qualidade e em quantidade suficiente para permitir
alta ingestão de matéria seca. Para isto, o manejo dos pastos em rotação é prática recomendada.

 Deve-se fornecer volumoso de boa qualidade com suplementação com concentrados e mistura mineral
adequada. Vacas de alto potencial de produção devem apresentar um consumo de matéria seca
equivalente a pelo menos 4% do seu peso vivo, no pico de consumo.

 Vacas que são ordenhadas três vezes ao dia consomem 5 a 6% mais matéria seca do que se ordenhadas
duas vezes ao dia.

 Para vacas mantidas em pastagens, durante o período de menor crescimento das forrageiras, há
necessidade de suplementação com volumosos: capim-elefante verde picado, cana-de-açúcar
adicionada de 1% de uréia, silagem, feno ou forrageiras de inverno.  Para vacas de alta produção
leiteira ou animais confinados, forneça silagem de milho ou sorgo, à vontade.
 O concentrado para vacas em lactação deve apresentar 18 a 22% de proteína bruta (PB) e acima de
70% de nutrientes digestíveis totais (NDT), na base de 1 kg para cada 3,0 kg de leite produzidos.
Pode-se utilizar uma mistura simples à base de milho moído e farelo de soja ou de algodão, calcário e
sal mineral ou dependendo da disponibilidade, soja em grão moída ou caroço de algodão. Algumas
opções para formulação de concentrado são apresentadas na Instrução Técnica para o Produtor de
Leite.

 Muito usada em confinamento total, tem a vantagem de evitar que as vacas possam consumir uma
quantidade muito grande de concentrado de uma única vez, o que pode causar problemas de acidose
nos animais. Além disso, recomenda-se a inclusão de 0,8 a 1% de bicarbonato de sódio e 0,5% de
óxido de magnésio na dieta total, para evitar problemas com acidose.
Componentes indispensáveis na dieta de bovinos
 O NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) é um dos modos mais empregados para expressar a energia dos alimentos
para os ruminantes. Ele é semelhante ao valor da Energia Digestível do alimento, podendo ser utilizado para
descrever os valores das necessidades energéticas do animal para formulação de rações.
 Para seu cálculo, são necessárias as frações digestíveis dos alimentos obtidas pelas análises bromatológicas
proximais (ou de Weende), como proteína bruta, fibra bruta, extrato etéreo, e matéria mineral (cinzas).

 O valor nutritivo das plantas é caracterizado pela sua composição bromatológica e a interação dessa composição
com o consumo pelo animal. A composição bromatológica é avaliada pelas seguintes frações:
 
 MATÉRIA SECA (MS): É a porção do alimento onde estão todos os nutrientes, a massa total descontada a
umidade.  Deve ser usada para expressar a concentração de nutrientes e, a partir daí, determinar a produtividade
desse nutriente.
 
 Veja o exemplo para uma lavoura com produtividade de 50 toneladas de matéria verde por hectare e que tenha
apresentado um teor de 33% de matéria seca e de 70% de NDT na análise bromatológica:

 50 ton MV x 33% MS = 16,5 ton MS


 16,5 ton MS x 70% NDT =  11.550 kg de NDT/ha
 PROTEÍNA BRUTA (PB): É determinada medindo-se o total de nitrogênio (N) e multiplicando-se por 6,25 (as
proteínas têm em média 16% de N no aminoácido). Proteínas verdadeiras provêm de aminoácidos. A adição de
uréia na silagem aumenta o teor de N, mas não de proteína verdadeira. Os micro-organismos presentes no
rúmen é que têm capacidade de converter parte desse N em proteína microbiana.
 
 FIBRA BRUTA (FB): O teor de fibra corresponde a celulose, hemicelulose e lignina da planta. Deve-se evitar as
análises de FB porque, geralmente, o valor é subestimado e não serve de referência para avaliação da qualidade
da silagem. O recomendável é utilizar o FDN.
 
 FIBRA DETERGENTE NEUTRO (FDN): Também corresponde a celulose, hemicelulose e lignina. É o melhor
indicativo para saber o teor de fibra e também ter uma estimativa da qualidade da silagem.

Considerações:
 Uma boa silagem tem teores de FDN entre 38 e 45%. A planta de milho tem teor de FDN próximo de 65%,
enquanto que o grão tem FDN próximo de 10%. Assim, quanto maior a participação de grãos menor o teor de
FDN e vice e versa.
 Se o milho é colhido mais tarde o teor de FDN da planta aumenta (fica mais fibrosa) mas, em compensação, a
participação de grãos é maior, por isso o teor de FDN na silagem pode variar pouco.
 Uma das formas de se estimar o consumo de matéria seca (CMS) de alguma forragem (silagem ou pastagem) é
através do teor de FDN: o CMS = 120 / %FDN (expresso em % do peso vivo em MS). Ex: Uma silagem com 40%
de FDN tem um consumo estimado em 3% do peso vivo do animal em MS. Um boi de 400 kg pode comer algo
em torno de 12 Kg de MS/dia.
 FIBRA DETERGENTE ÁCIDO (FDA): Está contida no FDN porque representa as frações celulose e lignina.
A lignina é fração não digestível da planta, que dá resistência ao caule. Quanto maior o teor de FDA menor a
qualidade e a digestibilidade da silagem.
 
Considerações:

Como a FDA está diretamente relacionada com a digestibilidade podemos calcular o NDT (nutrientes digestíveis
totais), que corresponde a energia do alimento, pela seguinte fórmula:
•%NDT = 87,84 – (0,70 x % FDA) 
•Ex: se o FDA é de 25% temos um NDT de 70,34%.

 MATÉRIA MINERAL (MM): É o teor total de minerais contidos nas silagens ou forragens. Como corresponde
a fração não orgânica, se tivermos níveis mais elevados de MM na silagem ela certamente terá menores níveis
de energia.
 
 EXTRATO ETÉREO (EE): Corresponde ao teor de óleo na silagem. Dá-se muita atenção ao teor de óleo,
principalmente do grão, porque cada grama de óleo tem 2,25 vezes mais energia que um grama de carboidrato
(amido ou açúcares), no entanto, na silagem de planta inteira os níveis de óleo são baixos e, por isso, pouco
interferem na qualidade total.
 
 CARBOIDRATOS NÃO FIBROSOS (CNF): Na silagem de milho representa a fração amido. É a principal
fração da silagem porque corresponde à maioria da energia contida nela. Todo o amido vem do grão, por isso
quanto maior a participação de grãos  menor o teor de FDN  menor o teor de FDA  maior o NDT.
Considerações:
Pode-se estimar o teor de CNE (amido) de uma silagem da seguinte maneira:
•%CNE = 100 – (% FDN - % PB - % MM – EE)
•EX: Uma silagem com 40% de FDN; 6% PB; 11% MM e 3% EE tem 40% de CNE (ou amido)
 Para vacas em lactação e animais que são mantidos em confinamento, é mais seguro e garantido incluir a
mistura mineral no concentrado ou na dieta completa.
Vacas em lactação requerem uma quantidade muito grande de água, uma vez que o leite é composto de 87 a
88% de água. Ela deve estar à disposição dos animais, à vontade e próxima dos cochos. Normalmente as vacas
consomem 8,5 litros de água para cada litro de leite produzido. Quando a temperatura ambiente se eleva, nos
meses de verão, o consumo de água aumenta substancialmente.

 No terço médio da lactação, as vacas já recuperaram parte das reservas corporais gastas no início da
lactação e já deveriam estar enxertadas. A produção de leite começa a cair e as vacas devem continuar a
ganhar peso, preparando sua condição corporal para o próximo parto.

 O fornecimento de concentrado deve ser feito com 18 a 20% de proteína bruta, na proporção de 1 kg para
cada 3 kg de leite produzidos acima de 5 kg, na época das chuvas, e a mesma relação acima de 3 kg iniciais
de leite produzido, durante o período seco do ano, conforme tabela abaixo.
   Quantidade de Concentrado (kg/vaca/dia)
Produção de leite (kg/vaca/dia)
 Época das "águas"   Época seca 
 3a5    -    1
 5a8    1    2
  8 a 11    2    3
11 a 14    3    4
14 a 17    4    5
17 a 20    5    6
 Nas duas semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas quantidades do
concentrado formulado para as vacas em lactação, para que se adaptem à dieta que receberão após o parto. As
quantidades a serem fornecidas variam de 0,5 a 1% do peso vivo do animal, dependendo da sua condição
corporal.

 O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação deve ser reduzido para evitar problemas com febre do
leite (Febre do leite - Embrapa - CNPGL. Documentos, 67) após o parto. A mistura mineral (com nível baixo
de cálcio) deve estar disponível, à vontade, em cocho coberto (Manual Técnico: Trabalhador na Bovinocultura
de Leite – Senar-AR/MG/Embrapa, 1997 e Embrapa Gado de Leite: 20 anos de pesquisa).
CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Melhoramento da qualidade nutricional do solo;


 Implementar sistema hídrico;
 Selecionar variedade de forrageira para fins de criação de leite ou corte;
 Implementar reserva de energia para período seco, uso da cana de açúcar;
 Uso de variedades de capins elefantes como reserva de matéria seca;
 Selecionar o linhagem de animais a ser implantado;
 Aplicar metodologia no sistema de manejo;
 Organizar, anotar, investigar todo o processo produtivo;
 Estabelecer planilhas de custo;
 Estabelecer metas de lucro no sistema produtivo;
 Retroalimentar sistema produtivo.

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