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Gente Branca

O que os brancos de um país racista podem fazer pela igualdade


além de não serem racistas?

LETE43 – T17

Bianca Ladeia Reportagem:


Luciano Soares Mirella Nascimento
Érica Santos
Laíse Santos
• Necessidade de compreensão e discussão da branquitude.

• Ir além da frase passiva “não sou racista”

• Lia Vainer Schucman, pesquisadora e psicóloga, branca: “Que tipo de


vantagem um morador de rua branco pode ter em relação aos negros que
dividem com ele um pedaço de calçada no centro de São Paulo?”

• O primeiro negro a ocupar uma cadeira no STF...

• “Um branco pode nascer pobre, mas no dia em que vai fazer uma entrevista de
emprego, pode ir muito arrumado e está tudo certo. Uma pessoa branca bem
arrumada pode ser qualquer cosia. Um negro é ‘um negro’ em qualquer lugar”

• 63,7% dos desempregados do Brasil são pretos ou pardos.


FONTE: IBGE
A pele que habito
• Os brancos não costumam enxergar sua própria raça - ou
etnia. A branquitude é naturalizada, percebida como padrão,
como algo universal. Para os brancos, quem tem raça são os
outros.

• O número de mortes violentas de negros é 158,9% maior que


dos brancos.
FONTE: MAPA DA VIOLÊNCIA 2016
• Branquitude crítica: de brancos que desaprovam publicamente
o racismo e buscam modificar essa situação.
• Branquitude acrítica: acredita no branco como merecedor de
suas vantagens por causa de sua superioridade racial.

• “Reconhecer os próprios privilégios, perceber que mesmo


pessoas não racistas podem praticar atos preconceituosos ou
mesmo que deixar de falar sobre o assunto é de alguma forma
compactuar com o racismo estrutural são alguns dos primeiros
passos nessa jornada”.
Tons de privilégio
• “Ser branco consiste em ser proprietário de vantagens/privilégios
raciais simbólicos e materiais”. –Lourenço Cardoso

• “São as construções que determinadas pessoas ou determinados


espaços sociais fazem a respeito do que significa ser branco em
um contexto social em que isso importa”. – Luciana Alves

• “Mas se tem pessoas que sofrem consequências do racismo, se


tem desvantagens, é porque tem pessoas com vantagens”. -Lia
Vainer Schucman
Herança Colonial
• Tentativa de branqueamento ainda no Império e a falsa ideia de
democracia racial no início de século 20.

• “Houve um plano político, social, cultural, econômico de


misturar todo mundo, para criar uma identidade única brasileira.
O ônus disso foi silenciar o discurso racial e silenciar uma
identidade negra no Brasil. Nesse balaio de identidade
brasileira, não se deu oportunidade econômica à população
negra”. – Ana Helena Passos.
AS PRIMEIRAS PESQUISAS SOBRE RACISMO

• Florestan Fernandes e Oracy Nogueira (1950)


Perspectiva dos negros, denuncista.

• Crítica: a falta de uma investigação sobre o olhar dos


brancos, como não marcou o branco, que ficou tantos anos
escravizando, estuprando? – Maria aparecida da Silva
Bento.
MIA E A BRANQUITUDE

• “Sempre tive essa grande felicidade que os


moçambicanos me olhavam como moçambicano.
Foram pouquíssimos os casos em que me fizeram
lembrar que eu tinha uma cor diferente”. – Mia Couto.

Livro: “O BEBEDOR DE HORIZONTES”.


Menos oportunidades
• Falta de oportunidades seja pelo racismo estrutural, seja por
decisão individual.
• Qualquer que seja a estatística econômica, os negros estão
sempre em desvantagem.
• Mapa da violência
• Na saúde:
Atendimento médico
Recebimento de anestesia em mulheres negras
Recebimento de órgãos – condições socioeconômicas

• Nas escolas, nas empresas:


Ampliação do acesso de pessoas negras às universidades;
Não contato com a cultura negra na escola.
Luciana Alves : . "O único caminho que eu, como educadora,
enxergo, é o da ressignificação dos discursos que circulam na
escola. E não estou falando só da fala dos professores, tudo na
escola é discurso.”
• Na novela, na série, no teatro
A novela segundo sol;
Teatro: “Branco: o cheiro do Lírio e do Formol”;
Série: “ Cara gente branca”

• “Você pode participar de um sistema de dominação sendo


dominador quando você repete essa lógica sem questioná-la. E
a repetição dessa lógica se dá de diferentes formas. É você
entrar numa sala de uma universidade pública nos chamados
cursos de elite, não ter nenhum negro e ninguém se questionar,
por exemplo.”
• Rosane Borges, pós-doutora em comunicação e integrante da
Cojira (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial)
Mas... O que fazer?
"Não existe uma cartilha de atitudes esperadas dos brancos que
questionam sua própria branquitude.“
Só que não dá para deixar como está, então aqui vão algumas
formas de contribuir para o debate sobre o racismo no dia a dia:

• Individualmente:
- Reconhecer os privilégios
- Capacidade de interpretar códigos e práticas racistas
- Posicionamento
• Na linguagem:
- Atenção aos termos e expressões racistas
- Escuta ativa, sincera e empática
- Valorizar termos e expressões que enaltecem a cultura negra

• Na sociedade:
- Valorizar, consumir e dar visibilidade à produção socioeconômica
negra
- Contratar serviço ou indicar alguém negro para vagas de emprego
- Racismo como um problema social contemporâneo
• Na educação:
- Fiscalizar a execução das leis que garantem a educação da cultura
africana e afrobrasileira nas escolas
- Educação antirracista
- Buscar e compartilhar referências negras na literatura, música,
cinema, etc.

• O que você pode fazer hoje?

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