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SISTEMAS ESTRUTURAIS I

Aula 03
Prof.ª Ledyevi Stati
BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL
CARGAS E DEMAIS
SOLICITAÇÕES NO
DIMENSIONAMENTO DE
VIGAS
1.0 Cargas Permanentes
São constituídas pelos pesos próprios da estrutura (c= 2,5
tf/m³) e demais elementos da construção.
Relativamente ao peso próprio da estrutura, adotam-se, na
fase de anteprojeto, dimensões para os vários elementos;
segundo critérios práticos.
Por exemplo, para as lajes maciças tomam-se espessuras
entre 1/50 e 1/15 do vão médio, e dentro dos limites de 5 a 15
cm. Resultando espessura acima desse limite (15 cm) é usual a
solução com laje mista ou nervurada que tem a altura das
nervuras fixadas por critério semelhante ao usado para vigas.
Para vigas, adotam-se altura da seção dentro dos limites de
1/5 a 1/15 do vão livre, e largura adequada a concepção geral
da estrutura, e a solicitação prevista. Os pilares tem dimensão
fixada, a partir de uma avaliação da carga, baseada em “área de
influencia” e carga média total da construção de 0,8 a 1,2
tf/m²/pavimento. Procuram-se fixar seções de modo que a
tensão média de compressão se situe entre os limites de 75 a
150 kgf/cm² .
Outras cargas permanentes são avaliadas a partir dos pesos
específicos ou pesos unitários e volume dos materiais
empregados.
Assim temos:
• estrutura em concreto armado ..............................................2500 kgf/m³
• revestimento de pisos ........................................................50 a 100 kgf/m²
• revestimentos de forros........................................................10 a 50 kgf/m²
• coberturas com telhas cerâmica e madeiramentos............80 a 120 kgf/m²
• coberturas com fibrocimento...............................................20 a 40 kgf/m²
• paredes de tijolos cerâmicos, maciços, com espessura de 25 cm, inclusive
argamassa de assentamento e revestimento ............................400 kgf/m²
• paredes de tijolos cerâmicos, maciços, com espessura de 15 cm, inclusive
argamassa de assentamento e revestimento.............................250 kgf/m²
• Parede com tijolos furados. ............................................ 280 a 320 kgf/m²
• Parede com tijolos furados ........................................ 180 a 220 kgf/m²
• Parede com tijolos furados .................................................. 350 kgf/m²
• Parede com tijolos furados .................................................. 220 kgf/m²
• Enchimento com terra .............................................................. 1,8 tfm³
• Enchimento com entulho ............................................... 1,0 a 1,2 tf/m³
• Caixilhos e esquadrias .................................................. 50 a 100 kgf/m²
• Formas e madeiramento em lajes tipo “caixão perdido” 30 a 60 kgf/m²

A NBR 6120/1980 apresenta uma lista dos pesos específicos


aparentes dos materiais de construção mais frequentes á qual se deve
recorrer sempre que necessário
2.0 Cargas Acidentais

Definidas como aquelas que atuam na estrutura em função do uso


das edificações (pessoas, móveis, veículos, etc.).

2.1 Cargas Verticais


As cargas verticais a serem consideradas nos pisos das edificações
serão supostas uniformemente distribuídas. Transcreve-se a seguir os
valores correspondentes a utilização mais frequente em estruturas:
• Forros não destinados a depósitos e sem acesso de público .......50 kgf/m²

• Dormitórios, salas, copas, cozinhas e banheiros de edifícios


residenciais..................................................................................150 kgf/m²

• Áreas de serviço, lavanderia e despensa de edifícios


residenciais..................................................................................200 kgf/m²

• Áreas de uso geral e banheiros de edifícios destinados a escritórios,


bancos, escolas e hospitais..........................................................200 kgf/m²

• Áreas de circulação, corredores, escadas, hall de entrada e terraços com


acesso ao público........................................................................300 kgf/m²
• Áreas de circulação, corredores, escadas, hall de entrada e terraços sem
acesso ao público.................................................................... 200 kgf/m²

• Áreas de circulação, corredores, escadas, hall de entrada e terraços sem


acesso ao público.....................................................................200 kgf/m²

• Em garagens e estacionamentos, para veículos de passageiros com carga


máxima de 2500 kgf................................................................. 300 kgf/m²

• Em arquibancadas.....................................................................400 kgf/m²

• Em locais destinados a ginástica, esportes e dança em clubes e ginásios de


esportes.....................................................................................500 kgf/m²
• Em lavanderias, cozinhas e refeitórios não residenciais ............300 kgf/m²

• Em laboratórios...........................................................................300 kgf/m²

• Em lojas......................................................................................400 kgf/m²

• Em salas de leitura de biblioteca ................................................250 kgf/m²

• Em depósito e estantes de livros de bibliotecas .........................600 kgf/m²


Obs. deve ser verificado em cada caso, pode 2 do chegar a 1500 kgf/m

• Em plateias de cinemas, clubes, teatros e anfiteatros de escolas, com


assentos ......................................................................................300 kgf/m²
• Em plateias de cinemas, clubes, teatros e anfiteatros de escolas, sem
assentos fixo..........................................................................300 kgf/m²

• Em salas de aula ...................................................................300 kgf/m²

• Em casa de máquinas (elevadores) de edifícios em geral .....300 kgf/m²


3.0 Dimensionamento de vigas
3.1 Vão Efetivo

O vão efetivo (NBR 6118, 14.6.2.4) é calculado pela expressão:


Eq. 1
EXEMPLO
Eq. 1

0,4 m

2,0 m

0,3 m 0,3 m

2 + 0,15 + 0,15 = 2,30 m


3.2 Altura e Largura

De modo geral, a preferência dos engenheiros e arquitetos é de que


as vigas fiquem embutidas nas paredes de vedação, de tal forma que não
possam ser percebidas visualmente. Para que isso ocorra é interessante
escolher a largura das vigas igual à largura da parede sem os
revestimentos.
A altura das vigas depende de diversos fatores, sendo os mais
importantes o vão, o carregamento e a resistência do concreto. A altura
deve ser suficiente para proporcionar resistência mecânica e baixa
deformabilidade (flecha).
Considerando por exemplo o esquema de uma viga como mostrado na
Figura , para concretos do tipo C20 e C25 e construções de pequeno porte, uma
indicação prática para a estimativa da altura das vigas de Concreto Armado é
dividir o vão efetivo por doze, isto é:

Eq. 2

A altura das vigas deve ser preferencialmente modulada de 5 em 5 cm, ou


de 10 em 10 cm. A altura mínima indicada é de 25 cm. Vigas contínuas devem
ter a altura dos vãos obedecendo uma certa padronização, a fim de evitar
várias alturas diferentes.
EXEMPLO

Eq. 2

2,30 m 2,30 m
EXEMPLO

0,20 m 0,20 m

Eq. 2

2,30 m 2,30 m

h1 = 2,30 = 0,191 h2 = 2,30 = 0,191


12 12
h1 = 0,20 m h2 = 0,20 m
3.3 Instabilidade Lateral

Segundo a NBR 6118 (item 15.10), “A segurança à instabilidade


lateral de vigas deve ser garantida através de procedimentos
apropriados. Como procedimento aproximado pode-se adotar, para vigas
de concreto, com armaduras passivas ou ativas, sujeitas à flambagem
lateral, as seguintes condições:”
Onde:
Eq. 3 b = largura da zona comprimida;
h = altura total da viga;
0 = comprimento do flange comprimido, medido entre
Eq. 4 suportes que garantam o contraventamento lateral;
fl = coeficiente que depende da forma da viga, conforme
apresentado na Tabela 1.
EXEMPLO

b=?
h = 0,20 m
0 = 2,00 m
Eq. 3
fl = 0,40

Eq. 4

b > (2,0 / 50) = 0,04 m


b > (0,40 x 0,20) = 0,08 m

b = 0,14 m
3.4 Determinação das Cargas

Para a determinação das cargas atuantes no elemento estrutural,


devemos considerar três tipos de carga:
• O peso próprio do elemento estrutural
• Os esforços solicitantes: carga permanentes e cargas acidentais

Para o peso próprio da vigas iremos considerar o peso específico do


concreto armado que é de 25 kN/m³, e a suas dimensões já definidas.

Eq. 5
PPc = γ  x h x b
EXEMPLO
Eq. 5

PPc = γ  x h x b
γ = 25 kN/m³
h = 0,20 m PPc = 25 x 0,20 x 0,14 =
b = 0,14 m
EXEMPLO
Eq. 5

PPc = γ  x h x b
γ = 25 kN/m³ PPc = 25 x 0,20 x 0,14 = 0,07 kN/m
h = 0,20 m
b = 0,14 m
Para o calculo das cargas permanentes, deve-se analisar quais serão as
cargas atuantes no elemento estrutural:
Eq. 6
PPp = γ x A

Para o calculo das cargas acidentais, deve-se analisar a que será destinada a
usabilidade da estrutura:

Eq. 7 PPa = γ x A
EXEMPLO
Para as cargas permanentes vamos considerar sob a viga uma laje de
concreto com 10 cm de espessura e dimensões 2,60 m x 2,60 m e
telhado de madeira com telhas cerâmicas. Para a carga acidental
consideramos uma laje forro não destinado a depósito e sem acesso.

Eq. 6 PPp = γ x A
Eq. 7 PPa = γ x A
EXEMPLO
Para o peso da laje:
Eq. 6
PPp = γ x A

A = 0,10 x 2,60
γ1 = 25 KN/m³
EXEMPLO
Para o peso da laje:
Eq. 6
PPp = γ x A
PPp = 0,26 x 25
A = 0,10 x 2,60 = 0,26 m²
γ1 = 25 KN/m³ PPp = 6,5 KN/m
EXEMPLO
Para o peso do telhado:
Eq. 6

A = 2,60 x 2,60 = 6,76 m²


γ2 = 120 Kgf/m² = 120 x 9,8 = 1176 N/m² = 1,176 KN/m²

PPp = γ x A
PPp = 1,176 x 6,76
EXEMPLO
Para o peso do telhado:
Eq. 6

A = 2,60 x 2,60 = 6,76 m²


γ2 = 120 Kgf/m² = 120 x 9,8 = 1176 N/m² = 1,176 KN/m²

PPp = γ x A
PPp = 1,176 x 6,76
PPp = 7,949 KN/m
EXEMPLO
Para a carga acidental:
Eq. 7

A = 2,60 x 2,60 = 6,76 m²


γ2 = 50 kgf/m² = 50 x 9,8 = 490 N/m² = 0,49 KN/m²

PPa = γ x A
PPa =0,49 x 6,76
PPa = 3,312 KN/m
3.5 Somatória das cargas:

PPc + PPp + Ppa = q

3.6 Esforço Solicitante

Obtendo os resultados das cargas permanentes e das cargas


acidentais, conseguimos
ef² calcular o esforço solicitante atuante na

estrutura:

Eq. 8 Eq. 7
EXEMPLO
• PPc = 0,07 KN/m (VIGA) – PESO PRÓPIP
• PPp = 6,5 KN/m (LAJE) – PESO PERMANENTE
• PPp = 7,749 KN/m (TELHADO) – PESO PERMANENTE
• PPa = 3,312 KN/m – CARGA ACIDENTAL

• q = 0,07 + 6,5 + 7,749 + 3,312 = 17,631 KN/M


EXEMPLO
• Esforço solicitante atuante da estrutura:
Eq. 8 Eq. 7

= 1,4
Mk= 17,631 x 2,6² =
8
EXEMPLO
• Esforço solicitante atuante da estrutura:
Eq. 8 Eq. 7

= 1,4

Mk= 17,631 x 2,6² = 14,898 KN.m  1489,8 KN.cm


8
EXEMPLO
• Esforço solicitante atuante da estrutura:
Eq. 8 Eq. 7

= 1,4

Mk= 17,631 x 2,6² = 14,898 KN.m  1489,8 KN.cm


8
Msd = 1,4 x 14,898 = 20,857 KN.m  2085,7 KN.cm
3.7 Dimensionamento da área do aço

Para o dimensionamento da área de aço necessária para atender os


esforços solicitantes no nosso elemento estrutural, é necessário
determinar 4 parâmetros:

1. Altura útil: é a altura da viga menos: o cobrimento, o diâmetro do


estribo (consideramos 5 mm) e a metade do diâmetro da armadura
longitudinal (consideramos 10 mm)

Eq. 8
Tabela NBR 6118
EXEMPLO
Eq. 8

Considerando a classe de agressividade I:

Calculamos em cm:

d = 20 – 2,5 – 0,05 – 0,1 = 17,4 cm  17 cm


2
2. Kdm: é um coeficiente para calculo da linha neutra
Eq. 9

3. Kx: coeficiente adimensional, se Kx<0,45 não há necessidade de


calcular armadura negativa.
Eq. 10

4. Kz: coeficiente adimensional


Eq. 11
EXEMPLO
Eq. 9

Msd = 20,857 KN.m Kmd = 2085,7 .


Metro para centímetro 14 x 17² x 1,785
Msd x 100 2085,7 KN.cm

b = 0,14 m 14 cm
d = 0,17 m  17 cm
fcd = 1,785
EXEMPLO
Eq. 9

Msd = 20,857 KN.m  2085,7 KN.cm Kmd = 2085,7 .


b = 0,14 m 14 cm 14 x 17² x 1,785
d = 0,17 m  17 cm
fcd = 1,785
Kmd = 0,288
EXEMPLO
Eq. 10

Kmd= 0,288
0,288
EXEMPLO
Eq. 10

Kmd= 0,288
0,288

Kx = 0,54

*Obs.: sempre que Kx<0,45, não há necessidade de ser armadura dupla.


EXEMPLO
Eq. 11

Kx = 0,54
Kz = 1 – 0,5 x 0,8 x 0,54
EXEMPLO
Eq. 11

Kx = 0,244
Kz = 1 – 0,5 x 0,8 x 0,54
Kz = 0,783
Cálculo da armadura

Para o dimensionamento da área de aço, é utilizado o esforço


solicitante atuante no elemento estrutural, dividido pelos coeficientes
calculado:

Para escolher a armadura longitudinal, basta verificar a área de aço


imediatamente superior ao resultado do cálculo na tabela abaixo.
EXEMPLO

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