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Estudo das Contas

Prof. Dr. Tiago de Moura Soeiro


Sumário

Agrupamentos de Contas do Balanço Patrimonial • Agrupamento de contras da Demonstração do
• Lei 11.638/09 e 11941/09 Resultado
• Contas • Critérios fundamentais • Critérios Fundamentais
• Conceito de Circulante e Não • Receita Operacional Bruta
• Conceito Circulante • Impostos sobre vendas
• Saldos e Movimentos • Ordem de Liquidez • Receita operacional Líquida
• Conceito de Ativo Não Circulante • Custos das Vendas
• Plano de Contas • Patrimônio líquido • Custos das Mercadorias Vendidas
• Funções • Critérios de Avaliação dos Ativos • Custo do Produto Vendido
• Aplicações Financeiras • Custo do Serviço Vendido
• Usuários • Estoques • Despesas Operacionais
• Condições para • Valores a Receber • Departamentalização
elaboração • Despesas de Exercícios Seguintes • Outras Receitas Operacionais
• Ativo Não Circulante • Outras Despesas Operacionais
• Graduação do Plano • Ações de empresas controladas e • Equivalência Patrimonial
• Contas Sintéticas e investimentos relevantes • Resultados Não operacionais e outras
• Imobilizado receitas e outras despesas
analíticas • Intangível • Provisão para participação dos
• Classificação das Contas• Critérios de Avaliação de Passivos empregados
• Financiamentos e Empréstimos • Resultado líquido das operações
• Patrimonial • Provisão de Imposto de Renda e descontinuadas
• Resultado tributos a Recolher
• Contas para relatórios • Obrigações
monetária
com cláusulas de variação

• Centros de Custos e de • Patrimônio Líquido


Receitas
Contas e Plano de Contas
Conceito
• Conta: Representação contábil de elementos patrimoniais de
natureza igual ou semelhante que possibilitam controlar o
patrimônio de uma entidade ao representa-lo de maneira
fidedigna.

• O contador cria tantas contas quantas necessárias para registrar


todos os fatos contábeis!

a) o que tenho e devo e qual o valor do que tenho e devo? –


respondida através do Balanço Patrimonial
b) quanto ganhei no último período? – respondida pela variação
do Patrimônio Líquido, no Balanço Patrimonial e na
Demonstração de Resultados
c) como foi o ganho do último período? – respondida pela
Demonstração dos Resultados (Receitas – Despesas)
Saldos e Movimentos
• Saldo (final) da conta: é o valor final da conta.
• Saldo Inicial da conta: é o valor anteriormente registrado como saldo da
conta.
• Movimento contábil da conta: é a diferença entre o saldo da conta e o saldo
inicial.
• Os Movimentos aumentam ou diminuem os saldos.
• Débitos – Aumentam contas Devedoras e
diminuem contas Credoras.
• Créditos - Aumentam Contas Credoras e
Diminuem contas Devedoras.
• Natureza devedora ou credora?
• Natureza Devedora: Aplicações de Recursos
(ex.: Caixa, bancos, investimentos, ... )
• Natureza Credora: Origens de Recursos (Ex.:
Fornecedores, Empréstimos, Capital Social, ... )
Plano de Contas
ITG 1000 - Modelo contá
bil para Microempresa e
• Plano de contas: conjunto de contas criado pelo Empresa de Pequeno Po
contador, para atender às necessidades de registro das rte

transações dos eventos econômicos, de forma a Plano de contas e manu


possibilitar a construção dos principais relatórios al de padronização contá
bil de indústrias
contábeis e atender aos usuários da informação
contábil.
Um Plano de Contas contábil tem como função possibilitar adequada forma de controle do
patrimônio da entidade contabilizada.

Essa forma de controle se fará pelo registro de todas as transações dos eventos econômicos,
em rubricas, através dos livros contábeis, de maneira que se tenha, rápida e precisamente, o
valor e a descrição dos elementos patrimoniais da entidade, além do valor e da descrição
dos principais fatores de gastos e recebimentos.
Usuário da Informação Contábil
• Por ser um sistema de informação, a Contabilidade tende a ter inúmeros usuários das
informações geradas pelo sistema.
• O primeiro usuário sempre será o dono ou os donos da empresa, ou seja, os indivíduos que
detêm a posse de seu Capital Social.
• Logo a seguir podemos dizer que há o governo, já que as entidades jurídicas existem por sua
liberação; é, portanto, o outro grande usuário do sistema de informação contábil.
• Os empregados, os fornecedores, os clientes, os bancos, a comunidade social onde a
empresa está inserida etc. são outros exemplos de usuários de informação contábil, através
de seus relatórios principais, o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados.
• Para atender à demanda variada de seus diversos usuários, o contador provavelmente terá
de elaborar outros relatórios contábeis a partir de seu sistema de informação, montado
através do registro dos fatos administrativos. Um bom plano de contas dará condições totais
para isso.
Condições para Elaborar o Plano de Contas
a) a) deve atender primariamente às necessidades específicas de cada
empresa e às necessidades de informação dos principais usuários dos
relatórios;
b) b) a classificação deve partir do geral para o particular;
c) c) deve ser codificado;
d) d) os agrupamentos devem ser feitos pensando nos relatórios que deles
se originarão;
e) e) os títulos das contas utilizados devem refletir imediatamente os
elementos patrimoniais que representam – devem ser claros e sucintos;
f) f) deve ter flexibilidade (margem para ampliação) e operacionalidade.
Abordagem Gerencial X Legal
• Para que atenda às necessidades de todos os Isto é importante porque quem mais utiliza o
usuários da informação contábil, um Plano de Contas sistema de informação contábil são os
deve ser estruturado a partir das necessidades usuários internos, para suas necessidades
gerenciais. A sequência das necessidades a serem gerenciais de tomada de decisão. Um plano
de contas estruturado a partir das
atendidas (nessa ordem exata) é a seguinte:
necessidades legais provavelmente não
atenderá às necessidades gerenciais. Por
1. atender às necessidades do primeiro nível de outro lado, um plano de contas estruturado a
decisão da entidade (proprietário, diretoria); partir das necessidades gerenciais
seguramente irá atender a todas as
2. atender às necessidades do segundo nível de
necessidades legais e fiscais.
decisão da entidade (corpo gerencial);
3. atender às necessidades do terceiro nível de Para executar essa tarefa, impõe-se ao
decisão da entidade (corpo de chefia, liderança ou profissional contábil o conhecimento
supervisão); completo da organização e dos negócios e
4. atender às necessidades legais societárias e fiscais; atividades que ela desenvolve. Com isso, ele
terá condições de estruturar um plano de
5. atender às necessidades operacionais do contador
contas que atenda a todas as necessidades de
e do setor de Contabilidade.
informações para a gestão da entidade.
Graduação do Plano Codificado e Obtenção
dos Saldos
• Graduação do Plano: sequência de codificação
de um plano de contas
1. Ativo 2. Passivo 3. Despesas 4. Receitas
• A finalidade da graduação de um plano de contas
é a feitura de um sistema classificatório que
permita o somatório dos saldos das contas.
• Analíticas: contas que representam os elementos
patrimoniais em seu maior grau de detalhamento.
• Sintéticas: contas cujo saldo é conseguido através do
somatório do saldo de duas ou mais contas analíticas,
ou de duas ou mais contas sintéticas.
Classificação das Contas
• Contas Patrimoniais: São as contas necessárias para As contas patrimoniais só
representar os elementos patrimoniais do Ativo e fazem parte do Balanço
Passivo. Patrimonial e em hipótese
• São contas também denominadas permanentes, pois alguma farão parte da
sempre existirão enquanto existirem os elementos Demonstração de
patrimoniais que representam Resultados.
• Contas de Resultado: As contas de despesas e
As contas de resultado só
receitas, têm a função de registrar informações de
são utilizadas para a
gastos e ganhos.
Demonstração de
• não representam nenhum elemento patrimonial de bem,
Resultados, e nunca farão
direito, obrigação ou patrimônio líquido.
parte do Balanço
• São denominadas contas transitórias, pois só servem
Patrimonial.
para o último período analisado
Departamentalização: Centros de Custo,
Resultados e Investimentos.
• Para que um Plano de Contas atenda a todas as necessidades gerenciais, há a necessidade de
completá-lo com um novo segmento estruturado de armazenamento de informações contábeis,
denominado de centros de custos, resultado ou Investimentos.
• O conceito de centros de custos decorre dos conceitos controlabilidade e prestação de contas
(accountability) e contabilidade por responsabilidade, que implica em atribuir o controle de contas
contábeis para os gestores da organização.
• Assim, nesta estrutura contábil, há uma segunda classificação do evento econômico para a unidade
administrativa responsável pelo fato contábil.
• O conceito de centros de custos é absolutamente indispensável para a abordagem gerencial de
Contabilidade. Ele é a base do conceito de controladoria contábil e o fundamento para os seguintes
subsistemas de informações contábeis:
a) Contabilidade de Custos;
b) Planejamento Orçamentário;
c) Contabilidade por Unidades de Negócio.
Departamentalização
Agrupamento de Contas:
Apresentação das Demonstrações Contábeis
Considerações gerais sobre as
Demonstrações Financeiras
a) As demonstrações contábeis devem
apresentar apropriadamente a
posição financeira, o desempenho
financeiro e os fluxos de caixa de uma Comparabilidade das
entidade. Demonstrações

b) O CPC 26 dispõe sobre:


c) as demonstrações contábeis que
Entre Na mesma
devem ser elaboradas e divulgadas
pelas entidades, e diferentes empresa ao
empresas longo do tempo
d) a base para a apresentação dessas
demonstrações.
Conjunto de Demonstrações Contábeis
a) Balanço Patrimonial*;
b) Demonstração do Resultado*;
c) Demonstração do Resultado Abrangente;
d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
f) Demonstração do Valor Adicionado**; e
g) Notas Explicativas

* Será abordada na disciplina


** se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou
mesmo se apresentada voluntariamente
Balanço Patrimonial
Os grandes agrupamentos de contas do BP
Principais alterações das IFRS em relação ao texto original da
Lei nº 6.404/76:
a) substituição da nomenclatura Longo Prazo por Não Circulante;
b) apresentação do Ativo em dois grandes agrupamentos de contas: o Ativo Circulante e o Ativo
Não Circulante;
c) apresentação do Passivo em três grandes agrupamentos de contas: o Passivo Circulante, o
Passivo Não Circulante e o Patrimônio Líquido;
d) extinção da nomenclatura Ativo Permanente, ficando seus componentes dentro do Ativo Não
Circulante;
e) incorporação do Realizável a Longo Prazo dentro do Ativo Não Circulante;
f) extinção do grupo do Ativo Diferido, sendo suas contas transferidas para o Ativo Imobilizado ou
Intangível, quando cabíveis;
g) criação do subgrupo Intangível, apresentado no Ativo Não Circulante, cujos itens que o
compõem serão destacados do Imobilizado;
h) incorporação do grupo Resultado de Exercícios Futuros como item do Passivo Não Circulante,
sob a terminologia de Receitas – Despesas Diferidas.
ATIVO PASSIVO
Caixa e equivalentes de caixa Contas a pagar comerciais e outras
Clientes e outros recebíveis Provisões
Conteúdo mínimo
Estoques Obrigações financeiras
Ativos financeiros Obrigações e ativos relativos à tributação
corrente
Ativos classificados como disponíveis para Impostos diferidos passivos
venda
Ativos biológicos Obrigações associadas a ativos à disposição
para venda
Impostos diferidos ativos Participação de não controladores
Investimentos avaliados pelo método da Capital integralizado
equivalência patrimonial
Propriedades para investimento Reservas (capital, lucros, ajuste avaliação
patrimonial)
Imobilizado
Intangível
Critérios Fundamentais
• Conceitos de Circulante e Não • Ordem/Grau de Liquidez:
Circulante: • Os elementos do Ativo e Passivo devem
• Circulante: valores que serão realizados ou ser dispostos em ordem decrescente de
exigidos dentro do próximo ano a partir da grau de liquidez.
data do Balanço serão considerados de • Realização: transformação do Ativo em
curto prazo. moeda corrente.
• Não Circulante: ativos realizados ou • Os ativos que se transformam mais
rapidamente em dinheiro devem ser
recebidos após 365 dias e as dívidas com apresentados em primeiro lugar.
vencimento que serão pagas além desse • Exigibilidade: prazo/vencimento para
prazo são considerados de longo prazo. quitação da obrigação presente.
• Os passivos serão liquidados por meio do
sacrifício/entrega de recursos. Aqueles que
devem ser pagos mais rapidamente
aparecem em primeiro lugar.
Forma de
Apresentação
• Baseada no Ciclo operacional
da Entidades (entidades não
financeiras)
• Circulante
• Não Circulante

• Ex: Gerdau S.A.


Forma de
Apresentação
• Baseada no Ciclo Financeiro
das Entidades (entidades
financeiras)
• Disposição com base na liquidez

• Ex: Itau S.A.


Critérios de Avaliação de Ativos
Aplicações Financeiras
• Os valores aplicados em Títulos e Valores Mobiliários, (ex.: Dessa forma, identificam-se três tipos de aplicações ou
Ações, Mercado Aberto, Fundos, CDBs e RDBs, Letras de instrumentos financeiros ativos:
Câmbio) devem ser avaliados pelo valor de aquisição,
mais os juros e a variação monetária até a data do a) aplicações financeiras mantidas até o vencimento: são as
encerramento do Balanço, calculados proporcionalmente, aplicações financeiras mais comuns feitas pelas empresas,
desde a data da aplicação, até a data do encerramento do
onde as aplicações têm um vencimento esperado e o resgate
Balanço.
é feito no vencimento, com o intuito básico de dar liquidez
• Os valores obtidos dos cálculos dos juros e da variação normal à empresa;
monetária dos títulos serão contabilizados como Receita b) títulos para negociação: esta terminologia é utilizada para os
Financeira.
investimentos em ações ou outras aplicações financeiras,
• Caso as aplicações financeiras sejam de liquidez imediata, normalmente quando há disponibilidades além do
a Lei nº 11.638/07 determina a utilização do critério de necessário para manter as operações, onde a empresa quer
avaliação por seu valor líquido de realização, que é o valor obter renda (dividendos) ou valorização (ações);
de venda no mercado, deduzidos os encargos tributários e
c) títulos disponíveis para venda: basicamente são aplicações e
as despesas relacionadas.
investimentos feitos por instituições financeiras, como
• As aplicações financeiras e investimentos destinados à bancos que compram títulos do governo para posterior
negociação ou disponíveis para venda deverão ser
revenda, com o objetivo de venda.
avaliados por valor justo. A contrapartida do ajuste ao
valor justo, se for para:
• negociação, será numa conta da Demonstração de Resultados; A classificação será no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo
• disponível para venda, será feita diretamente no Patrimônio Prazo, dependendo da expectativa da empresa de realizar o
Líquido, na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial. resgate desses investimentos ou aplicações financeiras.
Estoques*
• Os estoques devem ser avaliados pelo custo de aquisição, ou valor de
mercado, dos dois o menor.
• Valor de mercado significa basicamente o valor de venda. Se, em casos
excepcionais, o valor de venda das mercadorias ou produtos em estoque
for menor do que o valor de compra (aquisição = custo), deverá ser
avaliado por esse valor lançando a diferença como despesa ou prejuízo na
aquisição de estoques.
• Mas a regra básica é a contabilização pelo valor de custo, que significa o
valor de compra da mercadoria mais as despesas necessárias (ex.:
Seguros, Fretes e Manuseio da mercadoria) para colocá-la a venda,
exclusos os impostos recuperáveis (IPI, ICMS, PIS e COFINS).
Valores a Receber
a) Com cláusula de variação monetária: Quaisquer direitos que, por força de lei ou
contrato, tenham cláusula de correção monetária ou cambial devem ser atualizados até a
data do encerramento do Balanço, utilizando-se a taxa de câmbio ou o índice determinado
por lei ou contrato, contabilizando tal variação como receita financeira.
b) Com juros embutidos nas operações a prazo: A CVM e as normas internacionais de
Contabilidade preveem a contabilização, através da conta retificadora, do
ajuste a valor presente dos Créditos, quando estes tiverem juros embutidos. O valor dos
juros deve ser estornado da receita de venda, e esse valor deve retificar a conta de
Clientes ou Valores a Receber, para homogeneizar o valor de vendas a vista e a prazo.
Quando os juros forem devidos, com o transcorrer do tempo, serão lançados como receita
financeira.

Esse critério deverá também ser adotado para as obrigações, no Passivo Circulante.
Despesas do Exercício Seguinte*
• São avaliadas pelo custo de aquisição.
Ativos Não Circulante*
• Todos os elementos do Ativo Não Circulante, exclusos os classificados no realizável a longo prazo, serão
avaliados pelo valor de custo, ou o custo corrigido monetariamente até a data do balanço, quando a
legislação o tornar obrigatório, com as seguintes observações.
• A atual legislação brasileira (Lei nº 9.249/95), vigorante a partir de 1º-1-96, suspendeu a aplicação do
Princípio Fundamental de Contabilidade do custo corrigido monetariamente, adotando o princípio contábil
do custo histórico ou custo de aquisição.
• Em resumo, os critérios adotados mais recentemente para os ativos não circulantes de investimentos,
imobilizados e intangíveis são:
a) período de 1º-1-78 a 31-12-95 – custo histórico corrigido;
b) a partir de 1º-1-96 – custo histórico.
• As novas práticas contábeis e a Lei nº 11.638/07 determinam que deverá ser feita periodicamente uma
análise sobre a recuperação dos valores registrados como investimentos, imobilizados e intangíveis
(procedimento denominado internacionalmente de impairment). Se o valor recuperável do Ativo (valor
que pode se transformar em caixa) for inferior ao valor contabilizado, esta diferença deverá ser lançada
como redutor do Ativo, e despesa na Demonstração de Resultados.
Ações de Empresas Controladas e
Investimentos Relevantes

• Além do valor de custo (corrigido monetariamente, ou não) as ações


de empresas controladas devem ser avaliadas pelo
Método de Equivalência Patrimonial, que consiste numa avaliação
pelo Patrimônio Líquido da empresa controlada, através do
percentual de participação acionária ou em cotas da empresa
controladora.

• Isso significa, em outras palavras, trazer para o ativo da empresa


controladora o valor dos lucros ou prejuízos da controlada.
Imobilizado
• Além da correção monetária do valor de aquisição, quando
obrigatório, os elementos do Imobilizado, excetuando-se Terrenos,
sofrerão o processo de depreciação, como redutor de valor.
Intangível
• No Intangível serão classificados os direitos representados por bens incorpóreos
adquiridos destinados à manutenção das atividades das companhias ou exercidos
com essa finalidade, como, por exemplo, o direito de exploração, concessão ou
permissão delegadas pelo Poder Público, como o fundo de comércio adquirido.
• Outros elementos que poderão ser classificados como intangíveis são os gastos
em licenças, propriedade intelectual, marcas, patentes, direitos autorais,
franquias, desenvolvimento de novos produtos, goodwill adquirido etc.
• Os intangíveis com vida útil definida deverão ser amortizados.
• Todos os intangíveis também deverão sofrer o teste do impairment, ou seja,
anualmente deverá ser feita uma avaliação ao valor de mercado ou valor justo,
para ajustar o valor contábil ao valor recuperável do intangível.
Critério de Avaliação de Passivos
Financiamento e Empréstimos
• Os valores obtidos com empréstimos ou financiamentos deverão ser
avaliados, calculando-se os juros já incorridos até a data do
encerramento do Balanço. Caso os financiamentos ou empréstimos
tenham cláusula de variação monetária, a variação monetária e a
variação cambial deverão ser calculadas e contabilizadas como
despesa, até a data do encerramento do Balanço.
• O cálculo dos juros se fará proporcionalmente desde a data da
obtenção do empréstimo, ou último valor de juros pagos, até a data do
encerramento do Balanço. Os valores obtidos dos juros e das variações
monetárias ou cambiais serão contabilizados como Despesa Financeira.
Provisão de Imposto de Renda e Impostos a
Recolher
• Se o valor for prefixado, o valor do imposto a pagar será mantido.
Caso, porém, tenha variação monetária determinada por lei, deverá
ser atualizado até a data do encerramento do Balanço. A variação
monetária dos impostos será contabilizada como Despesa Financeira.
Obrigações com Variação Monetária
• Em existindo dívidas com cláusula contratual ou dispositivo legal que
obrigue à atualização monetária, tais passivos deverão ser corrigidos
até a data do encerramento do Balanço, e a variação monetária será
contabilizada como Despesa.
Patrimônio Líquido
• O Patrimônio Líquido corresponde à riqueza efetiva dos proprietários
e/ou da entidade. Ele significa o investimento próprio da empresa no
negócio, e que deve ser recuperado com rentabilidade, via lucro das
vendas operacionais.
• Não há critério específico de avaliação das contas do Patrimônio
Líquido, uma vez que os valores que compõem suas contas são reflexo
de contrapartida da avaliação dos ativos e passivos que foram
correlacionados na mensuração de eventos econômicos específicos,
além dos lucros retidos e transferidos para reservas. Por sua natureza,
fundamentalmente o valor do Patrimônio Líquido é um valor residual.
Demonstração do Resultado
Formas de Apresentação
Com base na natureza das despesas:

depreciações,
compras de materiais,
despesas com transporte,
benefícios aos empregados
despesas de publicidade

Por este método as despesas não são realocadas (distribuídas)


entre as várias funções dentro da entidade.
Formas de Apresentação
Com base na função das despesas:

como parte do custo dos produtos;


como despesas das atividades administrativas
como despesas das atividades de vendas

Por este método as despesas não são realocadas (distribuídas)


entre as várias funções dentro da entidade.
Receita Operacional Bruta
• Compreende as VENDAS de produtos e serviços da empresa, e outras receitas operacionais, pelo valor
constante da Nota Fiscal. Isso significa que está incluso no valor das vendas o valor dos impostos de ICMS,
IPI, PIS, COFINS e ISS, tanto pelo regime de cumulatividade como de não cumulatividade, no caso do PIS e
COFINS. A CVM e o IBRACON têm orientado a apresentação apenas da Receita Operacional Líquida, e não
das rubricas Receita Operacional Bruta e Impostos Incidentes sobre Vendas, a despeito de constarem na
Lei nº 11.638/07. Esta argumentação parte da premissa, lógica, de que os tributos sobre vendas não
representam, de fato, receitas da empresa e podem induzir a interpretações equivocadas da capacidade
de geração de receitas da empresa.
• A finalidade de se apresentar a Receita Operacional Bruta é para dar a dimensão do volume transacionado
por este tipo de evento, bem como dar consistência à construção de determinados indicadores
financeiros, notadamente os que se relacionam com a análise de Duplicatas a Receber de clientes.
• Caso haja receitas de vendas ou serviços a prazo que se configurem como créditos de longo prazo, deverá
ser feito o ajuste a valor presente, para adequar a Receita Bruta ao conceito de venda a vista. O valor do
ajuste a valor presente será excluído da Receita Bruta e contabilizado, periodicamente, como Receita
Financeira.
Impostos Incidentes sobre Vendas
• Tendo em vista que os impostos de IPI, ICMS, PIS e COFINS que
incidem sobre a venda não são na verdade despesas para a empresa,
já que o sistema tributário brasileiro apenas se utiliza das entidades
com a finalidade de arrecadação, devem-se excluir da Receita
Operacional Bruta tais impostos. Soma-se a esses impostos também o
valor do ISS destacado nas notas fiscais de serviços. Esses impostos
devem ser contabilizados pelos valores gerados no mês, pelo regime
de competência
Receita Operacional Líquida
• Este item é que deve ser encarado como Receita de Vendas, já que os
valores do Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos já
estão sem os impostos incidentes sobre as compras (IPI, ICMS, PIS e
COFINS), se recuperáveis.
Custo das Vendas
• A avaliação do custo das vendas é exatamente a mesma avaliação do
Ativo de Estoque de Mercadorias ou Produtos. Os mesmos elementos
que formam tais ativos formam o Custo das Vendas, já que este
representa o valor dos Estoques retirados da empresa pelas vendas
realizadas.
Custo da Mercadoria Vendida
• Refere-se unicamente às empresas comerciais, que revendem as
mercadorias da mesma forma que recebem dos fornecedores, sem
alteração de sua constituição. Portanto, nesse caso, o único
componente desse custo é o valor de custo das mercadorias
adquiridas, líquido dos impostos de IPI, ICMS, COFINS e PIS se
recuperáveis.
Custo do Produto Vendido
• Refere-se unicamente às empresas industriais, que recebem matéria-prima e
componentes, adicionam insumos de produção e produzem um novo produto.
• Os componentes básicos do Custo dos Produtos Vendidos são os seguintes:
• Matéria-prima e Componentes
• Materiais Auxiliares
• Mão de obra Industrial Direta
• Mão de obra Industrial Indireta
• Despesas gerais de fábrica
• Depreciação do parque industrial
• A apuração do Custo do Produto é bastante complexa, tendo em vista que a
apropriação de determinados insumos ao produto é de difícil mensuração. Para tanto,
desenvolveu-se um ramo bastante especializado na Contabilidade, que é a
Contabilidade Industrial ou Contabilidade de Custos, especificamente para fazer a
valorização dos Estoques de Produtos Industriais e, consequentemente, do Custo dos
Produtos Vendidos.
Custo do Serviço Vendido
• Os componentes do Custo dos Serviços Vendidos de empresas
industriais têm a mesma composição de gastos que o Custo dos
Produtos Vendidos. Se forem serviços de natureza administrativa ou
comerciais, não há estoque de serviços. Se forem serviços de natureza
industrial (reforma de máquinas, usinagens etc.), poderá haver a
formação de estoque de serviços em elaboração, antes da conclusão
final do serviço.
Despesas Operacionais
• São consideradas operacionais todas as outras despesas necessárias ao funcionamento das
empresas além do custo das vendas. São gastos administrativos e de comercialização, indispensáveis
à colocação dos produtos no mercado. As despesas mais comuns, além dos salários e encargos com
a mão de obra, são: energia elétrica, serviços de terceiros, viagens, despesas com veículos,
comissões, manutenção dos prédios e equipamentos, materiais de expediente, despesas com
comunicações, jornais, entidades de classe etc.
• Para as empresas que têm condição de caracterizar seus gastos com engenharia de desenvolvimento
de produtos e engenharia de fábrica como gastos com Pesquisa e Desenvolvimento, é recomendável
contabilizar esses gastos como despesas operacionais, não os contabilizando como gastos para a
formação do Custo dos Produtos Vendidos. A legislação fiscal brasileira também aceita esta opção de
contabilização.
• A Lei nº 6.404/76 considera as despesas financeiras e as receitas financeiras como gastos ou receitas
operacionais, formando o lucro operacional contábil. Contudo, em termos de gestão, contabilidade
gerencial e apuração de rentabilidade operacional, os resultados financeiros devem ser considerados
não operacionais.
Departamentalização
• anto em termos de Despesas Operacionais Administrativas e
Comerciais, como nas Despesas Industriais que formam o Custo dos
Produtos, no caso de indústrias, o conceito mais difundido de
controle das despesas é o de Departamentalização.
• Significa fazer uma abertura nas contas contábeis, por centros de
custos ou despesas, basicamente seguindo o Organograma
hierárquico da empresa. Assim, todas aquelas despesas citadas no
item anterior são alocadas primeiramente em cada centro de custo
(departamento, setor) e depois são resumidas para fins de
apresentação das demonstrações financeiras.
Outras Receitas Operacionais
• São receitas marginais da empresa, de caráter rotineiro mas sem
grande expressão, e sem constar como objetivo primário da empresa.
São eventuais aluguéis de imóveis disponíveis provisoriamente,
recuperações de impostos, recuperações de despesas etc.
Outras Despesas Operacionais
• Outras despesas incorridas nas operações que não foram classificadas
nos itens anteriores, para melhor identificação. As companhias
abertas normalmente segregam as despesas com remuneração da
Diretoria como outras despesas operacionais.
Equivalência Patrimonial
• É a contrapartida do critério de avaliação específico dos investimentos
permanentes relevantes em sociedades controladas e coligadas.
Resultados Não Operacionais, Outras
Receitas e Outras despesas
• São as receitas e despesas eventuais, não vinculadas precipuamente
com as operações normais da empresa. A nova redação da Lei nº
11.638/07 eliminou a figura dos Resultados Não Operacionais. Era
prática contábil entender que o resultado na alienação de ativos
permanentes (venda e baixa de ativos imobilizados, diferidos e
investimentos) fosse considerado como resultado não operacional.
Com a nova redação, esses valores são considerados Outras Receitas
e Outras Despesas. Pelo fato de serem apresentados após o Lucro
Operacional entende-se que não são comuns às operações, e,
consequentemente, não há nenhum problema de identificá-los como
não operacionais.
Provisão para participação dos
administradores
• Consideram-se administradores, para fins societários e fiscais, apenas os diretores
empossados legalmente, via estatuto ou contrato social. Consideram-se
administradores os que fazem parte do Conselho de Administração e da Diretoria
Executiva, e que respondem pela sociedade junto aos órgãos públicos. Funcionários
em cargos de diretoria ou gerência que não têm essa responsabilidade legal são
considerados funcionários comuns.
• A Provisão para Participação dos Administradores, para as sociedades de capital
aberto, compreende os valores pagos em dinheiro conforme o art. 152 da Lei nº
6.404/76, que os limita a 10% do lucro líquido do exercício ou ao total da
remuneração anual paga aos administradores. A Lei nº 11.638/07 incluiu como
obrigatória a contabilização como despesa de Provisão para Participação dos
Administradores também os valores pagos sob outra forma que não dinheiro,
normalmente denominados de stock options (opções para compra de ações).
Provisão para participação dos empregados
• Neste item só devem ser demonstrados os gastos pagos ou creditados
aos funcionários decorrentes de participação nos lucros, desde que
essa participação esteja prevista no estatuto ou contrato social. Os
gastos normalmente pagos aos funcionários de acordo com a Lei nº
10.101/00, que trata da Participação dos Lucros ou Resultados (PLR),
devem ser contabilizados como despesas operacionais, junto com os
demais encargos salariais.
Resultado Líquido das Operações
Descontinuadas
• Mesmo não estando previsto na Lei nº 11.638/07, mas decorrente da
interpretação dos novos pronunciamentos contábeis, a demonstração
do resultado deverá destacar, em linha própria, após a rubrica Lucro
ou Prejuízo Operacional, o resultado líquido das operações
descontinuadas. Este resultado representa o valor líquido das
receitas, custos e despesas de operações relevantes de que a empresa
se desfez durante o exercício da apresentação das demonstrações
contábeis, para que os itens anteriores da demonstração do resultado
representem apenas as receitas, custos e despesas das operações que
permaneceram em atividade normal no ano.

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