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Profa.

Moníca Batista 1
QUÍMICA AMBIENTAL II
EMENTA
Aula 09:
Pesticidas (contato x sistêmico)
herbicidas
inseticidas
fungicidas
classes de pesticidas (organoclorados,
piretróides)
bioacumulação
biomagnificação
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
Agrotóxicos
 Lei nº 7.802/1989, regulamentada pelo Decreto nº
4.074/2002
 DEF: São denominados genericamente de agrotóxicos
e afins os produtos e agentes de processos físicos,
químicos e biológicos destinados ao uso nos setores
de produção, armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas, nativas ou plantadas, e de outros
ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição
da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação
danosa de seres vivos considerados nocivos, bem
como as substâncias e produtos empregados como
desfolhantes, estimuladores e inibidores de
Profa. Moníca Batista 3
crescimento.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Agrotóxicos
Produtos de natureza biológica, física ou
química que têm a finalidade de exterminar
pragas ou doenças que ataquem as culturas
agrícolas.
Os agrotóxicos podem ser :
 Pesticidas, praguicidas ou inseticidas
 Fungicidas (atingem os fungos)
 Herbicidas (que matam as plantas
invasoras ou daninhas)
 Bactericidas
 Vermífugos
 Acaricidas
 Nematicidas
 Raticidas
Profa. Moníca Batista 4
QUÍMICA AMBIENTAL II
IBGE - 2004
 O Brasil consome 2,8 Kg/ha
 Isso o coloca entre os maiores
usuários do mundo
 Perde para Holanda, Bélgica, Itália,
Grécia, Alemanha, França e Reino
Unido

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Consumo Mundial de
Agrotóxicos em 2000
QUÍMICA AMBIENTAL II
Causas
 Despreparo do produtor agrícola que,
em geral, desconhece os efeitos
nocivos dos materiais que aplica.
 O Agricultor não usa EPI´s
 Desrespeita os períodos de
carência(intervalos de segurança)
previstos na legislação vigente
 Reaproveita as embalagens de
defensivos agrícolas

Profa. Moníca Batista


Evolução dos inseticidas
Naturais

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Profa. Moníca Batista
Evolução dos inseticidas
Sintéticos

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Profa. Moníca Batista
1962: O Início do Movimento Ambientalista Moderno

Rachel Carson alertou sobre os riscos do uso de


pesticidas e agrotóxicos sintéticos
Ambientalistas mudam a expressão para
Defensivos Agrícolas
25/11/22 Prof.a. Moníca Batista 11
“ ... nós permitimos que
esses produtos químicos
fossem utilizados com
pouca ou nenhuma pesquisa
prévia sobre seu efeito no
solo, na água, nos animais
selvagens e sobre o próprio
homem”.
Rachel Carson
25/11/22 Prof.a. Moníca Batista 12
QUÍMICA AMBIENTAL II
Existem cerca de 300 princípios
ativos e 2 mil produtos comerciais
diferentes no Brasil.
Por isso, é importante, conhecer a
classificação dos agrotóxicos, quanto à
sua ação e aos grupos químicos a que
pertencem.

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Profa. Moníca Batista
O PERIGO DAS EMBALAGENS

25/11/22 Profa. Moníca Batista 15


O PERIGO DAS EMBALAGENS
 Embalagens de produtos agrotóxicos (decreto
federal 4074/02)
 Compete ao usuário:
 Preparar as embalagens vazias para devolvê-
las nas unidades de recebimento
 Armazenar, temporariamente, as embalagens
vazias na propriedade
 Transportar e devolver as embalagens
vazias, com suas respectivas tampas, para a
unidade de recebimento mais próxima
(procurar orientação junto aos revendedores
sobre os locais para devolução das
embalagens), no prazo de até um ano,
25/11/22 contado da data de Batista
Profa. Moníca sua compra. 16
O PERIGO DAS EMBALAGENS
 Embalagens de produtos agrotóxicos (decreto
federal 4074/02)
 Manter em seu poder os comprovantes de
entrega das embalagens e a nota fiscal de
compra do produto
 Compete ao revendedor
 Disponibilizar e gerenciar unidades de
recebimento (postos) para a devolução de
embalagens vazias pelos usuários/agricultores
 No ato da venda do produto, informar aos
usuários/agricultores sobre os procedimentos
de lavagem, acondicionamento,
armazenamento, transporte e devolução das
25/11/22
embalagens vazias
Profa. Moníca Batista 17
O PERIGO DAS EMBALAGENS
Embalagens de produtos agrotóxicos (decreto
federal 4074/02)
 Informar o endereço da unidade de recebimento
de embalagens vazias mais próxima para o
usuário, fazendo constar esta informação na Nota
Fiscal de venda do produto
 Fazer constar dos receituários que emitirem, as
informações sobre destino final das embalagens
 Implementar, em colaboração com o Poder
Público, programas educativos e mecanismos de
controle e estímulo à LAVAGEM (Tríplice ou sob
Pressão) e à devolução das embalagens vazias
por parte dos usuários
25/11/22 Profa. Moníca Batista 18
O PERIGO DAS EMBALAGENS
Embalagens de produtos agrotóxicos (decreto
federal 4074/02)
Compete ao Fabricante:
 Providenciar o recolhimento, a reciclagem ou a
destruição das embalagens vazias devolvidas às
unidades de recebimento em, no máximo, um ano, a
contar da data de devolução pelos usuários/agricultores
 Informar os Canais de Distribuição sobre os locais onde
se encontram instaladas as Centrais de Recebimento de
embalagens para as operações de prensagem e redução
de volume
 Implementar, em colaboração com o Poder Público,
programas educativos e mecanismos de controle e
estímulo à LAVAGEM (Tríplice e sob Pressão) e à
devolução das embalagens vazias por parte dos usuários
25/11/22 Profa. Moníca Batista 19
O PERIGO DAS EMBALAGENS
Embalagens de produtos agrotóxicos (decreto
federal 4074/02)
Compete ao Fabricante:
 Implementar, em colaboração com o Poder
Público, medidas transitórias para orientação dos
usuários quanto ao atendimento das exigências
previstas no Decreto n.º 3550, enquanto se
realizam as adequações dos estabelecimentos
comerciais e dos rótulos e bulas
 Alterar os modelos de rótulos e bulas para que
constem informações sobre os procedimentos de
lavagem, armazenamento, transporte, devolução e
destinação final das embalagens vazias
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A TRÍPLICE LAVAGEM
Lavagem % de resíduos
remanescentes
1a Lavagem 1,25%

2a Lavagem 0,0144%

3a Lavagem 0,0001728%

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Classes Toxicológicas

Classe Toxicidade Faixa


I Extremamente tóxico vermelha

II Altamente tóxico amarela


III Medianamente tóxico azul

IV Pouco ou muito pouco verde


tóxico

Profa. Moníca Batista


GRUPOS DL50 REFERÊNCIA
USUAL
(mg/kg)
Extremamente até 5 1 pitada /
tóxicos algumas gotas

Altamente 5 a 50 algumas gotas a


tóxicos 1 colher de chá

Medianamente 50-500 1 colher de chá a


tóxicos 2 colheres de sopa

Pouco tóxicos 500-5000 2 colheres de sopa


a 1 copo

Muito pouco 5000 1 copo a


tóxicos ou + 1 litro
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Agrotóxicos: efeitos no homem
 Intoxicação Aguda

 Intoxicação Subaguda

 Intoxicação Crônica

Sintomas não específicos mascaram as


possíveis intoxicações por agrotóxicos

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Fertilizantes: efeitos do excesso
 Elevação, no solo, do NPK

 Eutrofização

Desperdícios:
EUA : 33 a 50%
Brasil : em torno de 60%

25/11/22 Profa. Moníca Batista 25


QUÍMICA AMBIENTAL II
Classificação
Quanto à finalidade:
 ovicidas (atingem os ovos dos insetos)
 larvicidas (atacam as larvas)
 acaricidas (específicos para ácaros)
 formicidas (atacam formigas)

Quanto à maneira de agir:


 através de ingestão ( a praga deve ingerir a planta com o
produto)
 microbiano (o produto contém microorganismos que atacarão a
praga ou o agente causador da doença)
 por contato ( ao tocar o corpo da praga o produto já faz efeito)

Quanto à origem:
 Inorgânicos
 orgânicos

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas Orgânicos
 Os pesticidas orgânicos compreendem os de
origem vegetal e os organo-sintéticos.
 Na Agroecologia se utilizam os de origem
vegetal pois são de baixa toxicidade e de curta
permanência no ambiente (como o piretro
contido no crisântemo e a rotenona extraída
do timbó).
 Os organo-sintéticos, além de persistirem
muitos anos nos ecossistemas, contaminando-
os, também trazem uma série de problemas de
saúde para os seres humanos, o que torna seu
uso proibido pelas correntes agroecológicas .

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas Orgânicos
QUÍMICA AMBIENTAL II
Ação
 AÇÃO DE CONTATO: quando a
substancia quimicamente ativa do
agrotóxico (chamado principio ativo) é
absorvida pela pele (tegumento) do
inseto.
 AÇÃO DE INGESTÃO: quando o
agrotóxico penetra no organismo por via
oral.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Ação
 AÇÃO DE PROFUNDIDADE: Caracteriza o modo
de atuação de um inseticida que tem ação
translaminar, ou seja, que aplicado na face de uma
folha, exerce sua toxidez contra insetos alojados
inclusive na outra face da folha. Esta ação
também pode ser observada nos frutos, quando o
pesticida atinge o interior dos mesmos por
translocação (transporte pela seiva da planta
parasitada), destruindo as larvas do inseto, como
ocorre com as moscas-da-fruta.
 AÇÃO FUMIGANTE: Caracteriza o modo de ação
de um pesticida que age penetrando no inseto na
forma de vapor através de suas vias respiratórias.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas Inorgânicos
Os pesticidas inorgânicos foram muito
utilizados no passado, porém,
atualmente não representam mais do
que 10% do total de pesticidas em uso.
São produtos à base de arsênio e flúor
e os compostos minerais que agem por
contato matando a praga por asfixia
(visto que os insetos respiram através
da "pele").
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
Agrotóxicos Organo-Sintéticos
Clorados: grupo químico dos agrotóxicos
compostos por um hidrocarboneto clorado
que tem um ou mais anéis aromáticos.
Embora sejam menos tóxicos (em termos de
toxicidade aguda que provoca morte
imediata) que outros organo-sintéticos, são
também mais persistentes no corpo e no
ambiente, causando efeitos patológicos no
longo prazo. O agrotóxico organoclorado
atua no sistema nervoso, interferindo nas
transmissões dos impulsos nervosos. O
famoso DDT faz parte deste grupo.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Primeiros Inseticidas Sintéticos

Profa. Moníca Batista


O Pioneiro: DDT

25/11/22 34
Prof.a. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
DDT ( 1,1,1-tricloro-2,2-bis-p-clorofeniletano)

Profa. Moníca Batista


DDT nos dias atuais

Combate à malária

25/11/22 Prof.a. Moníca Batista 36


DDT: um exemplo a não seguir

25/11/22 Prof.a. Moníca Batista 37


QUÍMICA AMBIENTAL II
DDT
 Atravessa o exoesqueleto quitinoso dos
insetos, pouco absorvido pela pele.
 A contaminação se dá pela inalação ou por
alimentos contaminados.
 São lipossolúveis, logo possuem absorção
tecidual pelas vias digestiva e respiratória.
 A lenta metabolização associada a grande
lipossolubilidade gera acúmulo na cadeia
alimentar e no tecido adiposo.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Atuação
 Atua no sistema nervoso central –
alterações de comportamento,
distúrbios sensoriais, do equilíbrio, da
atividade da musculatura involuntária e
depressão da respiração
 Atua no equilíbrio sódio/potássio

 Eliminado pela urina e pelo leite


materno

Profa. Moníca Batista


BIO MAGNIFICAÇÃO do DDT

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Motivos
 Resíduos na carne e leite dos animais
 Restrições de outros países importadores
 Recomendações da OMS
 Em 1985 foi proibida a comercialização, uso
e distribuição na agricultura, mas
continuou a ser usado no controle de
mosquitos e em situações de emergência
na agricultura
 A América do Sul foi o continente que mais
usou DDT, Toxafeno e lindano

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas
1 - INSETICIDAS
Combatem a insetos, larvas e formigas.
Pertencem a 4 grupos químicos distintos.
A)Organoclorados: compostos à base de
carbono com radicais de cloro.
Foram muito usados na agricultura,
porém seu emprego tem sido cada vez mais
restrito ou até proibido.
Ex: aldrin,BHC, DDT

Profa. Moníca Batista 42


Inseticidas Organoclorados
 Pouco hidrossolúveis

 Muito lipossolúveis

 Uso restrito ou proibido

 Ex : aldrin, BHC, DDT...

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas
B) Organofosforados:
compostos orgânicos derivados do H3PO4.
Biodegradáveis, são geralmente muito
tóxicos para o ser humano e os vertebrados.
São derivados de gases venenosos usados
na 2a Guerra, conhecidos como gases de
nervos (sarin, tabun, etc).
Ex : malathion, parathion.

Profa. Moníca Batista 44


QUÍMICA AMBIENTAL II
Organofosforados: Toxicidade e Sintomas

Profa. Moníca Batista


Inseticidas Organofosforados
 Biodegradáveis

 Muito tóxicos para os seres


humanos e vertebrados

 Derivados dos gases de nervos

 Ex : malathion, parathion...

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Características gerais dos
organofosforados
 São ésteres do ácido fosfórico
 Em geral, são solúveis

FACILITA A
PENETRAÇÃO NO
ORGANISMO

Profa. Moníca Batista


Características gerais dos
organofosforados
A maioria tem baixa
presão de vapor POUCO VOLÁTEIS

Se hidrolisam
BAIXA
facilmente no meio PERSISTÊNCIA
alcalino

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Organofosforados

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Organofosforados

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Organofosforados

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Gás do nervo usado a II Guerra Mundial

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Cloro-fosforados
Cloro-fosforados: grupo químico dos
agrotóxicos que possuem um éster de ácido
fosfórico e outros ácidos à base de fósforo,
que em um dos radicais da molécula possui
também um ou mais átomos de cloro.
Apresentam toxidez aguda (são capazes de
provocar morte imediata) atuando sobre uma
enzima fundamental do sistema nervoso (a
colinesterase) e nas transmissões de
impulsos nervosos.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Cloro-fosforados

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Fosforados
FOSFORADOS: grupo químico formado
apenas por ésteres de ácido fosfórico e
outros ácidos à base de fósforo. Em relação
aos agrotóxicos clorados e carbamatos, os
organofosforados são mais tóxicos (em
termos de toxidade aguda), mas se
degradam rapidamente e não se acumulam
nos tecidos gordurosos. Atua inibindo a
ação da enzima colinesterase na
transmissão dos impulsos nervosos.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
fosforoamidatos

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
fosforotioatos

Profa. Moníca Batista


Toxicidade e implicações
patológicas
Aplicações dos Organofosforados:
- Fins militares
- Fins industriais Pesticidas

Potencial de risco da substância


Dose
Toxicidade
Via de exposição

Tempo de exposição

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas
C) Carbamatos:
São derivados do H2NCOOH (ácido
carbâmico).
São lipossolúveis e têm ação semelhante aos
organofosforados, mas são menos tóxicos
para os mamíferos.
Alguns deles, no entanto, são muito tóxicos
para insetos benéficos, como vespas e
abelhas.
Ex: carbaril, carbofuran, aldicarb
Profa. Moníca Batista 59
QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas
D) PIRETRÓIDES:
São compostos sintéticos com
estruturas semelhantes à piretrina,
substância existente nas flores do
Chrysantemum cinenarialfolium. Sua
elevada atividade inseticida permite
seu emprego em pequenas dosagens.
São pouco tóxicos do ponto de vista
agudo, mas podem provocar irritação
dos olhos e mucosas, assim como
manifestações alérgicas e crises
asmáticas. Deve-se evitar o seu uso
abusivo em ambientes domésticos,
principalmente onde existem
crianças.
Ex : decis, SBP. Profa. Moníca Batista 60
QUÍMICA AMBIENTAL II
Fungicidas
2) FUNGICIDAS:
Controlam as doenças fúngicas. Os
principais grupos são:
captan, hexaclorobenzeno, etileno-bis-
ditiocarbamatos e trifenil estânico.
Constituem um grande perigo ao meio
ambiente, por serem produzidos a partir de
princípios ativos à base de cobre e mercúrio.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Herbicidas
3) HERBICIDAS:
Combatem ervas daninhas.
Os principais são: paraquat, glifosato,
pentaclorofenol, dinitrofenóis e os derivados
do ácido fenoxiacético.
Os derivados do ácido fenoxiacético
constituem o principal componente do
agente laranja (nome comercial: Tordon),
usado como desfolhante na Guerra do
Vietnã.
Profa. Moníca Batista 62
QUÍMICA AMBIENTAL II
Classificações
Em relação ao tempo de permanência de herbicidas no
solo:

Herbicidas de AÇÃO PROLONGADA:


Metoxi/clorotriazinas, Uréias, Uracilos, Picloran

Herbicidas de AÇÃO RÁPIDA:


Metiotiotriazinas, uréias (linuron)

Herbicidas de AÇÃO CURTA:


Carbamatos, tiocarbamatos, alfa-cloroacetamidas,
ácidos fenoxiacéticos, dalapon

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Herbicida de Ação Prolongada

atrazina

uracilo
QUÍMICA AMBIENTAL II
Herbicida de Ação Rápida

N- -metoxi-Nmetil- N´-3,4-
diclorofenil –uréia - linuron

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Herbicida
Agente laranja- 2,4-D; 2,4,5-T

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Inseticidas

Profa. Moníca Batista 67


QUÍMICA AMBIENTAL II
Carbamatos
Carbamatos: grupo químico dos agrotóxicos
compostos por ésteres de ácido
metilcarbônico ou dimetilcarbônico. Em
relação aos pesticidas organoclorados e
organofosforados, os carbamatos são
considerados de toxicidade aguda média,
sendo degradados rapidamente e não se
acumulando nos tecidos gordurosos. Os
carbamatos também atuam inibindo a ação da
colinesterase na transmissão dos impulsos
nervosos cerebrais. Muitos desses produtos
foram proibidos em diversos países também
em virtude de seu efeito altamente
cancerígeno.
Profa. Moníca Batista
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
CARBAMATOS
O
H3C
 São ésteres dos ácidos N C X
R
N-metil o N,N-dimetil
carbâmicos y
H3C
 Baixa pressão de H3C N C X

vapor
O
 Se hidrolizan
facilmente em meio
alcalino e por ação da
luz e do calor
Inseticidas Carbamatos
 Lipossolúveis

 Menos tóxicos para os mamíferos

 Alguns são tóxicos para vespas e


abelhas

 Ex : carbofuran, aldicarb...

25/11/22 Profa. Moníca Batista 70


QUÍMICA AMBIENTAL II
Chumbinho (ALBICARB)

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Uso indiscriminado
 Guerra do Vietnã entre 1954 e 1975
 Vietnã do Norte (Chineses e Soviéticos)
 Vietnã do Sul (Norte-americanos)
 Usaram os herbicidas desfolhantes (agente
laranja) espalhados por aviões
 Contaminaram águas do mar e rios e humanos
que usavam a água
 Intoxicação de animais terrestres e marinhos e
insetos benéficos
 Acompanhado de dioxina que é causador de
deformações em recém-nascidos
 Permanece no solo e na água por longo período

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Agente Laranja

Ácido 2,4-diclorofenóxiacético (2,4-D) Ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético (2,4,5-T)

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Agente Laranja
Aviões americanos despejaram mais de 50
milhões de litros do herbicida no Vietnã entre
1962 e 1971 como parte de uma estratégia de
destruir as plantações de arroz que alimentavam
o inimigo e remover a folhagem da mata que
servia de abrigo.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Agente Laranja

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Agente Laranja

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Vietnamitas Intoxicados

Profa. Moníca Batista


Inseticidas Piretróides
 Compostos sintéticos com
estruturas semelhantes à piretrina

 Elevada atividade inseticida

 Pouco tóxicos

 Ex : decis, SBP...

25/11/22 Profa. Moníca Batista 78


QUÍMICA AMBIENTAL II
Piretróides
 Largamente usados na agricultura,
horticultura, silvicultura e saúde
pública
 Atacam os canais de sódio
dependentes de voltagem
 São carrapaticidas e se ligam às
gorduras

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Pitretróides

Profa. Moníca Batista


PIRETRÓIDES
OS MAIS USADOS HOJE

25/11/22 Profa. Moníca Batista 81


QUÍMICA AMBIENTAL II
OS DOZE SUJOS
A partir de 1985, foram proibidas a comercialização e
a utilização de alguns agrotóxicos.
Eles ficaram conhecidos como “os doze sujos” .

Profa. Moníca Batista 82


QUÍMICA AMBIENTAL II
Métodos Alternativos
 Plasticultura – proteção da cultura co
plástico, que atua como capa protetora
contra elementos estranhos à lavoura
 Controle Biológico – regula o número de
plantas e animais por seus inimigos naturais
 Método da Lua – usa as fases minguante e
crescente, pois elas influenciam no
desenvolvimento dos vegetais na agricultura.
A gravidade e a luminosidade colaboram em
conjunto nesse processo
 Biotecnologia
Profa. Moníca Batista 83
Métodos Alternativos
PLASTICULTURA

25/11/22 Profa. Moníca Batista 84


Métodos Alternativos
CONTROLE BIOLÓGICO

A nicotina, extraída das folhas do fumo, é


usada no combate aos pulgões em árvores
frutíferas
25/11/22 Profa. Moníca Batista 85
Perspectivas
Com o desenvolvimento da
Biotecnologia aumentará a variedade e
a eficácia dos agentes biológicos de
controle.

No início da década de 80, a Embrapa


Recursos Genéticos e Biotecnologia
iniciou os trabalhos com
microrganismos, buscando liderar
projetos destinados a efetuar o controle
biológico de pragas agrícolas.
25/11/22 Profa. Moníca Batista 86
Métodos Alternativos
O USO DA BIOTECNOLOGIA

O fungo Metarhizium anisopliae é utilizado no controle


da cigarrinha em lavouras de cana-de-açúcar
(bioinseticida).
25/11/22 Profa. Moníca Batista 87
COMPARAÇÃO DE CUSTOS
 Custo médio de tratamento
utilizando defensivos químicos:
R$160,00/ha

 Custo médio com controle


biológico: R$40,00/ha

 Redução: R$ 120,00/ha

25/11/22 Profa. Moníca Batista 88


QUÍMICA AMBIENTAL II
Impactos do uso na Agricultura
 As duas análises mais importantes ao se
identificar os prováveis efeitos de produtos
químicos no meio ambiente são ao
impactos na saúde pública e no ambiente.

SAÚDE HUMANA:
Avaliação do produto é feita através de
testes toxicológicos agudos e crônicos,
análise da dose diária aceitável e riscos
decorrentes do uso do produto

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Sintomas
• A ação dos agrotóxicos pode provocar
desde náuseas, tonteiras, dores de
cabeça ou alergias até lesões renais e
hepáticas, cânceres, alterações
genéticas, doença de Parkinson etc.
Essa ação pode ser sentida logo após
o contato com o produto (os chamados
efeitos agudos) ou após semanas/anos
(são os efeitos crônicos) que, neste
caso, muitas vezes requerem exames
sofisticados para a sua identificação.
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
Sintomas
Sintomas inespecíficos (dor de
cabeça, vertigens, falta de apetite,
falta de forças, nervosismo,
dificuldade para dormir) presentes em
diversas patologias, freqüentemente
são as únicas manifestações da
intoxicação por agrotóxicos, razão
pela qual raramente se estabelece esta
suspeita diagnóstica.
Profa. Moníca Batista
Como agem os
inseticidas

Profa. Moníca Batista 92


Libertação da acetilcolina

As terminações nervosas
colinérgicas possuem um
grande número de pequenas
vesículas aglomeradas junto à
região sináptica da membrana
celular que contêm no seu
interior acetilcolina
(neurotransmissor).

Profa. Moníca Batista


Profa. Moníca Batista 94
Remoção da acetilcolina
• Após a libertação da
acetilcolina, a sua
concentração na
fenda sináptica
diminui rapidamente

• Esta é removida por


acção da enzima
acetilcolinesterase
(ACh-E) → hidrólise
da acetilcolina

Profa. Moníca Batista


Profa. Moníca Batista
Ação dos organofosforados
Atuam indiretamente → ligam-se à
acetilcolinesterase inibindo a hidrólise da
acetilcolina

Aumento dos níveis da


acetilcolina na fenda sináptica

Profa. Moníca Batista


TOXICOCINÉTICA DOS PLAGUICIDAS
ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS

VÍAS DE ABSORÇÃO

CUTÁNEA
DIGESTIVA RESPIRATORIA
Profa. Moníca Batista
TOXICOCINÉTICA DOS PLAGUICIDAS
ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS
BIOTRANSFORMACÃO

ORGANOFOSFORADOS

Ocorre no fígado.
Podem produzir metabólitos mais tóxicos.
Profa. Moníca Batista
TOXICOCINÉTICA DOS PLAGUICIDAS
ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS
BIOTRANSFORMACÃO

CARBAMATOS

Se efetua através de mecanismos de


hidrólises, oxidação e conjugação

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TOXICOCINÉTICA DOS PLAGUICIDAS
ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS

VÍAS DE ELIMINAÇÃO

AR EXPIRADO
FEZES
URINA
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ESQUEMA DO PROCESO FISIOLÓGICO
NEUROMUSCULAR DURANTE A ESTIMULAÇÃO

Fonte: Henao, H.S., Corey, O.G., Plaguicidas inhibidores de las colinesterasas. Serie Vigilancia
11, México; ECO OPS; 1991:22
HIDRÓLISE FISIOLÓGICA DA
ACETILCOLINA

AChE
COLINA
OH O
CH3 ÁCIDO ACÉTICO
+ (CH3)2-N-CH2-CH2-OH
H3C-N-CH2-CH2-O-C-O CH3-COOH
CH3

H3C-N-CH2-CH2-O-C=O CH3

CH3 COMPLEJO O
ENZIMA-ACETILCOLINA
ACETILCOLINA C=O
OH

ENZIMA CH3
ACETILADA

Fonte: Jeyaratnam J., Maroni M. Toxicology, 91(1994):17


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MECANISMO DE INIBIÇÃO DA
ACETILCOLINESTERASE POR ORGANOCLORADOS
MECANISMOS DE AÇÃO DE
ORGANOFOSFORADOS

INTOXICACÃO AGUDA

SÍNDROMES COLINÉRGICOS

A INIBIÇÃO DAS COLINESTERASAS, COM A


CONSEGUINTE ACUMULAÇÃO DE
ACETILCOLINA É O MECANISMO
FUNDAMENTAL PORÉM NÃO É O ÚNICO

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MECANISMOS DE AÇÃO DE
ORGANOFOSFORADOS
INTOXICACÃO AGUDA

SÍNDROMES COLINÉRGICOS

A AÇÃO SE EXERCE SOBRE:

 Colinesterase verdadera (presente en SNC, placa


neuromuscular, gânglios autônomos e glóbulos
vermelhos)

 Butirilcolinesterasa ou pseudo-colinesterasa
(presente en SN., páncreas, fígado, plasma)

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MECANISMOS DE AÇÃO DE
ORGANOFOSFORADOS

SÍNDROME INTERMEDIÁRIO

Parece dever-se a uma deterioração pré


e pós-sináptico da transmissão neuro-
muscular, motivado por prolongada
inibição da acetilcolinesterasa na placa
motora

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Processo
 Libertam o grupo orgânico
 A restante molécula mantém-se ligada à ACh-E,
por uma ligação covalente muito estável

 Enzima fosforilada entra num processo de


“envelhecimento”, que depende do
organofosforado
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QUÍMICA AMBIENTAL II
Impactos do uso na Agricultura
NO AMBIENTE:
 A análise inclui o estudo é feito para
entender o comportamento dele no
ambiente. Os processos físico-quimicos
e biológicos causam a degradação e o
movimento do produto.
 A avaliação risco/benefício definirá se um
herbicida provocará dano antes, durante
e após sua utilização.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Impactos do uso na Agricultura
NO AMBIENTE:
 Fatores que determinam o destino do herbicida no
ambiente:
Decomposição, volatização, a lixiviação, o
arrastamento lateral, a solubilidade e o coeficiente
de partição do produto, os processos de absorção e
desorção, a retirada pelas plantas e
microorganismos
 Esses processos indicam a persistência, a
degradação, a mobilidade e a bioacumulação
desses produtos
Outros fatores: Fórmula, aplicação e dose
QUÍMICA AMBIENTAL II
Decomposição
 A rápida degradação do produto e dos seus
metabólitos indicam que provavelmente não
haverá persistência.
 Métodos: Fotoquímica, química e biológica
 Importante analisar sedimentos, água (in situ –
taxas e produtos da transformações oriundas
da fotólise, hidrólise e biodegradação) e solo e
investigar a presença de metabólitos (podem
ser mais ou menos tóxicos) , além das
condições de temperatura, pH, etc.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Decomposição
 Persistência é a habilidade que um
composto apresenta em reter a integridade
de sua molécula e sua características
físicas, químicas e funcionais no ambiente
no qual ele é transportado e distribuído
após sua aplicação.
 O inverso da persistência é a
degradabilidade ou transformação química

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Volatilidade
 Afeta a distribuição entre o solo, a água e o ar
 A pressão de vapor obtida pela medida da volatilização
do solo ou sistemas de água em lab. O tamanho da
partícula, temperatura, umidade e interações com
substratos são importantes na avaliação dos efeitos, na
interpretação dos resultados.
 Os compostos de maior pressão de vapor causa menos
contaminação ambiental ( modo geral)
 Volatilização é maior em regiões tropicais
 Classificações:
 Altamente voláteis: EPTC, trifluralina, Vernolate
 Medianamente voláteis: 2,4-D, CIPC, IPC
 Baixa volatibilidade: ureias, triazinas
QUÍMICA AMBIENTAL II
Solubilidade em Água
 Influencia na mobilidade de um
produto em um sistema ecológico.
 Importante parâmetro para determinar
o transporte e a distribuição no meio
ambiente.
 Pode afetar a adsorção, a desorção e a
volatibilidade, bem como as
transformações por hidrolise, fotólise,
oxidação, redução e biodegradação.
QUÍMICA AMBIENTAL II
 Baixa solubilidade:
Simazina - 5 ppm
Lenacil - 6ppm

 Média solubilidade:
Atrazina – 33 ppm
Trifluralina -40ppm
Diuron - 42 ppm
Prometrina – 48 ppm
Cotoran - 90 ppm
Ametrina – 185 ppm

 Alta solubilidade:
Picloran – 430 ppm
Propaclor 700 ppm
Terbacil – 710 ppm
Prometron – 750 ppm
Bromacil – 815 ppm
Dalapon- 500000 ppm

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QUÍMICA AMBIENTAL II

dalapon

ametrina picloran
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QUÍMICA AMBIENTAL II
Coeficiente de Partição
 Importante para avaliar a probabilidade de retirada e
distribuição de um produto dentro da biota. Indicador
do potencial de bioacumulação em organismos vivos,
em tecidos graxos.
 A acumulação e o transporte de uma substância
química em organismos vivos são governados pela
polaridade, solubilidade em água, afinidade por tecidos
graxos e pela natureza de ligação com os receptores
biológicos.
 O potencial de acumulação é fator importante na
avaliação de risco para identificar produtos que podem
ser transportados através da cadeia alimentar (em
conjunto com dados de degradação).

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Fatores de Bioacumulação
 No ambiente aquático a acumulação
pode se dar pela retirada do meio
ambiente através das vias oral,
percutânea, respiratória e da cadeia
alimentar.
 No ambiente terrestre ocorre a
bioacumulação indireta, ou seja pela
cadeia alimentar.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Absorção / Desorção
 Atração física ou química de uma
substância a uma superfície
 Equilíbrio entre a substancia
adsorvida pelas partículas coloidais
do solo e a disponibilidade na solução
do mesmo. Fica disponível para as
plantas
 A adsorção pode ser na superfície das
partículas do solo ou ser interlaminar
(Diquat e Paraquat) e sua liberação é
mais difícil do que na superfície

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Absorção / Desorção
 Adsorção forte reduz a disponibilidade biológica,
lixiviação e o movimento do produto na água, mas
pode aumentar a resistência a degradação.
 A adsorção é influenciada pelas propriedades
químicas da molécula do produto e pelas
propriedades do solo: tipo e quantidade de argila e
matéria orgânica, superfície do solo, estrutura e
pH, temperatura, umidade e concentração salina.
 A adsorção pelos colóides do solo (matéria
orgânica e argila) pode levar a sérios problemas
ambientais no uso continuo de herbicidas.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Absorção / Desorção
 Podem ser transportados durante a erosão do
solo para reservas de água, cujas condições
podem não ser favoráveis para a degradação
microbiológica
 Se o herbicida for adsorvido pelo solo, será
necessário aumentar a dose para produzir efeito.
 Informações sobre interações com humus e solo
podem colaborar para o seu manejo, reduzindo
possíveis problemas de arrastamento lateral e
contaminação
 A desorção influencia a lixiviação de um produto
através do solo
QUÍMICA AMBIENTAL II
Lixiviação
 Relacionada ao conteúdo de matéria orgânica ou
argila, solubilidade do herbicida e a quantidade
de água que se move através do perfil do solo
 Quanto maior a solubilidade em água, maior a
lixívia
 Os herbicidas são transportados dentro do solo
através da difusão do ar nos espaços do solo,
difusão da água e fluxo descendente e
ascendente de água. Água da chuva irrigação
recebida e a intensidade e a freqüência de toda
essa água

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Tipos de Formulação
 As formas nas quais os produtos são formulados
influenciam sua persistência. As formulações solúveis em
água são mais rapidamente lavadas das plantas pela
chuva quanto que os pós molháveis persistem por tempo
maior demoram mais para serem absorvidos pelas
plantas, são sujeitos à fotodecomposição e se volatilizam
menos. Os grânulos e as micro-cápsulas são
especificamente feitos para retardar a liberação e a
quebra dos produtos.
 No solo, a taxa de adsorção nas várias frações do solo, é
inversamente proporcional ao tamanho da partícula do
produto.
 Os microencapsulados podem aumentar a persistência de
um produto, mas podem localizar seus efeitos biológicos.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Forma de Aplicação
 A persistência de um determinado
composto depende da forma pelo qual ele
é aplicado. No curso do tempo, o aumento
gradual na eficiência do equipamento para
aplicação tem levado a um decréscimo
correspondente na dose utilizada por
unidade de área.
 Na aplicação de produtos no solo, os
tratamentos tem gradualmente progredido,
de aplicações em área total, para
aplicações localizadas; nas aplicações
aéreas, arranjos mais eficientes têm
possibilitado o uso de doses menores.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Dose de Aplicação
 Influencia os efeitos ambientais; todavia,
a relação entre a dose e o efeito não é
linear. Por exemplo, para que o efeito
ambiental seja dobrado, um aumento na
dose do produto de até uma ordem de
magnitude pode ser necessário.
 As características morfológicas e
fisiológicas das plantas têm grande
influência na distribuição, retenção e
retirada dos produtos em seus tecidos.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Estrutura da Planta
 As plantas diferem grandemente em
seu habitat, tamanho e características
morfológicas; as estruturas que
influenciam a distribuição, retenção e
retirada dos produtos são:
1) forma da planta
2) aspecto foliar
3) posição e densidade das folhas
4) superfície
5) foliar e margens

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Natureza da Cultura
 As culturas crescem não somente na parte aérea, que
providencia alimento para o homem e animais, mas
também produz frutos, sementes e em muitos casos
bulbos, rizomas e tubérculos.
 Há translocação de nutrientes da área foliar para a
maioria desses órgãos e estudos com produtos
radioativos têm mostrado que junto com o movimento
de nutrientes há translocação de produtos químicos e
que os órgãos de armazenamento podem conter mais
resíduos de um produto que outras partes da planta.
Todavia, a quantidade e o local de armazenamento de
produtos variam de cultura para cultura.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Facilidade de Penetração
 Os pesticidas que permanecem sobre a superfície dos órgãos
da planta, podem desaparecer muito rapidamente através das
diversas formas de ação dos agentes atmosféricos e a
velocidade de penetração dentro das plantas afetando
consideravelmente sua persistência; para muitos produtos a
facilidade de entrada nas plantas depende da molhabilidade da
cutícula que modifica-se com a idade da planta e difere-se nas
diferentes partes da mesma; normalmente as monocotiledôneas
são menos "molháveis" que as dicotiledôneas.
 No caso dos herbicidas, os mesmos podem penetrar na planta
por via aquosa ou via lipofílica; a cutina é parcialmente lipofílica
e parcialmente hidrofílica. Por outro lado, a pectina e a celulose
são hidrofílicas; essas características são de grande
importância na absorção dos herbicidas.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Facilidade de Penetração
 Os herbicidas polares seguem a via aquosa e penetram na
camada cerosa através dos vãos ou ferimentos que as
plantas apresentam, para logo passar aos discos cerosos
da cutina e difundir-se na pectina e celulose.
 Os herbicidas podem penetrar nas folhas, tanto na sua
parte inferior corno na superior, sendo que a parte inferior
é mais permeável.
 Apesar da penetração ser feita através das cutículas e dos
estômatos, novos estudos devem ser realizados para a
elucidação completa deste fenômeno. Sabe-se, todavia,
que a penetração do produto depende da planta em
estudo, das condições ambientais (luz, umidade, estado
dos estômatos), tipo de molécula do produto (polar e
apolar) tipo de formulação e volume de água.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Taxa de Retirada
 Está correlacionada com a facilidade com
que os produtos penetram na planta e é
influenciada por fatores ambientais como
luz, temperatura e umidade.
 Para produtos aplicados no solo, o tipo de
solo tem grande influência na retirada do
produto pelas plantas; por exemplo, a
quantidade de dieldrin retirada pelas raízes
de milho é inversamente proporcional à
quantidade de matéria orgânica no solo.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Translocação
 Alguns herbicidas foliares são
considerados produtos de contacto,
afetando somente os tecidos com os quais
entram em contacto. Todavia, há produtos
capazes de se movimentarem do local de
aplicação para outras partes da planta;
esse grupo inclui herbicidas tais como:
Amitrole, Glifosate, Dalapon, 2,4D, 2,4,S-T e
outros.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Translocação
 Os herbicidas podem ser translocados pelo
simplasto ou pelo apoplasto. simplasto
consiste das partes vivas da planta, que
incluem o floema, as células vivas e o
plasmodesma ou fibras do protoplasma.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Translocação
 O apoplasto consiste dos tecidos mortos e a água
ao redor do simplasto, o qual inclui o xilema e as
paredes celulares. Em geral, os herbicidas
percorrem distâncias curtas por difusão, mas para
que sejam verdadeiramente sistêmicos, devem
mover-se no xilema ou no floema da planta.
Alguns se translocam somente em um ou outro
sistema, mas outros podem movem-se tanto no
apoplasto como no simplasto. O 2,4D, Dalapon,
Amitrole, Dicamba e Picloram movem-se na
folhagem pelo simplasto junto com os açúcares.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Armazenamento
• Não há muita informação sobre o
armazenamento de produtos
químicos pelas plantas.
• Culturas como batata, beterraba,
cenoura e outras, tem considerável
afinidade por produtos químicos e
retêm maior quantidade de resíduos
nos órgãos armazenadores do que
em outras partes da planta.
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QUÍMICA AMBIENTAL II
Excreção
 Os produtos químicos podem ser excretados dos
vários órgãos da planta através da gutação das folhas
e pelo exudatos das raízes.
 A persistência de produtos químicos no solo é
grandemente influenciada pelo tipo de solo no qual
eles são aplicados e particularmente pelas
características do solo como tamanho de partículas,
conteúdo mineral e de matéria orgânica e concentração
de íons hidrogênios.
 O tempo residual de um composto depende, também,
da atividade biológica do solo, uma vez que a
degradação de muitos produtos é mediada por
enzimas.

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QUÍMICA AMBIENTAL II
Rotas de Transporte e Destino
QUÍMICA AMBIENTAL II
Estrutura do Solo
 Os solos podem ser classificados de acordo com a proporção de
partículas minerais de diferentes tamanhos presentes. Os produtos
químicos são rapidamente absorvidos pelas partículas do solo, o
que aumenta a sua persistência. A forma através da qual o tamanho
da partícula e estrutura influenciam a persistência no solo é
complexa, porque a estrutura está intimamente ligada com a
concentração de íons hidrogênio, matéria orgânica e conteúdo de
argila.
 A estrutura do solo afeta também a lixiviação dos compostos,
porque o tamanho dos poros e a sua distribuição afetam o
movimento da água através do solo; a umidade também afeta o grau
de adsorção nas diversas frações do solo.
 O efeito residual e a fitoxidade de herbicidas é influenciado pela
compactação do solo; verifica-se que a residualidade da Trifluralina
e da Atrazina foram aumentadas como resultado de uma
compactação moderada e pesada de um solo arenoso.

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
Conteúdo de Argila
Pesquisadores têm obtido dados mostrando forte
correlação entre a quantidade de argila nos solos e sua
habilidade em prender e reter produtos químicos. A
relação é complexa porque boa parte da argila está
associada com a matéria orgânica nos colóides do
solo; os vários mecanismos de adsorção dependem de
inúmeros fatores como: configuração físico-química
dos colóides, configuração físico-química do produto,
constante de dissociação do produto, solubilidade em
água do produto, também da molécula do produto, pH
do solo, temperatura, potencial elétrico da superfície
da argila, teor de umidade do solo, tipo de formulação
do produto químico.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Conteúdo de Matéria Orgânica
 A quantidade de matéria orgânica em solos varia de menos de 1% a
mais de 50%; e é extremamente importante na absorção de produtos
químicos pelo solo e pesquisas têm mostrado forte correlação entre a
persistência de compostos nos solos e a quantidade de matéria
orgânica presente neles; da mesma forma há relação inversa entre a
retirada de produtos pelas plantas e a quantidade de matéria orgânica
do solo. A maior parte da matéria orgânica consiste de compostos
húmicos, os quais possuem alta capacidade de troca catiônica.
 Os compostos húmicos têm grupos funcionais como carboxil, amino e
fenólicohidroxil, que constituem locais para a formação de pontes de
hidrogênio com moléculas do produto químico; a matéria orgânica, de
forma geral, tem maior superfície de contacto que as argilas e
conseqüentemente, sua capacidade adsortiva é muito maior.
 As triazinas são mais fortemente adsorvidas que as uréias substituídas
por diferentes tipos de ácido húmico; o tipo de ligação herbicida-ácido
húmico também varia ocorrendo ligações mais fortes e duradouras na
presença dos herbicidas triazínicos.
QUÍMICA AMBIENTAL II
pH
• O pH tem efeitos complexos sobre a molécula dos
compostos; ele pode afetar a estabilidade dos
minerais de argila, a capacidade de troca iônica e a
degradação química e microbiológica; a maioria
das pesquisas indicam que os produtos químicos
são menos adsorvidos e mais rapidamente
degradados em solos alcalinos.
• Em relação aos herbicidas, de modo geral, os
Fenoxis, Picloran, Arnibem, Glifosate, Dalapon,
TCA, são acidificantes, enquanto que o paraquat e
as Triazinas são básicos e, conseqüentemente,
mais adsorvidos.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Conteúdo de Íons Minerais
O tipo de mineral presente no solo está
intimamente ligado com o tipo e a estrutura
do solo e a estrutura dos minerais de argila
depende de íons como alumínio, ferro,
manganês, cromo, zinco e silício; os minerais
podem agir cataliticamente e acelerar a
decomposição de um determinado produto. A
adsorção de paraquat e Diquat pelo ácido
húmico aumenta conforme o cátion que
satura o ácido. A ordem dos cátions é:
Al3+ < Fe3+ < Cu2+ < Ni2+ < Zn2+ < Co2+ <
Mn2+ < H+ < Ca2+ < Mg2+

Profa. Moníca Batista


QUÍMICA AMBIENTAL II
População Microbiana
 Embora os compostos químicos possam ser
decompostos no solo por ação puramente
química, a degradação microbiológica tem
importância muito grande. Embora existam casos
específicos, onde um determinado
microorganismo age somente sobre um
determinado substrato, a ação é não-específica, e
uma grande variedade de bactérias, fungos,
actinomicetos e outros são capazes de degradar
qualquer produto químico
 A população de algumas espécies de
microorganismos aumenta após aplicações
QUÍMICA AMBIENTAL II
População Microbiana
 Repetidas de um mesmo produto no solo, mas
ainda não se sabe claramente se esse
aumento ocorre porque o produto representa
urna fonte de alimento para eles, ou porque o
produto elimina certas espécies competidoras
 De forma geral, depois de aplicações
sucessivas, de um herbicida, a população
microbiana que utiliza o produto como
alimento, aumenta, degradando-o cada vez
com maior rapidez e encurtando sua
permanência
QUÍMICA AMBIENTAL II
Fatores Ambinetais

A influência de fatores climáticos


como temperatura, precipitação,
radiação e ventos na degradação dos
produtos químicos é bastante
complexa, porque eles não somente
afetam a maioria desses produtos e
os fatores da planta e do solo, mas
também, porque eles interagem um
com os outros.
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
Temperatura
 De forma geral, tem-se constatado na literatura aumentos na
temperatura resultam na perda mais rápida da efetividade do
produto; tais perdas podem ser devidas à perda física do
produto pelas plantas e solo ou ao aceleramento do processo
de degradação.
 Altas temperaturas aumentam a taxa de volatilização de um
produto na superfície do solo ou nas plantas, bem como sua
solubilidade em água, tanto a atividade microbiana como
animal, no solo, são dependentes da temperatura e assim em
solos muito frios elas cessam.
 O aumento da temperatura é normalmente causado pelo
aumento da radiação e alteração na temperatura influencia
grandemente outros fatores climáticos com os ventos e a
precipitação.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Precipitação / Umidade
 A influência das chuvas pode ser direta,
devido aos efeitos mecânicos da
precipitação sobre as plantas e pela
lixiviação do produto através do solo ou
indireta devido aos seus efeitos sobre o
solo e a umidade do ar.
 A umidade favorece a atividade microbiana
no solo em solos secos, muitos
microorganismos passam ao estágio de
repouso e tornam-se inativos,
praticamente paralisando a degradação do
produto, em solos encharcados, a
atividade microbiana é principalmente
anaeróbica e favorece a decomposição da
substância.
QUÍMICA AMBIENTAL II
Precipitação / Umidade
 A água é uma molécula bastante
polar e pode competir com os
produtos químicos por sítios de
adsorção nos colóides do solo. Em
solos secos os compostos são
firmemente absorvidos, enquanto
que, em solos úmidos eles são
liberados e mais rapidamente
lixiviados e degradados, isto indica
ser o processo reversível para
muitos compostos.
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
Precipitação / Umidade
 A umidade alterada, resultante da
precipitação, afeta a perda do produto
de várias maneiras; ocorre menor
volatilização na superfície das plantas,
onde a umidade á alta, mas há maior
abertura dos estômatos, ocasionando
maior transporte dentro da planta,
sendo que uma quantidade menor é
perdida através de excreção foliar e
gutação. A umidade do ar afeta a
volatilização de um produto químico e
também influencia a difusão desses
produtos no solo.
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II
Radiação
A radiação aumenta a volatilização de
grande número de produtos na
superfície foliar. A retirada do produto
da superfície da planta diminui a taxa
de retirada dele por parte da planta,
mas aumenta a translocação do
composto. A luz ultra-violeta afeta uma
série de produtos, como as piretrinas,
que se decompõe ante sua presença.
Profa. Moníca Batista
QUÍMICA AMBIENTAL II

Ventos
O maior efeito dos ventos é sobre a
volatilização na superfície da planta,
causando contração dos estômatos e
difusão através da superfície foliar.

Profa. Moníca Batista


PARA CASA

PAHORMÔNIOS AMBIENTAIS:
UM NOVO TIPO DE POLUIÇÃO ?
Sófocles Medeiros
Artigo publicado na coluna Vida&Ciência, do Jornal do Commercio, em 16/03/2001

Profa. Moníca Batista 151


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