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O lugar das ideias liberais no

Brasil

Roberto Schwarz, sua crítica e seus críticos


A sensação de dissonância no pensamento social
brasileiro
Caio Prado Jr. > O sentido da colonização e a não superação de nossa condição
colonial

Oliveira Vianna > O idealismo da nossa constituição e de nossas instituições

Sérgio Buarque de Holanda > O choque de nossa herança ibérica com as


condições naturais: “somos uns desterrados em nossa terra”.
Roberto Schwarz e As Ideias Fora do Lugar

Dissonância entre a teoria liberal e o fato “impolítico e abominável” da


escravidão.

Por um lado era “inevitável (...) a presença entre nós do raciocínio econômico
burguês”. Por outro “a incompatibilidade é clara” visto que “este conjunto
ideológico iria chocar-se contra a escravidão e seus defensores”.

O favor como “nexo efetivo da vida ideológica”.


Maria Sylvia de Carvalho Franco: “As ideias
estão no lugar”
As ideias liberais são funcionais no Brasil escravista.

Para Franco, há um dualismo injustificável na análise de Schwarz.

O Brasil escravista e a Europa industrial inserem-se na mesma lógica global.

Colônia e metrópole são “situações particulares que se determinam no


processo interno de diferenciação do sistema capitalista mundial” e não “modos
de produção essencialmente diferentes”.

Crítica à Teoria da Dependência.


Alfredo Bosi e os dois liberalismos
Nunca existiu um “liberalismo ativo e desenvolto” que possuísse um “conteúdo
pleno e concreto, equivalente à ideologia burguesa do trabalho livre”.

A questão servil como divisor de águas entre dois liberalismos.

1- Liberalismo associado à construção do Estado-Nação, vinculado aos


proprietários rurais e dependentes da agro-exportação. Liberdade de comércio
e patriotismo: próprio dos anos seguintes à Independência até o período
central do Segundo Reinado.

2- O abolicionismo, baseado nos modelos econômicos de trabalho livre da


Inglaterra e Estados Unidos
Marco Aurélio Nogueira e o Liberalismo
conservador
Ausência de um ancien régime no Brasil.

Falta de classes sociais bem definidas capazes de participar de um projeto em


torno do qual se pudesse reorganizar política e economicamente a sociedade.

“Modernização conservadora”

Liberalismo “vazio de inspirações igualitárias e democráticas”.

“Liberdade da nação mais que liberdade do indivíduo”.


Florestan Fernandes e o “senhor-cidadão”

Duas funções para o liberalismo: ideologia das elites locais contra o estatuto
colonial e construção do Estado nação.

Estabelece-se no Brasil uma “dualidade estrutural” na qual relacionam-se


relações de dominação tradicionais e legais, com certa frequência prevalecendo
a tradição.

A figura do “senhor-cidadão”: formação de uma sociedade civil (própria das


civilizações modernas, liberais) porém, com uma forma particularmente restrita
às camadas superiores.
A despalacianização da política não significou uma democratização da mesma.
Referências:
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. As ideias estão no lugar. Cadernos de debate, São Paulo, n.1, pp.
61-64, 1976.
FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. 5, ed. São
Paulo; Globo, 2006.
NOGUEIRA, Marco Aurélio. As desventuras do liberalismo: Joaquim Nabuco, a Monarquia e a República.
Rio de Janeiro: Paz e terra, 1984.
SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance
brasileiro. 5ª ed. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2000.
SILVA, Júlio Cezar Bastoni da. O lugar das ideias: panorama de um debate. Em Tese, Belo Horizonte, v.
21, n. 1, pp. 42-59, 2015.

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