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MOVIMENTOS LITERÁRIOS

Kelly Cândido
BARROCO

BARROCO EM PORTUGAL
SÉCULOS XVII E XVIII
CONTEXTO HISTÓRICO
 Dois fatos históricos, no século XVI, foram de grande
influência nas obras dos autores barrocos: a Reforma
Protestante e a Contrarreforma. 
 O padre alemão Martinho Lutero (1483-1546) denunciou
a venda do perdão como prática corrupta da Igreja
Católica.
 Lutero defendia que a salvação só é conseguida por meio
de uma vida marcada pela religiosidade, pelo
arrependimento dos pecados e pela fé em Deus.
 Ao entenderem que não precisavam pagar, com doações
e penitências, pela absolvição, muitos fiéis abandonaram
a Igreja para seguir o luteranismo.
 João Calvino (1509-1564), teólogo francês, defendia a ideia de
que o lucro obtido pelo trabalho é uma dádiva divina, o que
aumentou a debandada de fiéis.
 Assim, parte da burguesia aderiu ao protestantismo.

 Contrarreforma Católica

 No Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja definiu ações para


combater a Reforma Protestante.
 → Medidas importantes:

 Ressurgimento do Tribunal do Santo Ofício (Santa Inquisição);

 Criação do Índice dos livros proibidos — Index librorum


prohibitorum;
 Fundação da Companhia de Jesus pelo padre Inácio de Loyola
(1491-1556).
 Desaparecimento de Dom Sebastião durante disputas
para sua sucessão; Felipe II da Espanha aproveita este
momento para integrar Portugal à Espanha;
“Sebastianismo”;
 Declínio comercial e naval;

 Restauração da coroa com a dinastia de Bragança: Dom


João IV;
 Portugal e Espanha foram grandes defensores da
Contrarreforma, por isso a vigência do Barroco foi longa
nestes países;
CARACTERÍSTICAS
 Expressão da profunda crise ideológica e multiplicidade de
estados de espírito do homem dividido entre a razão e a fé,
entre a mentalidade em expansão e os valores medievais
defendidos pela igreja;
 Irregularidade em oposição à simetria e à regularidade do
Classicismo;
 Pessimismo(a felicidade só se realiza no plano celestial);

 Desequilíbrio entre razão e emoção;

 Contradição entre sentimentos opostos e


contraditórios(bem/mal, certo/errado);
 Fuga à realidade, subjetividade;
 Angústia existencial;
 Predomínio de paradoxos, antíteses, hipérboles, metáforas;

 Antropocentrismo versus teocentrismo

 Sagrado versus profano

 Luz versus sombra

 Paganismo versus cristianismo

 Racional versus irracional

 Material versus espiritual

 Fé versus razão

 Carne versus espírito

 Pecado versus perdão

 Juventude versus velhice(supervalorização da juventude)

 Céu versus terra

 Erotismo versus espiritualidade
 Carpe Diem: aproveite o dia; sentimento de culpa e
conflito;
 Cultismo: jogo de palavras, rebuscamento na forma;

 Conceptismo: jogo de ideias; analogias;

 Gosto pelo soneto;

 Sermões, cartas, prosa religiosa e moralística;

 Poesia, novela;

 Teatro;
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
 Português de origem, mas veio novo para o Brasil;
 Jesuíta, membro da Companhia de Jesus;

 Usou seus sermões para pregar e também a serviço de


causas políticas e sociais; indisposição com
comerciantes, colonos escravagistas e até com a
Inquisição;
 Foi preso e perdeu o direito de pregar;

 Prosa sacra;

 O discurso de Vieira é bastante persuasivo: por meio da


lógica argumentativa, da alegoria e do estilo bem-
acabado, lançando mão de metáforas e antíteses, conduz
o ouvinte ao raciocínio – e ao convencimento.
Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque
padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor
padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi
composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três.
Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na
Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para
a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de
noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas
noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem
comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados
em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes
afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for
acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.

VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951


(adaptado).
 O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece
uma relação entre a Paixão de Cristo e
 a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos
brasileiros.
 a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.

 o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.

 o papel dos senhores na administração dos engenhos.

 o trabalho dos escravos na produção de açúcar


CARAVAGGIO: UTILIZOU JOGOS DE LUZES E SOMBRAS, TÉCNICA
TÍPICA DO ESTILO BARROCO CHAMADA DE “CLARO-ESCURO

NARCISO
MEDUSA
BARROCO NO BRASIL
 Século XVII;
 Foi surgindo na colônia, um grupo de pessoas que se
formava em Portugal (advogados, religiosos, escritores)
e que, ao voltar para o Brasil, começou o movimento da
literatura brasileira; (ainda nos moldes europeus);
 Realidade de violência, sem pompa da aristocracia
europeia, sem público ativo;(isso faz com que a arte aqui
tenha algumas características próprias);
 Exploração do pau-brasil e ouro;

 Transferência da capital pra o Rio de Janeiro;


GREGÓRIO DE MATOS, O “BOCA DO
INFERNO”

 Baiano, estudou em colégio jesuíta e formou-se em


Direito na Universidade de Coimbra.
 Tornou-se vigário-geral, mas foi afastado porque não
queria usar batina;
 Levava uma vida boêmia e escrevia versos e sátiras
gozando de todos, sem poupar as autoridades civis e
eclesiásticas da Bahia, recebendo o apelido de “Boca do
inferno”.
 Gregório de Matos compôs quatro vertentes de poesia:
amorosa, filosófica, religiosa e satírica.
A Jesus Cristo Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,


Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinqüido,
Vós tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,


A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada


Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,


Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Sátira aos Sebastianistas

Estamos em noventa, era esperada


De todo o Portugal, e mais conquistas,
Bom ano para tantos Bestianistas,
Melhor para iludir tanta burrada.

Vê-se uma estrela pálida, e barbada,


E deduzem agora astrologistas
A vinda de um rei morto pelas listras,
Que não sendo dos Magos é estrelada.

Oh quem a um Bestianista pergunta,


Com que razão, ou fundamento, espera
Um rei, que em guerra d’África acabara?

E se com Deus me dá, eu lhe dissera:


Se o quis restituir, não o matara,
E se o quis não matar, não o escondera.
ARTE BARROCA
 A população, na maioria das vezes, só conseguia
compreender o sentido dos valores religiosos afirmados
pela catequese com a imponência de imagens ricas em
que a complexa ornamentação pretendia reafirmar o
caráter sagrado dos santos e templos religiosos;
 De forma geral, as obras e construções barrocas eram
fabricadas a partir do uso de pedra-sabão, barro cozido e
madeira policromada ou dourada;
 Dentre os principais representantes dessa arte podemos
destacar o escultor Antônio Francisco Lisboa, mais
conhecido como Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa
Ataíde.
ALEIJADINHO
“DOZE PROFETAS”(CONGONHAS)
IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
(OURO PRETO)
OBRAS QUE CONTAM A PAIXÃO DE
CRISTO
MESTRE ATAÍDE
“ASSUNÇÃO DE NOSSA
SENHORA”
PRAÇA MINAS GERAIS, EM MARIANA

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