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A Grécia Antiga:

O processo
Educativo

Fundamentos Históricos e Filosóficos da


Educação
Na Grécia clássica os reinos são isolados, mas há uma profunda unidade espiritual que dá origem a uma
civilização comum. Os gregos
Criaram a política,
Inventaram práticas pelas quais as decisões são tomadas a partir de
discussões de debates públicos.

A educação do cidadão se dá entre a educação do guerreiro e a do escriba.


III- Periodização da História da Grécia Antiga:
A Grécia na Antiguidade
Organização Histórica • Organização
• Período Pré- Filosófica
1. O período pré-socrático ou
Homérico cosmológico,
• Período Homérico 2. O período antropológico ou
Socrático que vai de Sócrates e os
Sofistas até Aristóteles e,
• Período Arcaico
3. O período helenístico Romano
• Período Clássico que vai dos grandes sistemas
cosmopolitas – epicurismo,
estoicismo, neoplatonismo e
• Período Helenístico ceticismo até o final do Império
Romano
Formação do homem grego, como os povos cretenses (ou
minóicos) e micênicos (povo aqueu). Homem grego foi o
• Período Pré- resultado da miscigenação dos palasgos (ocupação Neolítica)
com os indo-europeus (arianos): aqueus, eólios, jônios e

Homérico dórios.

É chamado de Homérico porque as principais fontes


• Período Homérico escritas sobre este período são a Ilíada e a Odisséia, obras
atribuídas ao poeta Homero. A Ilíada trata da Guerra de
Tróia; a Odisséia narra a volta do herói grego Ulisses
• Período Arcaico depois da conquista da cidade de Tróia.

Os genos perderam força, o que provocou a


segunda diáspora e, depois, a formação das
Pólis (cidades estados com autonomia total), como
• Período Clássico Esparta e Atenas.

• Período Helenístico
Patterfamilias divide as terras, favorecendo seus parentes mais próximos:
origem às desigualdades sociais e às pólis (cidades-estados).
O Ideal e a era pré-homérica

Os gregos, enalteceram a
razão como instrumento a
serviço do próprio homem.
Não se humilhavam diante
dos deuses. Glorificavam o
homem como ser mais
importante do universo.
A liberdade e o respeito
ao poder da razão são o
ideal constante, mesmo
quando este não se
realiza na vida concreta. 7
A Grécia 1.200 a 800
a.C., tem como
principais ocupações a
agricultura e o pastoreio,
algumas formas de
artesanato existe.

A religião era politeísta.


Zeus ocupava o primeiro
lugar na hierarquia como
o deus dos deuses.
Apolo era o deus do sol,
Athenas a deusa da
guerra e padroeira das
artes domésticas e
Hades, o deus do mundo
do além. (1) 8
A Educação no mundo Homérico
1.Formação do herói,
do guerreiro.
2.Uma educação que
se faz pelo exemplo,
3.A educação heróica
destinada aos
adolescentes
aristocráticos,
reunidos no palácio
do rei onde são
treinados para o
combate.
Existem Assembléias dos nobres e uma ética da
convivência pacifica, laboriosa e justa.
A educação de Telêmaco é da moderação, dos
limites, do respeito aos outros, das viagens. (2)
Homero, símbolo de identidade
cultural
Gregos homéricos – maioria de analfabetos;
O processo educativo tem como base a tradição oral.

A tradição concretiza-se na Ilíada e na Odisseia, escritas no século IX a.C.

Essas obras dominam o processo educativo, espalhando um ideal que


atravessa a cultura grega, para depois fazer parte do patrimônio romano.

Seus heróis servem de modelo para a juventude.

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Homero, símbolo de identidade
cultural
Aquiles – guerreiro idealizado será a personificação do povo
bélico;

Nestor – o modelo de experiência e da maturidade;

Agamenão- da liderança

Ulisses da oratória.

Aquiles e Ulisses serão modelos da verdadeira virtude, da


honra e superioridade no cumprimento do dever.

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Homero, símbolo de identidade cultural

A excelência - dota o
indivíduo de superioridade.
Ser o melhor, superar os
demais: esse é o ideal que
inspira o processo educativo;

O ensino formal nessa fase


parece não existir. O jovem
aristocrata era educado pelo
próprio pai, ou por alguém
delegado por este.

O conteúdo de ensino era a


eloquência, a retórica a
valentia e a arte militar;

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Período Pré-Socrático ou cosmológico, do final do
sec. VII ao final do século V a. C.
• Foi o primeiro passo da evolução da filosofia
grega. Os pré-socráticos, preocuparam-se com
os problemas cosmológicos, como a origem do
universo e da natureza e o destino destes.
• Serviram de base para o próximo período da
filosofia grega (período socrático).
• Os pré-socráticos misturavam conceitos
metafísicos com místico-religiosos,
diferentemente dos socráticos que buscavam
respostas para os problemas metafísico.
O processo educativo na cidade Estado :
esparta e a formação do guerreiro

O bem do Estado é valor supremo.

O processo educativo é estritamente controlado


pelas autoridades políticas, pois as crianças
nascem e são criadas para o Estado.

Conselho dos anciãos – inspeciona a criança ao


nascer;

Todo ensino destina-se a formar um soldado


indômito;

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O processo educativo na cidade Estado :
esparta e a formação do guerreiro

O jovem deve aprender a roubar; é meio de


desenvolvimento da astúcia, se for apanhado em
flagrante, será severamente castigado pela falta de
habilidade.

Castigo para qualquer falta é a flagelação com


chicote;

Prova do chicote;
Podia-se matar qualquer escravo com a finalidade de
se aprender a matar antes de ir ao campo de batalha.
O objetivo maior é embrutecer o jovem ao máximo.
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O processo educativo na cidade Estado :
Atenas a formação do homem livre

Só se conservava as crianças sadias e


robustas;

Aos 7 anos sob o cuidado de um pedagogo,


todo ateniense livre levava os filhos a 3 tipos
de escolas: palestra ou escola de ginástica,
música e de escrita.

Música – desenvolvimento do senso estético


e participação; ensinar a ser mais gentil,
gracioso, harmonioso e útil para a
coletividade.
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O processo educativo na cidade Estado :
Atenas a formação do homem livre

O Alfabeto - assume a feição fonética, cada símbolo


assumia um som;

O aluno primeiro copiava letras individuais, depois


combinava em sílabas e depois as palavras inteiras;

As leituras eram baseadas em poesias, fábulas e


contos;

Disciplina severa: jovem sem surras não era educado.


O magistério era considerada uma profissão servil,
indignas a homens livres. Bastava saber ler para
poder ensinar.
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Período Socrático ou antropológico

Em seu esforço para entender o mundo exterior, os


cosmologistas tinham criado os instrumentos da
razão. No entanto, os filósofos do final do século V e
todo o século IV a.C., abandonaram então o mundo
da natureza e consagraram-se a uma investigação
racional do indivíduo e da sociedade, isto é, quando
a Filosofia investiga as questões humanas, como a
ética, a política e as técnicas. Os principais filósofos
nesse período foram os sofistas, Sócrates e Platão.
Como consequência, a democracia, sendo direta e não por
eleição de representantes, garantia a todos a participação
no governo, e os que dele participavam tinham o direito de
exprimir, discutir e defender em público suas opiniões
sobre as decisões que a cidade deveria tomar. Surgia,
assim, a figura política do cidadão.
Ora, para conseguir que a
sua opinião fosse aceita nas
assembleias, o cidadão
precisava saber falar e ser
capaz de persuadir. Com
isso, uma mudança profunda
vai ocorrer na educação
grega, que passara do
padrão que o homem ideal
ou perfeito era o guerreiro
belo e bom para cidadão
político. Isto é, o ideal da
educação do Século de
Péricles é a formação do
cidadão.
OS SOFISTAS E O PROCESSO EDUCATIVO
 Capacidade de liderança pedagógica;
 Transmitir um novo tipo de sabedoria;
 Dar aos alunos as armas necessárias para a luta política e
prepará-lo para uma carreira na vida pública;
 Com o auxílio dos sofistas o jovem poderia alcançar o
novo ideal de excelência da capacidade persuadir e
manipular as massas, pois Atenas vive a nova
experiência política da democracia;
Protágoras, um sofista do século
V, dizia que “o homem é a medida
de todas as coisas”.
Assim, o bem e o mal, a verdade e
a falsidade são questões de critério
individual;
Não existem padrões universais que
se apliquem a todas as pessoas em
todas as épocas.
Protágoras é considerado o “pai dos
sofistas”, uma vez que seus
discípulos seguiam a sua frase
citada acima.
Górgias

Declara plena indiferença para com todo moralismo:


ensina ele a seus discípulos unicamente a arte de
vencer os adversários; que a causa seja justa ou
não, não lhe interessa.

A moral, portanto, – como norma universal de


conduta – é concebida pelos sofistas não como leis
racionais do agir humano, isto é, como a lei que
potencia profundamente a natureza humana, mas
como um empecilho que incomoda o homem.  

No Górgias de Platão, o filósofo sofista declara que a sua arte


produz a persuasão que nos move a crer sem saber, e não a
persuasão que nos instrui sobre as razões intrínsecas do
objeto em questão.
 Não existe verdade universal, tampouco normas morais
absolutas. A única verdade que interessa é a que serve as
necessidades do indivíduo, em termos de ideal prático.
 Só basta aprender aquilo que é necessário para se chegar ao
poder, do ponto de vista da eloquência e da ação.
 O uso certo e hábito da palavra ajuda a chegar ao poder.

Princípios Educativos dos Sofistas:


 Maior preocupação do homem, seus problemas e suas técnicas;
 Tudo passa a ser objeto de questionamento: costumes,
valores,instituições e modos de pensar;
 Exige-se um ensino relevante que leve o aluno ao poder
pessoal;
 A educação deve garantir vantagem política e o êxito dos
alunos nos assuntos políticos;
 Garantem proporcionar o ensino necessário para o alcance
do novo ideal;
 Educação ligada a palavra e a escrita e tende a formação do
homem como orador, marcado pelo princípio do
kalokagathos ( do belo e do bom) visando a gerar um
indivíduo em condição de excelência, que todavia não se
possui por natureza, mas adquire pelo estudo e pelo
empenho.
SÓCRATES (470-399 a.C.)

Filósofo Ateniense que passa ser


considerado como o “ mestre de todos”.
Condenado a morte por corromper as consciências com
seu diálogo.
Princípios e Concepções:
 Formação Humanas- Maiêutica (trazer para fora),
diálogo( mestre- daimon interior).
 Acredita que a competência técnica que desconhece
toda a preocupação com o conteúdo moral do processo
educativo só pode levar a tragédia pessoal e a
desintegração da sociedade.
 A pedagogia da consciência individual;

 Formação do aluno depende do desenvolvimento da


virtude que poder ser ensinada,pois resulta da reflexão e
cuidadosa análise das diversas alternativas.
Sócrates se opõe aos sofistas:
O conhecimento não pode ser instrumentalizado como
meio de acesso ao poder político, mas sim, deve servir
para alcançar a verdade que liberta o homem.
A sociedade e o homem estarão condenados a extinção se
só perseguirem seus interesses pessoais e os valores
particulares.
O homem só comete atos imorais quando não compreende
o caminho certo da ação. É inconcebível que aquele que
conhece os valores morais possa agir em sentido
contrário.
O processo educativo consiste numa contínua dialética de
questionamento em que o mestres por via da
interrogação, leva o aluno a reconhecer que as primeiras
impressões baseadas no superficial são insuficiente e
não lhe proporciona o conhecimento dos valores
eternos.

CONHECE-TE A TI MESMO
PRINCÍPIOS EDUCATIVOS:
Tipos de Paidéia;
 Socrática- formação da alma individual;
 Reconhecimento da espiritualidade da alma e da sua identidade
contemplativa.
 Política- ligada aos papéis sociais dos indivíduos.
 A “ cidade humoroza”- rica desenvolvida.
 Educação com fins práticos: formação do aluno para a vida sócio-
política.
 O aluno deve ser orientado em direção ao universal (mundo das
idéias), só o conhecimento abre acesso a ciência, que em contraste
com a opinião, está centrada no mundo material- fonte de erros e
decepções.
 A dialética: perfeição do homem e do Estado. Estado;
finalidade de formular e executar o processo educativo.
Formar o bom cidadão.
PLATÃO

(427 a.C. - 347 a.C.)
Filho de Aristão tinha como ancestral o
rei Codros. Inicialmente, Platão
entusiasmou-se com a filosofia de
Crátilo, um seguidor de Heráclito. No
entanto, por volta dos 20 anos,
encontrou o filósofo Sócrates e tornou-
se seu discípulo até a morte deste.
• Conhecer é diferente de se iludir. Existe
diferentes maneiras de conhecer os
graus do conhecimento:

• Crença/
Conhecimento sensorial
Sensível
• Opinião /
aceitação do
que nos
ensinam
• Raciocínio - Conhecimento
Idéias inteligível
Dialética
• Consiste em trabalhar expondo e
examinando teses contrárias
sobre um mesmo assunto ou
sobre a mesma coisa, de maneira
a descobrir qual das teses é falsa
e deve ser abandonada e qual é a
verdadeira e deve ser
conservada.
PROCESSO EDUCATIVO:

 Visar a disciplina de caráter, através do estudo da


música; saúde por meio da Ginástica.
 Formar o cidadão ideal para a cidade ideal. Sociedade
Ideal: fundamentada na ordem natural do universo,
prima pela disciplina e harmonia.
 GUARDIÃO: o que deve exercer liderança e garantir a
subsistência do Estado na sua forma ideal.
 Os tipos de educação seja do guardião, artesão e
guerreiros(pouco explicito em suas obras) será com
base no talento, na capacidade natural.
 A educação deve seguir a natureza humana: partir do
simples para o complexo- desejo, espírito e razão.
 A educação não deve ter como base a coerção, o homem
livre não deve ser obrigado a aprender sob pressão.
 A educação deve despertar por meio da memória aquilo
que o aluno já possui.
 Exclui a importância da retórica, pois o governante sábio
não governa pela eloquência das palavras, mas pela idéia
do bem.
 Platão foi o primeiro a sistematizar o processo educativo
em termos de teoria educacional com bases filosóficas.
FASES DO PROCESSO EDUCATIVO
1ª Fase:
 Desenvolvimento do corpo e do senso de excelência
(superação dos obstáculos- Homero).
2ª Fase:
 Formação para a dialética: estudo da aritmética e
geometria.
 17-18 anos- treinamento físico e militar. Duração de 2
anos. Objetivo: formar a auto-disciplina para o
desenvolvimento do caráter onde predomina
moderação e harmonia.
3ª Fase:
 20 anos- Estudo da matemática. Duração de 10 anos,
aritmética, geometria sólida e plana, astronomia e
harmonia.
 35 anos- o aluno deve em condições de vislumbrar a
verdade. Matemática e Dialética- uso da governo.
 50 anos- o guardião está apto para o governo.
 Menina : recebe a mesma formação.
ARISTÓTELES
(354-322 a. C.)
Formado na Academia de Platão,
segue os ideais pedagógicos - disciplina
formadora da alma.
Principais Aspectos de sua Filosofia e de seus Princípios
Educativos:
 O Homem é um animal político, nasce para a cidadania;
 A Felicidade deve ser conquistada dentro de uma
coletividade social;
Dever do Estado: educação como primeira responsabilidade;

A razão é o que distingue os homens dos demais animais; por isso o homem
é um animal racional;

O caminho que leva o homem a excelência intelectual e moral é a educação;

A atividade educativa deve ser dirigida com objetivos e finalidade;


O homem aprendem algumas coisas por hábito outras por instrução.

ETAPAS DO PROCESSO EDUCATIVO ARISTOTÉLICO

O processo educativo deve ser uniforme, o mesmo para todos, sem considerar
as diferenças individuais. Assim será garantida uma uniforme formação para a
cidadania.
Cinco etapas educativas:
1.De 0 a 5 anos- exercícios leves. Influências ambientais
devem ser reguladas. Não existe nessa etapa estudo
sistematizado.
2.De 5-7 anos lar paterno, família mais importante no
processo educativo.
3.Até a puberdade- ginástica-estimular o crescimento do
corpo. Controle dos impulsos naturais.
4. De 14-18 anos –escola oficial do Estado: ginástica,leitura
e escrita, aritmética,desenho e música. Objetivo: formar
o cidadão, o caráter, utilidade econômica;
5. De 18-25 anos : treinamento físico severo, serviço
militar.
Isócrates
Contemporâneo de
Platão - na política
percebia ser este um
saber prático e também
criticava os sofistas;
Acredita-se que o texto
“Contra os sofistas”, foi
um manifesto em forma
de panfletos, escrito
para divulgar sua
escola;
Crítica de Isócrates aos Sofistas
• Cobrança para ensinar a temperança e a justiça;
• Para Isócrates não existe uma arte (tecne) capaz de incutir
estes valores naqueles que não fossem naturalmente
inclinados para a virtude (areté)
• Criticava os que utilizavam as técnicas da retórica para
vencerem uma discussão e calarem os adversários, pois
dizem procurar a verdade, mas os ensinamentos apenas
proferem mentiras;
• Censura os “mestres da retórica” que prometem ensinar os
discursos políticos. Para ele no campo da política só há
opinião.
• Critica esses mestres por não considerarem a experiência e
a natureza dos seus discípulos, pois estes acreditam que
fórmulas prontas transformavam seus discípulos em
excelentes oradores;
Pensamento Isocrático
• O poder do discurso surgem em homens de “ótima
natureza” e “treinados na experiência”;
• A educação tem a função de tornar esses homens
mais hábeis tecnicamente e mais preparados para
a investigação, pois assim tornam-se capazes de
assimilar prontamente aquilo eu encontrariam por
acaso;
• A relação entre o discípulo e o mestre: o mestre
deve ser capaz de apresentar os ensinamentos
detalhadamente e também se apresentar como um
modelo a ser seguido. O aluno deve imitar seu
mestre e exercitar o discurso pela prática;
O Pensamento Isocrático
• O belo discurso é oportuno,
conveniente e novo;
• A Filosofia tem como função ajudar as
pessoas a entenderem os problemas
éticos e políticos mais claramente,
aliada a retórica, permitiria que elas
expressassem suas opiniões com
maior zelo pelo discurso.
O Helenismo e a Educação
O Helenismo e a Educação
• O Ideal de uma só cultura que abarcasse todo mundo
ocidental;

• Ideal que se faz presente no Império Romano

• A cultura de Atenas seguirá as armas de Alexandre


através do Mediterrâneo ocidental para alcançar a
Ásia menor, a Síria a Palestina e o Egito. Atenas
permanece como a cidade educacional do mundo
civilizado, cidade na qual outras cidades vão buscar,
incluindo Roma do sustento cultural;
Helenismo e a Educação
O Helenismo representa a fase final no desenvolvimento de
séculos de especulação filosófica, de atividade estética, de
experiências e experimentações sociais e políticas;

Alexandria (332 a.C.) -


Fundada por Alexandre
processo de expansão, se
torna outro centro cultural;

Suas escolas são de suma


importância na cultura
ocidental.
Helenismo e Educação
Moseioun – construído pra ser o centro cultural, se
tornou a maior instituição educacional do mundo;

Servia de internato ou
residência, era um
local de encontro dos
sábios do mundo
inteiro;
Antes a educação se
dava pela tradição
oral.
Dele vem a primeira
edição crítica de
Homero.
Helenismo e a Educação
• A partir da fundação do Moseion, a Astronomia e a
Geometria ganham destaque entre os estudos;

• Euclides de Siracusa, compõe obras científicas como


o tratado astronômico Fenomena, assim como
Elementos de Geometria;

• Também é elaborado no Monseion, o primeiro mapa


com bases científicas, obra de Erastótenes.

• Segue-se o Método empírico-indutivo, com o objetivo


de buscar uma maior compreensão do mundo físico.
• A orientação geral é procurar separar a ciência da
filosofia;
Helenismo e a Educação
A retórica, resistindo a posição de Aristóteles, será aceita
sob a condição de se reconhecerem suas limitações, pois
esta não se trata de uma ciência demonstrativa;

No Moseion, elabora-se a
forma definitiva do processo
educativo grego. Do Século II
a. C. até o II ou III d. C, este
modelo será adaptado com
variações, pelos romanos e
por educadores cristãos.
Helenismo e Educação
O modelo base da educação Grega é a de Sócrates, Platão e
Aristóteles. Esse modelo compreende cinco etapas:
O Lar
A escola Elementar e gramatical (filhos dos cidadãos. Os pais tinham a
obrigação de enviar seus filhos a escola)
O Serviço Efebico (está sob a responsabilidade do Estado, exigia a
palestra como local especializado em atividades físicas localizados em
prédios públicos)
O Ensino superior (Retórica e a Filosofia - locais alugados por
mestres individuais, privado)

O amadurecimento natural determina a duração de cada etapa, porém


o modelo de base é:
Escola Elementar (7 aos 14 anos)
Escola Gramatical ( 14 aos 18 anos)
• Mãe, babá e tutores
• Não é eficiente que a criança permaneça como nasceu, nem no
corpo nem na alma. Devemos a educação e a disciplina nos quais
0 aos 7 anos os bons traços podem ser melhorados e os maus alterados.

• Meninos (algumas vezes menina) sob cuidados dos mestres em


gramática;
• Ensina-se a ler, escrever e calcular. Gramática e retórica, lógica,
Educação processos indutivos da geometria euclidiana
Elementar e • O aluno é cobrado a aprender de memória seleções literárias e
gramática análise do estilo do autor;

• Segue os modelos de Atenas, embora Alexandre e Felipe tenham


dado feições profissionais; Não há exército de amadores
• Cultiva-se nos trações de caráter e nas funções sociais
Efebia
Helenismo e a Educação
• A missão histórica das escolas no
período helenista consistia em
preservar, perpetuar e transmitir o
conhecimento da paideia.
• A tarefa de salvaguardar a paideia é das
escolas, enquanto únicas agências
organizadas para cumprir tal tarefa.
EDUCAÇÃO NA ROMA
ANTIGA
• O Expansionismo romano
− Ocorre em 300 anos
− 510 a.C. oligarquia aristocrata expulsa o último monarca,
Tarquino, e é fundada a República (509 a.C);
− Tem como uma das características:
• Estado militar
• Sociedade classista (patrícios), composta por latifundiários e
aristocratas, detendo toda a riqueza. Plebeus são os agricultores,
comerciantes e artesãos.
• Polarização das classes e a guerra civil conduz a organização da lei
das 12 tábuas (Direito ancestral) e do Direito de Hortêncio.
• Guerra e agricultura são as principais ocupações da maioria dos
romanos;
• O sistema de escrita era exclusivo pra copiar leis, tratados, orações e
inscrições funerárias.
• Religião
− Não existia conteúdo com
forte preocupação com vida
além, ou com temas éticos; a
relação de homens e deuses era
de ordem externa, seguindo a
linha de vantagens mútuas;
− Existia influencia grega nos
deuses romanos;
− A moral romana equipara-se
com o patriotismo. Dizia
respeito a autoridade e a
tradição, a reverência para com
os antepassados e o dever com
a pátria e a família.
Característica do processo educativo
Finalidade: formação dos filhos
para serem úteis a pátria. Eles
devem ser instruídos no que diz
respeito aos costumes e a tradição
do Estado Romano.

Ideal Educativo: orienta-se na lei e


na ordem, no dever com o Estado,
nas tradições com os ancestrais e a
dignidade auto-suficiente.

Excelência romana: força viril,


resultando em um povo orgulhoso
e em algumas vezes cruel.
Educação familiar em Roma
• Pai desempenha as funções de sacerdote e magistrado na
família.
− Seu poder é absoluto.
− Tem como papel manter a coesão familiar, sendo o elo entre os
deuses da lareira e os espíritos dos antepassados, que conforme as
tradições ainda se interessavam pelos seus descendentes;
− A família é a instituição mais significante na sociedade romana, e o
principal agente educacional;
− A principal finalidade da educação familiar é a formação do caráter
moral;
− As escolas formais desempenham um papel de menor relevância
em comparação com o lar;
− Na família se aprendia: condutas, virtudes, obrigações sociais, ou
piedade romana.
Educação familiar romana
• A educação é obrigação compartilhada pelos pais: cabe
ao pai dar a disciplina severa e autoritária;
• Mãe: mais mansa e suave, deve ensinar sobre a
educação moral;
• Aos 8 dias de nascido, o filho é inspecionado para ver
se merece viver ou não. Sendo aprovado, a família
festeja a ocasião com cerimônia religiosa, dando nome
ao filho;
• A partir do nome é que a família assume a tarefa de
cuidar da criança, educando-a para o cumprimento da
futura tarefa de assumir os deveres de cidadão
Educação familiar romana
• a mãe e babá são responsáveis pela formação sobre as
divindades ancestrais, a obediência ao pai e as leis, e a
se tornar um guerreiro temido e um cidadão leal;
• O elemento fundamental de todo o processo educativo
são as tradições, e a criança pode observar tais
elementos na vida do dia-a-dia;
• O pai exemplifica as qualidade que deseja ver no filho,
o homem bom e piedoso, um homem cumpridor dos
deveres, o patriota, o homem virtuoso, sério e prudente.
• Os jovens devem observar nos mais velhos essas
condutas. Aos 16 anos ele passa pelo rito de iniciação
que simboliza a entrada para vida adulta. É entregue a
toga virilis e a confirmação do nome publicamente.
Educação familiar em Roma
• A educação é entregue a um parente ou amigo no período da
juventude, para que ensine ao jovem a arte da guerra e a
agricultura.
− Ginástica, manejo de armas, leitura e escrita, história da pátria;
− Educação física: prepara o jovem para a vida militar, era realizada em
um campo público; Luta livre, natação, corrida, equitação, caça;
− Leitura e escrita: feito em casa, baseava-se na transmissão oral de
hinos religiosos, cantos militares e épicos patriotas;
• O pai ensina o filho com objetivo moral, e não intelectual,
prático e não literário, com a finalidade de formar o soldado
aristocrata.
Com a conquista da Grécia, os escravos levam elementos da
cultura grega: filosofia, artes, retorica, gramática.
Gregos x Romanos
• O estilo de vida grego que invade Roma, leva a alguns
romanos a entrarem em “crise”.
• Sem mestres formados, como permanecer mantendo a cultura
romana?
• A língua grega tornou-se moda, transformando Roma em uma
cidade bilíngue;
• Abrem-se escolas destinados ao ensino literário;
• Os membros da aristocracia compentem entre si na busca de
comprar escravos gregos, para serem tutores de seus filhos;
• Escolas formais de retórica são fundadas, assim como o ensino
de leitura e escrita. Elas se limitavam aos filhos da aristocracia.
Escolas Formais Romanas
• Não havia separação entre escolas primárias e secundárias
e o ensino superior era ministrado por mestres particulares;
• A linga grega, lógica, gramática, retórica, arte, música e
geometria são indispensáveis na formação do romano.
• Astronomia, medicina, arquitetura Dialética, passam a ser
parte do currículo;
• Mulheres passaram a ter tutores para aprender a falar o
grego, chega-se a importar bibliotecas inteiras.
• A pessoa culta era a que se preparava para a vida prática,
seguindo a cultura helênica.
Roma e a Educação

Organização do ensino

Currículo: gramática,
filologia e Retórica;

Século II – Retórica aparece


principalmente com
finalidades jurídicas, no
fórum ou no senado;
Programa de Estudos romanos
Parte I Prática, aplicação
Leitura e escrita do na vida cotidiana
grego e do latim.

Parte II
Gramática, filologia e
literatura

Parte III
Nível superior
Retórica, dialética e
filosofia
Característica Educativas em Roma
Após a influência grega

O Pedagogo romano, não tinha o papel


de instruir, mas apenas de ser um
cuidador, censor moral, um guardião. O
caráter do pedagogo era requisito de
escolha;

Os alunos do Superior
reuniam-se em salas
Os mestres precisavam providenciar
espaçosas providas de suas próprias instalações. As
bancos e com uma tabernas ou barracas erguidas
cátedra para o mestre próximo a parede de prédios, ou
mesmo ao ar livre.
A Educação do cidadão orador: Marco
Tulio Cicero (106-43 a.C)

Importante orador e
estadista romano, Contribuições: Aproximar a
influenciado pelos retórica e a filosofia
ensinamentos de Platão e
dos estóicos. Elabora o primeiro escrito
sobre a educação romana,
Recuperado conceito de tornando-se autoridade
Platão sobre alma imortal e sobre a educação.
incorpórea;
Alma: memoria, criatividade,
atenção e sabedoria.
Marco Túlio Cícero Ideal de formação:
O Estado sadio depende formação para a ação
do fortalecimento do e para a vida real;
espírito publico, e estes,
dependem de cidadãos
Rejeita o ginásio
bem formados,
fortalecidos no caráter devido a aversão que
moral, no homem puro e tem dos exercícios
de espírito e corpo fortes, com alunos nus. Isto
repletos de sentimentos favorecia a pederastia
de justiça. e inversão sexual;
Sobre o orador: pressupostos
• A vida pública é boa, exige competência e
treino;
• A retórica é um instrumento importante para a
vida pública (facilidade para usar a palavra,
capacidade de trabalhar as ideias, apresentar
ideias com clareza)
• Preocupava-se com a formação das qualidades
mentais e físicas;
• Métodos de ensino: memorização e repetição;
• Castigo: parte do processo educativo
Educação: Quintiliano (35-95 a. C)
• Espanhol
• Conhecido como
Professor de Retórica;
• Primeiro professor pago
pelo estado (Império de
Vespasiano);
• Ensinou Retórica por 2
décadas;
• Autor de De Institutione
Oratoria: tratado de
educação intelectual e
moral
Pressupostos teóricos
Segue a tradição retórica grega de Isócrates, tal como
Cícero.
Objetivo: formação do homem bom, hábil no uso da palavra;
Aluno deveria possuir excelência moral inata, sem defeitos
de caráter, podendo ser moldado através de uma disciplina
e educação profunda.

Quintiliano se opõe ao estudo particular, e defende que a


criança frequente a escola o mais cedo possível;
O mestre: deve obter caráter e ciência, pois acreditava que
ele poderia influenciar em todo o desenvolvimento do aluno.
• Alertava para a necessidade de
identificação dos talentos naturais dos
alunos (caráter e capacidades);
• O professor é o responsável por essa
identificação, respeitando as diferenças
entre seus alunos e ensinando a partir
do grau e complexidade de tarefas que
elas são capazes;
• A memória era considerada como peça
chave no processo educativo;
De Institutione Oratoria
• Obra composta de 12 volumes, tem como objetivo a
formação do orador;
• Propor a exposição pormenorizada dos objetivos da
educação, dos programas e das metodologias a serem
adotadas.
• Volume I – educação familiar e na casa do mestre de
gramática. Após 16 anos, o professor de retórica assume
a educação.
• Volume II - sobre o ensino de retórica
De Institutione Oratoria
Volume IX –
Importância da
memória e da ação;
Volume III a VII - estudo dos
gêneros demonstrativo, Volume XII –
deliberativo, judiciário,
Condições
narração, argumentação,
entre outros. necessárias ao
Volume VIII a X - ensino da futuro orador
eloquência, diferentes
arranjos de palavras e ritmos
oratórios;

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