RILHARY VITOR HUGO WENDEL O QUE FOI A RIO+10? A Rio+10, Rio Mais 10 ou Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, foi um evento de alto nível organizado (reunindo líderes mundiais, cidadãos engajados, agências das Nações Unidas, instituições financeiras multilaterais e outros importantes atores) pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir sobre as questões ambientais. A Conferência aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul, entre os dias 26 de agosto a 4 de setembro de 2002. O evento ficou mais conhecido por Rio+10 porque aconteceu 10 anos após a Rio-92. O QUE ELA FAZ? A Declaração sobre Ambiente Humano, também conhecida como Declaração de Estocolmo, estabelece princípios para várias questões ambientais internacionais, incluindo os direitos humanos, gestão de recursos naturais, prevenção da poluição e da relação entre ambiente e desenvolvimento. A conferência também levou à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O Relatório Brundtland criado por Gro Harlem Brundtland, a pioneira do desenvolvimento sustentável, deu impulso à primeira Cúpula da Terra, em 1992, que também foi dirigida por Maurice Strong, que foi um proeminente membro da Comissão de Brundtland, bem como da Agenda 21. OBJETIVOS O objetivo da Rio+10 foi avaliar o progresso dos acordos estabelecidos na Rio-92, a partir da Agenda 21. A intenção era discutir o que havia sido realizado até o momento e renovar os compromisso firmado entre os países. No caso, tratava-se de um encontro para avaliar a mudança global desde a histórica Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (também conhecida como a Cúpula da Terra, ou Rio-92). A Rio+10 contou com líderes de 189 países, além de centenas de Organizações não Governamentais (ONGs) e representantes da sociedade civil. AGENDA 21 A agenda do Rio enfocou a procura de meios de cooperação entre as nações para lidar com problemas ambientais globais como poluição, mudança climática, destruição da camada de ozônio, uso e gestão dos recursos marinhos e de água doce, desmatamento, desertificação e degradação do solo, resíduos perigosos, e a perda da diversidade biológica. A conferência culminou na elaboração da Agenda 21, um programa pioneiro de ação internacional sobre questões ambientais e desenvolvimentistas, voltado à cooperação internacional e ao desenvolvimento de políticas para o século XXI. Suas recomendações incluíram novas formas de educação, preservação de recursos naturais e participação no planejamento de uma economia sustentável. RESULTADOS Pode-se dizer que os resultados alcançados na Rio+10 não foram tão animadores. Muitos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, mostraram-se resistentes em participar de metas mais ambiciosas para a redução da emissão de gases poluentes. Isso porque tal redução pode comprometer a atividade de indústrias e a economia. Nessa época, muitos países desenvolvidos ainda não tinham assinado o Protocolo de Kyoto. Um dos documentos produzidos durante a Rio+10 foi a Declaração de Joanesburgo. Nele, as nações reafirmam o seu compromisso com as metas da Agenda 21 e no alcance do desenvolvimento sustentável. Porém, um das críticas ao documento é que ele não estabeleceu metas ou prazos. Para alguns ambientalistas, essa questão tornou a Rio+10 vaga em seus resultados e dificultando a cobrança do acordo firmado entre os países. Por fim, os resultados da Rio+10 não corresponderam as expectativas de um evento internacional para discutir os avanços e desafios do desenvolvimento sustentável. Rio +20 O Rio Mais 20, Rio 20, Rio+20 ou Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (CNUDS) é um evento de sustentabilidade o qual retoma, após 20 anos, diversos temas que foram explorados durante o evento Eco-92. Considerado um dos maiores eventos organizados pela ONU, o Rio+20 ocorreu entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 em diversas partes da cidade do Rio de Janeiro. Os principais temas abordados foram: desenvolvimento sustentável, economia verde, inclusão social e pobreza. Um dos primeiros passos para alertar sobre os problemas da degradação ambiental ocorreu em Estocolmo (Suécia) chamado de Conferência de Estocolmo realizada em 16 de junho de 1972. Essa foi considerada a primeira conferência mundial sobre o meio ambiente. Vinte anos após esse evento, em junho de 1992, foi sediada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, na cidade do Rio de Janeiro. Esta tinha o mesmo propósito, retomando alguns temas, como o efeito estufa, desmatamento, contaminação das águas, dentre outros. No encontro, figuras importantes de diversos países estavam presentes desde Chefes de Estado, Ministros e outras personalidades dos países membros. No total, o evento reuniu cerca de 3000 participantes. Essa parceria global em torno dos temas ambientais foi possível mediante a cooperação entre os Estados. Sobre esse tema, não devemos esquecer do Protocolo de Kyoto assinado na cidade de Kyoto, no Japão, em 1997 por diversos países do mundo. Com o mesmo propósito ambiental que a ECO-92, esse tratado internacional alertou para os problemas do efeito estufa e o aquecimento global no planeta. OBJETIVOS Além de discutir temas em torno das questões ambientais, o evento teve como objetivos fortalecer e assegurar o desenvolvimento sustentável entre os países envolvidos. Ademais, o tema da economia verde foi um dos principais objetivos da conferência. O evento contou com a participação de mais de 180 países do mundo integrantes da ONU (Organização das Nações Unidas), bem como da presença de Chefes de Estado, de Governo e ainda, dos principais organismos internacionais. RESULTADOS Embora tenha sido construído com a união de diversos países que se propuseram a cooperar visando uma sociedade mais justa e sustentável para todos, os resultados coletados após o evento demostraram o contrário. No entanto, diversos acordos e ações foram estabelecidas entre os países participantes de forma que os temas abordados geraram sucessos efetivos (diminuição de gases poluentes, aquecimento global, efeito estufa, ações de inclusão, etc.) e até hoje seguem sendo desafios que podem ser conquistados nas próximas décadas. PROTOCOLO DE KYOTO O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional assinado por muitos países no ano de 1997 na cidade de Kyoto, no Japão; com a finalidade de alertar para o aumento do efeito estufa e do aquecimento global caracterizado, em grande parte, pelo volume de gases lançados na atmosfera, sendo o principal deles o dióxido de carbono (CO2). Assim, o acordo possui diretrizes e propostas para amenizar o impacto dos problemas ambientais, por exemplo, das mudanças climáticas do planeta terra. Dessa maneira, os países que assinaram tal documento se comprometeram a reduzir a emissão de gases em aproximadamente 5%. Vale lembrar que o Protocolo de Kyoto somente entrou em vigor no ano de 2005 (com adesão da Rússia) e no tocante aos países signatários são divididas nas categorias: ● Países que assinaram e ratificaram o Protocolo: Brasil, Argentina, Peru, Tanzânia, Austrália, alguns países da União Europeia, etc. ● Países que assinaram e não ratificaram o Protocolo: Estados Unidos, Croácia, Cazaquistão, etc. ● Países que não assinaram e não ratificaram o Protocolo: Vaticano, Andorra, Afeganistão, Taiwan, Timor-Leste, etc. ● Países que não assumiram nenhuma posição no Protocolo: Mauritânia, Somália, etc. FIM