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O BALANÇO DE ENERGIA

Geografia Física do Brasil


UFRN - Prof. Marcelo Chaves
Princípios Básicos de Energia
 A energia solar que aquece a atmosfera e a superfície terrestre é distribuída
de forma desigual por latitude e varia sazonalmente.
 TRANSMISSÃO: refere-se à passagem de energia em ondas curtas e longas através
da atmosfera ou da água. Nosso balanço e energia atmosférica compreende entradas
de radiação em ondas curtas (no comprimento das ondas de luz ultravioleta, luz
visível e infravermelho próximo) e saídas de radiação em ondas longas
(infravermelho termal), que passam através da atmosfera por transmissão.

 ENTRADA DE INSOLAÇÃO: Insolação é a única entrada de energia que


impulsiona o sistema Terra-Atmosfera.

 ESPALHAMENTO (radiação difusa): conforme a insolação viaja em direção a


superfície, encontra uma densidade crescente de gases atmosféricos. Gases
atmosféricos e poeira interagem fisicamente com a insolação. As moléculas de gás
redirecionam a radiação, mudando a direção do movimento da luz sem alterar seus
comprimentos de onda. O ESPALHAMENTO descreve esse fenômeno e representa
7% da refletividade da Terra (ou albedo). Partículas de poeira, poluentes, gelo,
gotículas de nuvens e vapor d`água produzem ainda mais espalhamento.
 A insolação diminui em direção aos polos;
 A duração do dia e a altura solar máxima produzem valores anuais
médios de 180-220 W/m2 nas latitudes equatoriais e tropicais;
 Insolações maiores que essa ocorrem nos desertos de baixa latitude no
mundo inteiro em função da frequente ausência de nuvens;
 Você já se perguntou por que o céu da Terra é azul? E por que o pôr do sol e o
amanhecer geralmente são avermelhados?
 Essas perguntas simples têm uma explicação interessante, baseada em um princípio
conhecido por espalhamento de Rayleigh (em homenagem ao físico Inglês Lord
Rayleigh, 1881).
 Esse princípio relaciona o comprimento de onda com o tamanho de moléculas e
partículas que causam o espalhamento.
 A regra é: quanto menor o comprimento de onda, maior é o espalhamento, e quanto
maior o comprimento de onda, menor é o espalhamento.
 Pequenas moléculas de gás no ar espalham comprimentos de onda menores de luz.
Logo, os comprimentos de onda menores de luz visível – azuis e violetas – se
dispersam mais e dominam a baixa atmosfera. E como há mais comprimentos de
onda azul do que violeta na luz solar, predominam um céu azul.
 Um céu repleto de poluição e névoa parece quase branco porque as partículas
maiores associadas à poluição do ar agem para espalhar todos os comprimentos de
onda da luz visível.
 O ângulo dos raios solares determina a espessura da atmosfera pela qual eles devem
passar para atingir a superfície. Portanto, os raios no zênite (sobre a cabeça) sofrem
menos espalhamento e absorção do que raios baixos com ângulos oblíquos que devem
percorrer distâncias maiores pela atmosfera. Uma baixa altura solar promove um
maior espalhamento de comprimento de onda mais curtos, deixando que apenas
laranjas e vermelhos residuais cheguem ao observador no nascer e no pôr do sol.
 REFRAÇÃO: Conforme a insolação entra na atmosfera, ela passa de um meio para
outro, do espaço virtualmente vazio para a atmosfera, ou do ar para a água. Essa
transição sujeita a insolação a uma mudança de velocidade, que também altera sua
direção, uma ação de desvio chamada de refração.
 Da mesma forma, um cristal ou prisma refrata a luz que passa por ele, desviando
comprimentos de onda diferentes em ângulos distintos, separando a luz em suas cores
componentes para exibir o espectro. Cria-se o arco-íris quando a luz visível passa por
uma infinidade de gotas de chuva e é refratada e refletida em direção ao observador em
uma ângulo preciso.
 Outro exemplo de refração é a miragem, uma imagem que parece próxima ao horizonte,
onde as ondas de luz são refratadas por camadas de ar e temperaturas diferentes em um
dia quente. A distorção atmosférica do pôr do sol também é um produto de refração – a
luz do sol baixa no céu deve atravessar mais ar do que quando o sol está alto; ela é
refratada através de camadas de ar de densidades diferentes em seu caminho ao
observador.
 Uma função interessante da refração é que ela adiciona aproximadamente 8 minutos de
luz do dia que não teríamos se a Terra não tivesse atmosfera. A luz solar refrata em sua
passagem do espaço para a atmosfera e, então, ao nascer, veremos a imagem do Sol
cerca de 4 minutos. Até hoje, a ciência não pode prever a hora exata do nascer ou do
pôr do sol visível devido ao grau de refração, que varia com a temperatura atmosférica,
a umidade e os poluentes.
 REFLEXÃO: uma parte da energia incidente volta diretamente para o espaço sem
ser absorvida ou realizar algum trabalho – esse é o processo de reflexão.

 ALBEDO: é a qualidade reflexiva, ou brilho intrínseco, de uma superfície. Ele exerce


um importante controle sobre a quantidade de insolação que está disponível para
absorção por uma superfície. O albedo é definido pela porcentagem de insolação que
é refletida (0% é absorção total e 100% é refletida total).
 NUVENS, AEROSSÓIS e ALBEDO ATMOSFÉRICO: um fator imprevisível no
balanço de energia troposférica e, portanto, no refinamento dos modelos climáticos,
é o papel das nuvens. As nuvens refletem a insolação e, desta forma, resfriam a
superfície terrestre. O termo forçante albedo das nuvens é um aumento de albedo
causado por nuvens. Ainda assim, as nuvens agem como isolante, aprisionando a
radiação em ondas longas da Terra e aumentando as temperaturas mínimas.
Forçamento do efeito estufa das nuvens é um aumento no aquecimento do efeito
estufa causado por nuvens. Como exemplo temos uma erupção vulcânica, que pode
causar um aumento do albedo atmosférico, e produzir um resfriamento terrestre
global temporário. Outro exemplo, é a industrialização, que através de sua poluição
por gases como sulfato, dióxido de enxofre, cinzas, fuligem, entre outros. Esta
poluição causa aquecimento atmosférico por meio da absorção pelos poluentes e um
resfriamento da superfície mediante a redução da insolação que atinge as superfícies
terrestres e d`água.
 ABSORÇÃO: é a assimilação da radiação por moléculas de matéria e sua
conversão de uma forma de energia para outra. A insolação, tanto direta
quanto difusa, que não pertence aos 31% refletidos da superfície terrestre
e atmosfera é absorvida. Ela é convertida em radiação de ondas longas
ou em energia química pelas plantas na fotossíntese. A temperatura da
superfície de absorção é aumentada no processo, e superfícies mais
quentes irradiam mais energia total em comprimentos de onda mais
curtos – logo, quanto mais quente a superfície, menores são os
comprimentos de onda emitidos por ela. Além da absorção por superfícies
terrestres e líquidas (cerca de 45% da insolação de entrada), a absorção
também ocorre nos gases atmosféricos, na poeira, nas nuvens e no ozônio
estratosférico (aproximadamente 24% da insolação de entrada).
 CONDUÇÃO: é a transferência de molécula para molécula de energia
térmica à medida que ela se difunde por uma substância. Conforme as
moléculas aquecem, sua vibração aumenta, causando colisões que
produzem movimento em moléculas vizinhas, transferindo calor de
materiais mais quentes para mais frios.
 CONVECÇÃO: gases e líquidos também transferem energia por movimentos
chamados de convecção quando a mistura física envolve um forte movimento
vertical.

 ADVECÇÃO: quando o movimento horizontal é dominante, aplica-se o termo


advecção. Na atmosfera ou nos corpos líquidos, massas mais quentes (menos
densas) tendem a subir, e massas mais frias (mais densas) tendem a descer,
estabelecendo padrões de convecção. O calor sensível se transporta fisicamente
pelo meio dessa forma.
Na geografia física há muitos exemplos de cada mecanismo de
transferência física:
 Condução: balanços de energia de superfície, diferenças de
temperaturas entre corpos terrestres e aquáticos e entre
superfícies mais claras e mais escuras, o aquecimento de
superfícies e o ar sobrejacente, e temperaturas do solo;
 Convecção: circulação atmosférica e oceânica, movimentos de
massas de ar e sistemas meteorológicos, movimentos no
interior profundo da Terra que produzem um campo
magnético, e movimentos da crosta terrestre;
 Advecção: movimento horizontal de ventos da terra para o
mar e da volta para a terra, neblina que se forma e migra para
outra área, e movimentos de massas de ar de regiões de
origem.
BALANÇO DE ENERGIA NA TROPOSFERA
 O balanço de energia no sistema Terra-Atmosfera naturalmente se
ajusta em um equilíbrio de estado estacionário. A atmosfera e a
superfície, com o tempo, irradiam energia em ondas longas de volta
para o espaço, e essa energia, junto com a energia refletida em ondas
curtas, equivale à entrada solar inicial.
 Para entender os efeitos reais sobre o balanço de energia da atmosfera,
devemos considerar a transmissão de radiação de ondas curtas e longas
e o tipo de nuvem.
 A figura 4.10a retrata o forçamento pelo efeito estufa das nuvens
causado por nuvens altas (aquecimento, porque o efeito estufa excede
os efeitos do albedo).
 A figura 4.10b mostra o forçamento pelo albedo das nuvens produzido
por nuvens mais baixas e espessas (resfriamento, pois os efeitos do
albedo excedem o efeito estufa).
BALANÇO DE ENERGIA NA SUPERFÍCIE TERRESTRE

 A energia solar é a principal fonte


de calor na superfície terrestre.

 A figura 4.14 mostra o padrão


diário de flutuação da energia em
ondas curtas de entrada que é
absorvida e a temperatura do ar
resultante. Este gráfico representa
condições idealizadas para o solo
descoberto em um dia sem nuvens
nas latitudes médias. A energia de
entrada chega com a luz do dia,
começando no amanhecer,
chegando ao pico ao meio-dia e
terminando ao pôr do sol.
AMBIENTE URBANO
 Uma paisagem urbana produz as temperaturas que a maioria das
pessoas sente a cada dia. Os microclimas urbanos geralmente diferem
daqueles de áreas não urbanas próximas. Na verdade, as
características de energia de superfície das áreas urbanas são
semelhantes a locais desérticos. Como quase 50% da população
mundial vive nas cidades, a microclimatologia urbana e outros efeitos
ambientais específicos relacionados às cidades são tópicos importantes
para os geógrafos físicos.
 As características físicas das regiões urbanizadas produzem uma ilha
de calor urbana que tem, em média, temperaturas máximas e mínimas
maiores do que em ambientes rurais próximos.

 A Tabela 4.1 lista cinco características urbanas e os efeitos resultantes


de temperatura e umidade.
H = Calor Sensível de Evaporação Global
Estudo dirigido (páginas 102 a 104) – Fazer uma
leitura geral, depois discussão em sala de aula sobre o
tema, e por último, elaboração de uma pergunta com
resposta sobre o tema.

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