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VANGUARDAS

EUROPEIAS
Antecedentes da Semana de Arte Moderna Brasileira
Início do Futurismo na Início “oficial” do
Itália Modernismo – 2ª. fase

1922
MODERNIS
MO 1909 1930

Semana de Arte Moderna


no Brasil /
Início “oficial” do
Modernismo – 1ª. fase
ARTE MODERNA

A dança (1909), de Henri Matisse, é um


belo exemplo de pintura fauvista.
ARTE ABSTRATA
 Procura transmitir a qualidade ou a propriedade de uma coisa, sem representá-la sob uma
forma definida, ou seja, é uma forma de arte que não representa objetos ou figuras concretas,
próprias da nossa realidade.

Insula dulcamara (1938), de Paul Klee.


Amarelo-Vermelho-Azul (1925), de
Wassily Kandinsky.
Número 5 (1948), de Jackson
Pollock.
CONTEXTO HISTÓRICO –
INÍCIO DO SÉCULO XX
 Euforia exagerada ante o progresso industrial e os avanços técnico-científicos.

x
 Disputa cada vez mais acirrada pelo domínio dos mercados fornecedores e consumidores.
A SEMANA DE ARTE
MODERNA – BRASIL

 Numa época em que o Brasil se industrializava e o mundo era sacudido pelas ideologias, os
intelectuais sentiram a necessidade de incorporar o NOVO, sem abrir mão de modelos
estéticos europeus. Assim, a modernidade como ruptura foi o espírito que animou o
modernismo brasileiro, cujo auge vai de 1922 – com a realização da Semana de Arte Moderna,
em São Paulo – a 1930.
VANGUARDAS EUROPEIAS

 Do francês avant-garde, a palavra vanguarda significa “o que marcha na frente”. Artística ou


politicamente, chama-se de vanguardas os grupos ou correntes que apresentam uma proposta
e/ou uma prática inovadoras. Como se tivessem “antenas” que captassem as tendências do
futuro, as vanguardas acreditam perceber, ou compreender, antes de todos, aquilo que mais
tarde será o senso comum. Sua missão é, com suas ações (muitas vezes incompreendidas à
época de sua vigência), fazer o futuro acontecer antecipadamente.
VANGUARDAS EUROPEIAS
FUTURISMO
O MANIFESTO FUTURISTA -  FILIPPO TOMMASO MARINETTI - 1909

 Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e do destemor.


 A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
 A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós
queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o
salto mortal, o bofetão e o soco.
 Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza
nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado
com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel
rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
 
 Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal
atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
 É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para
aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.
O MANIFESTO FUTURISTA -  FILIPPO TOMMASO MARINETTI – 1909 - CONTINUAÇÃO

 Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode ser uma
obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para
obrigá-las a prostrar-se diante do homem.
 Nós estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos
arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos
vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
 Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto
destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.
 Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda natureza, e combater o
moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
 Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação;
cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o
vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações
esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos
de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com
um luzir de facas; os piróscafos  aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que
pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões,
cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.
O MANIFESTO FUTURISTA -  FILIPPO TOMMASO MARINETTI – 1909 -
CONTINUAÇÃO

 É da Itália, que nós lançamos pelo mundo este nosso manifesto de violência
arrebatadora e incendiária, com o qual fundamos hoje o "futurismo", porque
queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, de arqueólogos,
de cicerones e de antiquários. Já é tempo de a Itália deixar de ser um mercado de
belchiores. Nós queremos libertá-la dos inúmeros museus que a cobrem toda de
inúmeros cemitérios.

Quadros de Fortunato Depero – pintor italiano – 1892-1960


ODE AO BURGUÊS – MARIO DE
ANDRADE
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
Fora os que algarismam os amanhãs!
O burguês-burguês!
Olha a vida dos nossos setembros!
A digestão bem-feita de São Paulo!
Fará Sol?? Choverá? Arlequinal!
O homem-curva! O homem-nádegas!
Mas à chuva dos rosais
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
O êxtase fará sempre Sol!
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Morte à gordura!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Morte às adiposidades cerebrais!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Morte ao burguês-mensal!
Que vivem dentro de muros sem pulos;
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tílburi!
E gemem sangues de alguns mil-réis fracos
Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
“Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
E tocam os “Printemps” com as unhas!
Um colar... Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!”
ODE AO BURGUÊS – MARIO DE
ANDRADE
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Oh! Purée de batatas morais!
Oh! Cabelos nas ventas! Oh! Carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
Sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
Cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês! ...

                                         Mário de Andrade. Paulicéia Desvairada. São


Paulo:
                                                                                            Martins Editora, 1922.
Elementos mecânicos (1919), de

OBRAS FUTURISTAS
Fernand Léger.

O barulho das ruas (1911), de


Umberto Boccioni. Um cão na coleira (1911), de
Giacomo Balla.
CUBISMO
GUERNICA – PABLO PICASSO
(1937)
CUBISMO
 Valoriza as formas geométricas;
 O mundo não é visto só sob uma perspectiva, pois a estrutura é permanente, mas a aparência
não, por isso os temas podem ser vistos sob uma multiplicidade de ângulos;
 Na literatura, há decomposição e fragmentação do objeto, imagens múltiplas, realidade
fracionada em planos superpostos simultâneos.
O CACTO – MANUEL
BANDEIRA
Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária:
Laocoonte constrangido pelas serpentes,
Ugolino e os filhos esfaimados.
Evocava também o seco nordeste, carnaubais, caatingas...
Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz.
O cacto tombou atravessado na rua,
Quebrou os beirais do casario fronteiro,
Impediu o trânsito de bonde, automóveis, carroças,
Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminação e energia:
– Era belo, áspero, intratável.

(Petrópolis, 1925)
O CACTO – MANUEL
BANDEIRA

Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária:


Laocoonte constrangido pelas serpentes,

(Petrópolis, 1925)

Grupo de Laocoonte (27aC-
68dC), de Agesandro, Atenodoro
e Polidoro.
O CACTO – MANUEL
BANDEIRA

Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária:


Laocoonte constrangido pelas serpentes,
Ugolino e os filhos esfaimados.

(Petrópolis, 1925)

Ugolino e seus filhos (1865-


1867), de Jean-Baptiste
Carpeaux.
OBRAS CUBISTAS

Les Demoiselles d’Avignon


Casas de L’Estaque (1908), de
(1907), de Pablo Picasso.
Georges Braque.
São Paulo (1924), de Tarsila do
Amaral.
O grito (1893), de Edvard

EXPRESSIONISMO Munch.

Termo que descreve a distorção e


o exagero visuais com propósitos
emocionais, principalmente associado
às artes pictóricas.
Eu caminhava com dois amigos -

RELEITURAS DE O GRITO.
o sol se pôs, o céu tornou-se
vermelho-sangue - eu ressenti
como que um sopro de
melancolia. Parei, apoiei-me no
muro, mortalmente fatigado;
sobre a cidade e do fiorde, de um
azul quase negro, planavam
nuvens de sangue e línguas de
fogo: meus amigos continuaram
seu caminho - eu fiquei no lugar,
tremendo de angústia. Parecia-
me escutar o grito imenso,
infinito, da natureza. (MUNCH
apud NAZÁRIO, 1999, p. 151)
Negro no bananal (1927), de
A estudante [russa] (1917), de
OUTRAS OBRAS DO
Fränzi em frente duma cadeira Lasar Segall.
Ansiedade (1894), de Edvard Anita Malfatti.
esculpida (1910), de Ernst
Munch.
Ludwig Kirchner.

EXPRESSIONISMO
DADAÍSMO
OBRAS DADAÍSTAS
L.H.O.O.Q. [russa] (1919), de
Marcel Duchamp.
SURREALISMO
 André Breton
 René Magritte
 Salvador Dalí
 Frida Kahlo
VÊNUS DE MILO COM
GAVETAS (1936), DE
SALVADOR DALÍ.
A traição das
Persistência da imagens
memória(1928-
(1931),
29),
Os de René Magritte.
amantes (1928),
de Salvador Dalí. de René
Sonho Causado Pelo Voo de uma

OBRAS SURREALISTAS MeninaMagritte.


com Máscara da Morte
AbelhaOaoovo (1928),
Redor de Tarsila
de Uma Romã do
(1938), de Frida Kahlo.
um Segundo AntesAmaral.
de Acordar
(1944), de Salvador Dalí.
VANGUARDAS - PONTO EM
COMUM + RESUMO
 Propõem a desorganização consciente da arte produzida até então.
 Futurismo: Arte-ação, expressão artística da velocidade do mundo moderno;
 Cubismo: Decomposição geométrica dos objetos, fragmentação da realidade, simultaneísmo e
instantaneísmo;
 Expressionismo: Caráter de deformação da realidade, mostrada em seus aspectos hediondos,
terríveis e dolorosos; valorização dos conteúdos subjetivos;
 Dadaímo: Arte como antiarte, radical demolição das convenções artísticas tradicionais;
 Surrealismo: A realidade do imaginário, o surreal ampliando o conceito de realidade em
direção às dimensões oníricas da existência.
REFERÊNCIAS
 https://www.todamateria.com.br/arte-moderna/
 https://
educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/abstracionismo-rompendo-com-a-arte-academica.htm
 https://www.culturagenial.com/abstracionismo-obras-mais-famosas/


Mário de Andrade. Paulicéia Desvairada. São Paulo:Martins Editora, 1922 .
http://pintaraoleo.blogspot.com/2013/02/desafios-resposta-futurismo.html
https://www.culturagenial.com/futurismo-principais-obras/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_de_Laocoonte
https://www.metmuseum.org/pt/art/collection/search/204812
https://www.todamateria.com.br/surrealismo/
https://www.maisbolsas.com.br/enem/artes/origem-e-caracteristicas-do-cubismo
https://virusdaarte.net/braque-casas-de-lestaque/
REFERÊNCIAS
 https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Ludwig_Kirchner
 https://en.wikipedia.org/wiki/Marcel_Duchamp
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Breton

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