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SISTEMA DE PROTEÇÃO DA

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Lei 9279/96 - LPI


SISTEMA DE PROTEÇÃO DA
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

é a divisão do direito empresarial que protege os


interesses dos inventores, designers e empresários em
relação às invenções, modelo de utilidade, desenho
industrial e marca, bens que integram a propriedade
industrial.
Por que o direito se ocupa de estabelecer
um sistema de proteção da propriedade
industrial?
Como forma de alavancar o desenvolvimento
econômico:
Razões econômicas sempre estiveram presentes nas
tratativas institucionais de proteção à atividade criativa,
considerando que a garantia de exclusividade na
exploração do invento constitui uma forma de incentivar a
alocação de tempo e recursos financeiros em pesquisa e
desenvolvimento de descobertas que possam ser
exploradas comercialmente
A evolução do direito industrial é marcada
significativamente pela chamada Convenção de Paris, em
1883, de que o Brasil é signatário, que adota um conceito
amplo de propriedade industrial, abrangendo não apenas
os direitos dos inventores, como também as marcas e
outros sinais distintivos da atividade econômica, como
a denominação de origem (D.O.C.), nome e insígnia
(elemento identificador de um estabelecimento).
o direito dos inventores sobre as invenções, e os do
empresário sobre os sinais distintivos de sua atividade
econômica, juntamente com as regras de repressão à
concorrência desleal, passaram a integrar um mesmo ramo
jurídico, marcando, inclusive, a vigente Lei de
Propriedade Industrial (Lei 9279/96).
 A LPI cuida da proteção às invenções, modelos de
utilidade, desenhos industriais, marcas, indicações
geográficas e repressão à concorrência desleal, através da
proteção também ao nome empresarial e ao título do
estabelecimento.
Invenção
a inovação passível de proteção legal, através da
concessão da respectiva patente, não seria apenas a
criação inovadora, original, que não se enquadre nas
exclusões legais (art. 10, LPI – definição por exclusão)
Requisito da NOVIDADE:

Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são


considerados novos quando não compreendidos no
estado da técnica.

Chama-se estado da técnica ao estágio atual do


conhecimento científico e tecnológico acessível ou já
reivindicado por outro inventor
Requisito da ATIVIDADE INVENTIVA

Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva


sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de
maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
Requisito da INDUSTRIABILIDADE
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são
considerados suscetíveis de aplicação industrial
quando possam ser utilizados ou produzidos em
qualquer tipo de indústria.
Requisito do DESIMPEDIMENTO
 Art. 18. Não são patenteáveis:
        I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde
públicas;
        II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos
processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do
núcleo atômico; e
        III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que
atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
        Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante
intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica
normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
Modelo de utilidade:
espécie de aperfeiçoamento da invenção que represente
efetivo avanço tecnológico (art. 9º, LPI). Consiste nos
recursos agregados às invenções para, de um modo não
evidente a um técnico no assunto, ampliar as
possibilidades de sua utilização.
De forma semelhante à invenção, são requisitos para
obtenção da patente de modelo de utilidade:
- NOVIDADE
 ATO INVENTIVO
 APLICAÇÃO INDUSTRIAL
 DESEMPEDIMENTO
Desenho Industrial (design)
é a alteração original na forma dos objetos, não para
ampliar sua utilidade, mas para o revestir de um aspecto
diferente. Definição legal, art. 95, LPI.
Requisitos para registro do desenho
industrial
NOVIDADE (art. 96: não compreensão no estado da
técnica);
ORIGINALIDADE (art. 97: configuração visual
distintiva)
APLICAÇÃO INDUSTRIAL (art. 95, in fine: “possa
servir de tipo de fabricação industrial” e art. 98: “não se
considera desenho industrial qualquer obra de caráter
puramente artístico”)
DESIMPEDIMENTO (art. 100).
Marca:
sinal distintivo, suscetível de percepção visual, que
identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços
(art. 122, LPI).
 
Requisitos para registro da MARCA:
NOVIDADE RELATIVA - pode empregar expressão
lingüística conhecida, porém o uso desta deve se revestir
de novidade. Em razão do caráter relativo da novidade, a
proteção da marca registrada é restrita à classe de produtos
ou serviços em que foi a marca levada a registro –
princípio da especificidade (limitação da tutela à classe).
A exceção a esse princípio é a marca de alto renome,
passível de proteção extensiva a todos os ramos de
atividade (art. 125, LPI).
NÃO COINCIDÊNCIA COM MARCA NOTÓRIA - art.
126, LPI: regra resultante do compromisso do Brasil,
como signatário da Convenção de Paris, em recusar ou
invalidar o registro, bem como coibir o uso, de marca que
reproduza ou imite, no todo ou em parte, marca que
sabidamente não pertença à pessoa, independentemente de
prévio registro no país.
 
DESIMPEDIMENTO – art. 124, LPI.
A exclusividade na exploração do bem imaterial conferida
pelo direito industrial decorre do ato administrativo de
concessão desse direito, de natureza constitutiva: a
expedição da patente (invenções e modelos de utilidade)
ou do certificado de registro (desenho industrial e marca).
O direito de exclusividade será titularizado por quem
primeiramente pedir a patente ou o registro
LICENÇA PARA EXPLORAÇÃO DE PATENTE
OU REGISTRO
A exploração do direito industrial pode ser direta ou
indireta, nesse caso por outorga de licença de uso,
exclusiva ou não. Não há transferência da propriedade
industrial. O registro no INPI não é condição de
validade do ato ou eficácia entre os contratantes, mas
condição para que a licença produza efeitos perante
terceiros
Licença compulsória: art. 68. Normalmente a licença é
ato voluntário, mas a lei prevê hipóteses em que o
titular da patente, por abuso ou desuso, é obrigado
pelo INPI a licenciar o uso em favor de terceiros
interessados (decorridos 3 anos após a concessão da
patente), para proteção de interesse público ou mesmo
de mercado, como nos casos de exercício abusivo
(cobrança de preços excessivos), abuso de poder
econômico (para domínio de mercado) ou
comercialização insatisfatória, dentre outros.
No caso do licenciamento compulsório é garantida a
remuneração do titular do direito industrial.
Decorridos dois anos do licenciamento compulsório,
se ainda persistir o abuso ou desuso, o INPI poderá
declarar a caducidade do direito industrial, caindo a
patente em domínio público.
Cessão: contrato de transferência da propriedade
industrial, tem por objeto a patente ou o registro.
Extinção: Decurso de Prazo. Caducidade.
Renúncia. Falta de Representante Legal no Brasil.
Extinto, por qualquer razão, o direito industrial, o
respectivo objeto cai em domínio público: qualquer
pessoa poderá utilizá-lo e dar-lhe exploração econômica
livremente, sem que o criador possa reclamar
remuneração.
Decurso:
ao contrário do direito de propriedade sobre outros
bens, a propriedade industrial, ainda que exercida
ininterruptamente, encontra na fluência de um prazo,
o seu fim para o respectivo titular.
Pela LPI
patente de invenção: 20 anos, contados do depósito,
ou 10 da concessão, o que ocorrer por último.
patente de modelo de utilidade: 15 anos do depósito,
ou 7 da concessão, também o que ocorrer por último.
registro de desenho industrial: 10 anos do depósito,
admitidas até três prorrogações sucessivas por 5 anos
cada.
marca: 10 anos da concessão, cabendo sucessivas
prorrogações por igual prazo.
ADIN 5529: inconstitucionalidade do § único
do art. 40 da LPI
Em sessão realizada em 06-05-2021, o STF declarou
inconstitucional a prorrogação do prazo de vigência
de patentes, sendo modulados os efeitos, em 12-5-2021
, para atingir de modo geral apenas as patentes
concedidas a partir da publicação da decisão do STF
Em relação às patentes já concedidas, terão o prazo de
validade reduzido para a regra geral apenas em caso de
produtos farmacêuticos ou destinados à saúde, ou,
ainda, que sejam objeto de discussão judicial pendente
sobre a legalidade do prazo de validade estendido
Caducidade
é fator extintivo decorrente do abuso ou desuso no
exercício do direito industrial, exceto para o desenho
industrial.
Patente: decorridos dois anos do licenciamento
compulsório pode ser reconhecida a caducidade do
direito, caindo no domínio público, se persistir abuso
ou desuso.
Marca: 5 anos sem exploração econômica no Brasil.

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