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Sistemas Instrumentados

de Segurança (SIS)

Daniel Feliciano
Objetivo
Disseminar as Normas que regem
o projeto e a manutenção dos
sistemas instrumentados de
segurança, em especial os que
estão ligados às operações de
refino de petróleo no Brasil.
Normas
Siglas:

ISO - International Organization for Standardization

IEC - International Electrotechnical Commission

AMN - Associação Mercosul de Normalização

CEN - European Committee for Standardization

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

DIN - Deutchs Institut für Normung

BSI - British Standards Institution


Normas
A norma internacional que rege os Sistemas Instrumentados
de Segurança na Indústria de Processo é a IEC-61511
(Functional Safety – Safety Instrumented Systems
for the Process Industry Sector) que é oriunda da
norma IEC-61508 válida para qualquer segmento e,
particularmente, para a indústria fornecedora de
dispositivos.
Na Petrobras a Norma N-2595 fixa as condições exigíveis nos
projetos e na manutenção de Sistemas Instrumentados de
Segurança, para uso nas instalações terrestres da
PETROBRAS.
As Normas da PETROBRAS são de domínio público e podem
ser obtidas no site da empresa.
Algumas definições
• O que é um Sistema de Segurança?

“Sistema projetado para responder a


determinadas condições na planta que podem
ser por si mesmas perigosas ou podem
conduzir a uma situação perigosa, (caso
nenhuma ação for tomada), gerando ações
corretivas capazes de prevenir ou mitigar as
consequências do evento perigoso.”
Fonte - Health and Safety Executive (HSE), 1987.
Sistemas de Proteção
Os riscos devidos à sobrepressões são comumente
reduzidos através de projetos adequados de espessura
das tubulações, torres e vasos.
Quando não é possível mitigar esse risco através do
projeto, um sistema de proteção pode ser baseado em
dispositivos mecânicos e/ou de instrumentação.
Alguns dispositivos mecânicos são válvulas de
segurança, discos de ruptura e válvulas de retenção.
Estes dispositivos são projetados de forma a garantir a
proteção final da planta, após todas as tentativas de se
reduzir a tendência de elevação do risco.
Camadas de Proteção
Camadas de Proteção
Então o que é um
Sistema Instrumentado de Segurança ?
É uma das camadas de proteção de uma planta industrial.
É o Sistema instrumentado usado para implementar uma
ou mais funções instrumentadas de segurança.
Um SIS é composto por qualquer combinação de
sensor(es), executor(es) da lógica e elemento(s) final(is).
Fonte - IEC 61511, 2003.

Função Instrumentada de Segurança – SIF: é a função


implementada no SIS cujo objetivo é atingir ou manter o
estado seguro do equipamento ou processo em relação a
um evento perigoso específico.
Então o que é um
Sistema Instrumentado de Segurança ?
Para uma descrição funcional podemos dizer que o Sistema
Instrumentado de Segurança é composto de sensores, executores
da lógica e elementos finais de controle, com o propósito de:
1- Conduzir automaticamente um certo processo ou
equipamento industrial a um estado seguro quando
determinadas condições são violadas (trip parcial ou total);
2- Permitir que um processo mova-se de modo seguro, de um
estado para o outro, quando determinadas condições são
satisfeitas (permissões de partida);
3- Tomar ações para mitigar as consequências de um evento
industrial perigoso. (detecção de fogo/gás/tóxico)

Observação Importante: utilidades como energia elétrica, ar comprimido e fluidos


hidráulicos além de linhas de impulso e condicionadores de sinal, necessários para
implementar as SIF, também fazem parte integrante do SIS.
Função Instrumentada de Segurança
SIF é um conjunto de
ações simples e
específicas,
implementadas por
equipamentos
necessários, capazes
de identificar um
determinado evento
perigoso e conduzir o
processo ao estado
seguro.
Por que instalar um SIS ?

RISCO OBTIDO RISCO


RISCO RISCO COM MEDIDAS
DE SEGURANÇA, ASSOCIADO
COM SIS ACEITÁVEL AO PROCESSO
SEM SIS

REDUÇÃO MÍNIMA NECESSÁRIA DE RISCO AUMENTO


DE RISCO
REDUÇÃO OBTIDA SEM SIS
REDUÇÃO OBTIDA PELO SIS

REDUÇÃO DE RISCO TOTAL OBTIDA


Redução de Risco
Figura retirada da IEC61511,
mostra os métodos de
redução de risco mais
comuns na indústria.
Durante o projeto da planta
identifica-se as
necessidades durante os
estudos de HAZOP
(Estudo de Perigos e
Operabilidade) onde
informações importantes
como SET POINT, tempo
de permanência, limite de
concentração, tolerância
a falha espúria, entre
outras, são definidas.
Ciclo de Vida
Gerenciamento, Avaliação e Auditoria

Avaliação de
Perigo e risco

Instalação,
Comissionamento e
Alocação das funções
Validação
de segurança nas
Planejamento

camadas de proteção
Verificação

Operação e
Manutenção
Especificação dos
Requisitos de
Segurança para o SIS Projeto e execução de
outros meios pra Modificação
reduzir o risco
Projeto Conceitual e
Projeto Detalhado do Desmobilização
SIS
Projeto
Para cada evento perigoso identificado (DEMANDA)
haverá uma SIF e será realizada uma análise do risco
considerando a frequência da demanda e a
consequência do dano.

RISCO ACEITÁVELSIF = C • D • PFDSIF


Cada SIF terá uma classe (ou SIL) associado.
Observação conceitual: Não faz sentido falar de SIL do SIS ou de um elemento isolado
(iniciador ou atuador).

C  consequência do perigo
D  frequência de
ocorrência da demanda
Projeto
A PFD total da SIF é que deve ser considerada, sendo
fortemente impactada pelo seu componente com
maior PFD.
O executor da lógica deve atender à classificação da
SIF mais rigorosa.
A PFD de uma SIF é igual a zero logo após a realização
de um teste completo (fator de cobertura = 1) bem
sucedido. Entretanto, como a PFD cresce com o
tempo um novo teste deve ser realizado antes que a
PFD ultrapasse o limite do SIL requerido pela malha.
Falha
As falhas randômicas ou físicas são aquelas atribuídas a um
componente ou módulo quando é submetido a um esforço para
o qual não foi projetado (descarga atmosférica, temperatura
elevada, etc) ou por envelhecimento.

Existem, também, as falhas sistemáticas ou funcionais, que


ocorrem numa combinação infeliz de coisas muito particulares.
Quando todos os componentes físicos do sistema estão
funcionando e mesmo assim ocorre uma falha. São causadas
por erros de programação, por exemplo, ou falhas de
especificação, ou de projeto, ou de instalação, ou de
manutenção. Não é possível definir uma taxa de falha para
esses tipos de erros e, portanto, a discussão sobre PFD não se
aplica. O melhor remédio para esse tipo de falha é um projeto
bem planejado, bem gerenciado e bem executado
Falha
Falhas Físicas: Falhas Funcionais:
• Rompimento de fiação; • Bug de software;
• Falha em componente • Acionamento de
eletrônico; comando errôneo;
• Corrosão acarretando • Erros de projeto;
interrupção de circuito; • Carregamento de
• Perda de capacidade de configuração errada;
bateria. • Substituição incorreta.
Falha
Resumo das diferenças entre falhas aleatórias e sistemáticas 
  Falhas Falhas
aleatórias sistemáticas
(físicas) (Funcionais)
Sempre ocorre sobre as Não Sim
mesmas condições

Efetivamente previnido por Sim Não


redundância

Efetivamente prevenido por Sim Parcialmente Nem sempre é possível


redundância diversa eliminar todas as falhas
de modo comum
Projeto Conceito de LOPA (Layer of Protection Analysis)

(AEI – Auditável, Efetiva e Independente)

• É efetiva para o cenário específico


• É independente de outras Camadas de Proteção (PL)
• É auditável, validada regularmente

sucesso

sucesso
sucesso
Sempre privilegiada a segurança
Na desconexão do instrumento ou controlador, na falta de energia
ou ar de instrumento, a planta deve sempre ir para a condição de
segurança.

+V

normal alarme PES


trip INPUT

+V

alarme normal PES


trip INPUT
Votação
A Deixa de proteger se A “e” B falharem colados
1oo2 Em caso de falha espúria:
desliga a unidade se A “ou” B falharem abertos
SEGURANÇA
B

2oo2 Deixa de proteger se A “ou” B falharem colados


Em caso de falha espúria:
DISPONIBILIDADE só desliga a unidade se A “e” B falharem abertos

Deixa de proteger se
– A “e” B falharem colados “ou”
– A “e” C falharem colados “ou”
– B “e” C falharem colados

2oo3
SEGURANÇA
E DISPONIBILIDADE
Votação
• 1 de 2 (++ segurança, -- disponibilidade)
• 2 de 3 (+ segurança, + disponibilidade)
• 2 de 2 (- segurança, ++ disponibilidade)

PES

PT1 PT2
Documentação técnica
O resultado da classificação deve ser devidamente documentado através
de relatório, que deve ser atualizado e arquivado.
Em documentos como fluxogramas de processo e P&ID, conforme a
norma ANSI/ISA-5.1-2009 (Instrumentation Symbols and Identification)
utiliza-se a simbologia abaixo para representar os SIS.
Na revisão de 2009 foi incluída a letra modificadora Z para diferenciar os
instrumentos de segurança dos demais, porém apenas em unidades novas
será possível ver essas mudanças.
Sistema Instrumentado de Segurança

Controle Básico de Processo (SDCD)

PV01 PT01 PZV01 PZT01


Manutenção
O responsável pela manutenção do SIS deve estabelecer um
programa apropriado de manutenção para garantir a integridade e
confiabilidade do sistema durante todo o seu ciclo de vida. Esse
programa deve incluir, no mínimo, procedimentos para
manutenção, testes e reparos do SIS.
•plano regular de testes funcionais do SIS
•plano regular de manutenção preventiva (por exemplo,
substituição de ventiladores, baterias, “back-ups” de programas,
calibrações)
•reparos das falhas do sistema seguidos de testes apropriados de
confirmação da não mais existência das falhas.
Sempre com registro de data, executante, ações e as atuações do
sistema com seus resultados.
O acesso ao executor da lógica do SIS deve ser restrito ao pessoal
autorizado pelo responsável pela manutenção.
Modificações
Modificações na lógica implementada no SIS, com o sistema em
operação, devem ser evitadas.
Modificações de versão de “software” e “firmware” devem ser
evitadas, quando não
implicarem em correção de problemas já detectados ou potenciais.
Se as modificações forem necessárias deve-se garantir:
• a aplicação dos procedimentos de classificação
• a revisão da documentação existente antes da implementação e
carregamento no sistema
• a verificação exaustiva com testes em laboratório
• o acompanhamento do carregamento pelos responsáveis pela
operação e manutenção da planta.
Conclusões
O Sistema de controle (SDCD) é o coração da empresa, e sua
otimização leva diretamente a aumento do faturamento e lucro,
por isso é mais fácil o investimento nessa área.
O Sistema Instrumentado de Segurança não é o NEGÓCIO da
empresa, É ONDE SE GASTA DINHEIRO. Pode ser comparado a
um seguro de vida, você contrata mas não com o desejo de
usar.

Quanto maior for a segregação entre o BPCS e o SIS, maior será o


custo desse último. Tal questão não se trata apenas de
engenharia, mas basicamente do risco que a empresa pode ou
está disposta a correr em suas instalações.
Na PETROBRAS a N-2595 recomenda não incluir lógicas de
controle nos PES executores de lógica de SIS e distingue o
mesmo do SDCD.
Obrigado
Contato:

Daniel Feliciano
danielff@terra.com.br

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