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1.2.

Energia dos eletrões nos


átomos
• Professora Paula Melo Silva
QUÍMICA 10
ENERGIA DE REMOÇÃO ELETRÓNICA
A energia dos eletrões nos átomos inclui o efeito das atrações
entre os eletrões e o núcleo, por as suas cargas serem de sinais
contrários, e das repulsões entre os eletrões, por as suas
cargas serem do mesmo sinal.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Como se caracterizam os eletrões no átomo segundo o modelo quântico?

Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica


John Dalton Ernest Rutherford

Demócrito Joseph Thomson Niels Bohr


2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

De Broglie defendeu uma associação


onda-partícula para as características da
matéria. Alegou que se uma radiação
eletromagnética tem propriedades de
partícula (fotão de Einstein), então os
eletrões considerados partículas também
deveriam ter propriedades de onda.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Uma das descobertas científicas que mais abalaram a comunidade científica
de meados do século XX foi o Princípio da Incerteza de Heisenberg.
De acordo com este princípio, é impossível determinar, simultaneamente e
com exatidão, a posição e a energia do eletrão em torno do núcleo do
átomo.
Como consequência, o eletrão não podia movimentar-se
numa órbita regular. Surge, assim, o conceito de orbital
em substituição do de órbita.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Orbital é a região do espaço, em torno do núcleo, onde existe grande
probabilidade de encontrar o eletrão com uma determinada energia.

Apesar de a noção de nível de energia, n, previsto pelo modelo de Bohr, se manter,


a evolução do conhecimento científico a partir desse modelo levou à necessidade
de alterações e ao aparecimento de um novo modelo atómico: o modelo quântico
ou modelo da nuvem eletrónica ou modelo da orbital.
QUÍMICA 10
Para se conhecer a energia de cada eletrão num átomo recorre-se à
espetroscopia fotoeletrónica.

Esquema representativo da técnica de


espetroscopia fotoeletrónica.
QUÍMICA 10
VALORES DAS ENERGIAS DE REMOÇÃO ELETRÓNICA PARA
UM ÁTOMO POLIELETRÓNICO
QUÍMICA 10
ESPETRO FOTOELETRÓNICO

A altura de cada pico é proporcional ao


número de eletrões em cada nível ou
subnível de energia.

A posição de cada pico indica o


valor da energia de remoção dos
eletrões.
QUÍMICA 10

O espetro fotoeletrónico evidencia dois


picos (dois valores diferentes de energia
de remoção), logo os eletrões do lítio, no
estado fundamental distribuem-se por
dois níveis de energia.
QUÍMICA 10

Como a altura do pico corresponde ao


número relativo de eletrões em cada nível
de energia é também possível concluir
que o primeiro nível de energia comporta
mais eletrões que o nível de energia
seguinte.
QUÍMICA 10

O espetro fotoeletrónico para o átomo de berílio também


evidencia dois valores diferentes de energia de remoção,
logo os 4 eletrões do berílio, no estado fundamental
deverão distribuir-se por dois níveis de energia.
QUÍMICA 10

Como os dois picos têm uma altura semelhante, o


número de eletrões em cada nível deve ser igual.
QUÍMICA 10
QUÍMICA 10
TABELA II – DADOS DE ESPETROSCOPIA FOTOELETRÓNICA PARA OS ELEMENTOS QUÍMICOS
DE NÚMERO ATÓMICO 1 ATÉ 12, EM MJ mol–1.

Os valores de energias de remoção eletrónicas, obtidos por


espetroscopia fotoeletrónica, permitem concluir que átomos de
elementos diferentes têm valores diferentes da energia dos
eletrões.
QUÍMICA 10
TABELA II – DADOS DE ESPETROSCOPIA FOTOELETRÓNICA PARA OS ELEMENTOS QUÍMICOS
DE NÚMERO ATÓMICO 1 ATÉ 12, EM MJ mol–1.

Do carbono ao néon, o aumento do número de eletrões está de


acordo com o aumento da altura do terceiro pico do carbono para o
néon, ou seja, cada eletrão que é adicionado vai ocupar o último
subnível de energia.
QUÍMICA 10

Os 11 eletrões do átomo de sódio distribuem se por 3 níveis de


energia, com o segundo nível desdobrado em 2 subníveis. O 11.º
eletrão ocupa um novo nível de energia superior.

As alturas dos picos correspondentes aos subníveis do segundo


nível de energia são diferentes. O segundo subnível de energia
comporta três vezes mais eletrões que o subnível de energia
anterior, ou seja, seis eletrões.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Configuração eletrónica dos átomos
Energia 1467,
11 Na 5,2 47,4 71,4 99,1 138,6 172,5 208,9 264,7 300,4 1651,5
(eV) 6

• o primeiro eletrão a ser removido do átomo apenas necessita de 5,2 eV


– 1.ª energia de ionização – OG 101

• os oito eletrões seguintes exigem valores muito superior,


aproximadamente, uma ordem de grandeza a cima (47,4 eV a 300,4 eV)
– OG 102

• os dois últimos eletrões a serem removidos exigem ainda mais energia,


outra ordem de grandeza acima (1467,6 eV a 1651,5 eV) – OG 103

3 níveis de energia
QUÍMICA 10
MODELO QUÂNTICO DO ÁTOMO

Broglie propôs, em 1924,


que o eletrão tem um
comportamento ondulatório
quando se move em torno
do núcleo de um átomo, o
que viria a ser comprovado
experimentalmente, poucos
Louis de Broglie
anos depois, por C.
(1892 – 1987)
Davisson e L. H. Germer.

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QUÍMICA 10
MODELO QUÂNTICO DO ÁTOMO

Heisenberg formulou, em
1925, o chamado Princípio
da Incerteza de
Heisenberg, segundo o
qual é impossível conhecer
simultaneamente e com
exatidão a posição e a
Werner Heisenberg
velocidade de uma (1901 – 1976)
partícula subatómica.

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QUÍMICA 10
MODELO QUÂNTICO DO ÁTOMO

Em 1926, formulou a chamada equação de


Schrödinger para proceder ao cálculo das
funções de onda e, consequentemente,
descrever o comportamento e as energias de
partículas subatómicas num espaço restrito. Erwin Schrodinger
(1887 – 1961)

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QUÍMICA 10
MODELO QUÂNTICO DO ÁTOMO
De acordo com o modelo quântico, a nuvem eletrónica
representa a distribuição da densidade dos eletrões à volta do
núcleo atómico, correspondendo as regiões mais densas a
maior probabilidade de aí encontrar eletrões.

Representação da probabilidade de encontrar o eletrão numa dada região do


espaço: (a) nuvem eletrónica (orbital); (b) curva de probabilidade.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica
Espetroscopia fotoeletrónica

Existem tantos valores de energias de remoção quanto o


número de subníveis.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Arnold Sommerfeld associou o conceito de


subnível à forma da orbital. Diferentes subníveis de
energia admitem diferentes formas das orbitais.
Descobriu também a existência de várias
orientações no espaço possíveis para o movimento
do eletrão. A cada orientação correspondem
diferentes orbitais dentro de um mesmo subnível.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Arnold Sommerfeld associou o conceito de


subnível à forma da orbital. Diferentes subníveis de
energia admitem diferentes formas das orbitais.
Descobriu também a existência de várias
orientações no espaço possíveis para o movimento
do eletrão. A cada orientação correspondem
diferentes orbitais dentro de um mesmo subnível.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Arnold Sommerfeld associou o conceito de


subnível à forma da orbital. Diferentes subníveis de
energia admitem diferentes formas das orbitais.
Descobriu também a existência de várias
orientações no espaço possíveis para o movimento
do eletrão. A cada orientação correspondem
diferentes orbitais dentro de um mesmo subnível.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Repare que o número de orbitais possível é sempre um número


ímpar consecutivo até um máximo de 7 orbitais.

Orbitais de um mesmo subnível, como acontece nos subníveis p, d e f,


têm a mesma energia e, por isso, designam-se por orbitais degeneradas.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Em cada orbital só podem existir, no máximo, dois eletrões com spins


opostos – Princípio de Exclusão de Pauli.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Para se caracterizar a posição do(s) eletrão(ões) à volta do núcleo de um


átomo é necessário caracterizar os seguintes conceitos: nível de energia,
subnível de energia, orientação da orbital e spin. Estes serão considerados
no estabelecimento da distribuição eletrónica.
2.4. Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

A forma como os eletrões se distribuem nos seus níveis e subníveis designa-se


por configuração eletrónica.

A configuração eletrónica mais estável para um elemento é aquela que apresenta


os seus eletrões em posições de menor energia (estado fundamental).

Num átomo os vários eletrões vão ocupando os diferentes subníveis e orbitais


por ordem crescente de energia – Princípio da Construção.
QUÍMICA 10
Orbital atómica é a função de onda que é a solução da equação
de Schrödinger e que representa a distribuição no espaço de um
eletrão no modelo quântico do átomo.

Orbital s: Diagrama de pontos para a densidade eletrónica das orbitais s (A) e superfície
tridimensionais que representam as orbitais atómicas (B).

Orbital p: Diagrama de pontos para a densidade eletrónica das orbitais p (A) e superfícies
tridimensionais que representam as orbitais atómicas (B).
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QUÍMICA 10
Orbital atómica é a função de onda que é a solução da equação
de Schrödinger e que representa a distribuição no espaço de um
eletrão no modelo quântico do átomo.

Orbital d: Superfícies tridimensionais que representam as orbitais atómicas d.


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QUÍMICA 10
SPIN ELETRÓNICO
O spin é uma propriedade quantizada do eletrão, além da sua
massa e carga, que permite dois estados diferentes.

Experiência que permitiu demonstrar a existência do movimento Movimento de rotação eletrónica (spin).
angular intrínseco dos eletrões.

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QUÍMICA 10
CONFIGURAÇÃO ELETRÓNICA DOS ÁTOMOS
Princípio de Exclusão de Pauli
Cada orbital só pode ser ocupada, no máximo, por dois eletrões,
emparelhados, isto é, com spins opostos.

Espetros obtidos por espetroscopia fotoeletrónica do átomo de carbono (A) e do átomo de néon (B ).
Em átomos polieletrónicos todas as orbitais de um mesmo subnível np,
ou nd, têm exatamente a mesma energia e são designadas orbitais
degeneradas. 34
QUÍMICA 10
Princípio de Construção ou de Aufbau

Os eletrões distribuem-se pelas orbitais por ordem crescente de


energia.

Ordem de preenchimento das orbitais atómicas.


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QUÍMICA 10
Princípio de Construção ou de Aufbau

1
1
H – 1s
2 1
3
Li – 1s 2s
2 2 2
6
C – 1s 2s 2p
2 2 6 2 6 1
19
K – 1s 2s 2p 3s 3p 4s
2 2 6 2 6 2
20
Ca – 1s 2s 2p 3s 3p 4s
2 2 6 2 6 2 2
22
Ti – 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d

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QUÍMICA 10
A distribuição dos eletrões pelas orbitais atómicas pode ser
apresentada de diversas formas:
CONFIGURAÇAO ELETRÓNICA EXEMPLO
• Pela escrita das orbitais
realizada por ordem crescente de Mg - 1s2 2s2 2p6 3s2
energia e o número de eletrões
em cada subnível figura como
expoente.
• Pela representação abreviada ou
concisa em que o cerne do átomo
é representado pelo gás nobre
imediatamente anterior entre
Mg - [Ne] 3s2
parêntesis retos, evidenciando-se
depois os eletrões mais externos
que determinam as suas
propriedades.

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QUÍMICA 10
CONFIGURAÇAO ELETRÓNICA EXEMPLO
• Pela representação das orbitais
como caixas e os eletrões que
as ocupam como setas orientadas
para cima ou para baixo. Os
sentidos opostos das setas
traduzem o facto de os eletrões de
uma orbital possuírem diferentes
estados de spin.
• Num diagrama de energias das
orbitais, com a vantagem de se
poder visualizar a diferença de
energia que existe entre os
diversos níveis e subníveis
eletrónicos para o átomo em
causa.

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QUÍMICA 10
Regra de Hund

A distribuição mais favorável dos eletrões por orbitais


degeneradas é aquela que conduz à obtenção do número
máximo de spins paralelos.

ELETRÕES DE VALÊNCIA - Eletrões do


último nível de energia.

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M9 Síntese de conteúdos
Orbital é a zona do espaço em torno do núcleo do átomo onde existe maior
probabilidade de encontrar o eletrão. Nuvem eletrónica é a representação da
densidade da distribuição de eletrões à volta do núcleo, correspondendo às
regiões mais densas a maior probabilidade de aí encontrar eletrões.

O nível de energia está associado ao tamanho da orbital e à energia dos eletrões,


sendo que a um maior valor de n corresponde um maior valor de energia e uma
maior distância eletrão-núcleo.

O subnível de energia está associado à forma da orbital. A orbital do tipo s possui


forma esférica, as 3 orbitais do tipo p possuem a forma de lóbulos simétricos e as
5 orbitais do tipo d possuem formas diversificadas. Orbitais degeneradas (com a
mesma energia) pertencem a um mesmo subnível. São exemplo as orbitais px py pz
M9 Síntese de conteúdos

O spin está associado ao sentido de orientação do eletrão em torno do núcleo. Em


cada orbital preenchida, os dois eletrões possuem sentidos de rotação opostos.

A forma como os eletrões se distribuem nos seus níveis e subníveis designa-se por
configuração eletrónica.

A distribuição dos eletrões terá de obedecer:


• ao Princípio da Construção: num átomo polieletrónico os vários eletrões vão
ocupando os diferentes subníveis, por ordem crescente de energias; orbitais de
um mesmo subnível (np ou nd) possuem a mesma energia. A ordem apresentada
para a configuração eletrónica, por ordem crescente de energia, é:
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d…
M9 Síntese de conteúdos

• ao Princípio de Exclusão de Pauli: cada orbital apenas pode conter no


máximo dois eletrões, com spins opostos;

• à Regra de Hund: no preenchimento das orbitais com igual energia


(degeneradas) distribui-se em primeiro lugar um eletrão por cada orbital, de
modo a ficarem com o mesmo spin, e só depois se completa o preenchimento
das orbitais, com eletrões de spins opostos.

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