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Direito Civil – Parte Geral -II

Princípios
TEORIA GERAL DOS
s CONTRATOS

Professor Marcos Cesar de Souza Lima D.sc


Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais
(UFF/RJ)
Principio : Noção. Conceito
• A expressão princípio exprime a noção
de mandamento nuclear do sistema.
• No âmbito contratual , os princípios
• constituem os preceitos básicos da
organização dos contratos.
• Os princípios são os postulados
fundamentais que inspiram a
elaboração das normas jurídicas.
2
.
• O princípio é mais geral que a regra porque
comporta uma série indeterminada de
aplicações. ... As normas se exprimem por
meio de regras ou princípios. As regras
disciplinam uma determinada situação;
quando ocorre essa situação, a norma tem
incidência; quando não ocorre, não tem
incidência

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Princípios Contratuais de maior
incidência no ordenamento jurídico

i
1 – Princípio da autonomia da vontade
2 – Princípio do consensualismo
3 – Princípio da força obrigatória dos
contratos
4 – Princípio da relatividade dos efeitos dos
contratos
5 – Princípio da boa-fé
Princípios SOCIAIS :

 Função social

 Boa fé objetiva

 Equivalência material
CLÁUSULAS ABERTAS E
CONCRETUDE

Art. 421. A liberdade de contratar será


exercida em razão e nos limites da
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO.
CLÁUSULAS ABERTAS E
CONCRETUDE

Art. 422. Os contratantes são obrigados a


guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de
PROBIDADE E BOA-FÉ.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser


interpretados conforme a boa-fé e os
usos do lugar de sua celebração.
Art.421. A liberdade de
contratar será exercida em
razão e nos limites da
função social do contrato.
Ver Leei 13.784/2019

Art.422. Os contratantes são


Princípio da Boa Fé obrigados a guardar, assim
na conclusão do contrato,
como em sua execução, os
princípios de probidade e
boa fé.
Contrato de Adesão Art.423. Quando houver no
contrato de adesão
cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á
adotar a interpretação mais
favorável ao aderente. Ver
lei 13784/2019
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1.4 – Princípios Gerais do Direito Contratual:
 1.4.7. Função Social do Contrato ou Princípio da Socialidade:
 - Art. 5º, XXIII e 186 da CF.: função social da propriedade.
 “Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em
razão e nos limites da função social do contrato.”
 Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos
jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste
Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas
no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a
vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam,
salvo se houver sido prevista pelas partes determinada
forma de execução.
 Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se
contrariar preceitos de ordem pública, tais como os
estabelecidos por este Código para assegurar a função
social da propriedade e dos contratos. 9
:
Probidade (equivalente ao Princípio da
Moralidade Administrativa) e Boa-fé

 1.4.6. Probidade (equivalente ao Princípio da


Moralidade Administrativa) e Boa-fé:
 Arts. 422 do CC e arts. 4º, III do CDC.
 “Art. 422. Os contratantes são obrigados a
guardar, assim na conclusão do contrato, como em
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
  Objetiva X Subjetiva
 Fases. *
 Violação positiva:
 Funções: Interpretativa (art. 113 do CC), Limitadora
(art. 187 do CC – limita direitos) e Integrativa .
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1.4 – Princípios Gerais do Direito
Contratual:
 “Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser
interpretados conforme a boa-fé e os usos do
lugar de sua celebração.
 Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de
um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.”
Cria dos deveres jurídicos anexos ou laterais:
a) lealdade; b) confiança; c) assistência; d)
informação, e e) sigilo.
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1.4 – Princípios Gerais do Direito
Contratual:
 Dano moral:
 “APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS - PROPOSTA DE COMPRA E VENDA QUE
SE TRADUZ EM FASE PRÉ-CONTRATUAL - DESISTENCIA POR
PARTE DO VENDEDOR SEM COMUNICAÇÃO AO COMPRADOR -
DEVER DE BOA-FÉ OBJETIVA - VIOLAÇÃO DA CONFIANÇA E
TRANSPARÊNCIA DO NEGÓCIO ENTABULADO. INDENIZAÇÃO
A TÍTULO DE DANOS MORAIS DEVIDA. DANO MATERIAL NÃO
COMPROVADO - RECURSO PROVIDO EM PARTE.
- Não há como negar que o desfazimento do negócio causou
transtornos, desgaste e frustração ao recorrente, na medida que se
obrigou a transformar bens em dinheiro, vendendo patrimônio para
pagar o sinal do negócio a ser realizado;
- Configurado o dano moral pela violação do princípio da boa-fé
objetiva, na medida em que criou ao autor uma expectativa real de
aquisição do imóvel.” (APELAÇÃO CÍVEL Nº 1006/2007, 1ª VARA
CíVEL, Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, Relator: DES.
CEZÁRIO SIQUEIRA NETO, Julgado em 24/04/2009)
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NOVO FENÔMENO DA CONTRATAÇÃO

O novo fenômeno da contratação impôs:

a) a revisão nos paradigmas contratuais até então


estabelecidos;
b) a completa revisão de valores de princípios e teorias;
c) uma nova mentalidade, essencial para a assimilação
de novas idéias;
d) a libertação de dogmas milenares;
e) a abertura intelectual para os novos tempos.
Principais Concepções Teóricas
Contratuais
• Teoria do Venire contra factum próprio
• Teoria da lesão
• Teoria da imprevisão
• Teoria da quebra da base do negocio
jurídico

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INTEGRABILIDADE DA BOA-FÉ
OBJETIVA PELOS DEVERES ANEXOS
Venire Contra factum
” Proprium

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 À idéia de “supressio”,
“surrectio”, “tu quoque”, “venire
contra factum proprium no potest”
necessita, preliminarmente, de uma
exata compreensão sobre o princípio
da confiança e sobre abuso de
direito.
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A confiança instalada nas tratativas e execuções de um
negócio jurídico, expõem o sujeito a uma correspondência
de considerações éticas e morais. Por outro lado,
efraudada a pessoa da confiança depositada, desenvolve-
se uma instabilidade social, que deve ser, desde logo,
refutada do convívio social.

Portanto, sendo legítima a expectativa criada, e por ser a


boa-fé uma cláusula geral inserida no ordenamento
jurídico brasileiro, a tutela jurídica ampara o sujeito que
teve a sua confiança violada, conforme, por exemplo, é a
vedação do “venire contra factum proprium”.

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 . Trata-se de “uma regra de coerência, por meio
do qual se veda que se aja em determinado
momento de uma certa maneira e, ulteriormente,
adote-se um comportamento que frustra, vai
contra aquela conduta tomada em primeiro
lugar”.Portanto, o “venire contra factum proprium
no potest” significa a proibição de ir contra fatos
próprios já praticados.

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“o venire contra factum proprium
coloca a hipótese que o agente
fica adstrito a não contradizer o
que fez e disse”.

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A título de exemplo, é a situação em que o
credor, durante anos, aceita o pagamento
da obrigação em data posterior ao do
vencimento estipulado no contrato
configurando-se uma violação deste e,
depois, vem pleitear a rescisão contratual
com base na conduta anteriormente, por
ele, tolerada.
20
O “venire contra factum
proprium non potest” ocorreu
nesta hipótese, quando se criou a
confiança, no sentido de que
nada seria feito contra essa
violação contratual
21

 Assim, tanto a “supressio”


como a “surrectio” consagram
formas perda e aquisição de
direito pelo decurso do tempo.

22
As expressões “surrectio” ¨
e “supressio

23
 Desse modo, a “surrectio” é o
instituto que faz surgir um direito
que não existe juridicamente, mas
que tem existência na efetividade
social”

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Se o devedor efetuar o pagamento em local
diverso do previsto no contrato, de forma
reiterada, surge o direito subjetivo de assim
continuar fazendo-o – “surrectio” – e o credor
não poderá contrariá-lo, pois houve a perda do
direito – “supressio” -, desde que, contudo,
com observância do “venire contra factum
proprium no potest”.

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• Consequentemente, chega-se à conclusão de que
tanto o “tu quoque” como o “venire contra factum
proprium no potest” são autênticos representantes
dos deveres anexos implícitos nos contratos, que
devem ser observados à integralização pela boa-fé
objetiva. Logo, da sua não observância que
configura uma usurpação dissimulada de uma
conduta juridicamente válida, como visto, acarreta
numa responsabilização objetiva desse
inadimplemento contratual.

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TEORIA DA LESAO

Código Civil
E
Código de defesa do Consumidor

27
Código de Defesa Código Civil
do Consumidor Lei
n° 8.078/90 Lei n° 10.406/02

Seção II
Das Cláusulas abusivas Seção V
Da Lesão
Art 51. São nulas de pleno Art.157. Ocorre a lesão quando uma
direito entre outras, cláusulas pessoa, sob premente necessidade,
contratuais relativas ao ou por inexperiência, se obriga a
fornecimento de produtos e prestação manifestamente
serviço que : desproporcional ao valor da
prestação oposta.
IV. estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, $2 Não se decretará a anulação do
abusivas, que coloquem o negócio se for oferecido suplemento
consumidor em desvantagem suficiente , ou se a parte favorecida
exagerada, ou sejam concordar com a redução.
incompatíveis com a boa - fé
ou equidade.
28
Teorias revisionistas da relação contratual

Código Civil
e
Código de defesa do consumidor

29
Código de Defesa do Código Civil
ConsumidorLei n° Lei n°
8.078/90 10.406/02

Art.6°. São direitos básicos Art.478. Nos contratos de


do consumidor : execução continuada ou
diferida, se a prestação de
V. a modificação de uma das partes se tornar
cláusulas contratuais que excessivamente onerosa, com
estabeleçam prestações extrema vantagem para a
desproporcionais ou sua outra, em virtude de
revisão em razão de fatos acontecimentos extraordinários
supervenientes que as e imprevisíveis, poderá o
tornem excessivamente devedor pedir a resolução do
onerosas; contrato. Os efeitos da
sentença retroagirão à data da
citação. 30
Código Civil
Lei n°
10.406/02

Art. 479. A resolução poderá ser evitada,


oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as
condições do contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas


uma das partes, poderá ela pleitear que sua prestação seja
reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de
evitar a onerosidade excessiva.

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DA CLASSIFICAÇO
DOS CONTRATOS

Classificação doutrinária
e
Reflexos Práticos
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Contratos unilaterais são aqueles em que
somente uma das partes assume a obrigação,
ex: comodato, mútuo, doação.

Contratos bilaterais ou sinalagmáticos são


aqueles em que ambas as partes assumem
obrigações, ex: compra e venda, locação.
Classificação dos Contratos

Contratos gratuitos são aqueles onde


somente uma das partes é beneficiada,
ex: doação pura e simples.

Contratos onerosos são aqueles onde


ambas as partes visam as vantagens
correspondentes às respectivas
prestações ex: locação, compra e venda.
Contratos consensuais

são aqueles que se tornam perfeitos pelo


simples consentimento das partes.

Contratos reais

são aqueles que só se completam se,


além do consentimento houver a entrega
da coisa que lhe serve de objeto, ex:
depósito, doação, mútuo.
Classificação dos Contratos

Contratos comutativos são contratos


onerosos em que as prestações de ambas as
partes são certas. Cada uma das partes
recebe, ou entende que recebe, uma
contraprestação mais ou menos equivalente.
ex: compra e venda, locação.
Contratos aleatórios são contratos
onerosos nos quais a prestação de uma ou
de ambas as partes fica na dependência de
um caso fortuito, de um risco.
As partes se arriscam a uma
contraprestação inexistente ou
desproporcional, ex: seguro, jogo, aposta.
De execução imediata e diferida
Classificação dos Contratos

são aqueles de prazo único.

De execução sucessiva são aqueles cumpridos em


etapas periódicas.

Contratos solenes são aqueles para os quais se


exigem formalidades especiais e que dão ao ato um
caráter solene, ex: escrituras de compra e venda de
imóvel.
Contratos não solenes são aqueles aos quais a lei
não prescreve, para a sua celebração, forma
especial, ex: agência e distribuição.
Classificação dos Contratos

Contratos escritos são aqueles que só podem ser


contraídos mediante escritura pública ou particular, ex:
sociedade.
Contratos verbais são aqueles que podem ser
celebrados por simples acordo verbal, ex: sociedade em
conta de participação, corretagem.

Contratos paritários são aqueles em que as partes


estão em pé de igualdade, escolhendo o contratante e
debatendo livremente as cláusulas, ex: compra e venda,
comissão, distribuição.
Contratos de adesão são aqueles em que um dos contratantes
é obrigado a tratar nas condições que lhe são oferecidas e
impostas pela outra parte, sem direito de discutir ou modificar
cláusulas, ex: contratos bancários, seguro.
Classificação dos Contratos

Contratos principais são aqueles que existem por si


só, sem dependência de outro, ex: locação, mútuo.
Contratos acessórios são aqueles que acompanham
o contrato principal e cuja finalidade é a segurança e
a garantia da obrigação principal, ex: fiança, penhor.

Contratos típicos e nominados são aqueles


tipificados na lei, que tem uma denominação
específica em direito e regulamentação própria, ex:
compra e venda, troca, doação.
Contratos atípicos e inominados são aqueles
resultantes de variadas combinações entre as partes,
não tem denominação e nem regulamentação própria,
ex: todo e qualquer contrato desde que seja lícito.
SAUDAÇÕES
TRICOLRES SEMPRE!

Obrigado!!!!!

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