You are on page 1of 46

Fecundação e desenvolvimento embrionário

Fecundação e desenvolvimento
embrionário
Na espécie humana, a fecundação é
interna, isto é, espermatozoide e oócito II
encontram-se no interior do corpo humano.

Espécies aquáticas apresentam fecundação


externa, o que pode ser um problema pois
num dado momento podem coexistir
diversos gâmetas de diferentes espécies no
mesmo local.
Assim têm que existir mecanismos de reconhecimento que
permitam a união de gâmetas da mesma espécie.
Fecundação e desenvolvimento
embrionário
Durante a relação sexual são depositados milhões de
espermatozoides junto ao colo do útero (cervix). Assim, têm que
atravessar o óstio (abertura) do cérvix para entrarem no útero. O
cérvix apresenta um muco cervical, que fora do período fértil dificulta
a entrada de espermatozoides no útero.
Na fase fértil o muco cervical torna-
se mais fluido com espaços vazios no
seu interior, permitindo a
progressão dos espermatozoides.
Fecundação e desenvolvimento
embrionário
Os espermatozoides “nadam” até à
trompa de Falópio onde se encontra o
oócito II.
Durante este percurso, milhões de
gâmetas masculinos são eliminados, ao
ponto de apenas algumas centenas
chegarem ao oócito II.
Os espermatozoides são orientados
até ao local pois o oócito II liberta
substâncias químicas que os atraem.
Fecundação e desenvolvimento
embrionário

O encontro do espermatozoide
e do oócito II tem que ocorrer
obrigatoriamente no primeiro
terço das trompas de Falópio.

A antecipação ou atraso no
momento inviabilizará a
gravidez.
Fecundação e desenvolvimento
embrionário

Ao chegar ao oócito II, o espermatozoide


contacta com as células foliculares.
O oócito II reconhece espermatozoides
da sua espécie impedindo a fecundação
inter-espécie.

Este reconhecimento entre as duas células desencadeia a reação


acrossómica, isto é, a exocitose de enzimas contidas no acrossoma.
Em sequência, as glicoproteínas da zona pelúcida são digeridas
naquele local até à membrana plasmática do oócito II.
Fecundação e desenvolvimento
embrionário

https://www.youtube.com/watch?v=_5OvgQW6FG4
Fecundação e desenvolvimento
embrionário
Reacção acrossómica: Ao contactar com a célula feminina, o acrossoma
liberta enzimas, que vão digerir a zona pelúcida, permitindo que os
receptores da membrana plasmática da cabeça do espermatozóide sejam
reconhecidos pelos que se encontram na membrana da célula feminina.
Aparecimento da membrana de fecundação: As membranas plasmáticas
das duas células fundem-se e o núcleo do espermatozóide entra no oócito.
O flagelo degenera.
Conclusão da meiose II: Reinicia-se a metafase II e conclui-se rapidamente,
dando origem ao óvulo e ao segundo glóbulo polar que degenera.
Cariogamia: Fusão dos dois núcleos. A combinação dos dois núcleos
haplóides repõe o número de cromossomas (23 pares) e a nova célula
(zigoto) inicia o seu desenvolvimento através de mitoses sucessivas
permitindo a multiplicação do número de células e o início do
desenvolvimento embrionário (gestação).
Fecundação e desenvolvimento
embrionário
A fase seguinte dura 9 meses.
Durante esse período, o zigoto
sofre mitoses sucessivas até
formar as cerca de
100.000.000.000 de células que
constituem o corpo humano,
sofrendo diferenciação celular para
se transformar num dos 200 tipos
de células diferentes.
Desenvolvimento embrionário e fetal
Desenvolvimento embrionário e fetal

O desenvolvimento do novo ser divide-se


em duas grandes etapas:

Desenvolvimento embrionário
Dura cerca de 8 semanas, durante
as quais todos os órgãos estão já
esboçados.
Desenvolvimento fetal
A partir das oito semanas os órgãos
aumentam em dimensões e em maturação
promovendo o desenvolvimento e
crescimento do indivíduo.
Desenvolvimento embrionário

Decorridas algumas horas depois da fecundação, o ovo inicia um


processo de multiplicação celular por mitose - segmentação.

Ao mesmo tempo, o embrião, ainda com poucas células, vai migrando


através do oviduto em direção ao útero com ajuda de contrações
musculares e dos cílios presentes nas células que revestem
internamente as trompas de Falópio.
Desenvolvimento embrionário

Após 92 horas forma-se uma massa celular esférica com cerca de


64 células (blastómeros) – a mórula.
Este embrião apresenta ainda o tamanho do zigoto.
Desenvolvimento embrionário
Segmen
tação - Sucessivas divisões celulares
Desenvolvimento embrionário

A partir desse momento, o embrião designa-se por blastocisto e


as células organizam-se em dois grupos:
Botão embrionário
Conjunto de células que originará o novo ser;

Trofoblasto
Conjunto de células que rodeiam a massa celular
interna e também o bastocélio (cavidade).

Nesta fase, o embrião com cerca de 150 células eclode da zona


pelúcida, capsula gelatinosa que rodeava o embrião até então.
Desenvolvimento embrionário
As células do trofoblasto produzem enzimas que degradam as paredes do
endométrio, permitindo a nidação. Ao mesmo tempo, desenvolve-se o córion, com
vilosidades que funcionam como âncoras para o blastocisto se fixar no endométrio.
Desenvolvimento embrionário

Até então, o embrião obtinha o alimento das reservas no interior das suas
células. A partir deste momento, recebe os nutrientes do endométrio.
Calcula-se que apenas 60% dos embriões conseguem nidar e que 1% nide fora
do útero desenvolvendo gravidezes ectópicas.
Desenvolvimento embrionário e fetal

Gastrulação

O blastocisto diferencia-se (Morfogénese)


e origina um embrião com três folhetos
germinativos:

- Endoderme (mais interna)


- Mesoderme (zona entre a ectoderme e
a endoderme)
- Ectoderme (mais externa)
Desenvolvimento
embrionário e fetal

Destino dos folhetos germinativos

Os órgãos formar-se-ão a partir


destas três regiões celulares -
organogénese.
Desenvolvimento embrionário e fetal
Durante todo o desenvolvimento ocorrem assim, três
processos fundamentais:
- crescimento (segmentação)
- morfogénese (gastrulação)
- diferenciação celular (organogénese).

Estes 2 últimos processos não ocorrem em sequência, mas sim


interelacionados.
Desenvolvimento embrionário e fetal

Ao mesmo tempo que o embrião se


desenvolve, todo um conjunto de estruturas
essenciais a esse desenvolvimento começam
a formar-se.
Existem apenas durante a vida intrauterina,
são formas transitória:
anexos embrionários.
A origem destas estruturas é conjunta: parte do embrião através das
três camadas germinativas e do trofoblasto, e parte proveniente da
mãe.
Desenvolvimento embrionário e fetal

Pregnancy https://www.youtube.com/watch?
v=XEfnq4Q4bfk
Desenvolvimento embrionário e fetal
Anexo embrionário Função

Rodeia a cavidade amniótica preenchida por um líquido, o líquido


Âmnio (saco amniótico. Constitui uma estrutura que garante ao abrigo contra a
amniótico) dessecação e contra choques mecânicos, permitindo também a
manutenção de uma temperatura constante.

Faz parte do tubo digestivo.


Estrutura incorporada no cordão umbilical, reduzida mas bastante
Vesícula vitelina vascularizada, permitindo, assim, a nutrição do embrião. É o
primeiro local de produção de células sanguíneas.
Alantoide Contribui para a formação do cordão umbilical, formará vasos para o
transporte de nutrientes e oxigénio da placenta para o embrião, e a
remoção do CO2 e compostos nitrogenados do embrião.

Córion Membrana extraembrionária mais externo que o âmnio.


Rodeia o embrião e intervém na formação da placenta.
Placenta (diapositivo seguinte)
Desenvolvimento embrionário e fetal
Placenta
Desenvolvimento embrionário e fetal
Placenta
Órgão constituído pelo endométrio (útero
materno) e vilosidades do córion do embrião.
Não existe fusão entre estes dois tecidos.
Permite as trocas seletivas entre mãe e filho.
Uma vez que não há fusão entre os tecidos
maternos e embrionários, não ocorrem trocas
de sangue.
A placenta funciona assim como uma filtro
em que apenas pequenas partículas passam
através dela.
Desenvolvimento embrionário e fetal

Placenta
Desenvolvimento embrionário e fetal
Além dos nutrientes e oxigénio, a placenta permite também a
passagem de…

- Anticorpos do sangue da mãe;

- Álcool e drogas do sangue da mãe;

- Microrganismos do sangue da mãe;

- Excreções (ureia e dióxido de


carbono) do sangue do embrião.
Desenvolvimento embrionário e fetal
Às 8 semanas, todos os
órgãos estão esboçados,
entrando a gravidez
numa fase de aumento
da complexidade e
maturação dos órgãos.
Com 3 meses o embrião
já parece humano, mas
ainda mede apenas entre
5 e 8cm.

https://ed.ted.com/lessons/the-surprising-effects-of-pregnancy
Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

A gravidez é sem dúvida uma altura em que o


corpo feminino sofre tudo um conjunto drástico de
transformações.
O mais visível é o aumento do útero que resultara no
aumento da massa corporal da mulher.
No entanto fisiologicamente ocorrem também grandes
alterações:
- Os rins aumentam a sua atividade;
- O coração aumenta o seu ritmo cardíaco;
A regulação hormonal modifica-se havendo novas
estruturas a sintetizar hormonas até então produzidas
por outras estruturas e a produção de
novas
hormonas.
Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

A alteração dos ciclos hormonais, a sua paragem e a produção de


novas hormonas são responsáveis pela:

- Manutenção da gravidez;
- Trabalho de parto;
- Lactação.
Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

Desde o momento da nidação que o embrião sintetiza uma hormona a HCG


(Hormona Gonadotrofina Coriónica).
A HCG impede a degeneração do corpo amarelo no ovário, assim a produção de
progesterona e estrogénio mantém-se, logo o endométrio também se mantém.
O estrogénio e a progesterona em grandes quantidades acabam por desencadear
retroação negativa ao nível do complexo hipotálamo-hipófise que impede a síntese
de LH e FSH e como tal deixa de ocorrer o estímulo para um novo ciclo sexual.

Não ocorre ovulação durante a gravidez.


Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

HCG só existe durante a gravidez.


Após desempenharem as suas funções, as hormonas são eliminadas
na urina.
Assim é possível determinar hormonalmente se uma mulher se
encontra grávida recorrendo a um teste de gravidez.

https://ed.ted.com/lessons/how-do-pregnancy-tests-work-tien-nguyen
Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

O teste de gravidez deteta a presença desta hormona na urina. No


entanto, só a partir de determinadas concentrações é que os testes
são capazes de detetar esta hormona. Assim, este dispositivo não é
eficaz nos primeiros 7 dias da gravidez, e os resultados podem muitas
vezes mostrar falsos negativos nos primeiros 15 dias.
Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

Por volta das 10 semanas o corpo amarelo degenera pois a HCG


deixa de ser produzida pelo córion.
No entanto estrogénio e progesterona continuam a ser sintetizados,
agora pela placenta, desenvolvendo-se assim um sistema
autossuficiente que mantém o endométrio no útero.
As hormonas são ainda responsáveis por:
Estrogénio – expansão do útero;
Progesterona – inibir as contrações do útero impedindo um parto
prematuro.
Ambas intervêm na maturação das glândulas mamárias.
Mecanismos que controlam o desenvolvimento
embrionário

Regulação hormonal da gravidez


O embrião deixa de
O embrião produz produzir hCG.
hCG que actua sobre O corpo amarelo
regride A produção de
o corpo amarelo estrogénios e
progesterona passa a
ser assegurada pela
placenta

Mantém a produção
de estrogénios e
progesterona Elevados níveis de estrogénios e
progesterona inibem o complexo
hipotálamo-hipófise e não se
produzem gonadoestimulinas

Não se inicia novo


ciclo sexual
Parto
Parto
No final da gravidez a dominância do estrogénio face à progesterona
desencadeia o trabalho de parto. Uma hormona é sintetizada pelo
hipotálamo e libertada pela hipófise posterior: oxitocina.
Há estimulação para a formação de recetores de oxitocina e para a
produção de prostaglandinas no útero e consequentemente as
contrações uterinas, tornam-se vigorosas, rápidas e repetitivas.
O controlo desta hormona faz-se por retroação positiva, isto é, mais
oxitocina resulta em maior número de contrações que por sua vez
levam à síntese de mais oxitocina e prostaglandinas, intensificando
assim as contrações.
Parto normal

Cesariana

https://brasil.babycenter.com/a-gravidez-por-dentro-o-parto-normal
https://brasil.babycenter.com/v25013407/cesariana-v%C3%ADdeo
Parto
Uma vez cortado o cordão umbilical, o recém nascido passa a ter vida
livre mas muito dependente.
A sua alimentação inicial consiste no leite materno, produzido pelas
glândulas mamárias.
Estas estruturas têm que sofrer, também elas, um conjunto de
alterações até serem capazes de produzir leite.
Amamentação
O estrogénio e a progesterona sintetizados
durante a gravidez vão desencadear
alterações nas glândulas mamárias:
- Os canais das glândulas mamárias
ramificam-se;
- Os alvéolos (locais de síntese do leite)
desenvolvem-se;
- Intensificação dos vasos sanguíneos e
linfáticos do aparelho mamário.
Amamentação
Embora o aparelho mamário se prepare antecipadamente, a
libertação do leite apenas ocorre após o nascimento.
O fenómeno de produção e secreção é controlado por hormona - a
prolactina (hormona sintetizada na hipófise anterior).
Durante a gestação os níveis elevados de estrogénio e progesterona
desencadeiam uma retroação negativa na secreção desta hormona,
isto é, impedem a sua produção – logo não há produção de leite.
Amamentação
Após o nascimento e eliminação da placenta, as concentrações de
estrogénios e progesterona diminuem, estimulando a secreção de
prolactina pela hipófise anterior.

Esta atua ao nível das glândulas mamárias, estimula a produção de


colostro (rico em proteínas e anticorpos) nos primeiros dias e de
leite, que tem início 2 a 3 dias após o parto.

Durante o aleitamento, as mamadas do bebé estimulam a libertação


de oxitocina e de prolactina pela hipófise. A oxitocina estimula a
contração das células que rodeiam os alvéolo mamários e a
libertação do leite, enquanto que a prolactina estimula a produção do
leite da refeição seguinte.
Amamentação
Amamentação
O mamilo é muito sensível pois está
diretamente ligado ao hipotálamo por
nervos sensitivos.
A estimulação destes nervos leva a
que o hipotálamo estimule a hipófise
a produzir mais prolactina e assim
assegurar a produção contínua de
leite.
Além disso a produção de oxitocina
estimula a contração das células dos
ductos glandulares assegurando o
fluxo de leite para o exterior.
The science of the milk
https://www.youtube.com/watch?v=xmNzUEmFZMg

You might also like