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O PROCESSO DE Prof.

Doutor
INTEGRAÇÃO REGIONAL EM Carlos Maria
da Silva Feijó
ÁFRICA
ÍNDICE

1. ÁFRICA MÚLTIPLA;

2. DIREITO COMUNITÁRIO AFRICANO;


3. CARACTERÍSTICAS DOS MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO
REGIONAL;
4. E VO LUÇ Ã O DO PR OC E SSO D E I N T E GR A Ç Ã O E M Á F RI C A ;
A. A PROBLEMÁTICA DA INTEGRAÇÃO NO CO NTINENTE AFRICANO
GIROU À VOLTA DE 2 ASPECTOS;
B. PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA CRIAÇÃO DE UMA UNIÃO ADUANEIRA
NO CONTINENTE AFRICANO
ÍNDICE

C. PROPOSTAS APRESENTADAS NA SEGUNDA PARTE DO PLANO DE


ACÇÃO DE LAGOS

D. TRATADO DE ABUJA;
E. UNIÃO AFRICANA;

F. PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL;


G. ACTO CONSTITUTIVO DA UNIÃO AFRICANA;

H. COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS;


I. NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO;

5. C ON C LUSÃ O
1. ÁFRICA MÚLTIPLA

 A ideia de uma “África Múltipla” com variedades e diversidades tem as seguintes

perspectivas:

1. “África transnacional” esta é uma perspectiva construída pela visão pan-africanista.

Nesta visão, o continente africano integra um pouco das Caraíbas, da América e da

Europa. Não se trata de uma África Geográfica mas de uma comunidade de cultural

que transcende as fronteiras e as distinções étnicas ou nacionais. Esta definição de

África legitima as ideologias elaboradas no século XIX pelos pan-africanistas. A

diáspora africana nas Caraíbas, América e Europa reivindicou o direito de determinar

os destinos do com tinente e manifestou a sua pertença à África, impulsionando uma

parte imaginária de África a-territorial.


1. ÁFRICA MÚLTIPLA (CONT .)

2. “ Africa Múltipla” este tipo de perspectiva foi institucionalizada de


maneira diferenciada pelos Estados através de quadros de
reagrupamento com base na solidariedade geográfica ou por
integração económica regional manifestam uma proximidade com
base no interesse comum de desenvolvimento económico, o
critério geográfico é basilar.
1. ÁFRICA MÚLTIPLA (CONT .)

3. “ Africa Múltipla 2” esta África é a que foi dividida pelo


colonialismo e continuada pelos Estados pós-coloniais. A
invenção da África Colonial contribui para criar uma
heterogeneidade no continente com base no critério da língua:
 Existe a África Lusófona, unida no quadro da organização
denominada PALOP (Países Africanos de Língua Portuguesa)
 A UEMOA (União Económica e Monetária da África Ocidental)
composta maioritariamente por países de expressão francesa
da Africa Ocidental, marginalizando os demais países
francófonos organizaram-se à escala continental através da
OCAM (Organização Africana Comum e Malgaxe).
1. ÁFRICA MÚLTIPLA (CONT .)

 O critério linguístico é uma das determinantes da identidade


cultural múltipla e das relações internacionais africanas. Nesse
contexto, as línguas europeias adquiriram uma legitimidade política
em África mais profunda do que na Ásia;

4. “África Múltipla 3” é também uma África dicotómica a partir do


deserto do Sahara: de um lado a África ao Sul do Sahara,
classificada de África negra, no outro lado, a África mediterrânica,
África árabe. Estas duas categorias influenciam as relações
internacionais africanas e , de um certo modo, são chamadas para
o debate sobre a africanidade e a identidade africana.
1. ÁFRICA MÚLTIPLA (CONT .)

 A construção da identidade africana à volta do “negro” repousa geralmente


sobre a ideia de que África é constituída pela África subsariana e que se
estabelece rapidamente uma relação entre o continente e a raça negra, embora
seja facilmente comprovado que nem todos os africanos da África subsaariana
são negros.

 A divisão entre a África branca e a África negra tem criado vários


constrangimentos e conflitos de cidadania e o Zimbabwe é apenas um exemplo.

 Porém, o exemplo mais elucidativo da aceitação mútua e de um autêntico


realismo é o conceito sul-africano de “nação arco-íris”, que inclui chineses,
indianos, brancos e negros. Logo, a noção identitária “negro-africana” não é
homogénea.
1. ÁFRICA MÚLTIPLA (CONT .)

 Os países árabes, por norma, têm uma maior proximidade


através da pertença à Liga Árabe e pelo fluxo de pessoas e
de ideias entre os Estados da região, há também uma
grande proximidade devido à li religiosa, ou seja, uma parte
da população desse país é muçulmana, o que faz com que
esses países também tenham uma relação mais intensa
com os países da África ao Sul do Sahara com maior
pendor islâmico. Mais uma vez nota-se uma variável África
Negra e África Árabe influencia as relações internacionais
africanas.
1. ÁFRICA MÚLTIPLA (CONT .)

5. A “África Plural” remete também para a distância que existe entre


a África continental e a África Insular, constituída por países como
as Maurícias, Seychelles, Comore s e Madagáscar que se localizam
na área de intercâmbio cultural e humano do Oceano Índico. Esses
Estados são compostos por uma população de origens diversas o
que gera uma espécie de tensão étnico/ linguística interna, mas
também uma integração regional a nível do continente.

 Nesse caso o critério de elegibilidade está directamente


relacionado com o intercâmbio cultural e humano daquela região,
facto que faz com que esses países se sintam mais próximos do
Paquistão, Austrália, India, Malásia e Indonésia.
2. DIREITO COMUNITÁRIO AFRICANO

 O Dire ito inte rnacional pú bl ico tem a fina lida de de re gu la r a s rel ações
e ntre os dife rente s s uj eitos do direit o i nt erna ciona l com principal
prim azia para os Est ados;

 M as a g rande cont rovérsi a qu e e xis te é o fa cto de se te nta r conci lia r


os interes se s na ci onai s e os inte rna ciona is com ba se na reciproci da de
e igu aldade de direi tos no s eio da comu nida de inte rna ciona l.

 As org anizaçõe s internacionai s su pra na ciona is s obre põem a s su a s


prorrogativas aos Es tados -me mbros . N e ste s ca sos, a s leis
inte rnacionais vigoram a u toma tica mente nos Es ta dos- mem bros ca so
s ejam aprovadas pe los órg ãos compone nt es para ta l.
 Ex: Decisões Saídas com Conselho de
Segurança da ONU, cuja natureza é
2. DIREITO
vinculativa independentemente do sujeito COMUNITÁRIO
AFRICANO
sobre o qual caia a decisão. CONT.)

 Neste caso concreto, o próprio Conselho de


Segurança carece de algumas reformas para
se adaptar à nova conjuntura internacional
3. C A RA CT E RÍ S T I CA S D O S ME C A N I S M OS D E I N T E GR A Ç Ã O
RE G I ON A L

Tipo de Trocas Política Livre Política Governo


mecanismos livres entre comercial circulação de monetária e comum
os comum produtos orçamental
membros comum

Zonas de trocas Não Não Não Não Não


preferenciais

Zona de livre Sim Não Não Não Não


Comércio

União Aduaneira Sim Sim Não Não Não

Mercado Comum Sim Sim Sim Não Não

União Económica Sim Sim Sim Sim Não

União Política Sim Sim Sim Sim Sim


3 . C A R A C T E RÍ ST I C A S D OS M E C A N I SM OS D E
I N T E G R A Ç Ã O RE G I O N A L ( C ON T . )

 A análise da tabela permite aos técnicos terem uma visão das


principais implicações de cada uma das fases do processo de
integração regional. Portanto, deveria constituir um guia para
todos aqueles que lidam com as questões de integração
regional, no sentido de complementar com outras técnicas e
procedimentos institucionais.
4. E VO LU Ç Ã O D O P R O C E SSO DE I N T E GR A Ç Ã O E M
Á F RI C A

 Os pioneiros do panafricanismo do séc. XIX,


princípios do séc. XX tal como Willial Edwar
Burghardt Du Bois, Marcus Garvei, Kwame
Krumah (único africano nativo) tinham ideias
desfasadas da realidade corrente e dos
objectivos tangíveis que cada um dos povos no
interior dos territórios colonizados preconizava.

 Porque se exista um consenso sobre a


necessidade de libertar-se os povos africanos e
evoluir-se para a igualdade de direitos,
independentemente da raça, cor, origem ou
credo religioso, o mesmo não se pode dizer da
possibilidade dos africanos coabitarem numa
nação política continental
4 . E VOL UÇ Ã O DO P R OC E SSO D E I N T E G RA Ç Ã O E M Á F RI C A
( C O N T .)

 O pan-africanismo dos africanos nativos afasta-


se do idealismo utópico dos percursores afro-
americanos e do Caribe. Em Africa houve
contornos revisionistas. A maior parte dos
precursores não reclama uma igualdade de
direitos de cidadania, mas a emancipação dos
povos africanos, a autodeterminação, enfim, a
independência dos nativos e dos territórios do
continente.

 Portanto, o pan-africanismo em África


transformou-se em luta anti- colonial, em
nacionalismo ao contrário do que acontecia
com os afro-americanos que reclamam inclusão
e igualdade de tratamento.
4 . E VOL UÇ Ã O DO P R OC E SSO D E I N T E G RA Ç Ã O E M Á F RI C A
( C O N T .)

 Há uma evolução política/ideológica  Pode-se também citar o modelo do


“Convention People Party” dirigida
na passagem do pan-africanismo dos
por Nkrumah, que embora
afro-americanos para o continente
estivesse limitado ao Gana, se
africano propriamente dito. No inscreveu com o status de uma

continente africano, numa primeira realização imperiosa para “criação


de uma federação do Oeste
fase, existiram pretensões
africano”, a primeira etapa da via
federalistas, tais como o movimento
para o pan-africanismo (Zerb
panafricanista de Namdi Azikiwe que 2004:16). Mas deve-se acrescentar
criou que criou “ O Concelho Nacional ainda, o Movimento pan-africano
para a Libertação da África do
da Nigéria e dos Camarões” (NCNC).
leste e Central (Panafrican
Freedom Movement for East and
Central Africa- PAFMECA)
4 . E VOL UÇ Ã O DO P R OC E SSO D E I N T E G RA Ç Ã O E M Á F RI C A
( C O N T .)

 A euforia apoderou-se dos intelectuais


africanos que fizeram do pan-africansmo um
movimento vanguarda:

Reivindicar
am a
independên
cia de
todos os
territórios
africanos
4 . E VOL UÇ Ã O DO P R OC E SSO D E I N T E G RA Ç Ã O E M Á F RI C A
( C O N T .)

De 15 a 22 de Abril e de 6 a 13 de  As premissas principais


Dezembro de 1963 foi re alizada a passavam pelo protesto contra a
conferência de Accra, onde foi
dominação política, jurídica ,
idealizada uma federação
intelectual e moral da Europa.
multinacional dos Povos com base
na igualdade e na solidariedade
Pan-africanista: O Congresso  As principais reivindicações
Constitutivo do PRA (P arti du ce ntravam-se na conquista da
Reproupme nt african), reunidos em inde pendência, direito ao
Cotonou de 25 a 27 de Julho forjou
desenvolvimento e ao não-
o método e a base para a unidade
alinhamento. Facto que pode ser
africana.
constatado nas conclusões da
Conferência de Bandung de 1955
4 . E VOL UÇ Ã O DO P R OC E SSO D E I N T E G RA Ç Ã O E M Á F RI C A
( C O N T .)

a) Respeito pelos direitos fundamentais do Homem;

b) Respeito pela soberania e integridade territorial


de todas as nações;

c) Reconhecimento de igualdade entre todas as


raças e nações, grandes ou pequenas;

d) Não ingerência dos assuntos internos dos outros


Estados;

e) Abstenção do recurso de mecanismo de defesa


colectiva com vista a não servir os interesses
particulares de nenhuma das grandes potências

f) Abstenção, por parte de todos os Estados, de


exercer pressão a outros Estados;

g) Regularização de todas as disputas por meios


pacíficos
4 . E VOL UÇ Ã O DO P R OC E SSO D E I N T E G RA Ç Ã O E M Á F RI C A
( C O N T .)

 A partir dessa altura, começaram a


emergir os movimentos
independentistas. Uns com ideias
federalistas e outros primando pelo
nacionalismo nu e cru e foi esta a
concepção que ganhou mais respaldo.

 Alguns Estados chegaram e chegam a


confrontar-se com os seus vizinhos
parcelas de território o que contraria o
espírito de inte gracionismo que
apregoado politicamente pelos
estadistas africanos.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

A) A PROBLEMÁTICA DA INTEGRAÇÃO NO CO NTINENTE AFRICANO


GIROU À VOLTA DE 2 ASPECTOS:

GRUPO QUE DEFENDIA


NACIONALISTAS INTEGRAÇÃO GRADUAL

 Defendiam uma integração  Este Grupo defendia um processo


imediata dos Estados, através da de i ntegração gradual, teori a d o
criação de um governo federal, a “Bottom-up ” c ujo obj ectivo é a
então chamada teoria do “ Top integraç ão por f ases. Com a
Down” fi nali dade de se c hegar à uni ão
polí ti ca. Est e pensamento está
exposto no Plano de Ac ção de
Lagos adop tado em 1980, mas
outras perspectivas j á haviam si do
postas em práti ca.
4. EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO EM ÁFRICA (CONT.)

B) PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA CRIAÇÃO DE UMA UNIÃO ADUANEIRA NO


CONTINENTE AFRICANO

União
Aduaneira da União
Comunidade Banco dos
África Austral Económica e
dos Estados Estados da
com a África Aduaneira da
da África África
do Sul no África
Ocidental Central
Centro do Central
(1966) (1961)
Processo (1964)
(1889)
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

B) PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA CRIAÇÃO DE UMA UNIÃO ADUANEIRA NO


CONTINENTE AFRICANO

 N o s a n o s 8 0 s u r g i r a m m u i t a s o u tra s d a s q u a i s A n g o l a , j á
i n d ep en d e n t e, a d e r i u , n a p r i m e i ra o p o rt u n i d a d e q u e t e v e .

 O P r o c e s s o d e i n t e gr a ç ã o r e g i o n a l e m Á f ri c a n u m a f a se
d e c i si v a d o p o n t o d e v i s t a p o l í ti c o , m a s n o q u e c o n c e rn e
a o s a s p e c t o s t é c n i c o s e e c o n ó m i c o s a i n d a e x i st e u m l o n go
c a m i n h o a p e r c o r r er

 A q u e s t ã o d a i n t eg r a ç ã o c o n t i n e n t a l e m Á f ri c a t e v e Estas conferências
d e b a te s a c e s o s n o s a n o s 6 0 m a s a p en a s n o s a n o s 7 0 / 8 0
constituem
marcos do
c o m a C o n f er ên c i a d e M o n r o v i a ( 1 9 7 9 ) , o n d e o s l í d e re s processo de
africanos reclamaram a independência económica do integração em
c o n t i n e n t e e o n d e f o i p r ep a ra d o o Pl a n o d e A c ç ã o d e L a g o s África
( 1 9 8 0 ) e o A c t o F i n a l d e L a go s q u e c u l m i n o u c o m o T ra t a d o
de Abuja (1991).
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

B) PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA CRIAÇÃO DE UMA UNIÃO ADUANEIRA NO


CONTINENTE AFRICANO

Comunidade Económica Africana


Para integração económica . Cultural e social de Africa
Plano de Acção de Lagos (PAL)

Estratégia Política Éndógena ao Continente


(Definida pelos Chefes de Estado e do
Governo da OUA )

Acto Final de Lagos (AFL)


4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

B) PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA CRIAÇÃO DE UMA UNIÃO ADUANEIRA NO


CONTINENTE AFRICANO

 Através do Plano de Acção de  As posições ligadas ao


Lagos e do Acto Final de Lagos, o desenvolvimento económico do
continente declarou guerra continente africano estão
económica contra os interesses expostas no capitulo VII do Plano
do Norte, com o objectivo de: de Acção de Lagos (Comércio e
 reduzir a extrema dependência dos Finanças).
países exportadores de matérias-  A primeira parte trata das
primas;
propostas económicas que
 Internalizar os factores e os meios
ficaram divididas em Acções para
de produção
o comércio doméstico e as
Acções de Expansão do Comércio
(Rene N´Guettia Kouassi 2007:20-21)
Intra-africano.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

C) PROPOSTAS APRESENTADAS NA SEGUNDA PARTE DO PLANO DE ACÇÃO


DE LAGOS (PARÁG. 250 DO PAL)

1) Redução
das barreiras
comerciais

2) Negociações inter-
4)Até o ano de 200 África DESENVOLVIMENTO
sub-regionais devem
deveria participar no
DE TODO O
comércio intrnacional começar antes de
com cerca de 25%
CONTINENTE
1985

3) Os Estados devem
eliminar todos os
obstáculos que impedem
o comercio entre si até
1990
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

C) PROPOSTAS APRESENTADAS NA SEGUNDA PARTE DO PLANO DE ACÇÃO


DE LAGOS

 Através das disposições apresentadas em todo o parágrafo são


apresentadas um conjunto de programas que visavam a integração
económica do continente.

 O objectivo seria atingido se os Estados cumprissem com as


recomendações do PAL no comércio interno, exte rno ou intra-africano e a
nível internacional. Os objectivos traçados não foram atingidos, o
continente tem algumas uniões aduaneiras que funcional mal
parcialmente e a maioria das Comunidades Económicas Regionais (CERs)
conseguiu declarar uma Zona de Comércio Livre bastante deficitária.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

C) PROPOSTAS APRESENTADAS NA SEGUNDA PARTE DO PLANO DE ACÇÃO


DE LAGOS

 N o q u e d i z r e s p e i t o a o A c t o F i n a l d e L a g o s , o s C h e f e s d e E s t a d o e d e Go v e r n o d e
Á f r ic a r e a f i r m a m a s u a a d e r ê n c i a à e s t r a t é g i a a d o p t a d a n a C o n f e r ê n c i a d e
Monróvia. Reafirma-se o compromisso de alcançar , com base no tratado, a
comunidade Económica Africana até 2000, tal como assegurar a integração
e c o n ó m ic a , s o c i a l e c u l t u r a l d o c o n t i n e n t e .

 A integração foi dividida em duas etapas:


I. Durante os anos 80: a) Reforçar as comunidades económicas regionais existentes e criar outras
regiões onde for necessário, para que o continente esteja abrangido (África Central, Oeste
Africano, África Austral e África do Norte); b) Reforçar a integração continental a nível
sectorial, principalmente a nível da agricultura, alimentação, transportes e comunicação,
indústria e energia; c) Promover a coordenação e harmonização entre as CERs existentes, tal
como as que vierem a ser criadas para o estabelecimento gradual de um mercado comum
africano.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

C) PROPOSTAS APRESENTADAS NA SEGUNDA PARTE DO PLANO DE ACÇÃO


DE LAGOS

b. Durante a década de 90: a) avançar para a integração sectorial através da harmonização de


estratégias, políticas de planos de desenvolvimento, promoção de projectos comuns nas
áreas económicas acima mencionadas, harmonizar as políticas financeiras e monetárias;
tomar medidas efectivas para alcançar o mercado comum africano.

 O plano de Acção de Lagos foi adoptado pelos Chefes de Estado e de


Governo da OUA, na segunda Sessão extraordinária realizada em Lagos de
20 a 29 de Abril de 1980.

 A partir dessa data estavam lançadas as bases para o desenvolvimento


económico e social do continente africano, através da divisão do contine nte
em regiões geográficas e com prazos muito bem definidos .
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

D) TRATADO DE ABUJA

 O t ra t a do de A bu ja foi a s s i na do a 3 de J u n h o de 1 1 9 1 e e n tr o u e m vig or ao s
1 2 de Ma i o de 1 9 9 4 . S e gu n do o Tr a ta do , o e s ta be le cime n t o da C o mu n ida de
Econ ó mi ca Afr ica n a dever ia ba s ea r -s e n o s s ect or e s- ch a ve da i n te gr a çã o , t a l
co mo :

a. Transportes e comunicação;
b. Indústria;
Fixou-se um deadline de 30
c. Energia,
a 39 anos para se
d. Educação;
completar o processo de
e. Ciencia e Tecnologia
integração africana
f. Comércio;
g. Finanças e Políticas Monetárias
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

D) TRATADO DE ABUJA

a) será implementado em 6 etapas


b) durará 34 anos (de 1994 a 2028)

ETAPAS: Objectivos e calendarização


1) Reforçar as comunidades económicas regionais e criar outras quando necessário (5 anos, isto é, até 1999)

2) Estabilizar as tarifas e outras barreiras ao comércio regional e reforçar a integração sectorial, nomeadamente
ao nível do comércio, agricultura, finanças, transportes e comunicações, indústria e energia, bem como ainda
coordenar e harmonizar as actividades das comunidades regionais (8 anos, isto é, até 2007)

3) Estabelecer uma área de comércio livre e uniões aduaneiras em cada uma das comunidades regionais (10
anos, isto é, até 2017)

4) Coordenar e harmonizar o sistema tarifário e não-tarifário entre as comunidades regionais, com vista ao
estabelecimento de uma União Aduaneira Continental (2 anos, isto é, até 2019)

5) Estabelecer um Mercado Comum Africano e adoptar políticas comuns (4 anos, isto é, até 2023)

6) Integrar todos os sectores, estabelecer um Banco Central e uma moeda única africanas, edificando uma
União Económica e Monetária Africana e criando e elegendo o primeiro Parlamento Pan-Africano (5 anos, isto é,
até 2028)
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
E) UNIÃO AFRICANA

 Até à data estão criadas as Organizações Económicas


Regionais, O Banco Central Africano, Fundo monetário
Africano e o Banco Africano de Investimento (artigo 19º do
Acto Constitutivo).

 A União Africana tem dado passos no sentido de chegar ao


Governo da União Africana. Mas no terreno ainda existem
grandes debilidades, não há trocas comerciais, não existem
infra-estruturas, os técnicos são pouco experimentados e,
maioritariamente, sem formação específica.

 Todas as organizações regionais africanas são do tipo


intergovernamentalista, ou seja os processos de integração
dependem mais dos planos e das perspectivas das políticas
e dos políticos de casa Estado.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

E) UNIÃO AFRICANA

 O s Secretariados ~são meros executore s das


decisões dos chefes de Estado e de Governo, mas
nos EUA e na União Europeia o processo do tipo
funcionalista, onde os argumentos técnicos
tiveram mais peso do que os políticos.

 Relativamente às Comunidades Económicas


Regionais, em todas as regiões e sub-re giões
foram surgindo várias organizações, chegando
mesmo a sobreposição de interesses, com
possibilidades do processo ficar comprometido no
futuro
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

E) UNIÃO AFRICANA

 Por exemplo:

O Secretariado da SADC aparece como o “principal órgão executor da instituição,


responsável pela planificação e gestação estratégica de programas, implementação
de políticas e das decisões dos órgão políticos e das instituições da SADC, tais como
da Cimeira , do Conselho de Ministros e da Troika”.

A CEEAC define o Secretariado-geral como as recomendações do Conselho de


Ministros. Conforme se pode constatar, os Secretariados dessas duas organizações de
integração Económica Regional, dos quais Angola é membro com plenos direitos, são
meros executores das decisões políticas, sem qualquer autonomia para dinamizar os
processos de políticas, sem qualquer autonomia para dinamizar os processos de
integração.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

E) UNIÃO AFRICANA

• Os Estados africanos foram submetidos a vários


programas implementados pelas instituições de
Bretton Woods, com os Programas de Ajustamento
DÉCADA DE 80
Estrutural, cujos impactos foram socialmente
degradantes devido à mudança prematura do papel
do Estado, enquanto provedor do bem-estar social

• Na década seguinte, o continente foi confrontado com


a necessidade de se adaptar às novas exigências
DÉCADA DE 90 políticas, nomeadamente, a democratização, a
privatização das empresas públicas e a liberalização
da economia
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

F) PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

A aplicação dos Programas de Ajustamento Estrutural cujo objectivo era acelerar o


desenvolvimento e anular a marginalização económica dos países africanos, não surtiu os
efeitos esperados, pelo contrário:

1. A economia africana continuou paralisada. Segundo estatísticas da UNCTAD (2003), a


região da África Subsaariana detinha 3.7% das exportações no mercado mundial em 1980 e
3.1% das importações. Em 2002 esses valores decaíram para 2% e 2.1% respectivamente;

2. A privatização beneficiou as pequenas elites que não conseguiram amentar a produtividade


ou dar continuidade às actividades produtivas que eram garantidas pelo Estado;

3. A liberalização arruinou as pequenas empresas e a agricultura local, na maior parte dos


casos, de subsistência.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

F) PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

4. Os produtores locais não resistiram à concorrência dos produtos importados a partir dos
países desenvolvidos. Grande parte dos produtos agrícolas e industriais provenientes
desses países são subsidiados pelo Estado, para além da alta tecnologia utilizada;

5. A democratização dos regimes políticos não conseguiu criar um clima de estabilidade


política, económica e social;

6. Entre 1990 e 1997 deflagraram 60 conflitos armados de carácter intra-estatal no


continente africano. Os efeitos sociais foram desastrosos;

7. As Reformas socias em África ajudaram cerca de 30% da população, menos de 5%


concorda com as reformas, 65% sente-se prejudicada e cerca de 4% não te percepção
clara dos efeitos dessas políticas na sua vida.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

F) PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

Fig.1
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

F) PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

Fig.2
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

F) PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

 Par ad oxa l m e nt e a ap l i ca çã o d os P rog ra m as de Aj u sta me nto Es trutu ra l o


c re sc i m e n to d o P I B p e r ca pi ta d os paí se s da Áfri ca Su b-s ah ar i a na b ai xo u de
form a ac e n tua da , e m al g u n s c as os o c re s ci m e nto fo i n e g a ti v o c on form e
de mo ns tra a fi g ura 2 ;

 Dura nte os an os e m q ue o s P r og ra ma s de Aj us tam e n to E stru tur al e s ta v a m a


se r i m pl e m e n ta d os os re su l tad os fora m pe r v e rs os, a p a rti r de 1 9 95 a si tu a çã o
foi m e l hor an do , m as o c re sc i me n to e c on óm i co n ão p a sso u d os 3% ;

 Es sa c ons ta taç ão é p re o cu pan te um a v e z qu e a i n s ti tui ç ã o q ue re c onh e c e o


subd e se n v o l v i m e n to d e Áfri ca é a q ue ma i s d e fe nd e a s r e g ra s d e c oop e ra ç ão
n orte /s ul com os p ad rõe s a ctu ai s.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

F) PROGRAMAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

Dese
 A partir dos anos 90 o Banco Mundial
nvolvi
(BM) e o Fundo Monetário ment
I n t e r n a c i o n a l ( F M I ) p a s s a r a m a p r es t a r o
huma
maior atenção à luta contra a pobreza no
e na implementação de programas
para erradica-la como prioritário;
Prote
Prioridades Saúd
cção
social a nível e
 Foram elaborados dezenas de
global
programas de ajustamento estrutural.
As crises globais como as que
afectaram a Ásia forçaram a análise
Educ
d o s p r o b l e m a s s o c i a i s n o i n t er i o r d a s
ação
fronteiras nacionais.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I 1)
NTEGRAÇÃO EM ÁFRICA (CONT.)
Estabelecer a
2) Acelerar o
União
U S T A MdeE N T O E processo
F ) P R O G R A M A S D E A JAfricana S T R U T Upara
RAL
a
acordo com a
implementaç
carta da Assegurar o Abreviar o
ão e para o Reforçar e
Organização estabelecime período para
 A Organização Mundial do estabelecime consolidar as
continentalntoe de todas implementaç
nto do comunidades
com a as ão do Tratado
Comércio (OMC) concordou Tratado daeconómicas
previsão doinstituições de Abuja
Comunidade regionais, que
em dar atenção aos Tratado queprevistas no
Económicaformam os
estabelece aTratado de
Africana, em pilares para
problemas sociais; Unidade Abuja, tal
particular: se alcançar
Económica como o
os objectovos
AfricanaBanco Central
da
Africano,
Comunidade
 Os Chefes de Estado e de União
Económica
monetária
Africana
Governo reunidos de África africana, etc.

reunidos em Sirte, Líbia, de 8


a 9 de Setembro de 1999,
adoptaram a Declara ção de
Sir te cujo conte údo resume-
se ao seguinte:
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

G) ACTO CONSTITUTIVO DA UNIÃO AFRICANA

 O Acto Constitutivo da União Africana, relativamente à união económica do


continente , preconiz a:
1. Realizar
3. Criar condições 4. Promover
uma maior 2. Promover a
necessárias que desenvolvimento
unidade e paz, segurança
permitam o continente duradoiro nos
solidariedade ea
desempenhar o papel planos
entre os países estabilidade
que lhe compete na económico, social
e povos de do continente
economia mundial e cultural
África

7. Promover os 8. Coordenar e 5. Promover o


6. Acelerar a
princípios e as harmonizar as desenvolvimento
integração
instituições Económicas em todos os
política e
democráticas, a Regionais e as domínios da
socioeconómic
participação futuras políticas actividade
a do
popular e a boa entre as humana
Continente
governação Comunidades
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

G) ACTO CONSTITUTIVO DA UNIÃO AFRICANA

 No Acto Constitutivo estão estabelecidos 14 objectivos;

 Os 8 apresentados no último slide estão directa ou indirectamente relacionados


com a união económica do continente africano, ou seja o principal objectivo da
União Africana é o desenvolvimento global do continente, através do incremento
das relações económicas, políticas e sociais entre os povos africanos.

 O princípio 14º defende “ Promoção da Justiça social para assegurar o


desenvolvimento económico equilibrado”, tal como a nível dos órgãos da União em
que figuram o conselho Económico, social e Cultural e as três instituições
financeiras previstas no artigo 19º (Banco Central Africano; Fundo Monetário
Africano e Banco Africano de Investimento).
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

O processo de inte gração no continente africano tem várias debilidades:

1. Carência de Infra-Estruturas;
2. Falta de complementaridade das e conomias que até à data dão
praticamente concorrente s;
3. Inexistência de estabilidade macroeconómica;
4. Poder de compra das populações dos Estados membros desequilibrado;
5. Economias com debilidades competitivas;
6. Existência de organizações regionais, que não sendo reconhecidas
continuam as suas actividades e quase todos os Estados estão numa
situação de dupla pu tripla filiação o que impedirá o avanço de uma
União Aduaneira.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Os facto res enumerados são indispensáveis para que os Est ados ent rem no
p roces so de int egração económica e igualdade de circunstâncias;

 Os Est ados af ricanos em vez de o ptarem por uma post ura com a f inalidade
d e implementar as etapas da integração com base num fut uro económico
co mum, aderem e suspendem as sua participação nas CE Rs, em f unção
d os interesses p olíticos nacio nais ou geoest rat égicos, sem velar pelos
interesses geoeconómicos;

 O inquérit o realizado pela U nião Africana em 2006 demonst rou que 95%
d os Est ado s pert encem a mais do que uma CER s e ¼ d os países declaro u
que enfr ent a dificuld ades para pagar a suas quotas, tal como para cumprir
co m a maioria dos programas das organizações a que pert ence.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Outros 23% declarou que a múltipla filiação é a


principal razão da fraca implementação dos
programas de integração regional no país;

 Apenas 35% dos Estados citou a finalidade económica


c o m o r a z ã o d a a d e sã o à CE R e 2 1 % a r g u m e n t o u q u e o
objectivo é cumprir com o Tratado de Abuja, a maior
parte dos técnicos não conhecia ou conhece mal o
Tratado;

 A organização interna dos Estados também é bastante


deficitária. Apenas 32% dos Estados Africanos têm um
ministério dedicado à integração regional. Os restantes
Estados não têm um ponto focal nacional para cada
uma das actividades da integração regional;
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Os restantes Estados não têm um ponto  53% dos Estados têm pontos focais
focal nacional para cada uma das para a integração, dois ou mais
actividades da integração regional;
pontos focais para a integração, o
que cria problemas de coordenação
 Cerca de 18% dos Estados citaram a a nível nacional;
diversidade de actividades que envolve a
integração regional como a principal razão
 No que respeita à livre circulação
da não existência de um ministério para a
de pessoas, a situação também é
integração.
deficitária. 90% dos Estados tem
dificuldade em conceder vistos para
 25% acreditam que a existência de pontos
alguns ou todos os Estados
focais em cada ministério que tenha
m e m b r o s d a (s ) c o m u n i d a d e ( s )
relação directa ou indirecta com a
económicas a que pertencem.
integração era satisfatório;
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Cerca de 65% tem leis a favor do


estabelecimento, no seu território, de cidadãos
dos Estados membros;

 Em 2003, cerca de 68.5% dos Estados pagou


as suas quotas nas CERs a que pertence e, em
2004, 36% dos Estados não conseguia cumprir
com as suas obrigações financeiras nas
comunidades económicas regionais;

 Neste momento apenas a África do Sul está em


condições de entrar na globalização africana,
porque todas as economias africanas
encontram-se numa situação de debilidade,
pós-guerra ou emergentes.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Cerca de 65% tem leis a favor do


estabelecimento, no seu território, de cidadãos
dos Estados membros;

 Em 2003, cerca de 68.5% dos Estados pagou


as suas quotas nas CERs a que pertence e, em
2004, 36% dos Estados não conseguia cumprir
com as suas obrigações financeiras nas
comunidades económicas regionais;

 Neste momento apenas a África do Sul está em


condições de entrar na globalização africana,
porque todas as economias africanas
encontram-se numa situação de debilidade,
pós-guerra ou emergentes.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 A múltipla filiação tem consequências bastante negativas no processo de


integração regional, sobretudo quando o consenso existente em África é a
consolidação da integração económica regional, com vista ao alcance da
integração continental;

 Por outro lado , tecnicamente não é possível pertencer a duas organizações na fase
da União Aduaneira, devido a isenção das taxas alfandegárias, relativamente aos
produtos provenientes dos países membros da mesma comunidade económica;

 A Comissão da união Africana, em 2005, submeteu aos Estados cinco propostas


para a racionalização da CERs;
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

2)Racionalização através da fusão e


1) Manutenção do Status Quo: A União absorção: Tendo em conta o disposto no
Africana deverá lidar directamente com as Tratado de Abuja o Cenário propõe a fusão e
CERs para coordenação e implementação absorção das actuais comunidades em 5
das políticas de integração económica CERS, conforme a disposição geográfica de
cada uma delas.

3) Racionalização em torno das 4) Racionalização pela decisão do trabalho:


comunidades “enraizadas”: Este cenário através da alocação de tarefas baseadas no
pretende fazer o meio-termo entre os dois conceito de “dimensão óptima dos
cenários apresentado expostos programas de integração”. Programa com
anteriormente base na complementaridade
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Relativamente ao 5º Cenário, “Racionalização das CERs”, os

Chefes de Estado e do Governo da União Africana, reunidos na


sua 7ª sessão ordinária de de 1 a 2 de Julho de 2006
reconheceram 8 comunidades;

 Apesar da sua oficialização, existem passos políticos sem

grande impacto estrutural, não ha cooperação intra-regional e as


organizações que declararam Zonas de Comércio Livre, para çém
das dificuldades de coordenação, nem todos os Estados adriram.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

CEDEAO
CEN-SAD Comunidade
Comunidade Económica
dos Estados da África do
Sahelo- Oeste;
Saharianos

COMESA
UMA
Mercado
União
Comum da
Magrebe
África Oriental
Árabe;
e Austral;
IGAD-
Entidade
Intergoverna
mental para
o
Desenvolvim CEEAC-
ento; Comunidade
Económica
dos Estados
da África
Central;
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

1. No que respeita ao sector monetário, a zona franco CFA é a única que


vai resistindo, apesar da falta de convergência macroeconómica entre os
Estados-membros;

2. Existe uma acentuada falta de planificação financeira regional. Na


prática, cada Estado continua a gerir a sua política financeira, sem levar
em consideração a política monetária;

3. Este facto permite constatar que os Estados têm o mesmo tipo de


moeada e não a mesma moeda
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )

H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS


4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Ma s at é à d a t a, os E s ta d os , n a s u a  R e l a t i v a me m t e ao s E s ta d os h á u m
m a i or i a, t ê m op t ad o p o r m a n t e r o g r a n d e d e s p er d í ci o a n í v el d e
s t at us q uo , m a nt e n d o a s u a fi l i a ç ã o re c u r so s f i n a n c ei r o s , h u m an o s e
e m m a is d e u m a or g a n i z a ç ã o
m a te r i a i s . A s es t r u t u r as e s t atai s n ão
e c on óm i c a re g i on a l ;
es t ã o c o n c e b i d as p ar a f az e r
a c o m p a n h a m e n t o e m o n i t o r i z aç ão
 A m ú l ti p l a fi l i aç ã o c on s ti t u i u m
d as a c t i v i d ad es ;
p r ob l e m a q u e a c om p an h a t od o o
d e b a t e à v ol ta d a a ná l i s e d a
i n t e g r a ç ã o e m Áf ri c a . E s t e f a c t o t e m  Se g u n d o a U A e a U N E C A ( 2 0 0 6 ) o

c o ns e qu ê n c ia s n e g a t i va s , t a n t o p a ra c o n t i n e n t e a f r i can o e n f r en ta v ár i o s
os E s ta d o s c o m o p a ra o c on t i n e n t e c o n s t r a n g i me n to s n a i m p l em e n t ação
d e u m a for m a g e r a l ; d os p r o j e c t o s d e i n t eg r ação r e g i o n al :
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

Capacidade
limitada e
fundos
insuficientes

Múltipla e Fraca
sobreposição no complementari
processo de dade entre as
integração economias

Inexistência de
Leis domésticas
pontos focais e
limitadas
regionais
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
H) COMUNIDADES ECONÓMICAS REGIONAIS

 Todos esses constrangimentos fazem com que o processo de integração


económica regional ainda e steja longe de se desenvolver com eficácia.

 Os Chefes de Estado e de Governo, conscientes do atraso que os planos


para a criação da Comunidade Económica Africana tem conhecido,
decidiram avançar com um proje cto continental com o objectivo de ajudar
os Estados a criarem condiçõe s necessárias para a sua integração
económica no continente e no mundo.

 Surge o NEPAD- Nova Parceria para o Desenvolvimento de África


4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

Lançada em Julho de 2001, na


Cimeira de Lusaka, Zâmbia, por
iniciativa dos presidentes da
África do Sul, Nigéria, e Argélia,
tem a sua origem no Plano
OMEGA (gizado pelo Senegal) e
pela Parceria do Milénio para
Recuperação dos Programas
Africanos- MAP
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

PRINCIPAIS OBJECTIVOS DA PARCERIA DO MILÉNIO PARA RECUPERAÇÃO


DOS PROGRAMAS AFRICANOS

1) Acelerar a erradicação da pobreza e da desigualdade de género em


África

2) Retirar o continente da marginalização do processo de globalização


económica rumo ao desenvolvimento sustentável
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

 Para atingir os objectivos preconizados, enfatizou-se o


desenvolvimento do comércio intra-africano, com os países
industrializados e outras regiões, bem com o a diversificação
das exportações africanas que estão centradas nas matérias-
primas e no petróleo;

 A NEPAD é uma das últimas iniciativas cujo objectivo é a


integração de África na economia global através do
desenvolvimento sustentável.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

ÁREAS PRINCIPAIS ELEITAS PELO NEPAD

2) Economia e Governação Corporativa

4) Criação de um Banco Central,


3) Desenvolvimento de infra-estruturas Banco de Desenvolvimentoe o Fundo
para Desenvolvimento Africano
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

Programa ficou estruturado da seguinte forma:

I. Comité dos Chefes de Estado e de Governo que são responsáveis


pela implementação dos Programas;

II. Comité de Implementação, comporsto por Chefes de Estado e de


Governo de 20 países, incluindo os Estados Fundadores )Algéria,
Egipto, Nigéria, Senegal e África do Sul), masi 15 Estados em
representação de todas as regiões da União Africana, com o
seguinte formato:
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

África Oeste Norte de África África


Central: Africano: África: Ocidental: Austral:
Botswana,
Camarões, Etiópia, Algéria, Mali, África do Sul
Gabão e Maurícias Egipto e Nigéria e e
São Tomé; e Ruanda; Tunísia; Senegal; Moçambique
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

III. A Direcção é composta por representantes dos Chefes de Estado e


de Governo, membros do Comité de Implementação;

IV. O Secretariado está a cargo dos 5 membros fundadores e tem


como finalidade dinamizar a implementação dos programas
previstos.

Cada um dos Estados que faz parte do Comité de implementação


ficou responsável pela dinamização de uma das áreas-chave da
NEPAD:
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

Desenvolvimento
Humano-Educação e
Saúde
(Algéria)
Política de Boa
Infra-estruturas,
Governação, Paz,
ambiente, NICT e
Segurança e
energia
Democracia
(Senegal)
(África do Sul)

Acesso ao mercaso, Boa Governação na


diversificação de Economia Privada
produtos e agricultura (Nigéria)
(Egipto)
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

A iniciativa que teve um grande impacto a níve l político e de imagem para os


Estados africanos foi o Mecanismo de Avaliação de Pares (APRM);

 É um acordo mútuo entre os Estados que de forma livre e voluntária


concordam em re speitar os princípios de participação do povo na
governação, aplicacão dos proce ssos burocráticos existentes e o
cumprimento de normas e m todos os actos políticos e de g overnação;

 Os resultados são avaliados atravé s de um comité composto por


personalidades africanas, presidido pelo Presidente do NEPAD e pelo
secretariado.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

 O Mecanismo de Avaliação de Pares (APRM) demonstra que o


compromisso dos Estados em direccionar as suas
preocupações para as questões relacionadas com a boa
governação e de boa vontade controlar o seu próprio destino;

 Apesar de tudo, 3 anos depois da adopção do mecanismo,


apenas 4 países tinham completado o seu processo de
revisão, nomeadamente: o Quénia, o Ruanda, o Gana e a
África do Sul.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

As causas do fraco progresso relativamente à implementação do


APRM, estão descritas no Relatório sobre o progresso da
NEPADS, dando destaque às seguintes:

 Vários Estados não implementaram acções concretas que


como forma de preparar o exercício de revisão;

 Não foram implementadas estruturas apropriadas a nível


nacional;
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

 Alguns países não designaram os seus pontos focais, nem


estabeleceram a comissão nacional;

 Nos Estados onde se verificou o estabelecimento da comissão, a


mesma não representa todos os grupos previsto, tal como a
sociedade civil, os grupos religiosoa, empresariais e outros grupos
organizados;

 Os orçamentos para o exercício de revisão não foram devidamente


cabimentados.
4. E V O L U Ç Ã O D O P R O C E S S O D E I N T E G R A Ç Ã O E M Á F R I C A ( C O N T . )
I) NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

O mecanismo de “revisã o
pelos pares” (APRM)
oferece actualmente uma
oportunidade de diá logo
constructivo, no sentido
de promover e melhorar a
boa governaç ã o em
Á frica;
5. CONCLUSÃO

 Existe sobreposição de objectivos entre a NEPAD e as CERs,


que procuram parcerias tendo em conta as suas prioridades,
tanto regionais com o a nível de cada Estado;

 o Comité de Chefes de Estado e de Governo, responsáveis


pela implementação da NEPAD, na cimeira realizada em
Março de 2007, na cidade de Argel, decidiram integrar a
NEPAD e os seus projectos nas estruturas da União Africana,
cujo processo está em curso;
5. CONCLUSÃO

 A NEPAD mobilizou sinergias:EUA, Reino Unido, União Europeia,


Bnco Mundial, OMC e a ONU, através da resolução
A/RES/59/254 da Assembleia-geral da ONU, decidiram
trabalhar em estreita colaboração com os Estados africanos
para que o programa conseguisse atingir os seus objectivos;

 A NEPAD pode ser considerada uma iniciativa positiva se


atendermos ao facto dos seus projectos terem a potencialidade
de contribuir para efectivar o processo de integração regional.

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