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DISCIPLINA: Engenharia de Materiais
Prof. Jhon Steven Navarro Hoyos

TEMAS AULA 9:
 Mecanismos de Difusão;
 Primeira Lei de Fick;
 Segunda lei de Fick — Difusão em Regime Não Estacionário.

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DISCIPLINA: Engenharia de Materiais
Prof. Jhon Steven Navarro Hoyos

OBJETIVOS DA AULA:
 Definir o conceito de difusão e diferenciar entre os diferentes tipos de difusão
presentes nos metais;
 Distinguir entre a difusão em regime estacionário e a difusão em regime não
estacionário, estudando as as leis mais gerais que regem os processos de difusão.

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BIBLIOGRAFIA
• Callister, W.  (2016). Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução .
9ª Edição. Grupo Gen-LTC.

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Introdução
Muitas reações e processos importantes no tratamento de materiais dependem da
transferência de massa tanto no interior de um sólido específico (ordinariamente em
um nível microscópico) quanto a partir de um líquido, um gás ou outra fase sólida. Isso
é alcançado obrigatoriamente por difusão, que é o fenômeno de transporte de
matéria por movimento atômico.

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Introdução
O fenômeno da difusão pode ser demonstrado com o auxílio de um par de difusão, o
qual é formado unindo barras de dois metais diferentes, de modo que haja um contato
íntimo entre as duas faces; isso está ilustrado para o cobre e o níquel na Figura abaixo.
Esse par é aquecido a uma temperatura elevada (porém abaixo da temperatura de
fusão de ambos os metais) durante um período de tempo prolongado e depois é
resfriado até a temperatura ambiente.

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Introdução
Uma análise química revelará uma condição semelhante àquela representada na Figura
abaixo - qual seja, cobre e níquel puros localizados nas duas extremidades do par,
separados por uma região onde existe uma liga dos dois metais.

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Introdução
As concentrações de ambos os metais variam de acordo com a posição, como
mostrado na Figura abaixo. Esse resultado indica que átomos de cobre migraram ou se
difundiram para o níquel e que o níquel se difundiu para o cobre. Esse processo, no
qual os átomos de um metal se difundem para o interior de outro metal, é
denominado interdifusão, ou difusão de impurezas.

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Mecanismos de Difusão
De uma perspectiva atômica, a difusão consiste simplesmente na migração passo a
passo dos átomos de uma posição para outra na rede cristalina. De fato, os átomos nos
materiais sólidos estão em constante movimento, mudando rapidamente de posições.
Para um átomo fazer esse movimento, duas condições devem ser atendidas:

(1) deve existir uma posição adjacente vazia;

(2) o átomo deve possuir energia suficiente para quebrar as ligações atômicas com
seus átomos vizinhos e então causar alguma distorção da rede durante o seu
deslocamento.

Há dois mecanismos que são dominantes para a difusão nos metais: a disfusão por
lacunas e a difusão intersticial.
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Mecanismos de Difusão: Difusão por Lacunas

Um mecanismo envolve a troca de um átomo de uma


posição normal da rede para uma posição adjacente
vaga ou lacuna na rede cristalina, como está
representado esquematicamente na Figura ao lado. Esse
mecanismo é apropriadamente denominado difusão
por lacunas. Evidentemente, esse processo necessita da
presença de lacunas, e a extensão segundo a qual a
difusão por lacunas pode ocorrer é uma função do
número desses defeitos que estejam presentes; em
temperaturas elevadas, podem existir concentrações
significativas de lacunas nos metais.

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Mecanismos de Difusão: Difusão Intersticial

O segundo tipo de difusão envolve átomos que migram


de uma posição intersticial para uma posição intersticial
vizinha que esteja vazia. Esse mecanismo é encontrado
para a interdifusão de impurezas, tais como hidrogênio,
carbono, nitrogênio e oxigênio, que são átomos
pequenos o suficiente para se encaixar nas posições
intersticiais. Os átomos hospedeiros ou de impurezas
substitucionais raramente formam intersticiais e,
normalmente, não se difundem por esse mecanismo.
Esse fenômeno é apropriadamente denominado difusão
intersticial (Figura ao lado).

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Mecanismos de Difusão: Difusão Intersticial

Na maioria das ligas metálicas a difusão intersticial ocorre muito mais rapidamente que a
difusão pela modalidade de lacunas, uma vez que os átomos intersticiais são menores e,
dessa forma, também são mais móveis. Adicionalmente, existem mais posições
intersticiais vazias do que lacunas. Portanto, a probabilidade de um movimento atômico
intersticial é maior do que para uma difusão por lacunas.

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Primeira Lei de Fick

A difusão é um processo dependente do tempo — ou seja, em um sentido macroscópico,


a quantidade de um elemento que é transportado no interior de outro elemento é uma
função do tempo. É sempre necessário saber o quão rápido ocorre a difusão, ou seja, a
taxa da transferência de massa. Essa taxa é normalmente expressa como um fluxo
difusional (J), que é definido como a massa (ou, de forma equivalente, o número de
átomos) M que se difunde através e perpendicularmente a uma seção transversal de
área unitária do sólido, por unidade de tempo. Matematicamente, isso pode ser
representado como:

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Primeira Lei de Fick

Essa equação é algumas vezes chamada de primeira Lei de Fick. A constante de


proporcionalidade D é chamada de coeficiente de difusão, e é expressa em metros
quadrados por segundo. O sinal negativo nessa expressão indica que a direção da difusão
se dá contra o gradiente de concentração, isto é, da concentração mais alta para a mais
baixa.
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Primeira Lei de Fick

A primeira Lei de Fick pode ser aplicada à difusão dos


átomos de um gás por meio de uma placa metálica
delgada para a qual as concentrações (ou pressões)
do componente em difusão em ambas as superfícies
da placa são mantidas constantes. Esse processo de
difusão eventualmente atinge um estado em que o
fluxo difusional não varia com o tempo — isto é, a
massa do componente em difusão que entra na placa
pelo lado de alta pressão é igual à massa que sai da
superfície de baixa pressão — ou seja, não existe
acúmulo líquido do componente em difusão no
interior da placa. Esse é um exemplo do que é
denominado difusão em regime estacionário.
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Primeira Lei de Fick

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Exemplo: Cálculo do Fluxo Difusional

Uma placa de ferro é exposta a 700ºC (1300ºF) a uma atmosfera


carbonetante (rica em carbono) em um de seus lados e a uma
atmosfera descarbonetante (deficiente em carbono) no outro lado. Se
uma condição de regime estacionário é atingida, calcule o fluxo
difusional do carbono através da placa, caso as concentrações de
carbono nas posições a 5 e a 10 mm e abaixo da superfície
carbonetante sejam de 1,2 e 0,8 , respectivamente. Considere um
coeficiente de difusão de nessa temperatura.

Resolução no Quadro.
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Segunda Lei de Fick

A maioria das situações práticas envolvendo


difusão ocorre em regime não estacionário.
Isto é, o fluxo difusional e o gradiente de
concentração em um ponto específico no
interior de um sólido variam com o tempo, e
provoca um acúmulo ou um esgotamento
líquido do componente que está se
difundindo. Isso está ilustrado na Figura ao
lado, que mostra os perfis de concentrações
em três momentos diferentes durante o
processo de difusão.

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Segunda Lei de Fick

Uma solução importante na prática é aquela para um sólido semi-infinito para o qual
a concentração na superfície é mantida constante. Com frequência, a fonte do
componente em difusão é uma fase gasosa, cuja pressão parcial é mantida em um
valor constante.

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Segunda Lei de Fick
Adicionalmente, são consideradas as seguintes hipóteses:

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Segunda Lei de Fick
A aplicação dessas condições à Equação fornece a solução:

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Segunda Lei de Fick
Uma tabela parcial para erf é:

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Segunda Lei de Fick
A Equação da segunda lei de Fick demonstra, dessa forma, a relação entre a
concentração, a posição e o tempo — qual seja, que Cx, sendo uma função do
parâmetro adimensional , pode ser determinado em qualquer tempo e para
qualquer posição se os parâmetros , Cs e D forem conhecidos.

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Segunda Lei de Fick
Suponha que se deseje atingir determinada concentração de soluto, , em uma liga,o
lado esquedo da equação se torna:

Sendo esse o caso, o lado direito da Equação também é uma constante, e,


subsequentemente,

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Segunda Lei de Fick

Sendo esse o caso, o lado direito da Equação também é uma constante, e,


subsequentemente,

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Exemplo:Cálculo do Tempo de Difusão em Regime Não Estacionário I

Resolução no Quadro.
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Exemplo:Cálculo do Tempo de Difusão em Regime Não Estacionário II

Resolução no Quadro.
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