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Tratamento de Esgotos

e produção de efluentes a diversas


modalidades de reúso

Prof. Socorro Hortegal


ESGOTOS DOMÉSTICOS - COMPOSIÇÃO
SANEAMENTO ECOLÓGICO

 Alternativa aos sistemas de tratamento de esgoto convencionais


 Também chamado de Ecosan
 Considera as excretas humanas como um recurso a ser reciclado ao
invés de ser desperdiçado o nas redes coletoras de esgoto
 Visando a sustentabilidade ambiental
 Fertilizantes utilizados para cultivo de Plantas
ESGOTOS DOMÉSTICOS - COMPOSIÇÃO
SEGREGAÇÃO DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS
DOMÉSTICAS
Águas Amarelas

Composição:
bastante variável de pessoa para pessoa, de região para região, do tipo de
hábito alimentar, do metabolismo durante o dia e noite, da idade e do
gênero

(TETTENBORN et al., 2007; KARAK; BHATTACHARYYA, 2011; JÖNSSON


et al., 1997; JÖNSSON; VINNERÅS, 2004).
Geração das amarelas (AA):
mictórios ou em vasos sanitários com compartimentos separadores para
coleta de urina.
(LOURO; JUNIOR, 2011).
Produção per capita
Quantidade das AA depnde de:

volume de líquido que é ingerido


 as perdas por transpiração - dependem das condições de umidade
 temperatura do local

Produção Média- 1,5 L/hab.d

(WOLGAST, 1993; RAUCH et al., 2003; FITTSCHEN; HAHN, 1998).

OBS:

No Brasil pesquisas com diferentes tipos de águas residuárias, coleta e


amostragem de urina (homens e mulheres - 16 a 56 anos)- produção 1,35
L/hab.
Rebouças et al. (2007).
Composição físico-química

Composição - sais e nutrientes:


Sais:cloreto de sódio (NaCl), ureia [CO(NH2 )2], potássio (K) e
Nutrientes: Nitrogênio e fósforo (P),
outros elementos: cálcio (Ca), sulfatos (SO4), boro (B), cobre (Cu),
zinco (Zn), etc.
(LIND et al., 2001; VINNERÅS, 2001).

OBS:
A composição está relacionada com a saúde e o estilo de vida do
indivíduo, bem como do sistema de coleta e do manejo.

EX: a urina coletada em hospitais ou de pessoas idosas- provável


a presença excessiva de fármacos em comparação com a urina de
pessoas jovens ou saudáveis.
Composição físico-química
Parâmetros Físicos
1- pH varia conforme o período de estocagem
Urina fresca - pH ácido, entre 5,6 a 6,8.
Após alguns dias - período de armazenamento, o pH tende elevar-se para 9 a 10.
2-Condutividade - 14,8 e 25,4mS.cm−1
3- Densidade está próxima da água- 1003 a 1035 g.L-1
4- Nutrientes: urina dispõe do maior percentual em comparação aos outros tipos de
águas residuárias.
Do total de urina excretada por pessoa- 450 a 550 kg/ano:
•Nitrogênio -4 e 5 kg/pessoa.ano
•Fósforo- 0,3 e 0,75 kg/pessoa.ano,
•Potássio - 1 e 1,8 kg/pessoa.ano
•DBO - aproximadamente 30 kg/pessoa.ano
Composição físico-química
Parâmetros Físicos
1- pH varia conforme o período de estocagem
Urina fresca - pH ácido, entre 5,6 a 6,8.
Após alguns dias - período de armazenamento, o pH tende elevar-se para 9 a 10.
2-Condutividade - 14,8 e 25,4mS.cm−1
3- Densidade está próxima da água- 1003 a 1035 g.L-1
4- Nutrientes: urina dispõe do maior percentual em comparação aos outros tipos de
águas residuárias.
Do total de urina excretada por pessoa- 450 a 550 kg/ano:
•Nitrogênio -4 e 5 kg/pessoa.ano
•Fósforo- 0,3 e 0,75 kg/pessoa.ano,
•Potássio - 1 e 1,8 kg/pessoa.ano
•DBO - aproximadamente 30 kg/pessoa.ano
Composição físico-química

Metais Pesados - concentração reduzida


Presença- ingestão de alimentos duvidosos, contaminados por metais
pesados.
Ex: como peixes de águas que receberam despejos.

OBS:
1- 90% dos metais pesados consumidos pelo homem (pela inalação ou
ingestão) são excretados pelas fezes.
Em efluentes domésticos- originam-se das águas cinza, principalmente
aos resíduos dos talheres e corantes.
Características das águas residuárias domésticas
sem diluição dos excretas (urina e fezes).
Características das águas residuárias domésticas
Parâmetros expressos em gramas/pessoa.dia.
Urina como recurso

1.Recurso em potencial a ser usado como fertilizante natural: presença


Significativas de nutrientes : nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K);
2.Complementando ou até mesmo substituindo os fertilizantes
comerciais. presentes na forma de fácil assimilação por plantas quando
dispostos no solo.
VINNERAS et al. (2004),
O aproveitamento da urina separada das fezes - praticada há muitos
anos e conhecidas em várias partes do mundo como na China- a urina é
separada em toaletes simples e coletada para uso como fertilizante na
própria propriedade.
SCHONNING; STENSTROM, 2004.
Urina como recurso

A Suécia, um dos pioneiros na produção de sistemas separadores de


urina, técnicas que já são desenvolvidas há mais de 30 anos, na década
de 90 foi construído o primeiro sistema separador de urina de porcelana

(JOHANSSON, 2000)
Saneamento convencional e o Saneamento
ecológico

Soluções tradicionais de esgotamento sanitário:


-recurso hídrico como corpo receptor de todos os efluentes gerados
-Contribuição continuamente e progressivamente-
1)ao agravamento de problemas ambientais como a eutrofização;
2)a depleção de oxigênio dissolvido;
3) o efeito negativo na biota aquática causada por hormônios femininos,
4) a contaminação causada por fármacos,
5)dentre outras alterações de características físicas, químicas e biológicas
dos corpos hídricos.
Saneamento convencional e o Saneamento
ecológico

Sistemas de esgotamento sanitário convencionais destroem totalmente o ciclo


natural dos nutrientes, pois estes não favorecem o retorno dos nutrientes ao
campo, sendo descartados e esquecidos nos sistemas aquáticos

Contrário à sustentabilidade, sistemas de saneamento convencional utilizam,


em sua grande maioria, água de boa qualidade que atende aos padrões de
potabilidade – Portaria nº 2914/2011 do MS - com a finalidade de transportar
excretas em instalações sanitárias. São mais de 5 litros, podendo chegar até 20
litros de água potável por descarga, dependendo do tipo de equipamento.
Saneamento convencional
Saneamento convencional e o Saneamento
ecológico

O ecossaneamento, conforme Werner et al. (2009); Jönsson (2004); Esrey (2000):


promoção do reúso seguro de nutrientes, matéria orgânica, água e energia; redução
de contaminação dos corpos hídricos com patógenos, proteção e conservação dos
recursos naturais (consumo reduzido de água, redução ou substituição dos
fertilizantes químicos, redução da poluição das águas); contribuição à preservação
da fertilidade dos solos, valoração do excreta humana e utilização na produção de
alimentos; geração de emprego e renda; colaboração para a equidade de gêneros
através da oportunidade no trabalho agrícola e aumento da segurança alimentar.
Saneamento Ecológico
Patógenos na urina

A urina humana na bexiga de indivíduos saudáveis é estéril (JOHANSSON et al.,


2001; von MÜNCH; WINKER, 2009; SCHÖNNING; STENSTRÖM, 2004). Porém,
quando transportada para fora do corpo humano, apresenta diferentes tipos de
bactérias dérmicas (BEAL et al., 2007).

Segundo Höglund (2001), a maioria dos patógenos está presente nas fezes,
enquanto uma pequena quantidade é excretada pela urina. Portanto, os principais
riscos na utilização do excreta estão relacionados com a fração fecal, e não com a
fração da urina.
Métodos de Tratamento de Urina
Estocagem da urina.

Principais formas de tratamento da urina para o uso agrícola - técnica da


estocagem.
Pesquisas apontam - eliminação patógenos acima de 30 dias, o
armazenamento deve ser fechado para evitar perda de nitrogênio pela
vaporização da amônia
(KIPERSTOK, 2010).

Estoque por 30d - reservatório fechado :aproximadamente 5000 mg/L, enquanto


que em reservatório aberto e aerado: houve redução de amônia de 1800 mg/L e
2000 mg/L respectivamente.
(Zancheta, 2006).
Métodos de Tratamento de Urina
Estocagem da urina.

Sobrevivência de vários tipos de microrganismos na urina é afetada pelas


condições de armazenamento ao longo do tempo.
Elevação do pH (~9) -
a)A hidrólise da uréia na presença da enzima urease;
b)Combinado com a amônia - é fator importante e responsável pela inativação
dos microrganismos.

(Schönning; Stenström 2004) e (KIPERSTOK, 2010).


Tanques de armazenamento da urina

SCHÖNNING; STENSTRÖM, 2004.


Diretrizes Suecas

Condições de armazenamento da urina segundo o tipo de


cultura a ser utilizado.
Métodos de Tratamento de Urina
Evaporação da urina.

Tem por objetivo a redução do volume e a concentração de nutrientes. Para que a


evaporação da urina seja eficiente, não comprometendo a perda de nitrogênio por
volatilização se torna necessário a adição de acido sulfúrico, com a finalidade de
manter o pH abaixo de 4,0.
teste evaporação da urina comprovando que a energia solar pode ser utilizada
como única forma de calor.
(Zancheta, 2007)
Métodos de Tratamento de Urina

Congelamento e descongelamento .

Em pesquisa realizada para aplicação na estação brasileira na Antárctica, a


urina previamente estocada por 6 meses foi congelada a -22°C durante 10 horas
e depois foi descongelada gota a gota. Os resultados encontrados mostraram-se
bastantes satisfatórios, uma vez que aproximadamente 70% dos nutrientes se
concentraram em 30% do volume inicial da amostra, apresentando altos teores
de nitrogênio e fósforo (REBOUÇAS, 2009).
Métodos de Tratamento de Urina
Precipitação sob a forma de cristais de estruvita.

1.A estruvita é uma substância cristalina branca (fosfato de amônio e magnésio


hexahidratado), com relação molar igual a 1:1:1 (P:N:Mg).
2. A sua precipitação ocorre com pH em torno de 9,0, porém possui baixa
solubilidade em águas e é insolúvel em substâncias alcalinas, apesar de ser
altamente solúvel em sustância ácidas.
3. Nutrientes no sólido apartir da precipitação da estruvita teores de N, P, Mg,
Ca e K - compatíveis com os encontrados em fertilizantes industriais.

OBS:
Se toda a urina dos esgotos domésticos fosse reutilizada, sem haver
precipitação nas tubulações, todo esse precipitado formado, poderia ser
utilizado como fertilizante nas lavouras, substituindo os fertilizantes químicos

(Cardinali 2009) e (ZANCHETA , 2007).


Tratamento de Esgotos e produção de
efluentes a diversas modalidades de reúso

Tecnologias de Tratamento

Tecnologias mais utilizadas no Brasil sem aprofundar nos aspectos


conceituais, descritivos e dimensionamento, mas apenas em suas
vantagens e desvantagens. Verificando as menos onerosas
• Lagoas de estabilização
• Disposição de efluentes no solo
• Reatores Anaeróbios
• Reatores Anaeróbios + Pós-tratamento
Lagoa Facultativa

Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa


Lagoa Facultativa

Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa


Lagoa Aerada Facultativa

Lagoa Aerada Mistura Completa + Lagoa de Decantação


Lagoas de Maturação

DISPOSIÇÃO DE EFLUENTES NO SOLO


Escoamento Superficial
DISPOSIÇÃO DE EFLUENTES NO SOLO
Terras Úmidas Construídas
SISTAMAS ANAERÓBIOS
Sistema Tanque Séptico + Filtro Anaeróbio (TS+FAn)
SISTAMAS ANAERÓBIOS
Reator UASB (Upflow Anerobic Sludge Blanket)
REATOR UASB + PÓS-TRATAMENTO
Reator UASB + Filtro Biológico Percolador

Reator UASB + Lodos Ativados


REATOR UASB + PÓS-TRATAMENTO
Reator UASB + Biofiltro Aerado Submerso

Reator UASB + Lagoas de Polimento


Considerações importantes para o reúso
Considerações importantes para o reúso
COMPARAÇÃO QUANTITATIVA – Concentrações médias efluentes e
eficiências típicas de remoção dos principais poluentes de interesse
no esgoto doméstico
COMPARAÇÃO QUANTITATIVA – Concentrações médias efluentes e
eficiências típicas de remoção dos principais poluentes de interesse
no esgoto doméstico (Continuação)
Capacidade de diversas Tecnologias de Tratamento de Águas
Residuárias em atingir os níveis indicados de qualidade do efluente
em termos de DBO, DQO e SS
Capacidade de diversas Tecnologias de Tratamento de Águas
Residuárias em atingir os níveis indicados de qualidade do efluente
em termos de Amônia, N Total e P
Capacidade de diversas Tecnologias de Tratamento de Águas
Residuárias em atingir os níveis indicados de qualidade do efluente
em termos de Coliformes Termotolerantes e Ovos de Helmintos
Potencial de Utilização de Esgotos Tratados
Tratamento de Esgotos e produção de
efluentes a diversas modalidades de reúso

Tecnologias de Tratamento

Tecnologias mais utilizadas no Brasil sem aprofundar nos aspectos


conceituais, descritivos e dimensionamento, mas apenas em suas
vantagens e desvantagens. Verificando as menos onerosas

• Lagoas de estabilização
• Disposição de efluentes no solo
• Reatores Anaeróbios
• Reatores Anaeróbios + Pós-tratamento
Lagoa Facultativa

Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa


Lagoa Facultativa

Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa


Lagoa Aerada Facultativa

Lagoa Aerada Mistura Completa + Lagoa de Decantação


Lagoas de Maturação

DISPOSIÇÃO DE EFLUENTES NO SOLO


Escoamento Superficial
DISPOSIÇÃO DE EFLUENTES NO SOLO
Terras Úmidas Construídas
SISTAMAS ANAERÓBIOS
Sistema Tanque Séptico + Filtro Anaeróbio (TS+FAn)
SISTAMAS ANAERÓBIOS
Reator UASB (Upflow Anerobic Sludge Blanket)
REATOR UASB + PÓS-TRATAMENTO
Reator UASB + Filtro Biológico Percolador

Reator UASB + Lodos Ativados


REATOR UASB + PÓS-TRATAMENTO
Reator UASB + Biofiltro Aerado Submerso

Reator UASB + Lagoas de Polimento


Considerações importantes para o reúso
Considerações importantes para o reúso
COMPARAÇÃO QUANTITATIVA – Concentrações médias efluentes e
eficiências típicas de remoção dos principais poluentes de interesse
no esgoto doméstico
COMPARAÇÃO QUANTITATIVA – Concentrações médias efluentes e
eficiências típicas de remoção dos principais poluentes de interesse
no esgoto doméstico (Continuação)
Capacidade de diversas Tecnologias de Tratamento de Águas
Residuárias em atingir os níveis indicados de qualidade do efluente
em termos de DBO, DQO e SS
Capacidade de diversas Tecnologias de Tratamento de Águas
Residuárias em atingir os níveis indicados de qualidade do efluente
em termos de Amônia, N Total e P
Capacidade de diversas Tecnologias de Tratamento de Águas
Residuárias em atingir os níveis indicados de qualidade do efluente
em termos de Coliformes Termotolerantes e Ovos de Helmintos
Potencial de Utilização de Esgotos Tratados
Potencial de Utilização de Esgotos Tratados
POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE ESGOTOS TRATADOS
Potencial de Utilização de Esgotos Tratados
O que é reúso de água?
Resolução CNRH nº 54, de 28.11.2005

Reúso de água: utilização de águas


residuárias
Água de reúso: água residuária que se
encontradentro dos padrões exigidos
para sua utilização nas modalidades
pretendidas.
Reuso Indireto Planejado
Principais Tipos de Reúso
Resolução CNRH nº 54, de 28.11.2005
Reúso
Vicunha
Exemplo Reúso
Reúso Urbano
Desobstrução de Tubulação -
SABESP
Desobstrução de Tubulação -
SABESP
Shopping-SP
Parque de Diversões
Reúso em Descarga de vaso sanitário
Reúso em Descarga de vaso sanitário
Reúso em Descarga de vaso sanitário
Reúso em Descarga de vaso sanitário
Reúso em Piscicultura
Reúso em Piscicultura
Reúso em Irrigação
Reúso em Irrigação
Reúso em Cultivo de Flores
Hidropônica
Reúso em Forragem Hidropônica

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