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REVISÕES DO AUXÍLIO POR INCAPACIDADE

TEMPORÁRIA E DA APOSENTADORIA POR


INCAPACIDADE PERMANENTE APÓS A
REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Professor: Rodrigo Sodero


Instagram: @profrodrigosodero
Telegram: Prof. Rodrigo Sodero
Prof. Rodrigo Sodero

Advogado. Especialista em Direito


Previdenciário e do Trabalho.
Integrante do G4 – Atualização
Previdenciária. Coordenador
da pós-graduação em Direito
Previdenciário do MAXJURIS.
Professor de diversos cursos
de pós-graduação e extensão.
Membro da Comissão de
Direito Previdenciário da
OAB/SP. Coautor de obras
doutrinárias e autor de artigos
jurídicos para revistas
especializadas em Direito
Previdenciário.
Cálculo do auxílio-doença antes da Reforma da
Previdência
 RMI = RENDA MENSAL INICIAL
 SB = SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO
 Cf = COEFICIENTE DE CÁLCULO

 RMI DO AUXÍLIO-DOENÇA ATÉ 13/11/2019


 RMI = SB x Cf
 RMI = m.a.s. dos 80% maiores salários-de-contribuição a partir
de julho de 1994 (SB) x 91% (Cf)
Cálculo do auxílio-doença antes da Reforma da
Previdência
 Fundamentos:

 SB = art. 29, inciso II, da Lei 8.213/1991/art. 3º da Lei n.


9.876/1999.

 Cf = art. 61 da Lei 8.213/1991.


Cálculo do auxílio-doença antes da Reforma da
Previdência
 Teto específico do auxílio-doença:

 Art. 29 da Lei n. 8.213/1991. O salário-de-benefício consiste:

 (...) § 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética


simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contribuição, inclusive em
caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12
(doze), a média aritmética simples dos salários-de-contribuição
existentes.
Cálculo do auxílio por incapacidade temporária depois da
Reforma da Previdência

 Cálculo do auxílio por incapacidade temporária após a EC n.


103/2019:

 SB: média aritmética simples de todos os salários-de-


contribuição existentes a partir de julho/1994.

 Cf: 91%.
Cálculo do auxílio por incapacidade temporária
depois da Reforma da Previdência
 Fundamentos:

 SB = art. 26, caput, da EC n. 103/2019

 Cf = art. 61 da Lei 8.213/1991.


Revisão do auxílio por incapacidade temporária
depois da Reforma da Previdência

PERGUNTA-SE, APLICA-SE O TETO


DO § 10 DO ART. 29 DA LEI N.
8.213/1991?
Revisão do auxílio por incapacidade temporária
depois da Reforma da Previdência
 IN INSS/PRES n. 128/2022.

 Art. 233. A RMI do benefício será calculada aplicando-se sobre o salário de


benefício os seguintes percentuais:
 I - auxílio incapacidade temporária:
 a) 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício; e
 b) para fato gerador a partir de 1º de março de 2015, o valor apurado na forma
da alínea "a" não poderá ultrapassar a média aritmética simples dos 12 (doze)
últimos salários de contribuição existentes a partir de julho de 1994, ou, se
não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética simples dos salários
de contribuição existentes, assegurado o valor do salário mínimo;
Revisão do auxílio por incapacidade temporária
depois da Reforma da Previdência
 Penso que a previsão do art. 29, § 10, da Lei n. 8.213/1991,
está superada, tendo em vista a nova metodologia de cálculo
do salário-de-benefício disposta pelo art. 26 da EC n.
103/2019.

 Possível a revisão do auxílio por incapacidade temporária


quando aplicado o “teto” previsto no § 10 do art. 29 da Lei n.
8.213/1991.
Cálculo da aposentadoria por invalidez
antes da Reforma da Previdência

 RMI DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ATÉ 13/11/2019


 RMI = SB x Cf
 RMI = m.a.s. dos 80% maiores salários-de-contribuição a partir
de julho de 1994 (SB) x 100% (Cf)
Cálculo da aposentadoria por invalidez antes da
Reforma da Previdência
 Fundamentos:

 SB = art. 29, inciso II, da Lei 8.213/1991/art. 3º da Lei n.


9.876/1999.

 Cf = art. 44 da Lei 8.213/1991.


RMI da aposentadoria por invalidez antes da Reforma da
Previdência quando precedida de auxílio-doença

 § 7º do art. 36 do Decreto n. 3048/1999

 Art. 36. No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão


computados:

 § 7º A renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez concedida


por transformação de auxílio-doença será de cem por cento do
salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda
mensal inicial do auxílio doença, reajustado pelos mesmos índices
de correção dos benefícios em geral.
Cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente
depois da Reforma da Previdência

 Cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente não acidentária (B-32)


após a EC n. 103/2019 (art. 26, caput e § 2º, inciso III e § 5º):

 Salário-de-benefício: média aritmética simples de todos os salários-de-


contribuição existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos.

 Coeficiente de cálculo: 60% mais 2% a cada ano de tempo de contribuição


completo além dos 20 anos de contribuição, no caso de segurado do sexo
masculino e além dos 15 anos de contribuição, no caso de segurado do sexo
feminino. O coeficiente pode superar 100%.
Cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente
depois da Reforma da Previdência

 Cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente


acidentária (B-92) após a EC n. 103/2019 (art. 26, caput e § 3º,
inciso II):

 Salário-de-benefício: média aritmética simples de todos os


salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994.

 Coeficiente de cálculo de 100%.


Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente com base
no direito adquirido

 Art. 3º, caput e § 2º, da EC n. 103/2019.

 Art. 5º, inciso XXXVI, da CF.

 Art. 6º, § 2º, da LINDB.

 Questão controvertida: prova da DII total e permanente para o


trabalho.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 Inconstitucionalidade do § 2º, inciso III e do § 5º da EC 103/2019.

 Fundamentos para a inconstitucionalidade:

 Há inconstitucionalidade da EC n. 103/2019 por atingir o núcleo


essencial da proteção previdenciária, entendida com direito
fundamental individual e, portanto, como cláusula pétrea (art. 6º
c/c art. 60, § 4º, inciso IV, da CF).
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 Violação aos princípios da razoabilidade/ proporcionalidade e ao


princípio da isonomia (art. 5º da CF), pois não há argumento
juridicamente plausível que justifique esta discrepância no
cálculo das prestações (aposentadorias de naturezas distintas e
auxílio-doença x aposentadoria).

 A par disso, salienta-se uma íntima relação do princípio da


razoabilidade com o princípio da isonomia, servindo o primeiro
como parâmetro para aferir se o fundamento da diferenciação é
aceitável e se o fim visado pela desigualdade é legítimo.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 A cobertura previdenciária é insuficiente, o que também


afronta o princípio da seletividade na prestação do serviço ou
benefício (art. 194, inciso III, da CF).

 Nota-se ainda que, no caso de precedência recebimento de


auxílio por incapacidade temporária, há redução do valor do
benefício previdenciário recebido pelo segurado, o que
afronta o disposto no art. 194, inciso IV, da CF (princípio da
irredutibilidade do valor dos benefícios).
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 O princípio da dignidade da pessoa humana, também é


claramente violado (art. 1º, inciso III, da CF), pois no momento
em que o segurado mais necessita do acolhimento do Estado,
pois total e permanentemente incapaz para o trabalho, a
Previdência Social lhe entrega um benefício de valor
insuficiente à sua proteção social.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 Assim sendo, neste caso, deve ser reconhecida a


inconstitucionalidade do inciso III do § 2º do art. 26 da EC n.
103/2019, sendo recalculada a aposentadoria por
incapacidade permanente/invalidez do Requerente com
aplicação da alíquota de cálculo 100% na apuração da RMI
(art. 44 da Lei n. 8.213/1991).
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 Sobre o tema, merecem atenção as seguintes:

 TRU da 4ª Região, Processo n. 5003241-81.2021.4.04.7122/RS.


 1ª Turma Recursal de Santa Catarina, Processo n. 5008379-
08.2020.4.04.7205.
 1ª Turma Recursal de São Paulo, Processo n. 0018930-
24.2021.4.03.6301.
 5ª Turma Recursal de São Paulo, Processo n. 0001877-
32.2019.4.03.6323.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 2ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul, Processo n.


5000236-08.2022.4.04.7125.

 2ª Turma Recursal do Paraná, Processo n. 5007075-


55.2021.4.04.7005.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 Resumo do pedido da ação (SEGURADO DO SEXO MASCULINO):


seja o INSS condenado a revisar a aposentadoria por
incapacidade permanente/invalidez do Requerente com a
aplicação do coeficiente de cálculo de 100% no valor da
aposentação, reconhecendo a inconstitucionalidade do art. 26, §
2º, inciso III, da EC n. 103/2019, quanto ao coeficiente da
aposentadoria por incapacidade permanente/invalidez comum,
com pagamento das parcelas vencidas e vincendas, acrescidas
de correção monetária e juros legais, desde a data de início do
benefício, respeitada a prescrição quinquenal.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 Resumo do pedido da ação (SEGURADO DO SEXO FEMININO):


seja o INSS condenado a revisar a aposentadoria por
incapacidade permanente/invalidez da Requerente com a
aplicação do coeficiente de cálculo de 100% no valor da
aposentação, reconhecendo a inconstitucionalidade do art. 26, §
2º, inciso III e § 5º, da EC n. 103/2019, quanto ao coeficiente da
aposentadoria por incapacidade permanente/invalidez comum,
com pagamento das parcelas vencidas e vincendas, acrescidas
de correção monetária e juros legais, desde a data de início do
benefício, respeitada a prescrição quinquenal.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não
acidentária) com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de
cálculo imposto pela EC n. 103/2019

 Decisões diferentes, para a manutenção do SB do auxílio-


doença concedido até 13/11/2019 e majoração do coeficiente
da aposentadoria para 100%:

 13ª Turma Recursal de São Paulo, Processo n. 0001094-


17.2021.4.03.6308 e TRF4, AC 5014816-26.2019.4.04.7003.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 STF: ADIs 6254, 6256, 6279, 6289, 6367, 6384, 6385 e 6916 (RPPS -
inconstitucionalidade do inciso II do § 3º do art. 26, pois além dos
benefícios de natureza acidentária, os decorrentes de doença grave,
contagiosa ou incurável, também deveriam ter alíquota de 100% - ADI
6.384, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal –
ADPF).

 Votos desfavoráveis dos Min. Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.


Pedido de vista do Min. Ricardo Lewandowski.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum (não acidentária)
com fundamento na inconstitucionalidade do novo coeficiente de cálculo imposto
pela EC n. 103/2019

 “Após o voto do Ministro Roberto Barroso (Relator), que julgava improcedente o pedido formulado; e do voto do
Ministro Edson Fachin, que divergia do Relator e julgava parcialmente procedente o pedido para declarar: i) a
inconstitucionalidade do art. 1º da EC nº 103/2019, na parte alteradora dos parágrafos 1º ‐A, 1º ‐B e 1º ‐C do art.
149 da Constituição Federal; ii) a inconstitucionalidade da expressão “que tenha sido concedida ou” do art. 25,
§3º, da EC nº 103/2019 e, em relação ao mesmo dispositivo, dava interpretação conforme à Constituição à
locução “que venha a ser concedida”, de modo a assegurar que o tempo de serviço anterior ao advento da EC
nº 20/1998, nos termos da legislação vigente à época de seu implemento, seja computado como tempo de
contribuição para efeito de aposentadoria; iii) a interpretação conforme à Constituição ao art. 26, §5º, da EC nº
103/2019, de modo a que o acréscimo sobre o cálculo de benefícios, instituído em favor das trabalhadoras
mulheres filiadas ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), aplique-se em igual modo e sem distinção às
mulheres servidoras vinculadas ao Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), pediu vista dos autos o
Ministro Ricardo Lewandowski”.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum com
fundamento no reconhecimento da natureza acidentária do benefício

 Art. 26, § 3º, inciso II, da EC n. 103/2019. Coeficiente de 100%!

 Atenção à competência: Justiça Estadual (art. 109, inciso I,


parte final, da CF).
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum com
fundamento no reconhecimento da natureza acidentária do benefício

 Resumo do pedido da ação: seja reconhecida a natureza acidentária da aposentadoria por


incapacidade permanente/invalidez do Requerente e, consequentemente, seja o INSS
condenado a revisar a sua renda mensal inicial com aplicação do coeficiente de cálculo de
100%, na forma do inciso II do § 3º do art. 26 da EC n. 103/2019, com pagamento das
parcelas vencidas e vincendas, acrescidas de correção monetária e juros legais, desde a
data de início do benefício, respeitada a prescrição quinquenal.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum com
fundamento na majoração do tempo de contribuição

 Art. 26, § 2º, inciso III e § 5º, da EC n. 103/2019: coeficiente de


60% + 2%.

 A cada ano de tempo de contribuição há acréscimo de 2% no


coeficiente de cálculo do benefício.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum com
fundamento na majoração do tempo de contribuição

 Resumo do pedido da ação (SEGURADO DO SEXO MASCULINO): seja reconhecido o


acréscimo de tempo de contribuição 5 anos, com a majoração do tempo de
contribuição total do Requerente de 20 para 25 anos e, consequentemente, seja o
INSS condenado a revisar a aposentadoria por incapacidade permanente/invalidez
do Requerente com a aplicação do coeficiente de cálculo de 60% para 70%, na forma
do art. 26, § 2º, inciso III, da EC n. 103/2019, com pagamento das parcelas vencidas e
vincendas, acrescidas de correção monetária e juros legais, desde a data de início do
benefício, respeitada a prescrição quinquenal.
Revisão da aposentadoria por incapacidade permanente comum com
fundamento na majoração do tempo de contribuição

 Resumo do pedido da ação (SEGURADO DO SEXO FEMININO): seja reconhecido o


acréscimo de tempo de contribuição 8 anos, com a majoração do tempo de
contribuição total da Requerente de 15 para 23 anos e, consequentemente, seja o
INSS condenado a revisar a aposentadoria por incapacidade permanente/invalidez
da Requerente com a aplicação do coeficiente de cálculo de 60% para 76%, na forma
do art. 26, § 2º, inciso III e § 5º, da EC n. 103/2019, com pagamento das parcelas
vencidas e vincendas, acrescidas de correção monetária e juros legais, desde a data
de início do benefício, respeitada a prescrição quinquenal.
Quando você estiver cansado, trabalhando e dando o seu
máximo, lembre-se: O TRABALHO DEVOLVE. Não duvide,
pois haverá horas em que os seus desejos momentâneos
irão te seduzir. Você terá que decidir entre o que você
mais quer na vida, ou o que você mais quer no momento.
(Joel Jota)

FIM
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