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DIREITO À

SAÚDE
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• O Direito da Saúde é composto
por um conjunto de normas de
Direito Privado e Público, que
tem como principal objeto a
promoção da saúde humana,
DIREITO À quer considerada na
SAÚDE perspectiva da prestação de
cuidados individuais, quer
enquanto bem de uma
comunidade, ou seja, a saúde
pública.
• Artigo 64.º CRP
(Saúde)
• 1. Todos têm direito à protecção
da saúde e o dever de a
defender e promover. 
DIREITO À
SAÚDE
• 2. O direito à protecção da saúde é
realizado:
a) Através de um serviço nacional de
saúde universal e geral e, tendo em
conta as condições económicas e sociais
dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições
económicas, sociais, culturais e
DIREITO À ambientais que garantam,
designadamente, a protecção da
SAÚDE infância, da juventude e da velhice, e
pela melhoria sistemática das condições
de vida e de trabalho, bem como pela
promoção da cultura física e desportiva,
escolar e popular, e ainda pelo
desenvolvimento da educação sanitária
do povo e de práticas de vida saudável. 
• 3. Para assegurar o direito à protecção da saúde,
incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos,
independentemente da sua condição económica,
aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de
reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de
todo o país em recursos humanos e unidades de
saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos
custos dos cuidados médicos e medicamentosos;
DIREITO À d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e
privadas da medicina, articulando-as com o

SAÚDE serviço nacional de saúde, por forma a assegurar,


nas instituições de saúde públicas e privadas,
adequados padrões de eficiência e de qualidade;
e) Disciplinar e controlar a produção, a
distribuição, a comercialização e o uso dos
produtos químicos, biológicos e farmacêuticos e
outros meios de tratamento e diagnóstico;
f) Estabelecer políticas de prevenção e tratamento
da toxicodependência.
• As atividades relacionadas com a promoção,
prevenção e tratamento da saúde, traduzem a
concretização do direito fundamental à proteção
da saúde, consagrado constitucionalmente, que
reclama a existência de um sistema de saúde
devidamente estruturado e regulado. Assim, o
Direito da Saúde pode incluir normas de:

DIREITO À • 1 – Direito da Saúde Pública – cujo objeto de


regulação compreende a intervenção do Estado na

SAÚDE proteção e promoção da saúde pública;


• 2 – Direito da Medicina – vocacionado para a
regulação das particularidades da relação médico-
paciente
• 3 – Direito das Prestações de Saúde – cuja
regulação compreende o acesso do cidadão às
prestações de saúde.
• Atualmente, existem temas cada
vez mais emergentes e integrantes
da área da Saúde que, de forma
direta ou indireta, contribuem para
a sustentabilidade e gestão eficaz
DIREITO À do Serviço Nacional de Saúde e
consequentemente para a
SAÚDE promoção de uma prestação de
cuidados mais efetiva, criando
condições favoráveis à elevação da
qualidade de vida dos cidadãos.
• A atividade desenvolvida pela SPMS –
Serviços Partilhados do Ministério da
Saúde, E.P.E., quer como Unidade
Ministerial de Compras, quer como
central de compras para o setor
específico da saúde, quer no âmbito
DIREITO À dos serviços partilhados de compras e
logística, financeiros, recursos
SAÚDE humanos e sistemas e tecnologias de
informação e comunicação, é o reflexo
da interdisciplinaridade exigida para a
efetivação do direito à proteção da
saúde.
• De facto, na prossecução das suas
atribuições, a SPMS, E.P.E. é
chamada a debruçar-se sobre
temáticas jurídicas tão distintas
como Direito Administrativo, Civil,
DIREITO À Penal, do Trabalho, a Proteção de
Dados Pessoais, Direito da
SAÚDE Informática, Direito da
Contratação Pública, Propriedade
Intelectual, Direito Internacional
e Comunitário, entre outras.
• O desenvolvimento tecnológico
e a emergência de novos
paradigmas na abordagem à
promoção e proteção da saúde
e dos sistemas que a suportam,
DIREITO À impõem uma crescente
SAÚDE preparação nestas matérias.
• Além da Constituição da
República existe um outro
diploma que regula esta
temática:
• Lei de Bases da Saúde (Lei n.º
DIREITO À 95/2019)
SAÚDE
Base 1
Direito à proteção da saúde
• 1 — O direito à proteção da saúde é o direito de todas as pessoas gozarem do melhor estado

de saúde físico, mental e social, pressupondo a criação e o desenvolvimento de condições económicas, sociais,

culturais e ambientais que garantam níveis suficientes e saudáveis de vida, de trabalho e de lazer.

2 — O direito à proteção da saúde constitui uma responsabilidade conjunta das pessoas, da sociedade e do

Estado e compreende o acesso, ao longo da vida, à promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da saúde, a

cuidados continuados e a cuidados paliativos.

3 — A sociedade tem o dever de contribuir para a proteção da saúde em todas as políticas e setores de atividade.

4 — O Estado promove e garante o direito à proteção da saúde através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dos

Serviços Regionais de Saúde e de outras instituições públicas, centrais, regionais e locais


Base 2
Direitos e deveres das pessoas
• 1 — Todas as pessoas têm direito:
a) À proteção da saúde com respeito pelos princípios da igualdade, não discriminação,
confidencialidade e privacidade;
b) A aceder aos cuidados de saúde adequados à sua situação, com prontidão e no tempo
considerado clinicamente aceitável, de forma digna, de acordo com a melhor evidência
científica disponível e seguindo as boas práticas de qualidade e segurança em saúde;
c) A escolher livremente a entidade prestadora de cuidados de saúde, na medida dos
recursos existentes;
d) A receber informação sobre o tempo de resposta para os cuidados de saúde de que
necessitem;
e) A ser informadas de forma adequada, acessível, objetiva, completa e inteligível sobre a
sua situação, o objetivo, a natureza, as alternativas possíveis, os benefícios e riscos das
intervenções propostas e a evolução provável do seu estado de saúde em função do
plano de cuidados a adotar;
Base 2
Direitos e deveres das pessoas
• f) A decidir, livre e esclarecidamente, a todo o momento, sobre os
cuidados de saúde que lhe são propostos, salvo nos casos
excecionais previstos na lei, a emitir diretivas antecipadas de
vontade e a nomear procurador de cuidados de saúde;
g) A aceder livremente à informação que lhes respeite, sem
necessidade de intermediação de um profissional de saúde, exceto
se por si solicitado;
h) A ser acompanhadas por familiar ou outra pessoa por si escolhida
e a receber assistência religiosa e espiritual;
i) A apresentar sugestões, reclamações e a obter resposta das
entidades responsáveis;
Base 2
Direitos e deveres das pessoas
j) A intervir nos processos de tomada de decisão em saúde e na gestão
participada das instituições do SNS;
k) A constituir entidades que as representem e defendam os seus direitos e
interesses, nomeadamente sob a forma de associações para a promoção da
saúde e prevenção da doença, de
ligas de amigos e de outras formas de participação que a lei preveja;
l) À promoção do bem-estar e qualidade de vida durante o envelhecimento,
numa perspetiva inclusiva e ativa que favoreça a capacidade de decisão e
controlo da sua vida, através da criação
de mecanismos adaptativos de aceitação, de autonomia e independência,
sendo determinantes os fatores socioeconómicos, ambientais, da resposta
social e dos cuidados de saúde.
Base 2
Direitos e deveres das pessoas
2 — As pessoas com deficiência têm direito às adaptações necessárias
para a efetivação do previsto no número anterior.
3 — As pessoas cuidadas e os respetivos cuidadores informais têm
direito a ser apoiados nos termos da lei, que deve prever direitos e
deveres, a capacitação, a formação e o descanso do cuidador.
4 — Todas as pessoas têm o dever de:
a) Respeitar os direitos das outras pessoas;
b) Colaborar com os profissionais de saúde em todos os aspetos
relevantes para a melhoria do seu estado de saúde;
c) Observar as regras sobre a organização, o funcionamento e a
utilização dos estabelecimentos e serviços de saúde a que recorrem.
Base 3
Cuidadores informais
1 — A lei deve promover o reconhecimento do importante papel do
cuidador informal, a sua responsabilização e capacitação para a
prestação, com qualidade e segurança, dos cuidados básicos
regulares e não especializados que realizam.
2 — A lei estabelece o estatuto dos cuidadores informais de pessoas
em situação de doença crónica, deficiência, dependência parcial ou
total, transitória ou definitiva, ou noutra condição de fragilidade e
necessidade de cuidados, os seus direitos e deveres e medidas de
apoio aos cuidadores informais e às pessoas cuidadas.
Base 3
Cuidadores informais
3 — O Estado, através do ministério responsável pela área da saúde,
deve ainda assegurar a
articulação entre a pessoa cuidada, o cuidador informal e os serviços
de saúde e a implementação
do plano integrado de prestação de cuidados de saúde de que a
pessoa carece.
• Lei 100/2019 de 6 de Setembro vem
reconhecer o estatuto do cuidador
informal, determinando quem pode
ser cuidador informal, quais os seus
direitos e deveres, bem como quais
os direitos e deveres da pessoa
cuidada.
• Este reconhecimento veio alterar o
Código dos Regimes Contributivos do
Sistema Previdencial de Segurança
O ESTATUTO Social, prevendo apoios aos
cuidadores informais
DO CUIDADOR
INFORMAL
Artigo 1.º
Objeto
• O Estatuto do Cuidador Informal, adiante abreviadamente
designado por Estatuto, regula os direitos e os deveres do cuidador
e da pessoa cuidada, estabelecendo as respetivas medidas de apoio
Artigo 2.º
Cuidador informal
• 1 — Para efeitos do disposto neste Estatuto, considera-se cuidador
informal o cuidador informal principal e o cuidador informal não
principal, nos termos dos números seguintes.
2 — Considera-se cuidador informal principal o cônjuge ou unido de
facto, parente ou afim até ao 4.º grau da linha reta ou da linha
colateral da pessoa cuidada, que acompanha e cuida desta de forma
permanente, que com ela vive em comunhão de habitação e que
não aufere qualquer remuneração de atividade profissional ou pelos
cuidados que presta à pessoa cuidada.
Artigo 2.º
Cuidador informal
• 3 — Considera-se cuidador informal não principal o cônjuge ou
unido de facto, parente ou afim até ao 4.º grau da linha reta ou da
linha colateral da pessoa cuidada, que acompanha e cuida
desta de forma regular, mas não permanente, podendo auferir ou
não remuneração de atividade profissional ou pelos cuidados que
presta à pessoa cuidada.
4 — Para efeitos do disposto nos números anteriores, o cuidador
informal beneficiário de prestações da eventualidade de
desemprego é equiparado ao cuidador informal que exerça
atividade profissional remunerada.
Artigo 3.º
Pessoa cuidada
• 1 — Para efeitos do disposto neste Estatuto, considera -se pessoa
cuidada quem necessite de cuidados permanentes, por se encontrar
em situação de dependência, e seja titular de uma das seguintes
prestações sociais:
a) Complemento por dependência de 2.º grau;
b) Subsídio por assistência de terceira pessoa.
Artigo 3.º
Pessoa cuidada
• 2 — Pode ainda considerar-se pessoa cuidada quem,
transitoriamente, se encontre acamado ou a necessitar de cuidados
permanentes, por se encontrar em situação de dependência, e seja
titular de complemento por dependência de 1.º grau, mediante
avaliação específica dos Serviços de Verificação de Incapacidades
do Instituto da Segurança Social, I. P. (ISS).
3 — Para efeitos do disposto no presente artigo, são igualmente
considerados os complementos por dependência de 1.º e 2.º graus e
o subsídio por assistência de terceira pessoa atribuídos pela Caixa
Geral de Aposentações (CGA).
APOIOS AO CUIDADOR
• O direito ao subsídio de apoio ao cuidador informal principal tem início no
mês em que o requerimento se encontre devidamente instruído.
• Considera-se que o requerimento se encontra devidamente instruído a partir
da data em que:
• é apresentado o último documento comprovativo exigido para a atribuição do subsídio
• for atribuída à pessoa cuidada uma das prestações por dependência (Complemento
por Dependência do 2.º grau ou Subsidio por Assistência a Terceira Pessoa, ou ainda
Complemento por Dependência do 1.º grau se transitoriamente se encontrar acamada
ou a necessitar de cuidados permanentes).
• o Serviço de Verificação de Incapacidades certificar que a pessoa cuidada, sendo já
titular do Complemento por Dependência do 1.º grau, se encontra, transitoriamente,
acamada ou a necessitar de cuidados permanentes.
APOIOS AO CUIDADOR
• É um subsídio atribuído aos cuidadores informais principais que
reúnam as seguintes condições:
• Tenham idade entre os 18 anos e a idade legal de acesso à pensão de
velhice
• Cumpram a condição de recursos: os rendimentos de referência do
agregado familiar do cuidador informal principal têm que ser inferiores a
531,84 € (1,2 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais – IAS).
• Valor do IAS = 443,20 €
APOIOS AO CUIDADOR
• Montante:
• O montante do subsídio de apoio é igual à diferença entre a soma dos
rendimentos do cuidador informal principal e o valor de referência do
subsídio.
• O montante de referência do subsídio corresponde a uma percentagem do
Indexante dos Apoios Sociais (IAS), a definir por portaria dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do trabalho, solidariedade
e segurança social.

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