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Como orientar a prática da caridade nas

crianças (quando o exemplo não é suficiente)

I – Introdução - A paternidade é uma missão

II - Como conduzir os filhos na prática da


caridade:
• A Importância do Exemplo;
• Quando o exemplo não é suficiente:
• Ensinamentos; e
• Prática.
I – Introdução - a paternidade é uma missão

“Questão 582 - Pode-se considerar a paternidade


como missão?”
“Sem dúvida é uma missão. É, ao mesmo tempo,
um dever muito grande e que envolve, mais do
que o homem pensa, a sua responsabilidade
quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a
tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pelo
caminho do bem, (...). Mas há quem se ocupe
mais em endireitar as árvores do seu jardim e
fazer que deem bons e abundantes frutos, do que
endireitar o caráter de seu filho. Se este vier a
sucumbir por culpa dos pais, sofrerão os genitores
as consequências dessa queda, recaindo sobre
eles os sofrimentos do filho na vida futura, (...)”
“Questão 383. Qual, para este, a
utilidade de passar pelo estado de
infância? Encarnando, com o objetivo de
se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse
período, é mais acessível às impressões
que recebe, capazes de lhe auxiliarem o
adiantamento, para o que devem
contribuir os incumbidos de educá-lo”

“A delicadeza da idade infantil os torna


brandos, acessíveis aos conselhos da
experiência e dos que devam fazê-los
progredir. Nessa fase é que se lhes pode
reformar os caracteres e reprimir os
maus pendores.” [...]. (Allan Kardec, O
livro dos espíritos, 76. ed., perg. 385).
Por que a escola de evangelização espírita infantil antes dos
7 anos de idade?

“109. O período infantil é o mais importante para a tarefa


educativa? (O Consolador)

- O período infantil é o mais sério e o mais propício à


assimilação dos princípios educativos.
- Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de
adaptação para a nova existência que lhe compete no
mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração
perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do
plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais
suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho,
na consolidação dos princípios de responsabilidade, […].
- Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho
por parte das energias paternais, os processos de educação
moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a
integração do Espírito em seu mundo orgânico material,
[...].”
(Emmanuel, O Consolador, 15. ed., perg. 109).
Ao encontro disto, em estudo elaborado
pela UNICEF foi relatado que até os 6 anos
de idade formam-se 90% das sinapses
cerebrais:
Quando o cérebro precisa de estímulos
para criar ou fortalecer estruturas
mentais, cognitivas e emocionais.
As chamadas “janelas de oportunidades”,
o período no qual, neurologicamente, as
crianças estão mais propensas a
desenvolver várias habilidades.
Também já estão formados os contornos
mais amplos de auto-estima, senso de
moralidade, responsabilidade, empatia,
relacionamento social e aspectos
fundamentais da personalidade.
Ajudar a criança, amparando-lhe o
desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é
cooperar na construção da reforma
santificante da humanidade, na direção do
mundo redimido de amanhã." (Emmanuel,
Encontros no Tempo, 5. ed., perg. 42)
Enfim, ensiná-los a vencer o egoísmo e o
orgulho, as duas maiores chagas da
humanidade. Auxiliá-los a combater as más
tendências, no caminho do bem. Ajuda-lo a
realizar a reforma íntima. No caminho do
progresso, do amor da moral.
A família consanguínea é lavoura de luz da
alma, dentro da qual triunfam somente
aqueles que se revestem de paciência,
renúncia e boa vontade. Geralmente, não se
reúnem a nós os companheiros que já
demandaram a esfera superior dignamente
aureolados por vencedores, e sim afeiçoados
menos estimáveis de outras épocas, para
restaurarmos o tecido da fraternidade,
indispensável ao agasalho de nossa alma, na
jornada para os cimos da vida.
(Do livro “Família”, pelo espírito de Emanuel
obra mediúnica psicografada por Francisco
Cândido Xavier.)
II. Como conduzir os filhos na prática da
caridade?

II.I A Importância do Exemplo


 
 Carta de Paulo aos Hebreus, capítulo
12.13: “endireitai os caminhos sob seus pés
para que os que estejam mancos, se curem”
A mente infantil absorve muito mais o que vê,
o que presencia do que o que ouve, porque
precisa de provas, de confirmação de que, o
que está sendo dito é verdade e, quando a
realidade desmente a ideia, fica desconfiado e
pode não levar a sério mais nenhuma
orientação. (Denise Veridiano)
O Espírito, na condição de criança, absorve,
principalmente, os exemplos dos pais. Esses se
incrustam na mente infantil de modo contundente,
refletindo-se na saúde psíquica da criança. O bom
exemplo dos genitores, ajustado e harmônico,
ainda é a viga mestra na formação da sua
consciência. (Waldemir Bezerra Almeida).
Existe um ditado que diz: “As palavras convencem
e os exemplos arrastam”. Os pais são referências
para os filhos. É importante que aproximemos, ao
máximo, o nosso discurso da nossa prática, pois
nossos filhos estão sempre a nos observar. O exemplo
é algo fundamental no aprendizado.
Um antigo ditado popular nos alertar: “Não há
ladainha que sobreviva a um bom exemplo”
Um bom exemplo vale muito mais do que um
milhão de palavras. (Vera Jacubowski)
ESE - Capítulo XIII - Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão
direita – Infortúnios Ocultos

“Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado,
e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida?
Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que
à entrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda,
onde jaz uma mãe de família cercada de crianças.

A sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos. É que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de
que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são
profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a
mãe não consegue com o seu trabalho prover as necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres
crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no
seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de
que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranquilizá-lo sobre a sorte da família. No
canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que lhe
recebem sucessivamente a visita. Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois
considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de si para consigo:
Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que nada
indica; mas é o anjo da consolação. À noite, um concerto de bênçãos se eleva em seu favor ao Pai celestial:
católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem. Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu
luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência. A
mocinha também quer fazer a caridade.”
ESE - Capítulo XIII - Não saiba a vossa mão esquerda o que
dê a vossa mão direita – Infortúnios Ocultos

Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o
seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que
aprenda como se deve praticar a beneficência. A mocinha
também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: “Que
podes dar, minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te
passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual
será o teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quem
faz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo.
Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los.
Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa. Não te
parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer
obras úteis e confeccionarás roupas para essas
criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de
ti.” É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a
filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou. É
espírita ela? Que importa!
II. Como conduzir os filhos na prática da caridade?

II.II Quando o exemplo não é suficiente


1- Ensinamentos
 Por meio do evangelho no lar – trazendo a temática para o
universo da criança;
 Evangelização – Ensinamentos importantíssimos;
 Diálogo - é preciso que assimilemos para passamos para os
nossos filhos;
 Situações do dia a dia, um questionamento que eles fazem, ou
uma cena de um filme, ou até uma queixa de algum amigo; e
 Alguns filmes e novelas apresentam valores direcionados para
crianças.

2- Prática
1- Ensinamentos

Máxima – Fora da caridade não há Salvação

Qualquer que seja a religião. Essa máxima nos une. Paulo


(apóstolo), na instrução dos espíritos do Capítulo 15,
informa que nesta máxima estão contidos os destinos dos
homens na terra e no céu, na Terra, porque com a caridade
viveremos em paz e, no céu, teremos as graças diante do
Senhor.
Salvação - estado de pureza que todos alcançaremos um
dia
Quanto à Caridade
No Evangelho, o espírito Irmã Rosália enfatiza que a
caridade moral consiste em se suportar uns aos outros. Ela
diz que há um grande mérito em saber se calar para deixar
um que é mais tolo falar.
Máxima – Fora da caridade não há Salvação

“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que


nós quereríamos que os outros nos fizessem”, é a expressão
mais completa da caridade, porque resume os deveres do
homem para com o próximo.”
Tem uma fala de São Paulo na 1ª epístola aos Coríntios que é
linda, mesmo quando eu tivesse a linguagem dos anjos;
quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os
mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até o ponto de
transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.
Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais
excelente é a caridade. Coloca a caridade acima da fé.
São Vicente de Paulo nos trás noções acerca da caridade
1- Ensinamentos

A caridade segundo Jesus (Livro dos Espíritos)

Na questão nº 886 Alan Kardec questiona aos espíritos


qual o verdadeiro sentido da caridade, como Jesus a
entendia?
“Benevolência para com todos, indulgência para as
imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
a) A Benevolência, fruto do amor ao próximo, produz a
afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação.
Como relacionar com o próximo? A Caridade respon.:
benevolência.  O Espírito Joanna de Ângelis define a
benevolência como “um sentimento de profundo amor ao
próximo, de compreensão pelos seus atos.
A caridade segundo Jesus (Livro dos Espíritos)

b) Indulgência para as imperfeições dos outros


Ao pensar em julgar, como devo proceder? A caridade responde:
com indulgência
O Irmão José nos orienta que, a indulgência não vê o defeito
dos outros, mas se o vê, evita falar. A indulgência atrai,
acalma, reergue, ao passo que o rigor desencoraja afasta e
irrita. Em passagem do evangelho: nós enxergamos um cisco
no olho do outro e não enxergamos uma trave nos nossos olhos.
É preciso exerçer a indulgência.

c) Perdão das ofensas


“Como devo receber a ação do próximo? A caridade responde:
com o perdão.
Joanna de Ângelis enfatiza: O perdão é o auge das conquistas
íntimas, porque a pessoa se dá conta do quanto necessita ser
perdoado, diante das suas próprias fraquezas e erros. 
II.II A Prática da Caridade

Importante forma de aprendermos a caridade é na


prática. Dos mais simples atos de bondade às elaboradas
iniciativas de caridade, nada se compara a alegria que
decorre do serviço ao próximo. A família em primeiro lugar
e a escola em segundo. A escola também transmite: valores,
virtudes, moral e ética. Muitas escolas fazem campanha
para ajudar o próximo como, por exemplo: campanhas
do agasalho e dos mantimentos.

Uma excelente forma de ensinar a virtude da caridade a


nossos filhos é lhes dar a oportunidade de experimentar a
alegria que decorre do auxílio ao próximo.

È uma espécie de empoderamento da criança, bem como


dela conhecer as diferenças.
II.II A Prática da caridade
II.II A Prática

Para isso, consideremos as seguintes sugestões:


 Ensinando crianças pequenas:
 Ajude-a compreender que quando ela compartilha suas
coisas, faz outras pessoas felizes, faz o Mestre Jesus feliz e a
mamãe e o papai também! Expressando sua satisfação com
sorrisos e elogios toda vez que ela compartilhar algo com alguém.
Explique que ela pode compartilhar a comida, seus lápis de cor,
seus brinquedos e seus livros com a família e os amiguinhos.
Se a criança se mostrar relutante, simplesmente mude o foco sem
forçá-la a compartilhar e retome o assunto mais tarde.
 Envolva a criança na atividade de separar as roupas e sapatos
que não servem mais e explique que aquelas roupas serão
enviadas para crianças que não as têm. Lembre-se que as crianças
pequenas têm muita dificuldade em compartilhar. Tenha
paciência. Isso é uma característica dessa fase que podemos ir
trabalhando aos poucos para superar. Por outro lado, elas têm um
desejo enorme de ajudar e de fazer os pais felizes!
 crianças maiores e adolescentes
 Envolver-se junto à comunidade: existem muitas oportunidades!
Grupos de proteção aos animais, de apoio às crianças com câncer, de
ajuda aos moradores de rua, de contação de histórias em asilos e
hospitais, mantimentos para distribuição…
 Organizar um projeto para arrecadar agasalhos ou mantimentos
que serão doados para uma instituição de caridade e envolva seu filho
em todas as etapas do projeto: confecção dos cartazes ou folhetos,
arrecadação e a entrega do material arrecadado.
 Caso tenha alguma habilidade, estimule a compartilhar a habilidade
(instrumento musical)
 Fazer uma Jornada do Livro: ajude seus filhos a separarem alguns
livros de literatura para doação em uma biblioteca comunitária.
 As possibilidades de ajudar são ilimitadas! Além de sentirem a
alegria que é ajudar sem esperar nada em troca, a autoestima de
seu filho será grandemente fortalecida quando sentir que pode fazer
algo de bom para alguém e de contribuir para a comunidade.
Aqui na Comunhão, menores de 18 anos precisam estar acompanhados pelos pais.
Mas há diversas opções de trabalho a favor do próximo:
 Visita a um asilo ou orfanato.
 Há o orfanato Sagrada Face, a Casa da Criança Batuíra, o Lar Infantil Bezerra de
Menezes, Asilo Bezerra de Menezes (Sobradinho), Lar Maria Madalena (Núcleo
Bandeirante) e Lar dos Samaritanos - Águas Lindas de Goiás. Se possível, converse
sobre a possibilidade de levarem bolo ou um lanchinho e envolva seus filhos em
todas as etapas da preparação.
 Preparação de cestas - Campanha Auta de Souza. 2ª e 4ª sexta-feira do mês.
 Há a assistências às famílias –Plano Piloto, Cidades satélites e entorno.
 Há elaboração e distribuição de sopas fraternas– domingos e terças à noite.
 Implantação do Evangelho - Plano Piloto, Cidades satélites e entorno.
 Oficina do Artesão -Dias: segunda, terça e quinta-feira, e sábado.
 Orientação à Gestantes Carentes.
 Contador de Histórias - Locais: Hospital de Base e Hospital das Forças Armadas
 Almoxarifado - Campanha Auta de Souza. 2ª a sábado.
 Grupo de costura- confecção de boneca – Quintas-feiras.
Lembro com carinho das campanhas de auxílio que participei quando criança.
O protagonismo infantil – mais senso de responsabilidade, auto estima, empatia e
respeito às diferenças.

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