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PSICOLOGIA

SOCIAL
IDENTIDADE
Prof. Ana Maria Capitanio
Identidade é uma Totalidade

Podemos imaginar as mais diversas combinações para


configurar uma identidade.

Ela é uma totalidade contraditória, múltipla, mutável, no


entanto una. Por mais contraditório, por mais mutável
que seja, “sei que sou eu que sou assim”, ou seja, “sou
uma unidade de contrários, sou uno na multiplicidade e
na mudança”.
Nosso nome

 Nos identificamos com o nosso nome, que nos identifica no


conjunto de outros seres.

 Nosso nome próprio indica singularidade.

 Em uma família: nosso primeiro nome nos diferencia e nos


sobrenome nos iguala.

 Esta diferença e igualdade é uma das primeiras noções de


identidade.

 Antes que eu “me chamasse Fulano” eu “era chamado


Fulano” (pelo outro)
Diferenciando-se e Igualando-se

A identidade vai se diferenciando e se


igualando, conforme os vários grupos
sociais em que interagimos: somos
brasileiros, diferente dos estrangeiros; os
palmeirenses são assim, enquanto os
corintianos são assados...)
RECONHECIMENTO

O conhecimento de si é dado pelo


reconhecimento recíproco dos indivíduos
identificados por meio de um determinado
grupo social que existe objetivamente, com
sua história, suas tradições, sua normas,
seus interesses
Dois aspectos que interpenetram

De um lado temos um conjunto de elementos –


biológicos, psicológicos, sociais, etc., que
podem caracterizar um indivíduo,
identificando-o.

De outro lado, a representação mental ou


simbólica que expressa a identidade desse
indivíduo.
Há como que uma interpenetração entre
esses dois lados, de tal forma que a
individualidade já pressupõe um processo
anterior de representação que faz parte da
constituição do indivíduo representado.
Já nascemos num mundo de representações!

As representações nos constituem.

Essas representações são apropriadas ou


não por nós.

As relações sociais confirmarão ou não essas


representações identitárias.
Identidade pressuposta é reposta
A identidade pressuposta (pela representação
anterior) é reposta (pelas condições relacionais
sociais).

 Uma vez que a identidade pressuposta é reposta, ela


é vista como dada e não como se dando num
processo contínuo de identificação.

 É como se identificada a pessoa, a produção de sua


identidade se esgotasse com o produto (eu sou filho,
ninguém diz: estou sendo filho)
Expectativa

Existe uma expectativa generalizada de que


alguém deve agir de acordo com o que é. (e
consequentemente ser tratado como tal).

Reatualizamos por meio de rituais sociais


uma identidade pressuposta que assim é
reposta como algo já dado, retirando em
consequência seu caráter de historicidade.
Caráter temporal

O caráter temporal da identidade fica restrito


a um momento originário, quando no
tornamos algo, por exemplo: professora - e
desde que essa identificação existe me é
dada uma identidade de professora, como
uma posição.
A identidade pressuposta é dada como permanente e
não como reposição, de uma vez que foi posta.

O jogo de reflexões múltiplas que estrutura as


relações sociais é mantida pela atividade dos
indivíduos: as identidades, no seu conjunto refletem a
estrutura social ao mesmo tempo que reagem sobre
ela conservando-a ou a transformando.
Acontece que...

As atividades dos indivíduos identificados são


normatizadas tendo em vista manter a
estrutura social.

A identidade que se constitui no produto de um


permanente processo de identificação aparece
como um dado e não como um dar-se
constante que expressa o movimento social.
Só posso comparecer no mundo frente a outrem
efetivamente como representante do meu ser real
quando deixar de presentificar uma apresentação
de mim que foi cristalizada em momentos
anteriores – deixar de repor uma identidade
pressuposta – ser movimento, ser processo, ou ser
metamorfose.
Identidade somente pode ser
compreendida como metamorfose
humana, concretizada ou não
dependendo das condições sociais
e históricas dadas.
É do contexto histórico e social em que o
homem vive que decorrem suas
determinações e, consequentemente,
emergem as possibilidades ou
impossibilidades, os modos e as alternativas
de identidade.
Ciampa apresenta um conceito de Identidade que
subverte as teorias importadas e utilizadas no
Brasil até então, focadas na ideia de identidade
“natural” e/ou essência, em que se pressupõe um
desenvolvimento que culmina com sua
cristalização, ou seja, uma concepção de
identidade estática a qual um indivíduo seria
dotado.
Bibliografia

CIAMPA, Antônio da Costa. Identidade. In:


LANE, Sílvia T. M; CODO, Wanderely
(Orgs). Psicologia Social: o homem em
movimento. 14. ed. São Paulo: Brasiliense,
2012.

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