Empreendedorismo feminino é o conjunto de negócios
idealizados ou comandados por mulheres. O termo abrange não apenas a criação de empreendimentos por mulheres, como também a presença feminina em cargos de liderança. Embora aproximadamente metade da população seja mulher, os homens dominaram a maior parte dos cargos de liderança no mercado durante um bom tempo. Mesmo que elas quisessem empreender, tinham diversos obstáculos pela frente, como a necessidade de assinatura do marido em documentos comerciais e bancários. Contudo, após diversas iniciativas e conquistas de direitos, atualmente 34% das empresas abertas e 48% dos microempreendedores indivi duais (MEI ) são abertas por mulheres COMO SURGIU O EMPREENDEDORISMO??
Não existe um consenso sobre a origem do empreendedorismo, provavelmente
porque, desde os primórdios da História, a humanidade tenha evoluído por causa de ações empreendedoras. Basta recordar o trabalho de antigas civilizações, como a egípcia, que culminou na construção das pirâmides sem as máquinas e recursos tecnológicos de que dispomos atualmente. No século 15, época das Grandes Navegações, também foi marcado por façanhas protagonizadas por indivíduos com espírito empreendedor, nascidos em diferentes nações (Holanda, Portugal, Inglaterra, França, Espanha). Dois séculos mais tarde, o economista irlandês Richard Cantillon utilizou pela primeira vez a palavra entrepreneur, da qual deriva “empreendedor”. O termo descrevia, inicialmente, uma pessoa que assume riscos. O conceito de empreendedorismo só foi explorado mais a fundo em 1942, quando outro economista, o austríaco Joseph A. Schumpeter, citou o empreendedor como uma figura essencial para o desenvolvimento da economia capitalista. No livro “Capitalismo, socialismo e democracia”, Schumpeter afirma que o capitalismo é influenciado por uma força chamada processo de destruição criativa, fundamental para extinguir velhos produtos, metodologias e mercados e substituí-los por coisas novas. O autor afirma que o empreendedor é o responsável por esse processo, sendo um agente de transformação. QUAL O DIA DO EMPREENDEDORISMO FEMININO??
Em 2014, 19 de novembro foi estabelecido como o Dia do
Empreendedorismo Feminino pela Organização das Nações Unidas (ONU). Já em seu ano de criação, a data foi celebrada durante a Semana Global de Empreendedorismo, com atividades realizadas em mais de 150 países. A ideia é atrair a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento, fortalecendo o protagonismo feminino. O Dia do Empreendedorismo Feminino é uma das iniciativas coordenadas pela ONU Mulheres, braço da entidade que tem como objetivo unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres. A fim de diminuir a desigualdade de gênero, a ONU Mulheres atua em seis áreas prioritárias: • Liderança e participação política das mulheres • Empoderamento econômico • Fim da violência contra mulheres e meninas • Paz e segurança e emergências humanitárias • Governança e planejamento • Normas globais e regionais. A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO FEMININO O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de liderança para as mulheres. Embora elas representem 52% da população brasileira, só ocupam posições de destaque em 13% das 500 maiores empresas no país. Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento e ascensão para cargos de liderança, com o potencial de mudar a realidade das empreendedoras. É o caso de Cleusa Maria da Silva, fundadora da Sodiê Doces – famosa franquia de bolos artesanais. Quando jovem, Cleusa trabalhou cortando cana de açúcar e como empregada doméstica. Sua empreitada rumo ao sucesso começou quando, diante de um problema de saúde, a esposa de seu empregador, que fazia bolos sob encomenda, adoeceu e pediu que a ajudasse. A experiência deu muito certo e, em 1997, Cleusa assumiu o negócio, inaugurando a Sodiê Doces em um imóvel de 20 metros quadrados na cidade de Salto, interior de São Paulo. Anos mais tarde, a rede alcançou o status de maior franquia especializada em bolos artesanais do país, com mais de 300 lojas em 13 estados brasileiros. Outro ponto que mostra a relevância do empreendedorismo feminino aparece em um levantamento do Sebrae, que revela que as brasileiras empreendem, principalmente, devido à necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira. Ou seja, os ganhos com o próprio negócio ajudam as mulheres a sustentar suas famílias, diminuindo ou acabando com sua dependência financeira quanto aos companheiros, por exemplo.