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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Departamento de Educação - Campus VIII


Licenciatura em Ciências Biológicas

PRODUÇÃO DE CELULASES E XILANASE POR Aspergillus niger IZ-


9 USANDO FERMENTAÇÃO SUBMERSA SOBRE BAGAÇO DE
CANADE-AÇÚCAR

Autores: CLAUDIO LIMA AGUIAR; TOBIAS J.


B. MENEZES

Equipe: Isabel, Regina, Ricardo e


Denner
Resumo: Artigo
Avaliou-se no artigo a produção de celulases e xilanase de Aspergillus niger
IZ-9, crescido sobre bagaço de cana, quimicamente tratado, como
substrato.

Fonte: Google imagens


(Adaptado)
Resumo: Artigo
Os tratamentos foram: solução de hidróxido de sódio a 4%, e solução de
hidróxido de sódio a 4%, ácido fosfórico p.a. e vapor. A produção das
enzimas celulolíticas (celulase total, endoglicanase e beta-glicosidase) e
xilanase foi observada nos bagaços tratados e não-tratado.

Fonte: Google imagens


(Adaptado)
Algumas informações sobre as Enzimas
Discutidas no Artigo
Celulases:
Celulases são enzimas responsáveis pela degradação da celulose, principal
composto presente nas células vegetais. A celulose é um polissacarídeo
formado por várias unidades de glicose unidas entre si através de ligações
químicas. As celulases realizam a quebra das ligações químicas existentes
entre as unidades de glicose que formam a celulose.

Fonte: Google
imagens

Figura 1: Ação das celulases sobre a molécula de celulose (modificado


de WRIGHT et al., 1988)
Celulases:
Os genes codificadores das celulases são: cbh1 e cbh2.

Fonte: Google imagens


Celulases:
As enzimas do complexo celulolítico são hidrolases (promovem a cisão
de um material orgânico através da utilização de água) que clivam
ligações O-glicosídicas.

Fonte:
Ligação glicosídica – Wikipédia, a enciclopédia livre (wik
ipedia.org)
Celulases:
A classificação das celulases, de acordo com seu local de atuação no
substrato celulósico, as divide em três grandes grupos: endoglucanases
(EnG), que clivam ligações internas da fibra celulósica; exoglucanases (ExG),
que atuam na região externa da celulose; e b-glicosidases (BG), que
hidrolisam oligossacarídeos solúveis em glicose.

Fonte:
https://sistemas.ifgoiano.e
du.br/
sgcursos
/uploads/anexos_10/2017
-06-14-11-51-53Dissertaç
ão Final Dênia.pdf
Celulases:
Endoglucanase é a enzima do complexo celulolítico responsável por iniciar
a hidrólise. A Endoglucanase, enzima celulolítica, é responsável pela rápida
solubilização do polímero celulósico (redução dos oligossacarídeos de
diversos graus de polimerização, GP), devido à sua fragmentação em
oligossacarídeos. (Pode atuar na região Redutora como não redutora).

O grupo das exoglucanases possui estratégia de hidrólise da fibra


celulósica de elevada importância, pois é capaz de liberar glicose
diretamente do polímero.

O terceiro e último grande grupo de enzimas do complexo celulolítico


engloba a b-glicosidase que tem a propriedade de hidrolisar celobiose e
oligossacarídeos solúveis em glicose.
Celulases:
As β-glicosidase, também denominadas celobiases, possuem a função de
desdobrar a celobiose gerada pelas celobioidrolases e endoglucanases em
glucose.

Estritamente falando, β-glicosidase não são celulases legítimas, uma vez


que elas agem sobre substratos solúveis.

Mas sua contribuição é muito importante para a eficiência da hidrólise da


celulose pela remoção da celobiose do meio reacional, que é um potente
inibidor competitivo das celobiohidrolases
Celulases:

 Fonte: http://
xray.bmc.uu.se/~wimal/
projects/research.html
Figura 2. Mecanismo de ação das celulases em seus locais de atuação.
Celulases
As celulases produzidas pela maioria dos fungos filamentosos, são constituídas
por dois domínios, funcionais e estruturalmente distintos. O domínio catalítico
que constitui a maior parte da proteína é um domínio responsável pela ligação
da enzima ao substrato designado por CBM (módulo de ligação a carboidrato).
Os dois domínios estão ligados por uma sequência altamente glicosilada
(“linker”) (Figura 4).
Celulases
Celulases
Celulases:
De forma geral, as celulases produzidas por fungos filamentosos
apresentam valores ótimos de pH na faixa ácida (3,6-5,0), enquanto que
bactérias chegam a produzir celulases altamente ativas em valores de
pH alcalinos.

Fonte:
O que é pH? - Conceito, inf
ormações, curiosidades e
mais! (beduka.com)
Celulases:
A utilização de celulases na hidrólise da celulose ocorre em
condições mais brandas de pressão, temperatura e pH do que
os processos químicos, e exibe elevada especificidade,
eliminando a chance de ocorrência de substâncias tóxicas
(furfurais e derivados de lignina).
 
Celulases:
Quanto a temperatura, resultados de atividade enzimática das celulases
comumente apresentam melhor atividade catalítica em temperaturas acima
de 50 °C.

Tabela 1 Otimização do efeito de pH e


temperatura na atividade de celulase de
Rhodotorula oryzicola
Celulases:
Por fim, outra propriedade das enzimas celulolíticas comumente reportada
na literatura é sua capacidade de ser influenciada por outras moléculas,
especialmente metais, seja sofrendo efeitos inibitórios ou indutores.

Dentre os íons avaliados, os que inibem mais frequentemente as celulases


são Hg+2, Cu+2, Ag+ e Zn2+, que chegam a provocar até a perda total da
atividade catalítica, estando presentes em concentrações tão baixas quanto
2 mM.

Com o intuito de incrementar os níveis de produção de enzimas, diferentes


técnicas podem ser utilizadas, dentre as quais as mais comuns
concernentes às celulases são a mutação clássica (aleatória) e a expressão
gênica.
Xilanases:
Depois da celulose, a xilana é o polissacarídeo mais abundante da
natureza. A cadeia principal da xilana é formada por resíduos de β-D-
xilopiranose unidos por ligações β-(1-4) [1,2], como mostra a figura 2.1.

Figura 2.1: Ligações β-1,4 da cadeia principal da xilana.


Xinalases:
A potencialidade biotecnológica das xilanases se deve principalmente à dois
fatores: alta especificidade pela xilana e em especial à termoestabilidade,
Pois os processos de delignificação ocorrem mais rapidamente em
temperaturas elevadas (50-100ºC).
Xilanases:
As composições de acordo com as características dos resíduos de
aminoácidos estão mostradas nas figuras 2.3 e 2.4, onde a cor cinza
representa os resíduos apolares, amarelo os resíduos polares, vermelho os
resíduos carregados negativamente e azul os carregados positivamente.

Figura 2.3: Figura 2.4:


Composição em Composição em
aminoácidos na aminoácidos na
XBC: 54.1% XTL: 61.9%
(apolares), (apolares),
29.2%(polares) e 21.6%(polares) e
16.7% 16.5%
(carregados). (carregados).
Total de 185 Total de 194
resíduos. resíduos.
Xilanases:
O sítio catalítico é formado pelos resíduos Glu86 e Glu178 na XTL e
Glu78 e Glu172 na XBC e também um cluster formado por resíduos
de Gln, Arg e Tyr ao redor destes resíduos. A figura 2.5 apresenta o
posicionamento dos resíduos catalíticos, Glu78 e Glu172 da XBC.

Figura 2.5: Resíduos catalíticos de Glu na XBC. As


posições dos resíduos catalíticos de Glu na XTL
estão nas mesmas posições na XBC.
RESULTADOS E DISCUSSÃO –
ARTIGO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 O Aspergillus niger IZ-9 demonstrou capacidade para produzir as
frações celulolíticas e xilanase. O fungo foi capaz de produzir o
complexo celulolítico e xilanase a partir de bagaço de cana, fonte de
carbono abundante e barata no Brasil.

 Com respeito aos teores de celulose, os bagaços tratados foram, em


geral, superiores ao bagaço de cana sem tratamento. O tratamento com
NaOH, H3PO4 e vapor apresentou maior teor de celulose, sugerindo
maior extração de frações como a lignina, que representa barreira física
aos extratos enzimáticos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dessa forma, faz-se imprescindível o uso de pré-tratamentos no material,
com o intuito de aumentar sua susceptibilidade ao agente de interesse,
pela remoção da lignina e redução da cristalinidade da estrutura
celulósica.

Fonte: Site is undergoing


maintenance (celuloseonlin
e.com.br)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 são apresentados os teores de cada fração para os
diferentes tratamentos do bagaço de cana-de-açúcar e o controle
(sem tratamento).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 O bagaço de cana tratado com soluções alcalinas mostrou-se mais
eficiente na síntese das diferentes frações enzimáticas do que o bagaço
sem tratamento.

 Verificou-se que produção de celulase total foi maior em bagaço de cana


tratado com solução de hidróxido de sódio a 4% e neutralizado com
lavagens sucessivas com água destilada.

 Quanto à produção de endoglicanase, os tratamentos usados não


mostraram diferença marcante apesar dos teores de lignina serem
diferentes. O bagaço sem tratamento apresentou níveis de produção
enzimática para endoglicanase semelhantes aos dos bagaços tratados
quimicamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 O modo pelo qual o tratamento do substrato aumenta a capacidade de
induzir a síntese do complexo celulolítico está relacionado com o
aumento da concentração da celulose, indutor de celulases, em
função da remoção da lignina.

 A parcial remoção da lignina promoveria a síntese das enzimas pelo


microrganismo, por facilitar seu contato com a celulose.
CONCLUSÃO
 O Aspergillus niger IZ-9 pode ser considerado bom produtor de
enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas, porém torna-se necessário
o tratamento alcalino do bagaço de cana para a remoção, pelo
menos parcial da lignina presente na fibra vegetal, possibilitando
maior indução às sínteses enzimáticas.

 Dentre os tratamentos estudados, o tratamento com solução de


hidróxido de sódio a 4% promoveu maior indução à síntese da
maioria das enzimas, com exceção da beta-glicosidase, que
apresentou maior indução com bagaço submetido ao tratamento com
solução de hidróxido de sódio, ácido fosfórico e vapor.
Referencias
AGUIAR, Claudio Lima; MENEZES, Tobias JB. Produção de celulases e xilanase por
Aspergillus Níger IZ9 usando fermentação submersa sobre bagaço de cana-de-
açúcar. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 18, n. 1,
2000.

VIEIRA, Davi Serradella. Estrutura, termoestabilidade e atividade de xilanases: um


estudo via simulação molecular. 2007. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

CASTRO, A. M.; PEREIRA JR, N. Produção, propriedades e aplicação de celulases na


hidrólise de resíduos agroindustriais. Química Nova, v. 33, n. 1, p. 181-188, 2010.

SILVA, Roberto do Nascimento. Estudos de sinalização celular em Hypocrea jecorina


(Trichoderma reesei) durante a expressão dos genes de celulase (cbh1 e cbh2) em
presença de celulose e soforose e durante o antagonismo contra Pythium ultimum. 2008.

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