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Concreto Armado II

Pilares de Concreto Armado

Prof. Alan Pereira Vilela


Pilares
Introdução

 São elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos na


vertical;
 Função principal é receber as ações atuantes nos diversos pavimentos e
conduzi-las até as fundações;
 As ações preponderantes que atuam nos pilares são forças normais de
compressão;
 Os pilares, juntamente com as vigas, formam os pórticos, que são os
responsáveis por resistir às ações verticais e horizontais e garantir a
estabilidade global da estrutura.
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Fonte: ABNT NBR 6118:2014, item 14.4.1.2
Pilares

Concepção Estrutural 3
Pilares
Características geométricas
 Dimensões mínimas:
 A seção transversal dos pilares, qualquer que seja a sua forma, não deve apresentar
dimensões menor que 19cm.
 Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19cm e 12cm,
desde que no dimensionamento se multiplique as ações por um coeficiente adicional
γn.

Sendo “b” a menor dimensão do pilar (cm)

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares

 As recomendações referentes aos pilares são válidas nos casos em que h ≤ 5.b
 Quando esta condição não for satisfeita, o pilar deve ser considerado como pilar-parede.
 Em qualquer caos, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a
360cm².

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois
Pilares
 Comprimento equivalente:
 Para pilar vinculado em ambas as extremidades, o comprimento equivalente “le” é o
menor dos valores:

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
 Comprimento equivalente:
 Para pilares engastados na base e livre no topo: Le = 2.L
 Raio de giração (i):

 Para o caso em que a seção transversal é retangular:

 Índice de esbeltez (λ):

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
 Índice de esbeltez:
A esbeltez (λ) é um parâmetro adotado como referência para consideração dos efeitos da
flambagem em pilares. A flambagem é um fenômeno de instabilidade de equilíbrio que
pode provocar a ruptura de uma peça submetida à compressão, antes de se esgotar a sua
capacidade resistente.

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois
Pilares
 Considerando o índice de esbeltez, os pilares podem ser classificados em:

a) Pilares curtos, quando λ ≤ λ1;


b) Pilares medianamente esbeltos, quando 35 < λ ≤ 90;
c) Pilares esbeltos, quando 90 < λ ≤ 140;
d) Pilares muito esbeltos, quando 140 < λ ≤ 200;

A ABNT NBR 6118:2014 não admite pilares com índice de esbeltez superior a 200, exceto
aqueles com pouca compressão, força normal inferior a 0,10.f cd.Ac, por exemplo, os postes.

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
 Esbeltez Limite (λ1):
A ABNT NBR 6118 (2014) nos diz que os esforços locais de 2ª ordem em elementos
isolados podem ser desprezados quando o índice de esbeltez (peça) for menor que o
valor-limite (λ1) estabelecido pela equação:

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois
Pilares

 Pilares curtos, quando λ ≤ λ1:


A norma dispensa a verificação dos esforços locais de 2ª ordem.

 Pilares medianamente esbeltos, quando 35 < λ ≤ 90:


É obrigatória a consideração dos esforços locais de 2ª ordem.

 Pilares esbeltos, quando 90 < λ ≤ 140:


É obrigatória a consideração dos esforços locais de 2ª ordem e a consideração da fluência.

 Pilares muito esbeltos, quando 140 < λ ≤ 200:


Na análise dos efeitos locais de 2ª ordem, devem-se multiplicar os esforços solicitantes finais de
cálculo por um coeficiente adicional γn.

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois
Pilares
Grupos
 Podemos subdividir os pilares em dois grandes grupos: Pilares de contraventamento e
Pilares contraventados.
 Os pilares de contraventamento tem como função principal resistir às ações
horizontais (vento). Normalmente estas estruturas são:
 Paredes ou pilares de grandes dimensões;
 Caixas de elevadores e escadas;
 Estruturas treliçadas;
 Pórticos, etc.
Estes pilares possuem elevada rigidez e, como consequência, absorvem a maior parte das
ações horizontais

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares

 Os demais pilares da estrutura fazem parte dos pilares contraventados.


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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois
Pilares
Classificação dos pilares
 Quanto as solicitações iniciais:

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
 Pilar de centro ou intermediário:
São pilares onde teoricamente só existe força de compressão, como por exemplo,
quando existe continuidade das vigas e lajes que chegam nesse pilar. Este tipo de pilar está
submetido a compressão simples.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
 Pilar de extremidade ou borda:
São solicitados por uma força de compressão e um momento agindo em um dos eixos
principais de inércia, como por exemplo quando existe interrupção das vigas e lajes que
chegam nesse pilar numa determinada direção. Este tipo de pilar está submetido a flexão
composta normal.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
 Pilar de canto:
São solicitados por uma força de compressão e dois momento agindo nos eixos
principais de inércia, como por exemplo quando existe interrupção das vigas e lajes que
chegam nesse pilar nas duas direções. Este tipo de pilar está submetido a flexão oblíqua.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
 Compressão Simples:
Também chamada de compressão centrada, é o tipo de compressão onde a carga é
aplicada no centro geométrico do pilar. Os pilares submetidos à compressão simples são os
pilares de centro.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
 Flexão composta normal:
Existe a força normal e um momento fletor em uma direção (X ou Y). Este momento
fletor gera uma excentricidade na carga. Os pilares submetidos à flexão composta normal
são os pilares de extremidade.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
 Flexão oblíqua:
Existe a força normal e dois momentos fletores, relativos às duas direções principais
do pilar (X e Y). Estes momentos fletores geram uma excentricidade na carga. Os pilares
submetidos à flexão composta oblíqua são os pilares de canto.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
Excentricidades de 1ª ordem
A força normal que atua em um pilar de seção retangular pode ser aplicada no seu
centro geométrico, gerando uma compressão centrada, a uma distância do centro e sobre
um dos eixos de simetria, gerando uma flexão composta normal, e em um ponto
qualquer da seção, gerando uma flexão oblíqua. A estas distâncias denominamos
excentricidades.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
Estas excentricidades chamadas de excentricidades de 1ª ordem são divididas em:

a) Excentricidade inicial;
b) Excentricidade acidental;
c) Excentricidade de forma;
d) Excentricidade suplementar ou fluência;
e) Momento fletor mínimo;

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Pilares
 Excentricidade Inicial:
Em estruturas de edifícios de vários andares, ocorre um monolitismo (conjunto rígido)
nas ligações entre vigas e pilares que compõem os pórticos de concreto armado. A
excentricidade inicial, oriunda das ligações dos pilares com as vigas neles interrompidas,
ocorre em pilares de borda e de canto.

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Fonte: BASTOS (2017)
Pilares
 A partir das ações atuantes em cada tramo do pilar, as excentricidades iniciais no topo,
na base e intermediárias são obtidas pelas expressões:

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
 Excentricidade Acidental:
É a excentricidade que pode ocorrer pela incerteza na localização da força normal ou
desvio do eixo da peça durante a construção, em relação à posição prevista no projeto.
Segundo a ABNT NBR 6118:2014 no item11.3.3.4 as imperfeições geométricas do eixo dos
elementos estruturais podem ser divididas em dois grupos: imperfeições globais e
imperfeições locais.
Imperfeições Locais
Imperfeições Globais

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Fonte: ABNT NBR 6118:2014
Pilares
 Excentricidade de Forma:
Quando os eixos das vigas não passam pelo centro de gravidade da seção transversal
do pilar, as reações das vigas apresentam excentricidades que são denominadas
excentricidades de forma. As excentricidades de forma, em geral, podem ser desprezadas
no dimensionamento dos pilares.

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois. Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
 Momento Fletor Mínimo:
Segundo a ABNT NBR 6118:2014 no item 11.3.3.4.3 o efeito das imperfeições locais
nos pilares pode ser substituído em estruturas reticuladas pela consideração do
momento mínimo de 1ª ordem, dado pela seguinte fórmula:

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Fonte: Professor Romel Dias Vanderlei
Pilares
Efeitos de 2ª ordem
 São aqueles efeitos que se somam aos obtidos em uma análise de 1ª ordem (em que o
equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica inicial), quando a análise do
equilíbrio passa a ser efetuada considerando a configuração deformada.
 Estes efeitos são oriundos de dois tipos de não-linearidades, a não-linearidade
geométrica e a não-linearidade física dos pilares.
 Não-linearidade geométrica: corresponde aos efeitos adicionais provenientes do
deslocamento horizontal das estruturas, e ocasionam, o aparecimento de acréscimos de
esforços.

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois.
Pilares

 Não-linearidade física: leva em conta que os materiais que compõem a seção de concreto
armado, aço e concreto, possuem comportamentos mecânicos distintos.

 A ABNT NBR 6118:2014 cita que sob a


ação de cargas verticais e horizontais,
os nós de uma estrutura deslocam-se
horizontalmente. Os esforços de 2ª
ordem decorrentes desses deslocamentos
são chamados efeitos globais de 2ª
ordem.

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois.
Pilares
Efeitos de 2ª ordem

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois.
Pilares

 No estado não deformado da estrutura, o momento fletor na base será M = V·L

 No estado deformado da estrutura, o momento fletor na base será M = V·L+ P·Δ

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois.
Pilares
 As estruturas são consideradas, para efeito de cálculo, de nós fixos, quando os
deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e, por decorrência, os efeitos globais
de 2ª ordem são desprezíveis. Nessas estruturas, basta considerar os efeitos locais de 2ª
ordem.
 As estruturas são consideradas de nós móveis quando os efeitos globais de 2ª ordem são
importantes, devendo ser considerados, obrigatoriamente, tanto os esforços de 2ª ordem
globais como os locais.
 Para classificar a estrutura quanto à deslocabilidade horizontal dos nós, e permitir a
avaliação da importância dos esforços globais de 2ª ordem e suas conseqüências no projeto
estrutural da edificação, estudamos os coeficientes GAMA Z (γz) e ALFA (α)
 Estruturas de nós fixos (à estruturas indeslocáveis)
 Estruturas de nós móveis (à estruturas deslocáveis)

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois.
Pilares
 Nas barras da estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos não se mantêm
retilíneos, surgindo aí efeitos locais de 2ª ordem que, em princípio, afetam
principalmente os esforços solicitantes ao longo delas.
 Os efeitos locais de 2ª ordem dependem basicamente do índice de esbeltez do pilar
analisado e da compressão a que ele está submetido.

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Fonte: Prof. Esp. Emílio Augusto de Queiroz Velois.
Pilares

Efeitos de 2ª ordem

 A ABNT NBR 6118:2014 define 4 métodos através dos quais os efeitos locais de 2ª
ordem podem ser avaliados:

1. Pilar-padrão com curvatura (1/r) aproximada;


2. Pilar-padrão com rigidez k aproximada;
3. Pilar-padrão acoplado a diagrama N,M,1/r;
4. Método geral.

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Fonte: ABNT NBR 6118:2014 .
Pilares

Momento total

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Fonte: Prof. José Milton de Araújo - FURG.
Pilares

Lançamento dos Pilares


Lançamento dos pilares
 O lançamento dos pilares deve ocorrer mantendo um afastamento mínimo de 2m e um
máximo de 6m, com um vão médio de 4m.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Procurar dispor os pilares nos encontros de vigas.

Algumas vigas
se apoiam em
outras vigas!

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Procurar locar os pilares nos cantos das peças, preferencialmente atrás de portas,
evitando interferir no projeto arquitetônico.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Normalmente, adotar uma seção retangular, com espessura mínima de 20 cm.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Começar o lançamento pelo pavimento tipo, que se repete mais vezes, depois verificar
as interferências no pavimento térreo e na cobertura.
 Tomar cuidado nos casos em que há garagem no térreo.
 Para prédios de pequena altura pode-se manter a seção de concreto do pilar
constante, fazendo-se variar apenas a taxa de armadura.

Pavimento tipo

Seção constante

Térreo
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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló http://dussarrat-engenharia.blogspot.com
Lançamento dos pilares

 Os pilares recebem uma numeração sequencial: P01, P02, P03,..., PN (onde N é o


número do último pilar).

 Esta numeração deve permanecer a mesma em todos os pavimentos.

 Começa-se a numerar no canto superior esquerdo do prédio.

 Daí, continua-se da esquerda para a direita e de cima para baixo, até o PN.

 Junto do nome do pilar se escreve a sua seção transversal, por exemplo: P01 (20x40) ou
P01 20/40

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Numeração:

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 É necessário adotar uma convenção para designar os pilares que nascem, os que
passam e os que morrem neste pavimento.
 Esta convenção deve ser indicada de forma clara na planta de formas, devendo ser
mantida em todos os pavimentos.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares

Pilar que morre Pilar que passa

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Se a distribuição dos pilares for regular, sua carga, para fins de pré-
dimensionamento da seção, pode ser estimada através do processo das áreas
de influência.

 A carga média, por metro quadrado de pavimento, incluindo o peso próprio


das lajes, vigas e pilares, as alvenarias, os revestimentos e pavimentações,
além da carga acidental, pode ser estimada em torno de:

 Pavimento tipo = 12 kN/m².


 Pavimento de cobertura = 10 kN/m².

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares
 Planta de forma:

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares

Lançamento da estrutura de contraventamento


 Além de absorver as cargas verticais, a estrutura de um edifício suporta também cargas
horizontais, como o vento.
 Então, é preciso lançar uma estrutura mais rígida, especificamente para absorver estas
forças horizontais e garantir a indeslocabilidade do prédio.
 Esta estrutura chama-se estrutura de contraventamento.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares

 A estrutura de contraventamento pode ser formado por:

 Pórticos planos (vigas e pilares),


 Pilares parede,
 Caixas de escada e de elevador,
 Uma combinação dos elementos anteriores.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares

 Devem haver pórticos de contraventamento nas duas direções ortogonais: X e Y.

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Lançamento dos pilares

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Fonte: Professor Sergio Luiz Belló
Concreto Armado II

Pilares de Concreto Armado

Prof. Alan Pereira Vilela

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