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Prof.

CIDINHA
2023
ROMANTISMO
 Revolução Gloriosa – (Inglaterra 1688-1689) –
limitação dos poderes do Rei.
 Revolução Francesa (1789-1799) – poder da
burguesia – liberdade, igualdade e fraternidade.
 Revolução Industrial (XVIII –XIX) – mudança no
estilo de vida – proletariado.
 Independência dos Estados Unidos ( 4 de julho de
1776) – direitos do homem em uma sociedade
democrática
 1º manifestação artística do mundo BURGUÊS
ROMANTISMO NA ALEMANHA
• Goethe assinala o início da fase romântica na
Alemanha com a publicação de Os
sofrimentos do jovem Werther (1774).
A Literatura torna-se uma ponte para um
mundo estranho, misterioso e invisível.
Werther transforma-se numa espécie de
paradigma de herói romântico, um
jovem apaixonado que suicida-se diante
de um amor não correspondido.

Goethe
ROMANTISMO INGLÊS
• Na Inglaterra, Walter Scott volta ao passado
medieval com Ivanhoé (1819), inaugurando o
nacionalismo romântico.
Ilustração de
Ivanhoé

Walter Scott
LORD BYRON
O poeta inglês LORD BYRON influenciou os
jovens poetas românticos com pessimismo,
melancolia e mistério, lançando o byronismo,
tendência romântica que popularizou-se como
o “mal do século”
ou ultra-romantismo.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO
 Rejeição aos ideais clássicos (greco-romanos);
 Exaltação da natureza e da nacionalidade;
 Liberdade de criação, aversão à métrica e aos
temas preestabelecidos;
 Sentimentalismo sob diversas manifestações:
saudade, melancolia, imaginação, individualismo,
religiosidade, nacionalismo,...
 Subjetividade;
 Individualismo, egocentrismo;
 Escapismo
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO
• Pessimismo
• Historicismo
• Medievalismo
• Tradição popular
• Crítica social
• Idealização da mulher
- inspiradora
O EU ROMÂNTICO: O TEMPO E O
• Pág.53 ESPAÇO
• “ O eu romântico, objetivamente incapaz de resolver
os conflitos com a sociedade, lança-se à evasão . No
tempo, recriando uma Idade Média gótica e
embruxada. No espaço, fugindo para ermas paragens
ou para o Oriente exótico.
O EU ROMÂNTICO: O TEMPO E O
ESPAÇO
• A natureza romântica é EXPRESSIVA. Ao
contrário da natureza árcade, DECORATIVA.
Ela significa e revela. Prefere-se a noite ao dia,
pois à luz crua do sol impõe-se ao indivíduo,
mas é na treva que latejam as forças
inconscientes da alma: o sonho, a
imaginação.”
ROMANTISMO NO BRASIL

  • No Brasil, o Romantismo é inaugurado com a


publicação de Suspiros Poéticos e Saudades de
                  

Gonçalves de Magalhães em 1836, próximo à


                         
 
Proclamação da Independência (1822), num
momento de afirmação da identidade nacional.

Gonçalves de Magalhães
TENDÊNCIAS DO ROMANTISMO BRASILEIRO
• Indianismo e Nacionalismo – valorização do índio e
da natureza;
• Regionalismo ou Sertanismo – ênfase no homem do
interior;
• Mal do século ou Byronismo;
• Condoreirismo – a análise política e social centrada
nas questões do abolicionismo, das lutas
humanitárias, sentimentos de liberdade,...
• A problemática urbana, surgida a partir da relação
indústria-operário.
AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS

• PRIMEIRA GERAÇÃO – nacionalista, indianista e


religiosa. Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
• SEGUNDA GERAÇÃO – marcada pelo “mal do século”,
apresenta egocentrismo exacerbado, pessimismo,
satanismo e atração pela morte. Álvares de Azevedo,
Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.
• TERCEIRA GERAÇÃO – formada pelo grupo condoreiro,
desenvolve uma poesia de cunho político e social. A
maior expressão deste grupo é Castro Alves.
NACIONALISMO INDIANISTA
• De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como
reflexo do autoritarismo de D. Pedro I:
• a dissolução da Assembléia Constituinte;
• a Constituição outorgada;
• a Confederação do Equador;
• a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel;
• a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró;
• e, finalmente, a abdicação.
• Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de
Pedro II.
NACIONALISMO INDIANISTA
• É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo
brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.
• a tentativa de diferenciar o movimento das origens européias e
adaptá-lo, de maneira nacionalista, à natureza exótica e ao passado
histórico brasileiros.
• Os primeiros românticos eram utópicos.
• Para criar uma nova identidade nacional, buscavam suas bases no
nativismo do período literário anterior, no elogio à terra e ao homem
primitivo.
• Inspirados Rousseau idealizavam os índios como bons selvagens,
cujos valores heroicos tomavam como modelo da formação do povo
brasileiro.
NACIONALISMO INDIANISTA
Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores. Em  cismar, sozinho, à noite, Gonçalves Dias
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 
  De Primeiros cantos (1847) Gonçalves Dias
MAL DO SÉCULO-ULTRA-
Álvares de Azevedo ROMANTISMO
LEMBRANÇA DE MORRER
No more! O never more!
SHELLEY
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro...
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
(...)
CONDOREIRISMO
A garça triste
Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.
Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa. Castro Alves
Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho.
CONDOREIRISMO
Canta longe do caminho.
Por onde o vaqueiro trilha,
Se quer descansar as asas
Tem a palmeira, a baunilha.
Tem a palmeira, a baunilha,
Tem o brejo, a lavadeira,
Tem as campinas, as flores,
Tem a relva, a trepadeira, Castro Alves

Tem a relva, a trepadeira,


Todas têm os seus amores,
Eu não tenho mãe nem filhos,
Nem irmão, nem lar, nem flores..
flores.
NAVIO NEGREIRO
fragmento
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas


Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
NAVIO NEGREIRO
fragmento
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,


A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
(...)
 Castro Alves
O ROMANTISMO EM PROSA
 Com a Independência em 1822, os artistas e
intelectuais brasileiros empenharam-se em definir
uma identidade cultural ao país. A prosa, muito mais
do que a poesia procurou atingir este objetivo,
valorizando os espaços nacionais e o típico
brasileiro, seja através do Indianismo, do romance
regional ou do plano urbano.
 Em síntese, temos como principais características da
prosa romântica: o sentimentalismo; a valorização
da natureza; o impasse amoroso; a idealização da
mulher e do herói; a linguagem metafórica; as
personagens planas;...
PÉROLAS DA PROSA ROMÂNTICA
 A Prosa Romântica

O primeiro romance brasileiro em folhetim foi "A Moreninha", de


Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844. O romance
brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance
europeu, conservando a estrutura folhetinesca europeia, com início,
meio e fim, seguindo a ordem cronológica dos fatos.
O Romance brasileiro poderia ser dividido em duas fases: antes de

José de Alencar e Pós-José de Alencar, pois antes desse importante


autor, as narrativas eram basicamente urbanas, ambientadas no
Rio de Janeiro, e apresentavam uma visão muito superficial dos
hábitos e comportamentos da sociedade burguesa (1).
Com José de Alencar,
surgiram novos estilos de prosa
romântica como os romances
regionalistas, históricos e
indianistas; e o romance
passou a ser mais crítico e
realista. Os romances
românticos brasileiros fizeram
muito sucesso em sua época,
já que uniam o útil ao
agradável: a estrutura típica do
romance europeu, ambientada
nos cenários facilmente
identificáveis pelo leitor
brasileiro (cafés, teatros, ruas
de cidades como o Rio de
Janeiro) (2).
Litografia de Aubrun baseada em fotografia de Victor Frond.

Paço Imperial, Rio de Janeiro, entre 1858 e 1861 / Dominio Público


O sucesso também se deve ao fato de que os romances eram feitos
para a classe burguesa, ressaltando o luxo e a pompa da vida social
burguesa, mas ocultando a hipocrisia de seus costumes. Por isso
pode-se dizer que, no geral, o romance romântico brasileiro era
urbano, superficial, folhetinesco e burguês. Dentre os vários
romancistas românticos brasileiros, merecem destaque (4):

José de Alencar;
Joaquim Manoel de Macedo;

Franklin Távora;

Bernardo Guimarães;

Visconde de Taunay;

Manoel Antônio de Almeida.


 Principais autores
 Trata-se de um escritor que estava
voltado para as narrativas urbanas e
Imagem: Autor Desconhecido /

tinha como foco a cidade do


Rio de Janeiro, capital do
Império do Brasil, e a alta sociedade
Domínio Público

carioca em seus saraus e festas


sociais. Seus romances em forma de
folhetim, eram como as atuais

telenovelas, só que escritos em


 Joaquim Manoel de Macedo episódios publicados num jornal. As
obras de Joaquim Manuel de
 Seu romance "A moreninha" fez Macedo apresentam uma visão
um enorme sucesso dentre a superficial dos hábitos e
classe burguesa brasileira que se comportamentos dos jovens da
sentia extremamente agradada por época, buscando ilustrar a pompa e
um novo projeto de literatura: a o luxo da alta classe capitalista, e
literatura original do Brasil. com isso, escondendo a hipocrisia e
a dissimulação da burguesia (4).
Considerado o mais importante escritor do
 José de Alencar Romantismo brasileiro, é ele quem consegue
expressar o perfeito retrato da cultura
brasileira, explorando novas vertentes da
produção literária, criando e abrindo caminhos
para a criação de uma literatura brasileira
original, ampla e de boa qualidade. Valoriza
elementos naturais da cultura brasileira e o
índio como figura-mãe da original cultura
brasileira. Suas obras foram capazes de
inspirar, nos burgueses, o gosto pela leitura
nacional e também de inspirar diversos autores
a seguir caminhos por ele traçados,
concretizando assim seu projeto nacionalista
de revelar o Brasil num todo. Alencar possui
romances urbanos, indianistas e regionalistas,
Imagem: Autor Desconhecido /
United States Public Domain navegando por todas as vertentes do
romantismo brasileiro (5).
Romance Urbano

Romances ambientados nas capitais do país, em especial no Rio de
Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo
e a pompa das atividades sociais burguesas. No entanto,
apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e
seu caráter capitalista. Ressalta a beleza das jovens e ricas
burguesas, o virtuosismo e a pureza. Fazem críticas ao casamento por
interesse, à hipocrisia, à cobiça e à soberba burguesa. Em “Lucíola” de
José de Alencar, por exemplo, vemos uma crítica ao fato de a
burguesia, que financia a prostituição durante a noite, ter aversão à
mesma durante o dia (6).
 
 São exemplos de romances urbanos:
Imagem: José de Alencar. Lucíola. Ed. Martin Claret, 2002.

•A Moreninha;
•O Moço Loiro;

•Senhora;

•Lucíola;

•Diva;

•Memórias de uma Sargento de Milícias.



 Joaquim Manoel de Macedo. A Moreninha. Ed. Martin Claret, 1998.

de Macedo
Joaquim Manoel
A Moreninha
 A Moreninha conta história de um rapaz burguês que vai estudar
medicina no Rio de Janeiro. Morando em uma república estudantil,
Augusto faz vários amigos, dentre eles Filipe, que o convida para
veranear na Ilha de Paquetá. Augusto aceita o convite e seus amigos
apostam que ele não se apaixonaria por nenhuma moça, caso o
fizesse, teria de escrever romances de amor revelando sua paixão.
Augusto, contra a aposta com seus amigos, inevitavelmente se
apaixona por Dona Carolina, irmã de Filipe, que recusa enamorar-se
com Augusto, pois em sua infância havia jurado amor eterno a um
certo menino e Augusto, curiosamente, também havia jurado amor
eterno e casamento a uma certa menina. Por fim, ao descobrirem que
um era a paixão infantil do outro, entregam-se a esse sentimento. A
pureza e discrição dos personagens, assim como a beleza de um
amor pudico, conquistaram os leitores burgueses, tornando esse
romance um dos maiores sucessos do romantismo brasileiro (7).
Romance Regionalista

Narrativas que se sucedem em centros
afastados da capital imperial, ou seja, histórias
que acontecem em lugares tipicamente
brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados
pela cultura européia. Apesar de narrarem seu
romances regionalistas com tanta veracidade,
alguns autores não conheciam pessoalmente
essas regiões, como é o caso de José de
Alencar. Embora tenha se utilizado de uma
incrível fluência e suavidade, as histórias
narradas são superficiais, devido ao fato de que o
autor não viajara para as regiões que descreveu,
mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente,
são romances que procuram ser mais fiéis ao
projeto de brasilidade e propaganda do Brasil
independente. O objetivo é fazer propaganda aos
próprios brasileiros, expondo a diversidade do
país (8).
São Exemplos de romances
regionalistas:

Livro: José de Alencar.O Gaucho. Ed. Martin Claret, 2007.


•Inocência;
•O Cabeleira;

•O Gaúcho;

•O Sertanejo;

•O Tronco do Ipê,


 Franklin Távora

 Um dos mais importantes escritores do romance


regionalista brasileiro, Franklin Távora foi o primeiro autor
romântico a escrever sobre o cangaço nordestino. Sua
literatura era baseada no "Projeto de uma Literatura
do Norte“; o que o autor fez foi explorar as regiões Norte
e Nordeste do Brasil, apoiado em sua teoria de que essas Imagem: Autor
Desconhecido /
eram as regiões mais brasileiras por serem as menos United States Public Domain

exploradas pelos brancos europeus, conservando assim


um caráter mais típico e mais real da cultura do Brasil.
Suas obras valorizavam bastante a questão regional,
prezando pelo pitoresco e peculiar das regiões que se
preocupou em retratar. Assim ele pode expressar os
costumes, as características e a realidade, até então pouco
explorados, da população do interior do Brasil de forma
detalhada e realista (9).
O Cabeleira

 Franklin Távora
Trata-se de seu romance mais
importante. Sua história se volta
sobre a temática do cangaço
nordestino, tendo como

Imagem: Franklin Távora. O Cabeleira. Ed. Martin Claret, 2003.


protagonista o Cabeleira, o chefe
de um bando de cangaceiros
assaltantes. O Cabeleira termina
por largar o banditismo em favor
de seu amor por Luizinha.
Apresenta fortes traços de
realismo por ser justo e fiel aos
fatos e ao ambiente. No entanto,
permanece idealizador na questão
sentimental, cuja ideia principal é
que o amor quebra qualquer


barreira (10).
 Romance
Indianista/Histórico
 Romances Indianistas e Histórico

Romances que revelam a preocupação em exibir o índio como herói


nacional. Enquanto os autores românticos da Europa retratavam o
saudosismo através de menções à época medieval, no Brasil,
principalmente José de Alencar, procurou-se buscar, na cultura
indígena, o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem
uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio
como símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural.
Pode-se dizer que suas narrativas tendiam ao estilo poético por
entrelaçar o caráter básico da prosa com o lirismo do gênero poético.
Em resumo, suas obras utilizam o indianismo como forma de revelar
um conceito mais original de brasilidade e criar um projeto de língua
brasileira (11).
 Dentre as obras mais importantes nesse ramo do romantismo, estão:

O Guarani;
Ubirajara;

As Minas de Prata;

Livro: José de Alencar. O Guarani. Ed. Martin Claret, 1999.


Iracema.



Livro: José de Alencar. Iracema. Ed. Ática.



Iracema

José de Alencar
 A história transcorre no século XVI, nas matas nordestinas, onde hoje
é o litoral do Ceará. Martin, um jovem guerreiro português, é ferido por
uma índia ao andar só por entre as matas. Essa índia é a jovem
guerreira tabajara Iracema, que ao perceber que havia ferido um
inocente, o leva para a tribo. A presença de Martin não agrada a
muitos, principalmente um guerreiro de nome Irapuã, apaixonado por
Iracema.

Em meio a festas e guerras travadas com outras tribos, a virgem e o


guerreiro branco se envolvem amorosamente, o que contraria o voto de
castidade a Tupã. Iracema e Martin fogem. Essa fuga se dá ao lado do
amado e de um guerreiro da tribo pitiguara de nome Poti, a quem o
jovem português tratava como irmão. Ao perceber o ocorrido, os
tabajaras, liderados por Irapuã e o irmão de Iracema, Caubi,
perseguem os amantes. Encontram a tribo inimiga pitiguara, com quem
travam um sangrento combate. Iracema, vendo a ferocidade com que
Irapuã e Caubi agridem Martin, os fere. A tribo tabajara, pressentido a
derrota, foge.
 Os amantes fogem mais uma vez e acabam numa praia deserta, onde
Martin e Iracema constroem uma cabana. Passado algum tempo, Martin
se sente na obrigação de ir guerrear junto ao seu irmão Poti, deixando
Iracema na cabana, grávida. Martin demora e Iracema dá a luz a um
menino, ficando gravemente debilitada pelo parto. O guerreiro volta a
tempo de ver Iracema morrer nos seus braços, enterrando-a ao pé de
um coqueiro. O filho de Iracema e Martin tornou-se assim o primeiro
cearense. É importante destacar que “Iracema” é um anagrama para
“América”, o que revela a intenção de Alencar de fazer de seu romance
uma alegoria sobre o nascimento do povo americano, e mais
especificamente, brasileiro.
 Questões de Vestibulares
(UFMS) Assinale a alternativa incorreta a respeito da ficção
urbana de José de Alencar.

a) Os relatos oscilam entre a armação folhetinesca e a


percepção da realidade brasileira.
b) No enredo de Senhora o sentimento amoroso sempre é

mais forte que o interesse financeiro.


c) Romances como Senhora relacionam drama individual e

organismo social.
d) As personagens frequentemente são donzelas e mancebos

que participam das rodas da Corte.


e) Os romances fixam costumes e ações que definem uma

forma de representar a cidade.


 (UEL) No romance Iracema, José de Alencar:

a) Desenvolve, na linha mesma do enredo, valores éticos e estéticos


próprios da sociedade burguesa européia.
b) Busca fundir num mesmo código as imagens de um lirismo

romântico e alguns modos de nomeação e construção da língua tupi.


c) Defende a superioridade da cultura indígena sobre a européia, tal

como o demonstra o desfecho desse romance idealizante.


d) Faz confluírem o plano lendário e o plano histórico, o primeiro

representado por Martim, e o segundo, por Iracema.


e) Dispõe-se a desenvolver a história de uma virgem que, resistindo

ao colonizador, representa o poder da natureza indomável.


Assistir o filme: A Moreninha.

magem: Cena do filme A Moreninha, de 1970, com Sônia B

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