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Previdência quer recuperar R$ 80 mi pagos em indenizações

• publicado em 02/11/2009 às 07h34, da Agência Brasil:


• Procuradoria já entrou com 398 ações para cobrar de empresas ressarcimento ao INSS
por despesas com acidentes de trabalho
• As empresas que têm registros frequentes de acidentes de trabalho por não
oferecerem condições e equipamentos de segurança aos empregados estão
na mira da Previdência Social.
A Procuradoria Geral Federal já ajuizou 398 ações regressivas para cobrar
dessas empresas o ressarcimento ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social)
do pagamento de indenizações e pensões por morte, aposentadorias por
invalidez e benefícios por acidentes de trabalho. O montante corresponde a 37% das ações
desse tipo que foram ajuizadas desde 1991 e que somam mais de mil.
Nota do Ministério da Previdência Social informa que a iniciativa tem o objetivo de recuperar mais de R$ 80
milhões. O cálculo dos valores a serem cobrados dos empregadores leva em conta o que já foi pago aos
acidentados e uma estimativa do que ainda será repassado a eles na forma de benefício enquanto forem vivos
Os setores com mais ações são construção civil, indústria calçadista, de
energia elétrica, agroindústria, metalurgia, mineração e indústria moveleira.
Segundo o Ministério da Previdência Social, o Brasil perde por ano cerca de R$
50 bilhões com acidentes de trabalho, o que equivale a 1,8% do PIB (Produto
Interno Bruto), a soma de bens e serviços produzidos no país.
Módulo VII – aula 1

• O método AET
• Procedimentos
• Fases do método
• Observações sistemáticas
AET
1. Análise da demanda

2. Coleta de informações sobre a organização


3. Levantamento das características da população
(hipótese nível 1)
4. Escolha das situações de análise

5. Análise do processo técnico e da tarefa

6. Observações globais e abertas da


atividade

7. Elaboração de um Análise e tratamento


Observações Validação
pré-diagnóstico sistemáticas dos dados
(hipótese nível 2)

8. Diagnóstico global e específico

Recomendações e transformação
AET
7. Observações sistemáticas

Observar é
→ coletar informações no momento do exercício efetivo do trabalho
→ o processo que permite ao investigador tomar conhecimento dos
elementos de uma determinada situação
Observar sistematicamente é
→ coletar informações com objetivos precisos a partir de um recorte
das ações dos trabalhadores

Objetivo das observações sistemáticas

Identificar a lógica interna da atividade

 Significa anotar as ações dos trabalhadores em um dispositivo


técnico → ações habituais e diferentes, fontes de informações,
comunicações e gestos.
AET
7. Observações sistemáticas
Formas de observações sistemáticas

1. Cursivas
Observar segundo a segundo, durante um intervalo de tempo
estabelecido

2. Participativas
Observar o trabalhador realizando a tarefa, fazendo perguntas sobre
“o quê”, “como?”, “para quê?”, “em que condições?”...

3. Não-participativas
Observar criteriosamente uma atividade em função das variáveis
definidas, sem a intervenção do pesquisador

4. Pensar em voz alta


Solicitar ao trabalhador que, durante a observação, ele verbalize
os seus pensamentos e ações enquanto faz a atividade
Módulo VII – aula 2

• O método AET
• Fases do método
• Observações sistemáticas
• Análise e tratamento dos dados
• Validação
• Diagnóstico global e específico
• Recomendações e transformação
AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade
1. A localização e os deslocamentos
Permitem identificar
a) A etapa da tarefa
b) As estratégias de busca de informação, hierarquização das ações
c) Locais para definição do arranjo físico
d) Necessidade de se buscar informações em locais diferentes

Esquema de fluxo das pessoas Diagrama de curso da ação


AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade

2. A exploração visual
Permite identificar em que parte do sistema técnico ou do ambiente o
trabalhador busca informações visuais (posição da cabeça e a
orientação dos olhos)
a) Fontes de informação utilizadas
b) Frequência de seu uso
c) Sequência de busca
AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade
3. As comunicações
Permitem identificar
a) Os aspectos coletivos da atividade (Cooperação, Colaboração, Coordenação, Co-
ação – vide Módulo II)
b) A natureza e o conteúdo da comunicação
c) Os interlocutores privilegiados
d) Os momentos, as falhas, os códigos
e) A frequência das comunicações
f) Informações úteis para interpretação de dados coletados em outras categorias

Tempo falado no seu próprio posto de trabalho ou próximo a


ele
Podem se apresentar pelas Tempo total falado no ambiente de trabalho
formas de verbalização, por Diretores
meio de gestos, da Técnicos
escrita e utilizando suportes
Funcionários
diversos, dependendo do
contexto em que se inserem. Administrativo

Olson, J. (2002) Research about office workplace. JFM, 1 (1), pp 31-47


AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade
4. As posturas
Responsáveis pela
a) Manutenção do equilíbrio
b) Pelo suporte do gestual do trabalho
c) Pelo suporte da busca de informação visual
d) Pela fadiga física e visual
e) Pelas relações entre as características atropométricas do trabalhador e as
características físicas do posto de trabalho
A análise é complexa e depende do tipo de hipótese e da natureza da
atividade observada
AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade
5. As ações
Identificar os gestos, os objetos manipulados e os elementos que
compõem a ação

Muitas vezes a ação tem um objetivo que não é perceptível pela


observação, daí a importância da verbalização → validação pelo
trabalhador da lógica interna da atividade

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6. As verbalizações
Objetivos
a) Compreender as principais características da atividade
b) Indentificar a representação que o trabalhador tem do sistema técnico
de produção
c) Familiarizar o ergonomista com o vocabulário profissional
AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade

6. As verbalizações (cont.)
 Tipos
a) Simultâneas às realizações do trabalho → permitem identificar o tipo de
informação que o trabalhador utilizou para desenvolver a sua atividade →
identificação do contexto
b) Posteriores à realização do trabalho → são obtidas quando são
apresentados ao trabalhador os resultados das observações → obtenção de
explicação das razões das ações e identificação de eventos ou incidentes
usuais, mas que não ocorreram durante os períodos de observação
 Categorias
a) Relativas às condições de trabalho e sua variabilidade
b) Obtidas durante a realização da atividade de trabalho observada pelo
ergonomista
 Por que obter as verbalizações?
a) Compreensão da variabilidade da situação de trabalho
b) Os incidentes que ocorrem
c) Os ajustes e regulações feitos pelo trabalhador
d) Exigências do trabalho não formalizadas
e) Inter-relações construídas na consecução da tarefa
AET
7. Observações sistemáticas
Variáveis usuais coletadas durante a análise da atividade
7. O ambiente físico
Objetivos
a) Mensurar parâmetros relacionados às caracterísiticas do ambiente
físico de trabalho
b) Associar a sua influência sobre a atividade observada e sua relação
com os possíveis riscos à saúde e ao processo produtivo
 Para fazer a medida ambiental, deve-se conhecer a situação de
trabalho e as atividades desenvolvidas no local para serem
estabelecidos
a) Os locais apropriados
b) As técnicas usadas para a medição
 Exemplos
a) Pressão sonora → ruído
b) Temperatura ambiente
c) Luminosidade
d) Mensuração do espaço físico
e) Umidade...
AET
1. Análise da demanda

2. Coleta de informações sobre a organização


3. Levantamento das características da população
(hipótese nível 1)
4. Escolha das situações de análise

5. Análise do processo técnico e da tarefa

6. Observações globais e abertas da


atividade

7. Elaboração de um Análise e tratamento


Observações Validação
pré-diagnóstico sistemáticas dos dados
(hipótese nível 2)

8. Diagnóstico global e específico

Recomendações e transformação
AET
7. Análise e tratamento dos dados

Analisar é
→ investigar, examinar minuciosamente
→ submeter à crítica e comentar
Tratar é
→ examinar conjuntamente um problema e argumentar, discutir ou
debater sobre ele

Objetivo → discutir os resultados obtidos sob a luz da literatura revisada, das


análises realizadas (processos técnicos e tarefa) e das observações
realizadas
 É equivalente à etapa de discussão dos resultados no método tradicional de pesquisa.
 É a fase em que se expõe o que pode servir como contribuição para a investigação
científica e para a ação ergonômica.
• Na prática significa cotejar os dados e resultados com as referências, de forma
organizada e estruturada
AET
1. Análise da demanda

2. Coleta de informações sobre a organização


3. Levantamento das características da população
(hipótese nível 1)
4. Escolha das situações de análise

5. Análise do processo técnico e da tarefa

6. Observações globais e abertas da


atividade

7. Elaboração de um Análise e tratamento


Observações Validação
pré-diagnóstico sistemáticas dos dados
(hipótese nível 2)

8. Diagnóstico global e específico

Recomendações e transformação
AET
7. Validação

 Ocorre em diferentes momentos da ação ergonômica


 Análise da demanda
 Análise do processo técnico e das tarefas
 Dos dados obtidos nas observações da atividade de trabalho
 É importante para a negociação da decisão final nas propostas de
mudança e transformação da situação de trabalho
 Deve ser feito em conjunto com os trabalhadores, com o cuidado de
interpretar os dados técnicos para a sua devida compreensão dos
atores da situação de trabalho
Tipos de validação
a) Interna (com os trabalhadores)
• Restituição dos resultados
- pode ser feita coletiva ou individualmente
• Conclusões para o relatório final
b) Externa (com os pares)
• Intersubjetividade
• Produção de conhecimento
AET
1. Análise da demanda

2. Coleta de informações sobre a organização


3. Levantamento das características da população
(hipótese nível 1)
4. Escolha das situações de análise

5. Análise do processo técnico e da tarefa

6. Observações globais e abertas da


atividade

7. Elaboração de um Análise e tratamento


Observações Validação
pré-diagnóstico sistemáticas dos dados
(hipótese nível 2)

8. Diagnóstico global e específico

Recomendações e transformação
AET
8. Diagnóstico global e específico
 Boa parte do diagnóstico já é anunciada no pré-diagnóstico, na elaboração
das hipóteses de nível 2.
 É resultante do processo de análise conduzido nas etapas anteriores.
 Fornece subsídios para o processo decisório relativo ao planejamento e à
operacionalização das transformações necessárias na situação de
trabalho.

Tipos de diagnóstico
a)Global
• Trata da inter-relação situação/problema e organização.
• Cuida das determinações globais de política de gestão de serviços,
gestão de pessoal e organização do trabalho.
• É uma generalização dos resultados.
• Planejamento, transformação e reconcepção.
b)Específico
• Síntese dos resultados das observações, das entrevistas...
• Trata dos fatores principais a serem abordados.
• Aparece como quadro explicativo dos problemas e das causas.
• Reflete o novo olhar sobre a representação da situação de trabalho.
AET
1. Análise da demanda

2. Coleta de informações sobre a organização


3. Levantamento das características da população
(hipótese nível 1)
4. Escolha das situações de análise

5. Análise do processo técnico e da tarefa

6. Observações globais e abertas da


atividade

7. Elaboração de um Análise e tratamento


Observações Validação
pré-diagnóstico sistemáticas dos dados
(hipótese nível 2)

8. Diagnóstico global e específico

Recomendações e transformação
AET
Recomendações e transformação
 São um guia para a concepção e o projeto de transformações do trabalho.
 Devem ser fiéis à atividade e aos problemas da demanda inicial.
 Buscam soluções integradas que contemplem questões referentes aos:
 aspectos físicos do posto de trabalho,
 às características das ferramentas,
 à arquitetura dos sistemas de informação,
 à divisão das tarefas,
 à organização dos tempos de trabalho,
 às características do ambiente de trabalho...

A transformação deve ser aplicada com cautela, pois não é


possível predizer a nova situação.
• Deve ser acompanhada por um processo de concepção (projeto),
com a participação dos atores envolvidos na análise.
• Tem início desde a análise inicial.
• Deve respeitar os pontos de vistas dos diferentes atores.
É importante avaliar o que de fato mudou, o que melhorou para os
trabalhadores e o que de fato melhorou na produção.
AET
Recomendações e transformação

Quanto mais os conceitos de ergonomia, no


sentido de respeito ao trabalho dos seus agentes, forem
incorporados ao universo da produção, maiores serão as
possiblidades de reduzir o sofrimento patogênico no trabalho
e as perdas com a improdutividade do sistema.
Obrigada a todos!!!!
Ergonomia 1
Universidade de Brasília
Instituto de Psicologia – Departamento de Psicologia Social e do Trabalho
Profa.: Júlia Abrahão abrahao@unb.br
Colaboradora: Cláudia B. Patterson pattersonclaudia@gmail.com

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