You are on page 1of 25

Teoria Social Cognitiva

(Aprendizagem Social)
Albert Bandura
Sobre Albert Bandura
• Albert Bandura nasceu em 4 de dezembro de 1925, no
Canadá na cidade de Mundare.

• Graduado em psicologia pela University of British


Columbia em 1949.

• Cursou o doutorado na universidade do estado de Lowa e


concluiu em 1952. Durante o doutorado, Bandura foi
influenciado pelo behaviorismo e pela teoria da
aprendizagem.

• No início da década de 1960, Bandura propôs a teoria da


Aprendizagem social , essa teoria recebeu outra
denominação em 1986 para Teoria Cognitiva Social.
O que é Aprendizagem Social?
• A aprendizagem social ou teoria cognitiva social, aborda o conceito de modelagem.

• Aprender por modelagem significa que, ao ter um indivíduo modelo, exercendo


comportamentos que outro indivíduo acha importante, este indíviduo que observa o
modelo aprende através da observação a reproduzir o mesmo comportamento.

• Esses comportamentos são classificados importantes para o entorno e convívio social do


indíviduo que observa o modelo e aprende com ele. Exemplos de comportamentos
aprendidos por modelagem: operar uma máquina, não colocar o dedo na tomada, aprender
um novo exercício físico, aprender a não xingar, dentre outros.
O que é Aprendizagem Social?
• Para Bandura, isto acontece a todo momento com o sujeito sem mesmo ter noção disto,
pois ele acredita que o ser humano é um indivíduo flexível

• Não é uma mera imitação aprender por modelagem, pois há um respeito de hierarquia.
Bandura teoriza que é mais provável que o sujeito observe e aprenda comportamentos de
pessoas que ele julga ter um status social elevado, figuras parentais primárias e professores
também desempenham um ótimo papel de modelo.
Behaviorismo X Bandura
• Behavioristas defendem a ação do • Albert Bandura defende que o
ambiente sobre a pessoa como o principal desenvolvimento é bidirecional - a pessoa
impulso para o desenvolvimento humano. age sobre o mundo da mesma forma que o
Albert Bandura defende que o mundo age sobre ela.
desenvolvimento é bidirecional - a pessoa
age sobre o mundo da mesma forma que o
mundo age sobre ela.
Fatores Principais:
Aprendizagem por modelagem
01. Atenção 02. Retenção
• Conviver com o modelo dará mais atenção a • Toda representação (visual, auditiva, cheiros,
ele, por isso o sujeito que observa o modelo gostos e tato) obtida durante a observação fica
tende a aprender e a reproduzir este retida na memória, bem como seu sentido e
comportamento. significado. Assim, o sujeito pode ensaiar
mentalmente como e quando colocar em
• O tipo de comportamento afeta atenção, por prática o comportamento aprendido.
conta do sujeito se prender a modelos que ele
considera mais interessante e mais
importante.
Fatores Principais:
Aprendizagem por modelagem.
03. Reprodução 04. Motivação
• Simplesmente é a conversão daquilo o que se • A motivação torna a modelagem mais efetiva
foi obtido por observação. pois o sujeito tende a observar e aprender
aquilo que tem mais interesse, bem como
• O sujeito se pergunta mentalmente (ensaio) se aquilo que é mais importante pra si.
está reproduzindo o comportamento
adequadamente como o observou. • Por exemplo: o estudo escolar sem motivação
dificulta a aprendizagem do sujeito bem como
a retenção disso na sua memória, pois se for
algo que o indívduo não se interesse é mais
provável que ele lembre com mais
dificuldade.
Experimento do João Bobo
Vídeo campanha contra violência a
mulher: Enfrentamento Globo.
Aprendizagem:
Observacional X Ativa.
Observacional: Ativa
• É o aprendizado por modelagem e seus quatro • É o aprendizado por experiência direta que
fatores importantes (atenção, retenção, gera ação, gerando assim uma avaliação sobre
reprodução e motivação). É o principal meio a ação direta onde o sujeito avalia a ação
de aprender para Bandura como correta ou não.
Sobre a Recriprocidade
Triádica.
O que é recriprocidade triádica?
• Reciprocidade Triádica é um conceito central na teoria social cognitiva e fala a respeito de que as
ações humanas são resultado da ação de três variáveis: pessoa, ambiente e comportamento.

Pessoa Ambiente
• Termo criado por Bandura • Termo criado por Bandura que se
para se referir a vários refere ao externo do indivíduo
componentes da cognição (objetos, outras pessoas,
humana. (memória, valores, acontecimentos, clima) Esses fatores
planejamento e julgamento. interagem com a cognição (pessoa) e
com o comportamento
Sobre a Recriprocidade
Triádica.
Comportamento
• Termo criado por Bandura para se referir aos comportamentos da pessoa, sem englobar o
comportamento de outros indivíduos pois ele já considera-os no termo ambiente. São os atos
realizados pela pessoa, logo, o ato de uma pessoa é o resultado da comunhão da cognição +
ambiente + comportamento.
 Por que ‘’reciprocidade triádica’’?
Reciprocidade triádica – pois cada fator não consegue atuar estando isolado além de
influenciar e ser influenciado pelos outros fatores. Embora não haja hierarquia de importância,
Bandura considera que o fator ‘’pessoa’’ (capacidades cognitivas) possa vir a ser um fator mais
influente na relação triádica, contudo, podem haver situações em que o ‘’ambiente’’ e
‘’comportamento’’ possam ser mais influentes.
Ex: em uma situação de um navio afundando, o ambiente será mais influente pois ele desencadeará
as ações cognitivas e comportamentais para fazer os indivíduos tomarem uma atitude.
Sobre a Agência Humana.

• Apesar de em diversas situações fatores externos exercerem constrangimentos à suas ações e ao seu
pensamento, essas situações não são uma regra.

• Pois, para Bandura, o ser humano tem controle das suas ações na maioria das situações já que
somos agentes e não pacientes, seres de natureza ativa e não de natureza passiva.

• Este entendimento está na base do conceito de Agência Humana, onde diz que o indivíduo é o
agente da sua vida já que é capaz de: autorregulação, autorreflexão, auto-organização e ação
proativa.

• O indivíduo é capaz de influenciar seu comportamento para um caminho ou outro gerando


consequências.
Sobre a Agência Humana e os
quatro fatores principais.
Intencionalidade Previsão
• Atos realizados advindos de um • Ato de prever o resultado de uma ação
planejamento com resultados do indivíduo, com base no seu
intencionais. Não é mera conhecimento preestabelecido, assim,
expectativa, pois há um há uma seleção do melhor
compromisso em colocar em comportamento para que se obtenha a
prática o que foi planejado. melhor versão prevista daquilo que o
indivíduo deseja realizar.
Sobre a Agência Humana e os
quatro fatores principais.
Autorreação Autorreflexão
• Capacidade de monitorar o próprio • Capacidade de avaliar o tempo todo o próprio
progresso em relação a estabelecer suas regulamento do sujeito, o significado dos seus
próprias metas. objetivos, sua motivação, adequação de raciocínios
e efeitos do que outras pessoas acham do sujeito.
• Já que para Bandura, o indivíduo não
apenas estabelece objetivos para serem • Para Bandura, um dos principais mecanismos
alcançados, mas sim que ele se para autorreflexão é a autoeficácia
autorregula o tempo inteiro para que o
objetivo seja: claro, capaz de ser realizado
pelo sujeito e que não esteja muito
distante do futuro.
Autoeficácia:
• Crença que o sujeito tem a respeito da sua capacidade de realizar uma ação pretendida.
Embora o sujeito aja para obter resultados esperados, a autoeficácia faz com que o direito de agir
ou não agir dependa, já que por conta disto a decisão final tomada pelo sujeito sobre fazer ou não
fazer, será influenciada pela sua crença. A autoeficácia influencia na questão de: como agir, quanto
de esforço será empregado nestas ações, por quanto tempo o esforço durará perante dificuldades e se
haverá desistência ou não perante retrocessos.

• A autoeficácia se baseia em duas crenças:


1. No quanto o sujeito acredita na sua capacidade de controlar o seu funcionamento físico e mental.
2. No quanto o sujeito acredita conseguir controlar o ambiente em que tomará estas ações.

 Quanto maior a crença do sujeito na sua capacidade de conseguir controlar o ambiente e a si


mesmo, maior sua autoeficácia, ou seja, maior sua crença nas capacidades de realizar a ação
Agência por procuração
E quando o sujeito acredita que não é capaz de realizar uma ação? Ele não tem autoeficácia?
• Bandura teoriza que, esta pessoa, não tem autoeficácia e sim agência por procuração.

• Agente por procuração: quando o sujeito ao se deparar com uma tarefa em que ele não acredite
que consiga realiza-la, o indivíduo busca algum conhecido para fazer aquela ação.
 EX: você precisar de um técnico para consertar o seu ar condicionado, já que você não sabe.

Importante lembrar: a agência humana não se manifesta somente através da autoeficácia


e da agência por procuração .

Se manifesta também pela: eficácia coletiva


Eficácia Coletiva
• Quando um grupo de pessoas acredita na capacidade de realizar uma ação, de forma conjunta, isso é
chamado de eficácia coletiva.
 O indivíduo com altos níveis de autoeficácia, eficácia coleta e agente de procuração. Tem alta
capacidade de autorregulação (capacidade de regular o próprio comportamento).

Recapitulando....
Autoeficácia X Autorregulação
• Capacidade do sujeito de autorregular seu
• Crença do sujeito na capacidade de
comportamento influenciado pela
fazer uma ação pretendida.
autoeficácia (e os demais fatores: eficácia
coletiva e agente de procuração
Autorregulação
• Para Bandura, as pessoas estabelecem objetivos ao longo da vida, e por conta disto acabam criando
um estado de desequilíbrio, já que passam a valorizar algo que não tem mas desejam ter.

• Assim, surge uma discrepância sobre onde o sujeito está e onde ele deseja estar. Bandura acredita que
o ser humano precisa gerar esse estado de desequilíbrio para se colocar em ação do mundo.

 Por conta disto, o indivíduo começa a gerar habilidades e esforços para atingir seu objetivo, isso é o
processo de autorregulação.
 Bandura acredita que a autorregulação é afetada por fatores internos e fatores ambientais.
Fatores Externos
 Valores morais.
 Valores éticos.
 Impacto do clima na vida do sujeito.
 Meio social.

• Absolutamente tudo o que acontece no entorno do sujeito afeta a autorregulação dele, pois ajuda a
prever qual o melhor jeito de agir (qual comportamento escolher perante alguma situação).

Fatores Internos
• Os três fatores internos mais importantes para a autorregulação:

1. Auto – observação.
2. Processos de julgamento.
3. Autorreação.
Fatores Internos
• Auto – observação: capacidade de monitorar o desempenho do seu próprio comportamento.
Processo difícil, pois muitos aspectos escapam dessa auto – observação.
 EX: quando o sujeito está conhecendo uma pessoa nova, ele deixa de monitorar a naturalidade e
passa a monitorar as boas maneiras.
 EX2: quando o sujeito está pintando uma tela, ele deixa de monitorar a velocidade e passa a
monitorar a criatividade.

 Logo, a auto – observação é um pouco falha, porém um fator importante.

• Processos de julgamento: capacidade de julga o valor das ações do indivíduo tendo em vista o
que ele espera de si mesmo.
 EX: ao responder uma prova, o sujeito julga se o desempenho dele está sendo tão bom como ele
esperava, especulará se os demais indivíduos estão indo tão bem quanto ele ou tão mal quanto ele e
por fim julgará o valor da prova perante os objetivos que o sujeito deseja.
Autorreação
• Capacidade do indivíduo de se congratular, de se parabenizar, ou de punir a si mesmo por conta do
seu desempenho. Quando o sujeito é bem – sucedido em uma tarefa que ele julga importante, ele
experimenta sentimentos de satisfação pessoal e orgulho de si. Quando o sujeito falha em uma
tarefa importante para si, ele experimenta sentimentos de insatisfação e critica a si mesmo.

Agência Moral
• Outro fator muito importante para a autorregulação.
• É a bússola moral do sujeito: padrões morais de conduta que influenciam o comportamento do
indivíduo. Esses padrões são definidos entre dois aspectos:
1. Não causar danos às pessoas.
2. Ajudar os outros de forma proativa.
Agência Moral
• O indivíduo tem mecanismos morais que autorregulam seu comportamento, porém, estes
mecanismos não são automáticos, ou seja, não há um controle 100% da moral. Para Bandura, isso
não existe.

• Os padrões morais aprendidos no convívio social só regulam o comportamento quando eles são
ativados.

• Isso se chama Ativação Seletiva. Isso explica porque pessoas podem ser empáticas e ainda em outras
situações elas serem cruéis.

• Desengajamento Moral: forma de burlar a agência moral, por meio desse mecanismo o
sujeito arranja justificativas morais para agir de forma desumana.
Desengajamento Moral
• Os três mecanismos morais mais poderosos:

1. Justificação moral: usar fins morais e dignos para santificar comportamentos destrutitovs. (como
guerras por exemplo).
2. Higienização da linguagem usando eufemismos e termos complicados: mascara o dano que está
sendo causado.
3. Comparação vantajosa: comparar um comportamento destrutivo julgando-o menor perante outro
comportamento destrutivo.
4. Negar a gravidade do ato: se há uma tentativa de negar o quão ruim é tal comportamento, ou uma
tentativa de discutir os efeitos prejudiciais, não há razão para a agência moral ser ativada.

• Esses são os piores mecanismos pois desobriga a moral do sujeito e se ele realmente acreditar
nestas justificativas elas engajaram sua missão (fará o sujeito passar a acreditar que aquilo é
correto).
Referências Bibliográficas:
BANDURA, A. Agression: A social learning analysis. 1ª Edição. Prentice Hall, 1 de janeiro de 1973. Disponível em:
https://www.academia.edu/40055016/AGGRESSION_a_social_learning_analysis
BANDURA, A. Teoria da Aprendizagem Social. 1ª Edição. Prentice Hall, 1 novembro 1976. Disponível em:
https://www.pdfdrive.com/social-learning-theory-d177328257.html
FEELPO.PSICOLOGIA. Albert Bandura: Experimento sobre a aprendizagem social da violência - João Bobo. Youtube. 19 de outubro
de 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PKy5lXg37QQ. Acesso em: 11/03/2023.
ACONTECENDO AQUI. Enfrentamento Globo. Youtube. 28 de novembro de 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=0CIKKnz_W0Q . Acesso em: 14/03/2023.
MELO DIAS, C; FERNANDES DA SILVA, C. TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL DE BANDURA NA FORMAÇÃO DE
HABILIDADES DE CONVERSAÇÃO. Sociedade Portuguesa de Psicologia e Saúde. 2019. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.15309/19psd200108 .
PAPALIA, D.; MARTORELL, G. Desenvolvimento Humano. 14ª edição. Porto Alegre: Artmed. 2021.

You might also like