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PRÁTICA JURÍDICA

Constitucional,
Administrativa e Tributária
AVALIAÇÕES:

• 1. ATIVIDADES DIVERSAS:
• 2. PROVA INSTITUCIONAL:
• 3. SEMANA ACADÊMICA:
• 4. AVA:
APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO
Prática Jurídica – Constitucional,
Administrativa e Tributária

• Processo e Constituição.
• Habeas Corpus.
• Mandado de Segurança.
• Habeas Data.
• Mandado de Injunção.
• Ação Popular.
• Ação de Improbidade Administrativa: premissas constitucionais.
• Controle Direito e Controle Difuso de Constitucionalidade.
- Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
- Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC).
- Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
• Ação Civil Pública.
• Ação Anulatória.
• Ação de Desapropriação Indireta.
Continuação...

• Ação de Responsabilidade Civil.


• Repetição de Indébito.
• Exceção de pré-executividade.
• Embargos à Execução Fiscal.
PROCESSO E CONSTITUIÇÃO

• Há um paralelo existente entre a disciplina do processo (instrumento) e o


regime constitucional (direito material) em que o processo se desenvolve.
• Logo, todo o direito processual, como ramo do direito público, tem suas
linhas fundamentais traçadas pelo direito constitucional.
• DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
• Abrange:
• Tutela Constitucional dos princípios fundamentais da organização judiciária
e do processo;
• Jurisdição Constitucional.
A Tutela Constitucional corresponde às normas constitucionais sobre os
órgãos da jurisdição, sua competência e suas garantias.

A Jurisdição Constitucional compreende o controle judiciário da


constitucionalidade das leis e dos atos da Administração, bem como a
denominada jurisdição constitucional das liberdades, utilizando-se os
remédios constitucionais-processuais:
• Habeas Corpus.
• Mandado de Segurança.
• Mandado de Injunção.
• Habeas Datas.
• Ação Popular.
As Garantias do Devido Processo Legal

• Conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, asseguram às partes o


exercício de suas faculdades e poderes processuais e, do outro, são indispensáveis
ao correto exercício da jurisdição.
• Elas não servem apenas aos interesses das partes, mas configuram a salvaguarda
do próprio processo, sendo um fator legitimante do exercício da jurisdição.
• Pela primeira vez na Constituição brasileira, a CF/88 adotou expressamente que
”ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal
(art. 5º, LIV).
As Garantias do Devido Processo Legal

• Exemplos:
• Garantia do juiz natural/juiz competente (art. 5º, XXXVII e LIII).
• Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV).
• Obs. A investigação administrativa (IP) realizada pela polícia judiciária não está abrangida pela garantia do
contraditório e da defesa.
No entanto, temos a SV 14, STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
• Igualdade processual (decorre do princípio da isonomia – art. 5º, I). Igualdade de armas, mediante o equilíbrio
dos litigantes no processo civil, e da acusação e defesa, no processo penal.
As Garantias do Devido Processo Legal

Publicidade e o dever de motivas as decisões judiciárias (arts. 5º, LX e 93, IX, CF).

Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LX).

Exceção: admissibilidade da prova a partir da proporcionalidade em benefício do réu.

Teoria da Proporcionalidade Provas obtidas por meios ilícitos podem excepcionalmente
ser admitidas se beneficiarem o réu.

Ex: o réu, injustamente acusado de um delito que não praticou, viola o direito à
intimidade, imagem, inviolabilidade do domicílio, das comunicações etc. de outrem para
obter prova de sua inocência.


As garantias processuais da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos

Pacto de São José da Costa Rica

Ratificada pelo Brasil e integrada ao nosso ordenamento pelo decreto n.
678, de 06/11/1992.

A partir daí, e por imposição do § 2º do art. 5 da CF (“os direitos e garantias
expressos nesta Constituição não excluem outros decorrente do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte”), os direitos e garantias nela
enunciados passaram a integrar a ordem jurídica brasileira,
complementando a CR e especificando ainda mais as regras do devido
processo legal.
CADH

Natureza Jurídica perante o ordenamento constitucional?

Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. EC 45/2004
Continuação...

Natureza constitucional.

Natureza Supralegal.

Estão entre a constituição e a lei. Não revogam a CF, nem
a lei, mas paralisam a eficácia dos dispositivos normativos
não constitucionais com os quais forem incompatíveis.
Nesse sentido:
Continuação...

"Esse caráter supralegal do tratado devidamente ratificado e internalizado na ordem jurídica
brasileira - porém não submetido ao processo legislativo estipulado pelo artigo 5º, § 3º, da
Constituição Federal - foi reafirmado pela edição da Súmula Vinculante 25, segundo a qual 'é
ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito'. Tal verbete
sumular consolidou o entendimento deste tribunal de que o artigo 7º, item 7, da Convenção
Americana de Direitos Humanos teria ingressado no sistema jurídico nacional com status
supralegal, inferior à Constituição Federal, mas superior à legislação interna, a qual não mais
produziria qualquer efeito naquilo que conflitasse com a sua disposição de vedar a prisão civil do
depositário infiel. Tratados e convenções internacionais com conteúdo de direitos humanos, uma
vez ratificados e internalizados, ao mesmo passo em que criam diretamente direitos para os
indivíduos, operam a supressão de efeitos de outros atos estatais infraconstitucionais que se
contrapõem à sua plena efetivação." (ADI 5240, Relator Ministro Luiz Fux, Tribunal Pleno,
julgamento em 20.8.2015, DJe de 1.2.2016)
HABEAS CORPUS

• Noções gerais
• Legitimidade ativa e passiva
• Processamento em competência
• Hipóteses legais de cabimento
• Requisitos da petição inicial
• Espécies de habeas corpus
Noções Gerais

Aspectos históricos.

Magna Carta inglesa de 1215.

Pontes de Miranda: habeas corpus eram as palavras
inciais contidas na fórmula do mandado que o tribunal
dirigia a quem tivesse a custodia do ‘corpo’ do detido.

Significavam “toma o corpo desse detido e vem
submeter ao Tribunal o homem e o caso”.

Posteriormente, foi confirmado pela Petição de Direitos
“Petition of Rights” (1628) e o ato de habeas corpus “habeas
corpus act” de 1679, consolidando-se no direito inglês.

Brasil – surgiu implicitamente na CF 1824, na parte que
proibiam prisões arbitrárias (Mirabete).

Para doutrina majoritária, o HC surgiu no direito brasileiro
em 1832 (Código de Processo Criminal).

“Art. 340. Todo cidadão que entender que ele ou outrem
sofre uma prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade
tem direito a pedir uma ordem de habeas corpus em seu
favor.”

Lei n. 261/1841 disciplinou a matéria.

Lei n. 2.033/1871 estendeu a garantia ao estrangeiros e
tratou das modalidades preventivo e repressivo.

CF/88 – art. 5º, LXVIII: conceder-se-á habeas corpus
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Natureza jurídica: ação constitucional.

Não se trata de recurso, apesar de está disciplinado no
CPP no cap. X (art. 640), referente aos Recursos.

Legitimidade ativa e passiva.

Paciente, impetrante, impetrado e defensor.

Paciente: pessoa física (não PJ) em cujo benefício a ação é
impetrada.

Impetrante: é aquele que ajuíza a ação e, portanto, ocupa o
polo ativo da ação.

Art. 654, CPP. O habeas corpus poderá ser impetrado por
qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo
Ministério Público.

Atenção! STF: advogado com inscrição na OAB suspensa não
pode impetrar HC em nome de terceiros (2ª T, RHC
104.270/DF).

Juízes e Tribunais podem conceder HC de ofício (art. 654,
§ 2º, CPP).

Impetrado (coator): pessoa a quem se imputa a prática
ilegal de violência, coação ou ameaça à liberdade de
locomoção do paciente.

Agentes públicos.


Particulares: é possível.

Ex: Diretor de instituição de internação de pessoas
dependentes químicas.

Cabimento. Art. 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que
determina a lei;

III - quando quem ordenar a coação não tiver competência
para fazê-lo;

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos
casos em que a lei a autoriza;

VI - quando o processo for manifestamente nulo;

VII - quando extinta a punibilidade.

Rol não taxativo.

De outro lado, o STF sumulou alguns entendimentos em que não
cabe HC:

Súmula 395: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo
objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais
em causa a liberdade de locomoção.

Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra decisão
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso
por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da
pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função
pública.

Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta a
pena privativa de liberdade.

Além disso, o STF entende que o HC não é meio
adequado para impugnar:

a) sequestro de bens móveis e imóveis, nem bloqueio de
valores;

b) o afastamento ou perda do cargo público, incluindo o
de magistrado;

c) a sequência de simples processo administrativo que
não possa redundar em constrangimento à liberdade de
locomoção, etc.

DIVERGÊNCIA STF quanto ao cabimento do HC para tutelar
o direito de visita a presidiário.

HC 107.701/RS (2ªT, 13.09.2011). possibilidade, pois o
indeferimento de visitas repercute na esfera de liberdade do
reeducando, porquanto agrava, ainda mais, o grau de
restrição da liberdade do paciente.

AgRg no HC 145.118/SP (2ªT, 06.10.2017). impossibilidade,
uma vez que o HC não constitui meio idôneo para se discutir
a legalidade da proibição de visita a paciente preso, por
inexistência de efetiva restrição a seu status libertatis.

No mesmo sentido, a 1ªTurma (HC 138.286/SP, 05.12.2017).

Não cabe habeas corpus para questionar passaporte
vacinal/sanitário.

O Habeas corpus não constitui via própria para impugnar
Decreto de governador de Estado sobre adoção de
medidas acerca da apresentação do comprovante de
vacinação contra a COVID-19 para que as pessoas
possam circular e permanecer em locais públicos e
privados.

STJ. 2ª Turma. RDC no HC 700487-RS, Rel. Min.
Francisco Falcão, julgado em 22/02/2022 (Info 726).

Art. 142, § 2º, CF: Não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares militares.


STF tem interpretado essa disposição restritivamente. A referida
norma só impede a análise do mérito da punição disciplinar
(conveniência e oportunidade), e não o exame dos pressupostos
formais:

a) hierarquia do órgão punitivo;

b) poder disciplinar da autoridade coatora;

c) relação de causalidade entre o fato imputado ao paciente e a
função militar;

d) pena abstratamente aplicável à infração disciplinar.
Competência

Em regra, a competência para o julgamento de HC contra ato
de autoridade é do Tribunal a que couber a apreciação da
ação penal contra essa mesma autoridade (STF, RE
418.852/DF, 1º T).

Ex. HC questionando IP instaurado por DP para apurar crime.

Competência: juiz de direito.

Ex. HC contra investigação criminal conduzida por Promotor
de Justiça.

Competência: TJ competente para julgá-lo criminalmente.

Exceção:

STF é competente para julgar criminalmente quaisquer dos
Ministros de Estado, bem assim os Comandantes das Forças
Armadas, como também o é para processar o HC impetrado
em favor deles.

No entanto, o STJ é competente para o julgamento do HC
movido contra ato dessas mesmas autoridades.

Excepcionalmente, a CF ainda lista hipóteses em que a
competência originária para julgamento do HC é determinada
pela prerrogativa do foro criminal reconhecida ao
paciente.

Ex: STF julga HC impetrado em favor do PR (art. 102, I, “d”).

A CF disciplinou parcialmente o assunto (competência
HC) e estabeleceu que o julgamento do HC será da
competência originária:

STF

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