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Direito do Consumidor

Oferta e Publicidade
Profa. Fernanda Macedo
Oferta e Publicidade no CDC
Oferta no CDC

      Art. 30. Toda informação ou publicidade,


suficientemente precisa, veiculada por qualquer
forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato
que vier a ser celebrado.
Conceito e previsão legal
Publicidade
Conceito de publicidade:
Etimologicamente provém do latim publicus.
Esse significado é porém insuficiente para a
definir publicidade na ótica do cdc.

Na atual legislação está prevista entre os arts


36 e 38 do CDC
Conceito e previsão legal
Publicidade
 Conceito de publicidade CLÁUDIA LIMA MARQUES :

“ toda informação ou comunicação difundida com o fim direto ou indireto de


promover junto aos consumidores”
 Conceito de publicidade CARLOS FERREIRA ALMEIDA

“ toda informação dirigida ao público com o objetivo de promover, direta ou


indiretamente, uma atividade econômica.”
Diferença entre Publicidade e
propaganda
 Propaganda e publicidade são usados impropriamente como sinônimos a
CF/88 não faz diferença entre publicidade e propaganda
 Propaganda x publicidade:

 publicidade: tem um objetivo comercial propaganda: visa a um fim


ideológico, religioso, político, filosófico, econômico ou social. aponta
para a qualidade daquilo que é público ou do que é feito em público; o
termo publicidade tem um caráter comercial, negocial. publicidade é a
arte de despertar no público o desejo da compra, levando-o à ação .

 Propaganda : do latim propagare; coisas que devem ser propagadas. Dá


idéia de propagação de princípios, idéias, conhecimentos ou teorias.
Princípios da Publicidade
 princípio da identificação da publicidade ( art. 36);

 princípio da vinculação contratual da publicidade ( arts. 30 e


35);
 princípio da veracidade ( art. 37 § 1º ); princípio da não-
abusividade da publicidade ( art. 37 § 2º);
 princípio da inversão do ônus da prova ( art. 38);

 princípio da transparência da fundamentação publicitária ( art.


36, parágrafo único);
 princípio da correção do desvio publicitário ( art. 56, XII).
Publicidade enganosa

 Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

         § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação


ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.
Conceito de Publicidade
Enganosa
 Uma publicidade é considerada enganosa quando induz o consumidor
ao erro, ou seja, quando traz uma informação falsa capaz de dar uma
idéia diferente da realidade do produto ou do serviço ofertado.
 É o caso, por exemplo, de um serviço anunciado gratuito, mas que na
verdade é pago, mesmo que isso só se perceba na hora em que é
contratado ou após certo tempo de uso.
Publicidade enganosa por omissão
 Além da publicidade enganosa, o artigo 37 do CDC prevê a publicidade
enganosa por omissão, que é aquela em que o fornecedor deixa de
informar um dado essencial sobre o produto ou do serviço anunciado. Por
exemplo, quando um canal de TV anuncia diversos produtos, mas não
informa sobre a forma de pagamento ou condições - dados que também
são essenciais sobre o produto na hora da compra.
Publicidade enganosa

EXPECTATIVA
27 de Março de 2020 -
Mantida condenação da Hyundai por propaganda enganosa antes do lançamento
do i30
A empresa foi condenada a pagar R$ 1 milhão por danos morais difusos.

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve condenação imposta à


Hyundai Caoa do Brasil por propaganda enganosa, consistente em repassar a veículos de
comunicação especializados que a versão básica do modelo i30 seria comercializada com
itens de série que mais tarde foram oferecidos apenas nas versões mais luxuosas do
modelo.
Condenada a pagar R$ 1 milhão por danos morais difusos, a empresa alegou, no recurso ao
STJ, que os fatos não configuraram publicidade ilícita, nem justificam a indenização.
Segundo ela, houve confusão por parte das revistas especializadas quanto aos itens de série
do i30.
De acordo com o Ministério Público, uma das matérias publicadas em uma revista
automotiva afirmava que o i30 versão básica viria equipado com diversos air bags, freios
ABS, CD/MP3, além de comandos de som no volante, sensor de estacionamento e ar-
condicionado.
Questionada, a revista declarou que os dados foram fornecidos única e exclusivamente pela
Hyundai. Nem todos esses itens, segundo o processo, estavam presentes na versão básica.
PROCON-SP- Órgão afirmou que propaganda estreada
por Bettina Rudolph demonstra-se enganosa e é capaz
de induzir o consumidor ao erro. Multa pode chegar a
R$ 9 milhões (abril 2019)
Publicidade abusiva

 § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de


qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
Conceito de publicidade abusiva.
 Em síntese, é abusiva a publicidade que potencialmente causa algum mal
ou constrangimento ao consumidor. O CDC enumerou algumas situações
em que a publicidade é considerada abusiva como forma de direcionar o
consumidor e facilitar a sua averiguação.
 Contudo, este rol não é taxativo, posto que o legislador entendeu por bem
inserir a expressão "dentre outras" ao apresentar as publicidades
caracterizadas como abusivas.

Por isso, antes da análise do rol apresentado pela Lei 8.078/90 importa
registrar que esta publicidade afeta as garantias fundamentais impostas
pela CR/88.
Conceito de publicidade abusiva.
 "É abusiva a publicidade que discrimina o ser humano, sob
qualquer ângulo ou pretexto. A discriminação pode ter a ver com a
raça, com o sexo, com a preferência sexual, com a condição social,
com a nacionalidade, com a profissão e com as convicções
religiosas e políticas." (MARQUES, Cláudia Lima, BENJAMIM,
Antônio H. V., BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do
consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, pág. 209)
Publicidade abusiva
 É publicidade abusiva a que incita através de mensagens
relacionadas a lutas físicas, guerras, etc., o indivíduo a agir
com violência/agressividade.
 Ao explorar o medo e a superstição para convencer o
consumidor a adquirir o produto ou serviço, o
fornecedor/anunciante pratica publicidade abusiva,
totalmente proibida pelo CDC.
Publicidade abusiva
Publicidade abusiva

"Esqueci o 'não' em casa"

Uma campanha da Skol para o carnaval teria incentivado o


assédio às mulheres, de acordo com internautas em redes
sociais.

O anúncio dizia: "Esqueci o 'não' em casa" e "Topo antes de


saber a pergunta".  

Após críticas, a Skol alterou a publicidade para: "Não deu


jogo? Tire o time de campo".  ... –
Responsabilidade pela
publicidade enganosa e abusiva
 Responsabilidade objetiva do fornecedor anunciante.

 Discussão doutrinária sobre a responsabilidade :

 A) agencias de publicidade;

 B) veículos de comunicação;

 C) artista: “teoria da confiança”:


https://www.migalhas.com.br/depeso/324535/a-responsabilidade-civil-
do-influencer-digital-e-a-vulnerabilidade-do-consumidor
Publicidade de Bebidas
Alcoólicas e cigarros .
 Art 220 , parágrafo quarto CF/88.

LEI Nº 9.294, DE 15 DE JULHO DE 1996.

 Preocupação do Estado com o aumento de consumo de bebidas alcoólicas.

 Publicidade de bebidas alcoólicas atreladas a glamour e sucesso.

 https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/03/26/propaganda-de-
bebidas-alcoolicas-pode-ser-proibida-na-midia
Conar : Conselho de autorregulamentação publicitária

 O Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária nasceu de uma ameaça


ao setor: no final dos anos 70, o governo federal pensava em sancionar uma lei
criando uma espécie de censura prévia à propaganda.

 O Conar atende a denúncias de consumidores, autoridades, dos seus associados ou


ainda formuladas pela própria diretoria. Feita a denúncia, o Conselho de Ética do
Conar - o órgão soberano na fiscalização, julgamento e deliberação no que se
relaciona à obediência e cumprimento do disposto no Código - se reúne e a julga,
garantindo amplo direito de defesa ao acusado. Se a denúncia tiver procedência, o
Conar recomenda aos veículos de comunicação a suspensão da exibição da peça
ou sugere correções à propaganda. Pode ainda advertir anunciante e agência.
Atuação do Conar durante
pandemia
 14/04/2020 | CONAR
Conar abre representação ética contra ações publicitárias na "Live Gusttavo Lima"
O Conar abriu na manhã de hoje representação ética contra ações publicitárias de responsabilidade da Ambev e do influenciador
Gusttavo Lima, intituladas "Live Gusttavo Lima - Buteco em Casa" e "Buteco Bohemia em Casa", veiculadas em redes sociais

 A representação foi aberta a partir de denúncias recebidas de dezenas de consumidores, que consideraram que as ações publicitárias
carecem de cuidados recomendados pelo Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária para a publicidade de bebidas
alcoólicas. A denúncia cita a falta de mecanismo de restrição de acesso ao conteúdo das lives a menores de idade e a repetida
apresentação de ingestão de cerveja, em potencial estímulo ao consumo irresponsável do produto

 A direção do Conar, ao acolher a denúncia dos consumidores, destacou o formato inovador da comunicação publicitária para o
momento vivido pelo país, mas considerou que ela deve ser conciliada com os princípios fundamentais da comunicação comercial do
segmento, com a divulgação responsável de bebidas alcoólicas e sem fragilizar os cuidado para que não seja difundida ao crianças e
adolescentes.


Ambev e Gusttavo Lima têm prazo regimental para enviar, se assim o desejarem, defesa ao Conselho de Ética ou adaptarem de
imediato o conteúdo publicitário das lives às regras éticas.
Publicidade Infantil
 Consulta Pública – Portaria Senacon (janeiro/2020)

 O Instituto Alana, em janeiro de 2020, tomou ciência da submissão, à


consulta pública, de minuta de portaria sobre publicidade infantil no
ambiente digital elaborada pela Senacon, por meio de seu Departamento
de Proteção e Defesa do Consumidor – DPDC.

 Segundo informações publicadas no Diário Oficial da União, a minuta


de portaria estaria vinculada ao Processo Administrativo nº
08012.002887/2019-61, instaurado em agosto de 2019, no qual o
Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – Conar,
entidade formada e mantida por anunciantes, agências de publicidade e
veículos de comunicação, integra o procedimento como interessado.
 Além disso, também chamou atenção o texto redigido para a portaria. Primeiro, por não abarcar
os desafios e complexidades do ambiente digital, especialmente sob a ótica da infância, e,
também, por se limitar a replicar, quase que integralmente, alguns dispositivos do Código de
Ética do Conar.

 Em 22.1.2020, após requerimento formalmente apresentado, foi concedido acesso externo


ao Instituto Alana, por meio de seu programa Criança e Consumo, ao referido processo
administrativo vinculado à consulta pública. A partir da análise dos autos, constatou-se que o
processo foi instaurado por provocação da Senacon após envio de ofício ao Conar, pelo qual se
solicitava informações a respeito da autorregulamentação da prática de publicidade infantil por
parte da entidade corporativa.

 https://criancaeconsumo.org.br/acoes/consulta-publica-portaria-senacon-janeiro2020/

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